O que o Presidente Temer encontrará na China

O que o Presidente Temer encontrará na China

O Presidente Michel Temer terá vários desafios pela frente em sua viagem à China. Certamente, todos infinitamente menos complexos em relação aos enfrentados no Brasil. Por outro lado, o Presidente terá pela frente mais uma oportunidade de equalizar uma relação de embalagem firme e conteúdo confuso.

Para tal, o ajuste de expectativas dos dois lados é o grande objetivo a se buscar nessa viagem. Enquanto o lado brasileiro, legitimamente, busca aumentar e otimizar as exportações, o lado chinês espera um “sinal” para poder entregar o que o Brasil deseja. O “sinal” chinês nada mais é do que um mergulho no mar da geopolítica e ter, no Brasil, um parceiro onde esses assuntos possam ser discutidos em um grau de profundidade e complexidade no qual não estamos muito acostumados.

Nesse menu de temas, a China espera de alguma forma, um posicionamento do Brasil bem elaborado em relação ao Mar do Sul da China, ao posicionamento do Brasil de ligeira queda para a China ou a Rússia no âmbito dos BRICS, além de outros temas relevantes para o nosso parceiro asiático (como a Coréia do Norte, por exemplo).

Há um apreço pessoal do Presidente chinês Xi Jinping para com Temer. Os dois conversavam com frequência na época da Vice-Presidência, quando China, Rússia e Oriente Médio eram temas alocados na VPR. No entanto, Xi lamenta que o Brasil não possua uma estratégia para a China no mesmo nível que a China tem para o Brasil.

Para a China, a importância do Brasil são algumas, tais como: matérias primas e alimentos, receptor de investimentos chineses para infraestrutura, potencial aliado para contrapor a influência dos EUA na região e comprador de manufaturados chineses.

Para que tudo isso seja executado ao máximo pelos chineses, Xi possui um círculo próximo que, além do Brasil, analisa a relação da China com o resto do mundo.

Wang Qishan, por exemplo, é um amigo de Xi desde os 16 anos de idade. A relação dos dois remete a província de Shaanxi, onde Xi passou a adolescência. Visto como o czar “anti-corrupção”, Wang possui uma visão naturalmente crítica do Brasil e do ambiente de corrupção perpétua no país. Poderia ser uma voz mais crítica em relação a alguns pontos da relação.

Já Liu He, assessor econômico e amigo de Xi desde o secundário (estudaram na escola número 25 de Pequim), possui uma admiração por Henrique Meirelles que pode vir a ser um trunfo para o Brasil. Defende que a recuperação econômica do Brasil desde a chegada de Meirelles é clara e positiva.

No campo da Defesa, uma área que a China quer aumentar seu relacionamento com o Brasil, Chang Wanquan, Ministro da Defesa considera o Ministro Raul Jungmann, seu par, de alto nível. Sonha com uma cooperação militar naval, onde a China poderia colocar um pé no Atlântico Sul, buscando se contrapor a presença americana na região. Também amigo de Xi Jinping desde a província de Shaanxi.

Outro nome de grande influência sobre o Presidente chinês é Chen Xi. Este, chefe da assessoria particular de Xi foi seu colega de quarto na época de faculdade (Xi estudou na prestigiada universidade Tsinghua). Diferente do próprio presidente chinês, Chen Xi é um profundo conhecedor de relações internacionais.

Para o objetivo brasileiro, que é essencialmente comercial, Zhong Shan é o nome a ser estudado. Amigo de Xi desde a província de Hebei, onde Xi foi líder do partido, Zhong é um negociador comercial implacável e prepara todos aqueles que vão negociar com países como o Brasil. Teve um papel determinante no processo de suspensão ao embargo da carne bovina, no início desse ano.

Finalmente, assim como o Brasil, a China é bastante dividida entre grupos e correntes dentro do partido. Xi Jinping e Hu Jintao (ex-Presidente) são de correntes opostas e disputam, palmo a palmo, posição dentro do governo. O Premiê Li Keqiang, número 2 de Xi é um aliado de Hu Jintao, rival de Xi.

Qual seria diferença entre os dois principais grupos políticos na atualidade chinesa? Um desses grupos é composto e encabeçado pela dupla Xi Jinping/Jiang Zemin (ex-Presidente) e o outro é encabeçado por Hu Jintao/Li Keqiang.

O grupo de Xi (atual grupo dominante) é um grupo mais internacionalista, almeja uma grande e forte China, foca bastante em relações internacionais e comércio internacional. Historicamente apostaram no fortalecimento das cidades e províncias costeiras antes de partir para o interior do país. Geralmente são considerados pelo o outro grupo como os de “sangue nobre” dentro do Partido Comunista, filhos de figuras históricas e bem posicionadas.

O grupo Hu Jintao/Li Keqiang é um grupo mais voltado para ações no interior do país e nas políticas públicas que visam o desenvolvimento interno, consumo interno e investimentos nas províncias do interior. Historicamente são de origem mais humilde e tendem a ser considerados mais passivos.


Para cada um desses parágrafos, seria possível ampliar em páginas e páginas de aprofundamento e detalhes. Ter a China como principal parceiro comercial exige um dever de casa complexo. Nosso Itamaraty é extremamente capaz e faz isso com maestria. São informações que o Presidente, obviamente, já sabe. No entanto, empresários e todo o universo político do Brasil necessitam compreender que conhecendo a política chinesa, podemos melhorar e muito nossa capacidade de negociar.

