Artigo, Fábio Jacques - A Lei de Gerson. Uma questão cultural ?

Dia sim, dia não, recebo alguma mensagem discorrendo sobre as origens e causas dos problemas do Brasil. Sempre aparece alguém atribuindo nossas mazelas à cultura do povo brasileiro, ao seu jeitinho de ser e à única lei universalmente aceita e acatada no país: A lei de Gerson.
Nossos problemas somente serão resolvidos através da educação do povo que é, em princípio, responsável pelos desmandos que assolam o país. Ou seja, daqui a quinhentos anos. Aliás, muito dos problemas são atribuídos às nossas origens e à colonização lusitana como se nenhuma outra cultura tivesse sido anexada ao caldo cultural pentacentenário.
Mas o que faz, por exemplo, um alemão zelar tanto pela limpeza de suas cidades? O que o faz respeitar tanto as leis de trânsito? O que o faz beber somente “ein kleines bier”, ou seja, um pequeno copo de cerveja, se tiver que dirigir depois de uma noitada? O que o faz andar de metrô sem cobrador e assim mesmo pagar sua passagem? O que o motiva a retirar um jornal de uma pilha e colocar o dinheiro no recipiente ao lado, sem que ninguém esteja controlando? Será somente cultura?
Posso falar da minha experiência.
Quando trabalhei na Dana Albarus no início da produção de juntas homocinéticas no Brasil, estagiei na Alemanha durante oito meses, tempo suficiente para poder fazer algumas observações interessantes.
Em uma ocasião, ao sair do trabalho na firma Löhr und Bromkamp em Offenbach/Main no final do dia, presenciei um pequeno acidente de trânsito. Dois carros se chocaram levemente, quebrando os faróis e amassando os para-choques. Os dois motoristas desceram correndo de seus carros e eu pensei: “vai dar morte”. Nada disso. Os dois correram para juntar do chão os cacos de vidro. Sujar a via pública é punido com pesada multa, e esta eles não queriam pagar. O problema dos carros podia ser resolvido depois até mesmo através das seguradoras.
Outra vez, vi uma criança deixar cair no chão um papel de bala e ser veementemente repreendida pelo pai. A multa era “zu teuer” (muito cara).
Os alemães com quem convivi nesses oito meses, vieram ao Brasil fazer o tryout das máquinas importadas da Alemanha. Nunca os vi se restringirem a “ein kleines bier” quando saíamos à noite mesmo que tivessem que dirigir. Na Alemanha tinha problema. Aqui não.
Uma vez tive a oportunidade de acompanhá-los num fim de semana a Balneário Camboriú (SC). Eles dirigiam um carro alugado pela empresa. Velocidade mínima: 120 km por hora, mesmo com as placas na BR-101 informando 80 km/h como velocidade máxima. E não aconteceu nada.
A conclusão a que cheguei foi a seguinte: onde as leis são inflexíveis, as pessoas se tornam automaticamente educadas. O problema está na impunidade. A culpa é de quem cria as leis ou de quem não as faz cumprir.
No início deste texto fui otimista dizendo que em quinhentos anos conseguir-se-ia mudar a cultura do país. No entanto, a exigência do cumprimento das leis poderia ser resolvida quase que instantaneamente. Se formos um pouco (ou seja, muito) mais rigorosos no cumprimento das leis, teremos muito mais chances de resolver os problemas nacionais num curto espaço de tempo.
A cultura se modificará na mesma rapidez.
- Fabio Jacques tem mais de 40 anos de experiência em gestão empresarial. Exerceu cargos de chefia e direção em empresas como ATH Albarus (hoje GKN do Brasil Ltda), Dana Albarus S.A., Calçados Bibi, Viação Hamburguesa e Unidasul, dentre outras. É diretor da FJacques - Gestão através de Ideias Atratoras.


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As Forças Armadas e um estranho consenso às avessas, Tulio Milman

Ao que tudo indica, as Forças Armadas sabem: não faz sentido intervir agora, ainda mais com a perspectiva de chegar ao poder daqui a cinco meses, pelo voto. Jair Bolsonaro venceu a maior parte das resistências no comando. Conta hoje com oficiais de peso na sua linha de frente.

