A análise é da equipe de economistas do Bradesco e acaba de ser entregue ao editor. Em função dela é que a equipe aposta que a taxa básica de juros concluirá o ano em 8%.
Mantendo a avaliação apresentada na última Ata do Copom, o Banco Central reforçou que o ritmo de flexibilização e a extensão do ciclo continuarão condicionados aos fundamentos econômicos e ao balanço de riscos, conforme nossa leitura do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado há pouco. Trazendo a questão das incertezas para seu balanço de riscos, de forma aberta e transparente, o documento ressaltou mais uma vez que não existe “relação direta e mecânica entre o aumento de incerteza e a política monetária”. Isso porque as incertezas – se mantidas por um longo período – poderão influenciar negativamente a atividade, com impactos desinflacionários. Ao mesmo tempo, caso os preços sejam impactados – com uma depreciação mais acentuada da moeda, por exemplo – e a velocidade do processo de reforma seja influenciada, as estimativas dos juros estruturais podem ser revisadas para cima. Esses efeitos podem, contudo, ser compensados e, nessas condições, a trajetória de inflação seguirá inalterada. Somado a isso, devemos considerar as projeções para a inflação trazidas no RTI, com um cenário prospectivo favorável. Nosso entendimento é de que os fundamentos econômicos permanecerão com peso relevante na definição do ciclo, levando em conta essas informações e a disposição revelada pela autoridade monetária em ajustar suas próximas decisões. Dessa forma, mantemos nossa expectativa de que a Selic chegará a 8,00% ao final deste ano.