Falência Estatal

Falência Estatal
Astor Wartchow
Advogado

 Independentemente de nossos diferentes graus de escolaridade, informação, leitura e discussão, não há dificuldades para identificarmos várias razões e exemplos que confirmam nossa desorganização e atraso social, econômico e político.
 Neste sentido, destaco um aspecto que julgo central para a manutenção de nossas desigualdades e  (in)diferenças sociais (e conseqüente violência!).
 Primeiramente, é aceitável afirmar que a socialização da pessoa se realiza principalmente através das relações em família e em sociedade.
 E, secundariamente, através de suas relações obrigatórias, facultativas e reivindicativas com o Estado (leia-se União, Estados e Municípios).
 Se o papel da família e da sociedade está diretamente relacionado à disseminação da linguagem, da educação, da cultura e do comportamento social, restaria perguntar qual é a tarefa e responsabilidade do Estado.
 Face nossas históricas e resistentes diferenças sócio-econômicas, é desejável supor que a competência urgente e prioritária do Estado seria a articulação das soluções e a diminuição dessas diferenças.
 Entretanto, posto e exercido o poder e a política como estão, o Estado tem se destacado como agente principal de agravamento das diferenças sociais.
 Maquiado e travestido sob o princípio democrático da igualdade de oportunidade e direito, a verdade é que os poderes de Estado estão delegados apenas àqueles que têm condições de utilizar seus códigos e manuais, literal e simbolicamente.
 Ensimesmado, inconseqüente e “capturado”, o Estado brasileiro garante a formação e manutenção de uma "cultura e prática de elite", em contraponto às necessidades populares.
 Não é a toa que o dinheiro dos impostos, arrancado aos bilhões dos bolsos do povo, escorre por incontáveis ralos, por todos os meios e formas, legais e ilegais, sem cumprir sua função, destino e utilidade pública.
 Então, por submissão, inconsciência política e não saber sobre direitos e deveres, é impossível ao povo o uso objetivo e real das oportunidades e razões (originais) de existência do Estado.
 Assim, sutil e silenciosamente se instala, se mantém e se renova a discriminação e a violência simbólica e real, assimilada, dominante, dominadora e sem contestação.
 Consequentemente, a violência é um subproduto do excesso, da incompetência e do centralismo estatal, e que se espalha para o conjunto da sociedade, sem barreiras sociais e geográficas (sobretudo entre os mais pobres).
 Em síntese, o Estado (a União, principalmente), que deveria trabalhar pela superação das desigualdades e usar o dinheiro público para o bem comum, se constitui no principal agente de (re)criação e permanência das diferenças e distâncias sociais.

Mahindra dobrará produção no Brasil

Mahindra dobrará produção no Brasil

Empresa estuda a compra de fabricantes de máquinas ou a construção de nova fábrica. Unidade brasileira será a responsável pela ampliação da marca na América do Sul

Menos de um ano depois de assumir a operação brasileira, a fabricante de tratores Mahindra tem um acelerado plano de expansão que inclui negócios em países da América Latina. O anúncio foi feito nesta terça (29) pelo diretor-geral de Operações da Mahindra Brasil, Jak Torretta, durante entrevista na Expointer, em Esteio (RS).
O avanço da empresa se dará em diferentes frentes. Com capacidade de montagem de 1 mil tratores por ano em Dois Irmãos (RS), a companhia projeta dobrar o volume de produção até 2022. Para isso, analisa a compra de uma fabricante de implementos ou tratores, ou mesmo a construção de uma nova fábrica. A empresa tem reservado US$ 70 milhões para investimentos nos próximos cinco anos, valor destinado para aquisições ou construção de nova unidade e nacionalização de tratores fabricados em outros países pela marca originária da Índia.
- Estamos em negociações com municípios para a instalação de uma fábrica, mas a nossa preferência é ficar na Grande Porto Alegre. Se não montarmos mais em Dois Irmãos, deverá ficar na cidade um centro de distribuição de peças - afirmou o executivo.
Focada na agricultura familiar - são 5 milhões de propriedades rurais no país com esse perfil -, a Mahindra tem o mercado consumidor concentrado no Sul e Sudeste. Mas está em andamento um plano para ampliar a rede de concessionárias. Atualmente são 15 pontos de venda. A projeção é chegar a 20 até o fim do ano, basicamente no Sul e Sudeste.
- Além de onde já atuamos hoje, há compradores em potencial em São Paulo, Minas Gerais, sul da Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul.
 Torretta disse que a marca pretende aumentar a presença no campo não somente com a venda de produtos, mas também auxiliando o pequeno e médio produtor no gerenciamento da propriedade.
 - É um projeto da Mahindra para 2018. Vamos levar noções de gestão para produtores - acrescentou.
 Mahindra Finance - Outra facilidade para a aquisição de tratores da marca anunciada na Expointer foi a parceria da Mahindra Finance com o banco DLL.
- Isso vai dar agilidade na contratação porque a agência ficará dentro da concessionária. Também vai oferecer financiamento para o estoque e ajudar no gerenciamento de caixa da concessionária - informou Jalison Cruz, gerente de Vendas e Marketing da Mahindra Brasil.
Depois de consolidada a linha de tratores com potência de 26 a 95 cv, a marca vai começar a vender no país modelos de 110 e 130 cv. Montados na Coreia do Sul, serão lançados nos Estados Unidos em outubro. No próximo ano chegarão ao Brasil e em 12 meses devem ser nacionalizados. Com portfólio de até 130 cv de potência, a Mahindra terá produtos para 75% do mercado brasileiro de tratores.
Ao lado desses projetos, a empresa vai gerenciar a expansão da marca na América do Sul, podendo chegar até o México, onde há uma unidade que faz a montagem final de tratores. Os países com potencial de mercado são Paraguai, Bolívia, Chile, Peru e Uruguai.
Pelo fato de a matriz da Mahindra ter 35% da fabricante de colheitadeiras Sampo Rosenlew, da Finlândia, Torretta diz que está em estudo a fabricação de modelos no Brasil.
- Os finlandeses estão bem interessados em razão do potencial do agronegócio brasileiro. Seriam colheitaderas voltadas para o pequeno e médio produtor - informa.
Lançamentos Expointer - A Mahindra aproveita a Expointer 2017 para apresentar novidades. Entre os lançamentos estão tratores da série 6000-6060, família com potência de 55 a 75 cv. O regime de rotação baixa dos motores proporciona economia no consumo de combustível. Também estão no estande da marca o trator Max 26, importando do Japão, voltado para a produção de hortigranjeiros e de uva. O modelo 4530, fabricado na Índia, tem potência de 42 cv. A série 8000 S ganhou nova ergonomia, trazendo mais conforto para o operador. E o 9500 S passa a ter mais potência (95 cv) e um novo sistema hidráulico, sendo uma evolução da linha 9200. Também estão na feira dois modelos do veículo de transporte de carga mPact, utilizados para o deslocamento dentro da propriedade rural. Com tração 4x4 e motores a diesel ou gasolina, suportam todo o tipo de terreno.
Na entrevista coletiva, Torretta definiu os tratores da Mahindra como robustos. O executivo explicou que a melhor forma de se ver isso é verificar quanto que um fabricante desembolsa com consertos em garantia sobre o faturamento total.
 - A média da indústria, em tratores na nossa faixa de atuação, fica em 1,5%. Na Mahindra é de 0,4%. Experimentando os tratores da marca, o produtor notará a durabilidade e o menor consumo de combustível. Só pode dar cinco anos de garantia quem confia no que produz - enfatizou Torretta.
  
