Artigo, David Coimbra, Zero Hora - Decisão irresponsável do STF lançou o país às chamas

Com o fim da prisão após segunda instância, mais alta corte brasileira jogou o povo em um ambiente de guerra

Coisas muito ruins podem ocorrer com o Brasil devido à irresponsável decisão do STF em relação à prisão em segunda instância e a consequente libertação de Lula.

Não que Lula possa ser eleito presidente da República. Não será. Em primeiro lugar, porque está barrado pela Lei da Ficha Limpa. Mas, ainda que o temerário STF anule suas condenações, o que é uma possibilidade, Lula não será eleito porque nunca mais conseguirá amealhar a maioria dos votos da sociedade brasileira.

Lula perdeu a classe média, e foi a classe média que o arrastou para o poder, em 2002. Verdade que, em 2006, já havia o fenômeno do lulismo a sustentá-lo, tornando-o maior até do que o PT, mas todos os lulistas reunidos, mais os votos dos simpatizantes, só seriam capazes de conduzi-lo até o segundo turno. Depois, qualquer outro candidato o derrotaria.

A libertação de Lula, portanto, não chega a fazer diferença eleitoral. Não diretamente. O que vai acontecer, com absoluta certeza, é o acirramento dos ânimos da população. Se os brasileiros estavam divididos, agora entrarão em conflito.

O comportamento habitual de Lula e dos lulistas já é uma garantia de que o confronto explodirá. Lula e os lulistas são naturalmente provocadores, eles sairão às ruas para se manifestar, farão carreatas e comícios e poderão encontrar resistência. Porque a direita mudou, no Brasil. Antes, a direita era envergonhada, tinha pudores de se mostrar. Hoje, não. Hoje, a direita, mais até do que a esquerda, anseia pelo choque.

Quais serão os limites da irritação? Até que ponto pode se estender a cólera? Haverá violência? Isso é impossível de se estabelecer. O fato é que um dos poderes da República, o Judiciário, por meio de seu órgão mais elevado, o STF, tornou inflamável uma nação que já era instável. O Brasil precisa de ponderação, o Brasil precisa de paz, o Brasil precisa se acomodar para voltar a crescer e o STF jogou os brasileiros em um ambiente de guerra.

“Que Deus tenha misericórdia deste país”, pediu, certo dia, Eduardo Cunha, da tribuna do Congresso. Deus, talvez, pudesse ter. O STF, não.

Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia coordena missão internacional focada em parcerias e negócios da nova economia

Uma comitiva do governo do Rio Grande do Sul, empresários, pesquisadores e gestores de universidades do Estado fará missão de trabalho à Estônia, Suécia e Israel. Além dessas representações, participam a Federação Israelita do Rio Grande do Sul e a Associação dos Empresários de Tecnologia da Informação do RS (Assespro-RS), por meio da sua presidência, e representação da Assembleia Legislativa. As reuniões ocorrem entre 11 e 21 de novembro nos três países. Ao todo, estão previstas 27 agendas de trabalho. Pelo governo do Estado, participa a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict).

Os destinos escolhidos para a missão de trabalho estão entre os mais avançados do mundo, no que tange a tecnologias digitais estratégicas, desenvolvimento econômico baseado em conhecimento e inovação nos negócios. A Estônia é referência mundial em tecnologias digitais para gestão de organizações públicas e governos. No país, apenas três serviços exigem a presença física de um cidadão junto ao governo: casamento, divórcio e transferência de imóvel. Os demais, de abertura de empresas à votação nas eleições presidenciais, podem ser feitos sem papel, apenas com assinatura digital.
No país báltico, com 1,3 milhão de habitantes, a comitiva visitará a e-Governance Academy (eGA), iniciativa conjunta do governo da Estônia, do Open Society Institute (OSI) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a qual é responsável por criar e transferir conhecimento e melhores práticas na área de transformação digital: governança eletrônica, democracia eletrônica e cibersegurança nacional.
Além disso, o governo gaúcho irá assinar com a Academia de Governança Eletrônica da Estônia um protocolo para a promoção de parcerias e desenvolvimento de tecnologias entre empresas gaúchas de tecnologia, representadas na missão, e daquele país.
Haverá agenda junto ao Ministério de Relações Econômicas e Políticas de Comunicação, cujos principais objetivos estratégicos envolvem governança que incentive o empreendedorismo e a inovação, um sistema de transporte eficiente e seguro, sociedade da informação e o fornecimento de energia ambientalmente amigável.
Startups
Na Suécia, país que tem três das melhores universidades do mundo e é considerado o melhor em termos de qualidade de vida, a delegação estabelecerá relações com ambientes de inovação, cidades inteligentes e sustentáveis, centros de pesquisa e universidades. Também irão à empresa Ericsson, um dos principais fornecedores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
Em Israel, país conhecido como um dos principais líderes mundiais em inovação, ou “startup nation”, que concentra a maior média de empresas de tecnologia por habitante, a comitiva buscará cooperações e acordos com diversas entidades, centros de pesquisa e empresas de tecnologia, como o Let-Lab – laboratório de inovação da indústria 4.0, que atua sob a licença da Autoridade de Inovação de Israel e que nutre um ecossistema de startups para fortalecer a inovação. A empresa AEL sediada em Porto Alegre, também celebrará novos acordos para projetos em tecnologias espaciais. Haverá, também, interações com o centro de inovação urbana que liga startups ao governo municipal de Tel-Aviv, entre outros espaços de inovação e negócios focados em tecnologia.