Sondagem da FIERGS revela perspectiva negativa para próximos meses

Produção da indústria cresce em abril no RS, mas enchentes de maio tornam expectativa pessimista


Porto Alegre, 31 de maio de 2024 - A Sondagem Industrial do RS, divulgada nesta sexta-feira (31) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), traz duas informações que se opõem em relação à situação atual e as perspectivas para os próximos meses. Se por um lado a produção do setor industrial teve bom desempenho e cresceu em abril, alcançando 52 pontos, por outro o cenário positivo não deve permanecer, pois as expectativas dos empresários com relação à demanda, diante da calamidade climática, voltaram ao terreno negativo. “É claro que a situação de calamidade no Estado irá interferir de forma negativa no curto, médio e longo prazos. Ainda não sabemos quanto tempo precisaremos para nos recuperar e reerguer, algumas indústrias perderam tudo”, afirma o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry. A pesquisa foi realizada entre 2 e 16 de maio, no período que as enchentes se intensificaram, com 161 empresas, sendo 33 pequenas, 60 médias e 68 grandes.



Acima dos 50 pontos em abril, antes da crise que atingiu o Estado, o índice de produção representou aumento em relação a março. Foi o terceiro avanço consecutivo, fato que não ocorria desde agosto de 2022, e bem acima da média histórica de 45,5 registradas em abril. Vale destacar que o efeito calendário pode ter influenciado os resultados do mês: abril de 2024 contou com 22 dias úteis, dois a mais do que março e quatro a mais em relação a abril do ano passado. O desempenho positivo da produção não impediu, porém, que houvesse uma ligeira redução de postos de trabalho na passagem de março para abril, após dois meses de expansão. Mas o índice de emprego, em 49,6 pontos no quarto mês do ano, mostrou que a contração foi menos intensa que a esperada pela média histórica do mês (47,8). Valores abaixo de 50 pontos indicam queda do emprego frente ao mês anterior. 


O aumento da produção em abril foi acompanhado também da elevação da utilização da capacidade instalada (UCI), cujo nível no mês passado subiu para 71%, um ponto percentual a mais do que o anterior e 1,8 ponto percentual acima da média histórica do mês (69,2%). O índice de UCI em relação à usual, atingiu 44,2 pontos em abril, revelando, abaixo de 50 pontos, que os empresários consideraram o nível de UCI menor que o normal para o mês.


Já os estoques de produtos finais cresceram pelo terceiro mês consecutivo e continuaram pouco acima do desejado pelas empresas em abril, conforme demonstrado, respectivamente, pelo índice de evolução mensal, em 51,9 pontos, e pelo índice de estoques em relação ao planejado, em 51,6,  ambos acima da marca dos 50 pontos. Valores superiores a 50 indicam estoques além do planejado. 


PERSPECTIVAS - Apesar do quadro favorável descrito pelos empresários para a atividade industrial no mês de abril, todos os índices de expectativas para os próximos seis meses caíram abaixo de 50 pontos na pesquisa realizada em maio, em virtude das fortes enchentes. As perspectivas dos empresários para a demanda passaram de crescimento em abril (54,7 pontos) para queda em maio (49,2), o mesmo ocorrendo com as exportações (de 50,3 para 48,2 pontos) e com as compras de matérias-primas (de 52,2 para 47,9). Acima de 50 pontos denotam perspectivas de aumento e, abaixo, de redução.


Para o emprego, as expectativas, que já vinham negativas em abril (49,5 pontos), pioraram, caindo para 46,3 pontos. O retorno do pessimismo ao setor foi acompanhado pelo índice de intenção de investir da indústria gaúcha: recuou de 52,5, em abril, para 50,3 pontos, em maio, ficando abaixo da média histórica de 51,4. Quanto maior o valor, maior e mais disseminada é a disposição de investir entre as empresas. Em maio, 52,2% estão dispostas a realizar investimentos nos seis meses seguintes, uma queda em relação a abril (eram 55,7% no mês anterior).


Acompanhe a pesquisa completa no Observatório da Indústria da FIERGS: https://observatoriodaindustriars.org.br/inteligencia-areas/sondagem-industrial/.

Dica do editor - As 9h, prefeito Melo lançaraá plataforma "Reconstruir Porto Alegre"

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, lançará, nesta sexta-feira,  o plano de ação Porto Alegre Forte e a plataforma Reconstruir Porto Alegre. A apresentação e coletiva de imprensa estão marcadas para as 9h, no Instituto Ling, na rua João Caetano, 440, bairro Três Figueiras. A iniciativa Reconstruir mapeou equipamentos públicos danificados pelas enchentes e que precisam de reforma. O plano de ação Porto Alegre Forte foi realizado com apoio da consultoria Alvarez & Marsal.

Juri condena Trump. Pena ainda será imposta, mas ele poderá pegar 134 anos de cadeia.

A foto é simulação.

Os 12 jurados do Tribunal de Nova York condenaram, ontem, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump por falsificar registros comerciais. O juiz do caso, disse que o juiz Juan Merchan é corrupto e produziu uma fraude. Trump poderá pegar 134 anos de cadeia a 4 dias da convenção republicana, dia 15 de julho. Ele poderá recorrer e até obter liberdade condicional.

O republicano foi considerado culpado nas 34 acusações apresentadas contra ele, que envolvem o encobrimento de um pagamento feito à atriz pornô Stormy Daniels durante a campanha eleitoral que o levou à Presidência em 2016 para que ela não divulgasse um caso extraconjugal entre os 2.

Com isso, Trump se tornou o 1º presidente na história dos EUA a ser condenado por um crime.


Análise, Marcus Gravina - Trump pode ser eleito mesmo preso. E governará de dentro da cadeia ?

Donald Trump foi condenado à prisão pelo júri e o juiz do feito irá fixar a pena a ser cumprida.

A lei de lá não exige "ficha limpa" para concorrer,  em novembro, a presidente dos EUA, mesmo que tenha sido condenado e esteja preso.

Se forem confirmadas as pesquisas, que lhe são favoráveis, será eleito e proclamado vencedor. Daí haverá um fato inédito. 

De onde governará? Do presídio?

Assinar o próprio indulto é impossível. Até hoje o indulto  cabe a terceiros. Não poderá decretar a sua liberdade.

Restará a ser resolvido um caso inusitavel, sem precedente.

No entanto se vier a ser eleito presidente - diante do pleno conhecimento público do processo instaurado contra ele, se estará frente a um impasse a ser desvendado.

A eleição irá criar um direito constitucional de indiscutível hierarquia, face ao peso da escolha da maioria dos cidadãos daquele país, baluarte do Estado Democrático de Direito, com toda a garantia constitucional conferida ao povo,  em sua maior manifestação política, o voto. 

A próxima eleição terá o efeito plebiscitário: cumprir ou não a penalidade de um insignificante número de pessoas influenciáveis ou a decisão de milhões de eleitores.

Cabe aos juristas americanos  encontrarem uma resposta:  o quê vale mais o voto de quem escreveu a Constituição dos EUA,  ou decisão do judiciário?

Diferentemente, do art.II, Seção 4 da Constituição dos EUA  os supostos crimes não foram cometidos durante o mandato mas, antes da eleição. 

"O Presidente, o Vice-Presidente e todos os funcionários civis dos Estados Unidos serão afastados de suas funções quando indiciados e condenados por traição, ou crimes graves."

Aqui no Brasil o candidato foi tirado do presídio onde esteve condenado em três instâncias do judiciário para ser nomeado, depois de um suspeito processo eleitoral,  presidente da República.