Sobre a Mahindra no mundo
Líder mundial em volume de vendas de tratores, a indiana Mahindra está presente em mais de 100 países nos cinco continentes e conta com mais de 200 mil colaboradores em todo o mundo.
O Grupo Mahindra possui 34 unidades de manufatura espalhadas pelo globo. Apenas nas quatro fábricas da Índia são produzidos cerca de 250 mil tratores/ano. No total, a gigante indiana já ultrapassou a marca de 2 milhões de tratores vendidos.
  
Para mais informações acesse www.mahindrabrasil.com.br/territorio-mahindra


Artigo, Tito Guarniere - Gilmar Mendes (II)

TITO GUARNIERE
GILMAR MENDES (II)
O ministro Gilmar Mendes, do STF, é o personagem da semana. Dizem que ele é o juiz mais impopular do país. É o vilão da hora nas redes sociais, segundo a Globo, Veja, o site O Antagonista e amplo séquito de articulistas.
Mas não se exige de um juiz que seja simpático ou popular. Melhor que ele seja contido e moderado. Mas não há nenhum mal se ele fala alto, desde que não seja para fazer média e jogar para a torcida. O mérito do juiz é decidir com coragem, de acordo com a lei, clamor popular à parte. As massas raciocinam de forma simplória, querem sangue, vingança, não justiça.
A revista Veja desta semana lhe dedicou a matéria de capa. Parecia que vinha chumbo grosso. Mas do parto da montanha nasceu um rato. O texto não chegou a ser elogioso a Mendes, mas esteve longe de ser um libelo devastador. Na meia página de uma entrevista breve, quando Mendes passa ao largo de seu estilo às vezes vulcânico, em respostas curtas e objetivas, enfrenta as "acusações" que lhe costumam dirigir.
Por que tem soltado tantos réus acusados de corrupção? "A prisão preventiva se tornou um instrumento de constrangimento, com o objetivo de induzir à delação". A soltura de presos e anulação de delações não comprometem a Lava-Jato? "Há delações que não possuem base fática e estão sendo desmontadas. Isso tem a ver com as más práticas do Ministério Público". É correto se reunir com políticos que eventualmente irá julgar? "Só fico preocupado quando me imputam coisas que eu não fiz. Estou defendendo as pessoas. Se a gente deixar que um estado autoritário se instale, a vítima obviamente não serei eu. Será seu filho. Será você".
Mas é no site Consultor Jurídico (de 24 de agosto) que se pode colher a opinião de quem entende do assunto, dez dos advogados mais renomados do país. O site quis saber se Mendes decide bem quando concede Habeas Corpus (HC). A resposta dos advogados é quase unânime, e bate de frente com a lógica vulgar, corrente, segundo o advogado Técio Lins e Silva, "insuflada pela mídia, articulada por um fundamentalismo que ultrapassa o fanatismo de alguns membros do Ministério Público e de um ou outro juiz", de que a Justiça só se faz com prisão.
Para o civilista Eduardo Diamantino, reclamam do ministro porque ele "não compartilha do messianismo judicial, que elevou o Ministério Público ao topo da hierarquia do sistema Judiciário".
Outro jurista, Luiz Flávio Borges d'Urso, lembra: "O HC corrige a decretação de uma prisão ilegal, independente do que pensa a opinião pública. O que importa é se (o juiz) julgou de acordo com a lei. Apesar de estarmos vivendo no Brasil de cólera, é preciso neutralizar essa cólera (..)"
A Constituição não distingue entre crimes comuns, de colarinho branco, e menos ainda se estão no âmbito da Lava Jato, para os efeitos de direitos e garantias individuais. A reportagem de Veja não o acusa de decidir contra a lei. Só o fazem, notórios desafetos como Janot, os fundamentalistas de plantão e seus bate-paus.
Ninguém se iluda: no mundo da Justiça, e de quem possui alguma inserção no mundo jurídico, Gilmar Mendes é apenas o que fala mais alto. Mas não fala sozinho.
titoguarniere@terra.com.br


Projeção da safra de verão (principais grãos)

Projeção da safra de verão (principais grãos)
Arroz
Área: 1,1 milhão de toneladas (-0,33%)
Produção: 8,53 milhões de toneladas (-096%)
Faturamento: R$ 6,72 bilhões
Milho
Área: 731 mil hectares (-11,65%)
Produção: 4,59 milhões de toneladas (-23,87%)
Faturamento: R$ 1,73 bilhão
Soja
Área: 5,7 milhões de hectares (3,16%)
Produção: 16,75 milhões de toneladas (-9,81%)
Faturamento: R$ 16,68 bilhões
Feijão 1ª Safra
Área: 43 mil hectares (2,85%)
Produção: 60,7 mil toneladas (-18,91%)

Faturamento: R$ 136 milhões

Melhora índice de confiança dos empresários do comércio do RS

     Após um período de deterioração no primeiro semestre em função dos reflexos da turbulência política, o Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (ICEC) continuou seu caminho em direção a neutralidade (100,0 pontos). Em agosto, o indicador registrou uma elevação de 9,0% sobre o mesmo período do ano passado, atingindo 98,0 pontos, conforme a pesquisa da Fecomércio-RS divulgada nesta terça-feira (29). A alta apurada, no entanto, não foi suficiente para que o índice saísse do patamar de pessimismo, permanecendo abaixo dos 100,0 pontos. A pesquisa pode ser acessada aqui.

