Época revela que Lava Jato vai mirar nas milionárias famílias dos filhos de Lula

A capa da revista Época desta semana mostra que o próximo alvo da da Lava Jato será o ataque aos filhos do ex-presidente Lula. Citando informações privilegiadas obtidas com a cúpula da operação, a revista diz que os investigadores agora miram "as relações pessoais, os negócios particulares, a construção do patrimônio e o custeio de despesas de familiares do ex-presidente".  A reportagem mostra que o alvo será a milionária vida dos filhos de Lula.

O próximo front da Lava Jato será a família do ex-presidente Lula, revela a capa desta semana da revista Época. 

Confira trechos da reportagem:

Na quarta-feira, 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF-4) julgará recursos contra a condenação em primeira instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso da reforma de um tríplex no município litorâneo do Guarujá. O juiz Sergio Moro entendeu que a construtora OAS pagou ao menos R$ 2,2 milhões em propina por meio de obras no imóvel que Lula planejava ocupar. Se a apelação for negada, ele pode ser impedido de disputar um terceiro mandato presidencial – projeto ao qual se dedica dia e noite. Independentemente do resultado do julgamento, o fantasma da Operação Lava Jato vai continuar assombrando os Lula da Silva ao longo de todo o ano.
Nos últimos meses, policiais e procuradores federais avançaram sobre aquele que parecia ser um dos fios desencapados deixados ao longo dos quatro anos das investigações tocadas em Curitiba: as relações pessoais, os negócios particulares, a construção do patrimônio e o custeio de despesas de familiares do ex-presidente.
ÉPOCA obteve dados inéditos de investigações tocadas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal nos últimos dois anos. Os investigadores progrediram em pontos importantes da apuração que leva a família do ex-presidente de volta à arena pública. E eles são contundentes.Tudo começou em 4 de março de 2016, com a batida policial que visitou 33 imóveis em São Paulo e no Rio de Janeiro, cujos proprietários eram ligados ao ex-presidente, seus familiares e respectivos sócios. Se as provas coletadas na ocasião pareciam insuficientes para a apresentação imediata de denúncias, elas ganharam corpo recentemente com o depoimento revelador de testemunhas, a renegociação de colaborações premiadas e o reforço da velha diretriz tirada dos filmes de intriga política: era preciso seguir o dinheiro. E eles o fizeram."

Defesa da Democracia não é defesa de Lula

Defesa da Democracia não é defesa de Lula

Participei alguns dias atrás do programa “Esfera Pública”, na rádio guaíba, com o grande Juremir Machado e Taline Oppitz na sua condução. O debate tratou sobre o julgamento do ex-presidente Lula do dia 24, bem como a alusão de que “defender Lula é defender a Democracia e o Estado Democrático de Direito”, narrativa que parte da resolução do Diretório Nacional do PT, de 16 de dezembro de 2017. Permitam-se aqui discordar democraticamente com essa versão, desconsideradas as mentes sectárias que só aceitam a opinião que lhes interessa.
Para ingressar no assunto, buscando o exemplo conexo da Lei da ficha limpa, uma iniciativa popular, que mobilizou o Brasil inteiro na intenção de não permitir a eleição de candidatos que, entre outras razões, forem condenados por decisão de órgão colegiado (com mais de um juiz), mesmo que ainda exista a possibilidade de recurso. Preciso recordar que o PT apoiou tal Legislação quando a mesma tramitou no Congresso Nacional, e o mesmo Lula, na condição de Presidente, sancionou a Lei. Depois de divergências de integrantes do STF, em fevereiro de 2012 a Suprema Corte considerou a Lei constitucional e válida para as eleições.
No caso de Lula restar condenado no dia 24 estará inscrito na Ficha Limpa, porém, o PT irá questionar em agosto, se o Tribunal Superior Eleitoral negar o registro. Então, cabe a pergunta: a democracia que se quer defender é a democracia que não respeita as Leis, ou será aquela em que quando não concordamos “vai ter que matar gente”? Um partido popular não deveria respeitar Leis de clamor popular?

Reafirmo aqui meu total compromisso com a democracia, com as causas populares. Sou um ardoroso trabalhista de raiz, seguindo a risca os compromissos do campo progressista. Deixo aqui apenas uma reflexão sobre essa “nova modalidade de defesa da democracia”, com a qual não concordo, que não aceita o diálogo, não busca compreender as razões de quem não concorda e busca tão somente uma narrativa tendenciosamente uníssona.

Universidade federal deve ter cotas para transexuais

Para concorrer por esse sistema, bastará a auto-declaração. Reserva de vagas deve ser implementada no mestrado e no doutorado

A Universidade Federal do Cariri (UFCA), no Ceará, deu o primeiro passo para implementar cotas para candidatos transexuais e transgêneros na pós-graduação. 
A resolução foi apresentada em minuta pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, e será submetida ao Conselho Superior Pro Tempore (Consup) da universidade, com deliberação prevista para março de 2018. Se aprovadas, as cotas passam a valer para o processo seletivo de mestrado e doutorado seguinte à aprovação no conselho. 
As cotas para transexuais e transgênero serão compostas de uma vaga suplementar para cada programa de pós-grduação – cada um dos programas tem em torno de 20 vagas. Os editais de seleção para a pós-graduação contemplarão 20% das vagas para negros (pretos e pardos), além de uma vaga suplementar para indígenas, uma para deficientes e uma para transexuais. 
“Nós teríamos quatro vagas para negros, uma para pessoas com deficiência, uma para indígenas e uma para transexuais. Caso haja um candidato que se declare trans e seja aprovado no processo seletivo, ele entraria em uma vaga suplementar”, explica Maria Rosilene Cândido Moreira, coordenadora dos programas de pós-graduação da UFCA. 
Seleção 
A seleção dos estudantes transexuais e transgêneros para os cursos de pós-graduação será feita do mesmo modo que os candidatos de concorrência geral, com a diferença da autodeclaração no momento da inscrição. Não haverá uma comissão especial para avaliar a identidade transgênero dos candidatos. 
“É válido para qualquer um que se declare trans”, explica Maria Rosilene. “Apenas a autodeclaração é necessária. Vai existir um formulário de autodeclaração que eles precisam assinar. Caso contrário, eles concorrerão a vagas de ampla concorrência.” 
A criação de cotas atende à portaria 13/2016, do Ministério da Educação, que determina a adoção de ação afirmativa nos processos de seleção - a adoção de cotas específicas para pessoas que se desclarem transgêneros, porém, é uma iniciativa própria da universidade. 
Objetivo 
De acordo com a coordenadora, o objetivo é diminuir uma suposta desigualdade de acesso. Segundo ela, o acesso à graduação é “vulnerável” e isso se acentuaria no acesso à pós-graduação. 
“As condições não são as mesmas para o acesso à universidade”, diz Maria Rosilene. “Quando se trata da pós-graduação, há um refinamento. As pessoas têm muitas dificuldades de acesso”, completa, sem citar números que comprovem esta tese. 
A coordenadora destaca ainda a intenção de tornar o ambiente universitário mais próximo da comunidade: “O objetivo disso é fazer com que a sociedade conviva mais no ambiente universitário. Esse é o nosso foco: fazer com que mais pessoas consigam acessar o ambiente acadêmico e assim diminua um pouco esse estigma de que a universidade é um espaço não habitável para todos da sociedade.”