Texto de cinegrafistam Gil Moura em defesa de William Waack viraliza

Texto de cinegrafistam Gil Moura em defesa de William Waack viraliza

Eu sou preto. Já trabalhei com ele na França, em Portugal, na Espanha, na Índia e em São Paulo.
Nesta caminhada de 30 anos, fazendo imagens e contando histórias, poucos colegas foram tão solidários quanto o velho Waack. Ele faz parte dos pouquíssimos globais que carregam o tripé para o repórter cinematográfico preto ou branco. Na verdade, não me lembro de ninguém na Globo que o faça. O velho sabe para que serve cada botão da câmera e o peso do tripé. Quando um preto sugere um restaurante mais simples, ele não dá atenção, porque paga a conta dos colegas que ganham menos, no restaurante melhor. Como ele fez piada infeliz de preto, ele faz dele próprio, suas olheiras, velhice, etc.
O que a Globo mais tem são mocinhos e mocinhas de cabelos arrumadinhos, vindos da PUC ou da USP, que são moldados ao jeito da casa.
Posso dar o exemplo de quando estávamos gravando uma passagem no meio da rua, onde havia um acidente, e sugeri a uma patricinha repórter que prendesse o cabelo devido ao vento. Ela o fez. Gravamos na correria, porque estávamos a duas horas do RJ. No dia seguinte, na redação, que aparece no cenário do JN, ela comenta.
- Você viu a matéria ontem?
- Não
- Sobrou uma ponta do cabelo, fiquei parecendo uma empregada doméstica.
Ao que respondi.
- Eu sou repórter cinematográfico, cabeleireiro não havia na equipe.
Posso lembrar-me de muitas coisas como, quando fazíamos uma matéria para o Fantástico, uma mesa de discussão, e ao ouvido, ouço o repórter falar.
- Põe aquela pretinha mais para trás.
Isto faz parte do cotidiano. Os verdadeiros racistas, estão por todas as partes, mas são discretos. Também tem a famosa, que chegou ao prédio onde vive, e uma moradora (namorada de um amigo) segurou o elevador.
A famosa negra não agradeceu, e ficou de braços cruzados. O elevador começou a subir.
Jornalista Famosa
- Você não sabe qual é o meu andar?
- Sei, mas não sou sua empregada.
No vídeo, ela é uma "querida", jamais trata mal o entrevistado, se estiver gravando...
Voltando ao racista William Waack. Quando íamos para a Índia - eu vivia em Lisboa - fui 3 dias antes para Londres, de onde partiríamos para Dheli.
Eu ia ficar em um hotel, mas o racista que havia trabalhado comigo até então somente uma vez em Cannes, convidou-me para ficar em sua casa, onde vivia com esposa e dois filhos, esposa essa a quem ele, preconceituosamente, chamava de “flaca” devido à sua magreza. Eu via como uma forma de carinho.
Comemos, bebemos bom vinho e, em nem um momento, alguém quis se mostrar mais erudito que eu, nem mais racista.

Sim, o Brasil está em guerra

Sim, o Brasil está em guerra
Por Onyx Lorenzoni


Uma bomba atômica por ano! Dados do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública dão conta de mais de 61 mil assassinatos cometidos no Brasil. Isso equivale, em números, às mortes provocadas pela explosão da bomba nuclear que dizimou a cidade de Nagasaki, em 1945, no Japão.

Se esse dado não bastasse, imagine que, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a violência no Brasil matou mais pessoas que a Guerra da Síria, nos últimos anos. Tão grave quanto, é a falta de vontade política para ajudar a resolver a situação e proteger exatamente aqueles que mais sofrem com ela, as pessoas de bem. Nos últimos anos, o que se vê é muita preocupação com bandido e quase nenhuma com os cidadãos. A segurança pública é a principal aflição dos brasileiros. À frente da economia.

Vivemos um caos na segurança pública. O cidadão está indefeso. Governos não respeitaram a decisão do referendo de 2005, quando mais de 63% das pessoas disseram não ao estatuto do desarmamento e mesmo assim, em nome de um projeto de poder ou irresponsabilidade desmedida, o governo federal deliberadamente começou a criar mecanismos para cercear o direito inalienável à legítima defesa.

Na última semana, tive a oportunidade de ficar frente a frente com o Ministro da Justiça - Torquato Jardim - na Audiência Pública realizada na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e fiz um apelo, para que o governo acabe com a discricionariedade e dê ao cidadão a oportunidade de escolha: Ter ou não ter como se defender. De forma legal, cumprindo os requisitos necessários. Chega do caráter discricionário, o principal mecanismo que deturpa, através de decisão política, o direito de escolha. Talvez aí esteja o maior indicativo que este estatuto nunca teve o objetivo de reduzir índices de criminalidade e sim uma ferramenta de controle social, deixando a sociedade à mercê da criminalidade.

Os dados da insegurança vivida no Brasil provam que o Estatuto do Desarmamento coloca em risco a vida das pessoas de bem. Os governos Lula, Dilma e Temer, são responsáveis, sim. Ou por colocar, ou por não deixar tirar de cada porta de casa, comércio e propriedade rural uma placa imaginária: “Pode entrar, aqui não temos como nos proteger!”


Um Estado que recebe dinheiro de impostos e não garante o mínimo de segurança, que não prestigia suas polícias, não pode roubar do cidadão o direito à legítima defesa. 

Os crimes de Gleisi

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta sexta-feira, (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT, e de seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato; ambos são acusados de receber R$ 1 milhão para a campanha da senadora em 2010.