       O presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, destaca que essa recuperação vem sendo pautada principalmente pela melhora nas expectativas quanto ao futuro. “É primordial que as reformas econômicas sejam aprovadas para permitir o desenvolvimento de um cenário favorável para a retomada do crescimento econômico”, afirma o dirigente.

      O indicador que mede as condições atuais do empresário do comércio (ICAEC) avançou 41,1% em agosto na comparação interanual.  Aos 71,2 pontos, permanece em nível pessimista e, embora tenha apresentado alta significativa, reflete uma base de comparação deprimida. Os empresários permanecem receosos diante de um cenário que não apresenta uma melhora significativa na concessão de crédito e ainda um desempenho bastante enfraquecido do mercado de trabalho.

       As expectativas dos empresários do comércio (IEEC) se mantêm em nível otimista, atingindo 139,8 pontos, com uma alta de 4,7% em relação a agosto/2016. A pesquisa revela que os empresários do comércio continuam bastante confiantes, haja vista o cenário de inflação e taxa de juros menores e o momento sem novas turbulências políticas.

       Os dados referentes aos investimentos do empresário do comércio (IIEC) mostram uma queda de 3,2% em agosto na comparação com o mesmo período de 2016. Aos 83,1 pontos, o resultado do indicador revela uma melhora na avaliação quanto aos estoques e nas perspectivas de contratação de funcionários, porém, ainda insuficientes para levar o indicador a um patamar acima do verificado no ano anterior.



Saúde Fon-Fon

Saúde Fon-Fon
Exames, cirurgias, terapias, medicamentos não são acessórios tais como som, acesso à internet e tapetes para carros
28/08/2017 - 16h10
Ligia Bahia, O Globo
Equiparar seguro de saúde caro e com garantia de livre escolha a carro de luxo tornouse moda nos EUA durante os anos 1970, quando o sistema privado americano atingiu seu apogeu.
No governo Clinton, a expressão “plano Cadillac” retornou ao vocabulário, mas como problema a ser solucionado por uma reforma da saúde.
A metáfora, com sentido negativo, foi utilizada durante o debate e aprovação do Obamacare, que previu cobrar impostos de empresas e clientes de renda alta para financiar a expansão de cobertura.
Durante o processo de aprovação da legislação que regulamentou os planos de saúde, alguns empresários brasileiros, contrários à inclusão dos idosos nos contratos, diziam que os velhos eram carros batidos. Como a comparação pegou muito mal, foi substituída pela classe de passageiros no avião. Passaram a dizer que, independentemente do conforto da viagem, todos chegariam ao mesmo destino
A ideia de anciões avariados ficou intacta, mas o embarque seria admitido para aqueles que pagassem muito mais.
Depois, os jargões contendo gradações para o pagamento direto de gastos com saúde que podem ser muito elevados e persistentes foram considerados de mau gosto e caíram em desuso.
Ficou razoavelmente estabelecido que os custos da moderna atenção à saúde deveriam ser transferidos para um terceiro pagador, governos, seguros sociais ou empresas privadas de planos de saúde.
De repente, a equivalência da saúde com carro ressurgiu, como argumento de defesa da revisão das normas legais para permitir a comercialização de planos com coberturas reduzidas.
Funcionaria assim: o cliente terá acesso ao que existe de recursos assistenciais em um lugar, ou seja, quase nada em cidades pequenas ou localidades de municípios grandes; ou pagará menos de mensalidade e mais quando usar serviços. Não seria obrigatório que o plano-carro tenha motor, quatro rodas e bancos. Peças separadas poderiam ser vendidas.
Empresas de planos e Santas Casas ficariam menos expostos à crise econômica e a restrições dos orçamentos públicos. E quem perdeu o emprego e o plano continuaria a recorrer a determinados serviços privados.
O ajuste seria perfeito não fossem os fatos. Existem problemas de saúde muito prevalentes como doenças cardiovasculares, traumas, cânceres, condições neurológicas, sofrimento mental. Pessoas doentes, especialmente casos graves, necessitam atendimento imediato e completo. Exames, cirurgias, terapias, medicamentos não são acessórios tais como som, acesso à internet e tapetes para carros.
Plano de saúde significa pagamento antecipado para situações futuras imprevisíveis. Contratos de pré-pagamento são compromissos de transferência de riscos.
O pós-pagamento, isto é, a remuneração após cada atendimento — como ocorre em clínicas privadas populares que oferecem consultas e exames mais baratos — sempre existiu e recentemente cresceu, inclusive em bairros residenciais de classe média.
Quando o pagamento é antecipado, e o atendimento básico — essencial, para necessidades de saúde frequentes —, negado, a conta não fecha.
Qual é a solução?
Depende dos interesses dos envolvidos. Os impulsos que movem a pesquisa e o progresso cientifico, tais como conhecer a verdade e evitar erros, não são necessariamente similares aos de setores empresariais e de autoridades governamentais. Estudiosos distinguem um sistema de atenção à saúde de um subconjunto de oferta ocasional de serviços.
Para quem está do lado do conhecimento acadêmico, a alternativa é a afirmação de um sistema público abrangente e qualificado e de um setor privado autônomo, desvinculado de benesses públicas.
A proposta de plano “semiplano misto SUS” não está conectada com qual quer teoria ou experiência concreta sobre organização de sistemas de saúde e, sim, com a influência econômica e política de empresas setoriais e as eleições de 2018. Assim, ao invés de debate e confronto de argumentos, predomina a reiteração de certezas baseadas nas dicotomias simplificadas entre estatal e privado e exibição de força.
O SUS não é um calhambeque. Tem até aqui obtido bons resultados na redução de riscos e superação de agravos individuais e coletivos, mas requer investimentos financeiros e reformas administrativas.
Do setor privado, na categoria biturbo ficam poucos. Contam-se nos dedos os hospitais filantrópico-privados ou privados — quase todos localizados nas regiões Sul e Sudeste — que se modernizaram. Unidades isoladas públicas ou privadas, ainda que excelentes, não fazem as vezes de um sistema de saúde.
Portanto, a divergência refere-se à busca de alternativas efetivas de inclusão ou radicalização da segmentação assistencial, e não ao fechamento ou estatização de serviços privados. “Gotejamento para baixo” ou assumir indiferença moral perante o sofrimento da maioria e estimular a “sucção dos recursos disponíveis para cima”? Depende de valores de solidariedade.
Questionar o “semiplano privado misto público” — alcunhado de popular ou acessível — e as circunstâncias de tramitação de uma proposição que desmantela o SUS é obrigatório para os não indiferentes.
(Foto: Pixabay)
Ligia Bahia é professora da UFRJ