Importante ressaltar: Exército, Marinha e Aeronáutica  têm permanecido estritamente fiéis ao seu papel constitucional. Nesse quadro, o mais provável é que os militares atuem para garantir a ordem se preciso for, mas sem um protagonismo exagerado. Seria o que chamamos, no futebol, de "cumprir tabela". 

A ameaça à "coesão nacional" é o fator que levaria a um patamar indesejado de atuação. Só o descontrole total, a violência e o caos empurrariam os tanques para a rua. O problema é que esse, também, é um cenário possível.

A pressão do descontentamento popular encontrou nos caminhoneiros uma válvula de escape. O fôlego do movimento será testado pela falta de gasolina, de comida e de remédios. Entramos numa semana decisiva.

Meio século depois de derrubarem um presidente para chegar ao poder, as Forças Armadas são trazidas, novamente, para o centro da história do Brasil.  Não chega a ser surpresa. O quadro vem se desenhando há pelo menos dois anos.

A boa notícia – se é que há alguma – é que os militares aprenderam com 1964. Outubro é logo ali. Daqui a pouco, tem Copa do Mundo. A Pátria estará, mais uma vez, na ponta da chuteira.

A pontaria definirá o rumo do Brasil.

Ata


Carta aberta

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa 150 empresas e quase 100% do setor de aves e de suínos do Brasil, informa que não tem poupado esforços para garantir o bem-estar animal e minimizar as consequências da greve dos caminhoneiros.
Por falta de condições de transporte pelas rodovias brasileiras, milhares de toneladas de alimentos estão ameaçadas de perderem prazo de validade, enquanto o consumidor já enfrenta a escassez de produtos.
Neste domingo, 27, sétimo dia de paralisação, a associação lamenta anunciar que a mortandade animal já é uma realidade devido à falta de condições minimamente aceitáveis de espaço e quantidade de ração. Um bilhão de aves e 20 milhões de suínos estão recebendo alimentação insuficiente.
Com risco de canibalização e condições críticas para os animais, 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil.  Milhões de suínos também estão ameaçados.
 A mortandade cria uma grave barreira para a recuperação da produção do setor nas próximas semanas e meses.   As carnes suína, de frango e os ovos, proteínas que antes eram abundantes e com preços acessíveis, poderão se tornar significativamente mais caras ao consumidor caso a greve se estenda ainda mais.  O velho fantasma da inflação poderá assombrar o país, pelo menos até que ocorra o restabelecimento da produção. Os menos favorecidos serão os mais prejudicados.
Os reflexos sociais, ambientais e econômicos são incalculáveis.  Hoje, a ABPA registrou 167 plantas frigoríficas de aves e suínos paradas.  Mais de 234 mil trabalhadores estão com atividades suspensas.
O desabastecimento de alimentos para o consumidor também já é fato, uma vez que milhares de toneladas de carnes e outros produtos deixaram de ser transportados para os centros de distribuição desde o dia 21 de maio, data do início da greve. Outras milhares de toneladas não foram produzidas pelas fábricas, que foram obrigadas a paralisar a produção por não terem mais onde estocar produtos
A situação é caótica não só para o mercado nacional. Aproximadamente 100 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser exportadas na última semana. O impacto na balança comercial já é estimado em 350 milhões de dólares.
Diante desse quadro de calamidade no setor, apelamos para a sensibilidade das lideranças do movimento grevista dos caminhoneiros, da Polícia Federal, das polícias estaduais e municipais pela liberação da passagem dos caminhões carregados com ração, cargas vivas, carnes e outros alimentos em caminhões frigoríficos.
É importante que todos saibam: após o final da greve, a regularização do abastecimento de alimentos para a população poderá levar até dois meses!
Uma intervenção rápida do Governo brasileiro é urgente para evitar a continuidade da mortandade de milhões de animais, o desabastecimento dos brasileiros, problemas de saúde pública, danos ao meio ambiente e possível fechamento de agroindústrias e cooperativas, que empregam centenas de milhares de brasileiros e movimentam a economia nacional e o comércio internacional do país.