Nota dos procuradores da Lava Jato

1. A coluna de Mônica Bergamo no jornal Folha de S. Paulo deste domingo, 27 de agosto de 2017, reproduz, sem qualquer constatação de veracidade pela colunista, trechos de um “livro” fantasioso escrito por Rodrigo Tacla Duran, réu foragido da justiça brasileira.

 2. Nas reuniões de negociação entre esse réu e a força-tarefa Lava Jato no Ministério Público Federal em Curitiba, Rodrigo Tacla Duran esteve sempre e exclusivamente representando pelo advogado Leonardo Pantaleão.

 3. Em obediência à regra legal, o juiz federal Sérgio Moro não participou de qualquer fase das negociações do acordo de colaboração premiada.

 4. Nenhum dos membros da força-tarefa Lava Jato possui ou já possuiu relacionamento pessoal ou profissional com o advogado Carlos Zucolotto Jr., citado por Rodrigo Tacla Duran. Os procuradores jamais mantiveram com Carlos Zucolotto Jr. qualquer conversa sobre esse caso ou sobre qualquer outro.

 5. Durante as negociações, Rodrigo Tacla Duran revelou-se incompatível com os requisitos legais para a celebração do acordo, motivo pelo qual o MPF encerrou as negociações.

 6. Rodrigo Tacla Duran foi acusado pela força-tarefa Lava Jato por crimes de lavagem de dinheiro e de pertinência à organização criminosa, e se encontra foragido do país e confinado na Espanha.

 7. Os recursos ilícitos havidos por Rodrigo Tacla Duran da Odebrecht, no exterior, foram bloqueados por autoridades estrangeiras e permanecem nessa condição.

 8. A força-tarefa também solicitou a prisão de Rodrigo Tacla Duran, o que foi deferido pelo juiz Sérgio Moro, sendo requerida a difusão vermelha junto à Interpol para a sua prisão no exterior.

 9. Tacla Duran foi preso na Espanha e chegou a ter sua extradição autorizada para o Brasil, o que não ocorreu apenas por ausência de promessa de reciprocidade pelo governo brasileiro.

10. As inverdades propaladas por Rodrigo Tacla Duran não revelam mais do que a total falta de limites de um criminoso foragido da Justiça, acusado da prática de mais de 100 delitos de lavagem de dinheiro, cujo patrimônio – ilicitamente auferido – encontra-se bloqueado no Brasil e no exterior.


11. Diante da absoluta impossibilidade de enfrentar os fatos criminosos que lhe são imputados, Rodrigo Tacla Duran tenta desesperadamente atacar aqueles que o investigam, processam e julgam, no intuito de afastar o seu caso das autoridades que atuam na operação Lava Jato.

Moro responde aos bandidos da Folha de S. Paulo

Eis a nota de Sérgio Moro, escrita neste domingo, rebatendo reportagem cavilosa e inescrupulosa da jornalista Mônica Bergamo na Folha:

“Sobre a matéria ‘Advogado acusa amigo de Moro de intervir em acordo’ escrita pela jornalista Mônica Bergamo e publicada em 27/08/2017 pelo Jornal Folha de São Paulo, informo o que segue:

– o advogado Carlos Zucoloto Jr. é advogado sério e competente, atua na área trabalhista e não atua na área criminal;

– o relato de que o advogado em questão teria tratado com o acusado foragido Rodrigo Tacla Duran sobre acordo de colaboração premiada é absolutamente falso;

– nenhum dos membros do Ministério Público Federal da Força Tarefa em Curitiba confirmou qualquer contato do referido advogado sobre o referido assunto ou sobre qualquer outro porque de fato não ocorreu qualquer contato;

– Rodrigo Tacla Duran não apresentou à jornalista responsável pela matéria qualquer prova de suas inverídicas afirmações e o seu relato não encontra apoio em nenhuma outra fonte;

– Rodrigo Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro de milhões de dólares e teve a sua prisão preventiva decretada por este julgador, tendo se refugiado na Espanha para fugir da ação da Justiça;

– o advogado Carlos Zucoloto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me; e

– lamenta-se o crédito dado pela jornalista ao relato falso de um acusado foragido, tendo ela sido alertada da falsidade por todas as pessoas citadas na matéria.

Curitiba, 27 de agosto de 2017.

Sergio Fernando Moro

Juiz Federal”

O retrato de um desencanto

O retrato de um desencanto
Foram as alianças heterogêneas e esdrúxulas, o principal motor da desmoralização do PT, do fim do mito de que poderia ser um partido diferente dos outros

Cacá Diegues, O Globo
Vi no jornal as fotos do senador Renan Calheiros e seu filho Renanzinho, governador de Alagoas, cercando o ex-presidente Lula em sua viagem ao Nordeste, em campanha para as eleições de 2018. Os três se abraçavam e riam muito, o riso de felicidade dos vencedores ou daqueles que pretendem vencer e não admitem outro fim da história.
Não sei o que isso significa em termos de aliança eleitoral, se cada um deles precisa mesmo dos outros dois para melhor desempenho nas urnas. Mas é difícil entender por que estão juntos, nos braços uns dos outros, naqueles retratos. É como ver o homem da mala correr com ela cheia pelas ruas noturnas da cidade, enquanto na televisão todos, de todos os partidos (inclusive o da própria mala), saúdam a vitória da luta contra a corrupção, anunciando seu apoio à Lava-Jato e ao Ministério Público.
É como se de dia proclamássemos a justiça e, na calada da noite, seguíssemos cometendo os mesmos crimes de sempre. É isso o que fazem os políticos que se abraçam naquelas fotos com aqueles sorrisos, diante do povo que pretendem enganar. Porque só pode ser por engano.
O projeto político dos Calheiros nunca foi muito diferente desse. Nele, enganar a população faz parte da natureza de sua presença na política. Não tem outro jeito de se levar vantagem em tudo.
A experiência, no passado, desse tipo de aliança heterogênea e esdrúxula já devia ter ensinado alguma coisa a Lula. Foram elas, as alianças heterogêneas e esdrúxulas, o principal motor da desmoralização do Partido dos Trabalhadores, do fim do mito de que o PT poderia ser um partido diferente dos outros pela sua fidelidade a um programa, pelo seu rigor ético, pelo seu real interesse pelo povo brasileiro. A governabilidade, ou a cooptação (podem escolher a palavra e o conceito que prefiram), acabou com aquela ilusão.
Nessa crise econômica, política e ética que vivemos hoje, uma das principais dores de todos foi o desencanto com Lula. Mesmo aqueles que não eram seus eleitores sonhavam com seu papel de símbolo de um país que sempre desejamos que o Brasil fosse. Lula era o cara, a última ilusão de nosso sebastianismo popular transformada, na crise que tudo revela, em simples, clássico e pedestre oportunismo populista.
Todo político tem o direito de escolher o que acha melhor para o estado do mundo à sua volta. Mas Lula, sendo quem era e vindo de onde veio, representou, no passado recente, nossos sonhos de um país que levasse em consideração os brasileiros como ele. Não tinha o direito de nos decepcionar tanto.

Nesse desencanto com Lula, talvez estejamos assistindo ao fim do sonho idealista que cultivamos há tantas décadas, desde Getulio Vargas. Talvez o desencanto com Lula esteja doendo desse jeito porque ele era uma espécie de última esperança. A garantia de que, com ele, o Brasil seria o que sempre sonhamos que fosse. A vida é assim mesmo; mas que dói, dói.

Artigo, Marcelo Aiquel - A pornochanchada do Psol

        Ontem à noite, quem estava assistindo televisão no horário nobre (quando muitas famílias ainda se reúnem para assistir novelas; noticiários; e jantar), foi surpreendido com a invasão na programação da televisão por um programa do PSOL, contendo cenas recheadas de mentiras grosseiras e que “entrou” nas casas destas famílias, sem pedir licença.
         Todos que não dispõe de um sistema de TV a cabo tiveram que “engolir” – por minutos – aquele show de mediocridade. Ou então, correram para desligar seus aparelhos, a fim de salvar as crianças de escutar o “velho mantra” daqueles políticos que são especialistas em destilar raiva e ódio (sempre com excesso de recalque) a cada aparição. 
         Além dos personagens conhecidos do PSOL que figuraram no filme, a película apelativa também fez uma claríssima apologia ao racismo, em evidente confronto de classes por meio de comentários jocosos comparando negros e brancos.
         Não bastasse, o programa tratou o atual Presidente da República como uma pessoa que foi empossada de maneira ilegal, inobstante aquele político ter feito parte oficial da chapa vencedora do pleito eleitoral (apoiada pelo PSOL), ademais do embasamento constitucional da nomeação. Ou seja, desrespeitaram – como sempre – a Constituição Federal e ignoraram uma posse legitimada pela Justiça (ou aquele ato não foi comandado pelo presidente do STF?).
         A pornochanchada ainda teve o desplante de apresentar alguns parlamentares do PSOL em situação bem diversa do usual (por exemplo: o Jean Wyllys não cuspiu em ninguém!), recebendo pessoas “do povo”, sorridentes e simpáticos em ambientes internos da Câmara dos Deputados, onde o ingresso do público não é permitido.
         Pelo menos pouparam os assistentes de ter que escutar a figura repugnante da gaúcha Luciana Genro desfiar seu colar de ódio no programa, e mostraram somente alguns deputados que repetiram as tradicionais “frases feitas” e não se cansaram de omitir a verdade ao dizerem mentiras.
         Além de tudo isto, o programa ainda trouxe um filme de ficção, onde uma pessoa (afrodescendente, é claro, pois faz parte do histórico do PSOL fomentar a ideologia do racismo na luta entre as classes) passava por inúmeras dificuldades que nenhum membro do partido conseguiu corrigir até hoje, mesmo tendo governado por 4 anos a maior cidade do país.

         Enfim, pretendem os políticos aumentarem – ainda mais – as verbas partidárias para, sobrando dinheiro, abusarem da legislação vigente e “enfiarem goela abaixo” da população programas de tão baixo nível como o apresentado ontem na TV, pelos raivosos do PSOL.

Estupra mas não mente

Estupra mas não mente
Janot, o homem bom, não teve flechas para negociatas obscenas como a de Pasadena, repleta de digitais de Dilma

Guilherme Fiuza, O Globo

Apolítica brasileira não produziu uma cena tão sublime, nas últimas décadas, quanto o abraço de Lula e Renan Calheiros num comício pela democracia. Sublime, no caso, menos pela transcendência que pela invisibilidade: esse Brasil que acordou para a ética e grita contra a tirania vampiresca do PMDB velho, branco e podre devia estar de costas para o palanque. Ou então cochilou de novo.

Essa lenda do país sequestrado pelos capangas do Eduardo Cunha dá sono mesmo.

As obras completas de Lula não sensibilizam esse novo Brasil ético, que perde de vista o maestro da pilhagem ao espernear contra os governantes corruptos — em perfeita sintonia com Joesley Batista, o caubói biônico que denunciou os inimigos do PT (gratidão é tudo).

Essa comovente artilharia cívica, por sua vez, acompanha em proverbial coincidência a direção das flechas de Rodrigo Janot — o justiceiro que deu fuga segura a Joesley e vida mansa a Renan (o investigado mais feliz da República, porque flechada de amor não dói).

Renan que vem a ser o mesmíssimo personagem do parágrafo acima, portanto a raposa do PMDB (tapa o nariz e vai, companheiro) que acaba de tirar do armário sua imorredoura lealdade a Lula. Não se perca na cadeia de amizades.

Corta para mais uma cena sublime que o novo Brasil ético não viu: ao lado da procuradora-geral da Venezuela, escorraçada pela ditadura amiga do Lula, Janot declara que Maduro estuprou as instituições democráticas.

Uma frase sonora, especialmente quando dita por um personagem que se encontra há cem dias tentando derrubar um presidente no grito. A diferença para a sangria venezuelana poderia ser demarcada por Maluf: estupra, mas não mata.

Como o Brasil faz questão de fingir que não sabe ou não viu, pau que dá em Chico, dá em Francisco, mas não dá em Joesley, nem em Dilma. Janot, o homem bom, não teve flechas para negociatas obscenas como a da refinaria de Pasadena, repleta de digitais da ex-presidenta mulher — dentre diversos crimes cometidos sob sua influência como ministra e como chefe de governo, com os comparsas que ela, seu partido e seu tutor escolheram. Janot, o homem justo, ídolo dos que deploram a corrupção, aliviou essa quadrilha o quanto pôde, em suas triangulações mágicas com os supremos companheiros e o fiel despachante José Eduardo Cardozo.

No que o impeachment tirou o poder das mãos da quadrilha do bem, o amortecedor-geral virou franco-atirador. Combinou uma virada de mesa com o açougueiro enriquecido pelo PT, numa denúncia imprestável que, se o Brasil tiver algum juízo, ainda será caso de polícia.

Deu tudo errado — e agora esse diletante do tiro ao alvo está posando de defensor ultrajado da democracia venezuelana, estuprada pelos amigos dos seus amigos. Mas isso tudo é segredo e deve ser falado em voz baixa, para não atrapalhar os sonhos dourados do novo Brasil ético que venera Janot.

Se Renan Calheiros ainda está circulando leve e fagueiro por aí, vai ver ele é do PMDB do bem. O mal está nos golpistas que tiraram a Petrobras dos afilhados de José Dirceu e sanearam em um ano a companhia devastada pelo PT.

Essa gente perversa agora quer sanear a Eletrobras, possivelmente privatizando-a, e Dilma Rousseff (que está solta) já gritou que isso é um crime.

De fato, depois de tudo que a Lava-Jato revelou, se a elite branca e do lar sair blindando estatais em série vai ficar difícil, para os guerreiros do povo, continuar roubando honestamente.

As reformas dessa gente ruim que acaba de tirar o país da recessão estão turbinando o mercado, com a Bovespa próxima da pontuação recorde na década.

Isso é muito preocupante: ameaça desempregar um enorme contingente de pais de família que vivem de caçar voto fácil contando história triste — e necessitam que o país se arrebente agora, para que possam voltar a vender a bondade transgênica dos últimos 13 anos. Flechas para que te quero!

Neste momento crucial da conjuntura, em que o grito por depuração política traz nova chance de ouro para o heroísmo tarja preta, talvez ninguém tenha se destacado tanto no ramo da alta prostituição intelectual quanto os tucanos.

Assumiram a obrigação de apoiar os agentes sérios que entraram no governo para desfazer a lambança, mas resolveram manter uma expressão de virgem ultrajada da porta para fora — e assim conseguirão perder dobrado: o respeito e a clientela.


Vão acabar abraçados a Lula e Renan, rezando por flecha de bambu e mesada de açougueiro, nessa cadeia da bondade que terá a bondade de terminar na cadeia.

O Fato Relevante

"FATO RELEVANTE

A Metalúrgica Gerdau S.A. e a Gerdau S.A., nos termos da Instrução Comissão de Valores
Mobiliários nº 358, de 3 de janeiro de 2002, conforme alterada, comunicam aos seus acionistas e
aos investidores que estão implementando um importante passo na evolução da sua Governança
Corporativa.
Como parte desse processo de transformação, a partir de 1º de janeiro de 2018, os membros da
família Gerdau Johannpeter que atualmente integram a Direção executiva – André Bier Gerdau
Johannpeter, Diretor-Presidente (CEO) e os Vice-Presidentes Executivos Claudio Johannpeter e
Guilherme Chagas Gerdau Johannpeter – passarão a se dedicar exclusivamente aos Conselhos de
Administração, órgãos dos quais já fazem parte.
Como membros dos Conselhos de Administração e valendo-se de sua experiência executiva, os
membros da família Gerdau Johannpeter buscarão ainda mais foco na definição das estratégias de
médio e longo prazos da Gerdau, visando a geração de valor para todos os públicos de interesse
da empresa e apoiando seus executivos na sua implementação.
Para liderar essa nova etapa executiva a partir janeiro de 2018, o Conselho de Administração
escolheu Gustavo Werneck da Cunha, atual Diretor Executivo da Operação Brasil, como novo
Diretor-Presidente (CEO) das Companhias. Werneck, 44 anos, atua na organização há 13 anos. É
formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Minas Gerais e possui MBAs em
gestão pelo INSPER e pela Fundação Getúlio Vargas, além de cursos de aperfeiçoamento pelo
INSEAD, Harvard Business School, Kellogg School of Management e London Business School.
Anteriormente à posição de Diretor Executivo da Operação Brasil, Werneck foi Diretor Corporativo
de Tecnologia da Informação e Diretor Industrial da Gerdau na Índia, entre outras posições.
Como futuro Diretor-Presidente (CEO) da Gerdau, seu foco será o de continuar e dinamizar as
transformações pelas quais a empresa vem passando nos últimos anos, buscando ampliar a
rentabilidade das operações e gerar mais valor para os acionistas.
Os próximos quatro meses serão dedicados à transição da nova Governança, de forma a assegurar
a tranquilidade do processo, bem como as definições subsequentes nas funções e processos
executivos da empresa.
Porto Alegre, 24 de agosto de 2017.
Harley Lorentz Scardoelli

Diretor de Relações com Investidores"

Reforma política

A comissão especial da Câmara que analisa Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/2016, que trata do fim das coligações partidárias para as eleições, aprovou nesta quarta-feira, em votação simbólica, o parecer elaborado pela relatora deputada Sheridan (PSDB-RR), que prevê que os partidos possam formar uma federação entre as legendas que tenham o mesmo programa ideológico no lugar das coligações partidárias que vigoram atualmente nas eleições proporcionais. A atuação da federação deve seguir uma identidade política única e, ao mesmo tempo, respeitar o estatuto de cada partido. Uma das principais diferenças é que as federações unem os partidos pelo tempo de mandato, ao contrário das coligações que costumam ser desfeitas logo após as eleições.

Pelo substitutivo também não há obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. As coligações permanecem autorizadas nas eleições majoritárias.

Cláusula de desempenho
Uma das principais mudanças estabelecidas pela PEC 282 é a definição de um patamar mínimo de votos que um partido precisa ultrapassar para ter direito a recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito à veiculação de propaganda no rádio e na televisão.

De acordo com o substitutivo aprovado na comissão, a partir de 2030, somente os partidos que obtiverem no mínimo 3% dos votos válidos, distribuídos em, pelo menos, um terço dos estados, terão direito aos recursos do Fundo Partidário. Os partidos deverão ainda ter elegido, pelo menos, 15 deputados distribuídos em, pelo menos, um terço dos estados.

O mesmo critério será adotado para definir o acesso dos partidos à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão. A mudança, no entanto, será gradual, começando pelo piso de 1,5% dos votos válidos e 9 deputados federais eleitos nas eleições de 2018 até alcançar o índice permanente de 3% e 15 eleitos em 2030.

Astor Wartchow - Lobos Solitários

Os ataques terroristas realizados em importantes cidades têm tido em comum o fato de que suas autorias foram de iniciativa individual (salvo dois ou tres atentados).
 Estas surpreendentes ações também têm revelado a inovadora e repetida utilização de veículos como meio (arma) de destruição de vidas.
 O Estado Islâmico tem assumido a autoria intelectual dos atentados. O que nem sempre resta verdadeiro e confirmado. Desconfia-se desta dita responsabilidade pela simplicidade dos meios adotados.
 O pensador norte-americano Samuel Huntington (1927-2008) é autor de um importante livro que - de algum modo e parcialmente - explica o que estamos vivenciando, qual seja: a hegemonia mundial de fatores religiosos e culturais.
 Sua obra denominada "Choque de Civilizações"(1996) reafirma um pensamento anterior - do filósofo polones Feliks Koneczny (1862-1949) - que apregoava que os próximos movimentos e conflitos políticos (pós guerra-fria) seriam culturais e nao ideológico-nacionalistas.
 Sem prejuízo desta tese, que parece confirmada, creio que também há de se considerar, para a compreensão dos fatos, a questão da hegemonia ocidental.
 Quer por motivações geopolíticas e econômicas, o ocidente impõe, periodicamente, conceitos culturais, práticas civilizatórias e regimes políticos aos demais povos. Regra geral através de ações prepotentes e arbitrárias, militares quase sempre.
 Relembremos o conceito de imperialismo: é o estabelecimento da soberania política de uma nação sobre povos e territórios estrangeiros. Suas motivações podem ser econômicas, estratégicas e de manutenção de poder e preservação de áreas de influência.
 Entretanto, alguns historiadores julgam superado o debate em torno do imperialismo e sua significação dado o moderno caráter da globalização e seus efeitos gerais e periféricos.
 Vistas estas hipóteses como motivadoras dos atentados, admitamos outra. Não poderia, por exemplo, ser também reflexo dos efeitos globais e instantâneos da moderna comunicação e interação (internet e redes sociais)?
 E que de algum modo demonstram a futilidade comportamental humana, os estados de pobreza insuperáveis e carências de esperança e sobrevivência coletiva e  essencial?
 Consequentemente, os lobos solitários seriam jovens sem esperança, socialmente desintegrados, sem futuro imediato e contaminados por algum tipo de raiva (e inveja?) tocante ao modelo de vida ocidental.
 E, obviamente, recrutados por apóstolos messiânicos!


Morreu o dono da OAS, a dona do triplex de Lula

César Mata Pires, dono da OAS, morreu hoje de infarto. Depois da Odebrecht, a OAS foi quem mais se envolveu com os bandidos do PT e com eles foi quem mais saqueou os cofres da Petrobrás.

Ela era a dona do triplex de Lula.

Notas da política

TEMER ESTÁ GOSTANDO DO GOVERNO
Michel Temer está ingressando no território movediço da imodéstia. Dia desses ele se gabou que, na presidência, fez mais em um ano e um mês do que em 20 anos. Menos, presidente, menos. Parece o Lula de "nunca antes na história deste país". Temer deve conhecer a máxima "elogio em boca própria é vitupério". É do tempo dele.
Temer não é exatamente um governante popular. Vai piorar, se ele acrescer a gabolice entre as razões pelas quais o povo brasileiro não lhe tem o menor apreço.
MUDAR PARA FICAR O MESMO (I)
O PMDB vai se transformar em MDB. Velha ilusão dos políticos em fase de derretimento: mudar o nome do partido para que tudo permaneça como está. É uma ofensa à nossa inteligência. Não precisa mudar de nome. O que precisa mudar são práticas, valores, princípios.
O PMDB podia aproveitar e mudar também de presidente. Você se filiaria a um partido presidido por Romero Jucá?
MUDAR PARA FICAR O MESMO (II)
O PP (Partido Progressista) também está pensando em tirar o "partido" do nome. Passaria a se chamar somente "Progressistas". O partido já foi Arena, PDS, PPR e PPB, agora é PP e será apenas "Progresssistas". Mais ou menos como o DEM (Democratas), que já foi (também) Arena, PP (Partido Popular), PFL.
Nessa batida, em breve nenhum partido político brasileiro se chamará "partido". Não ter o "partido" (como a Rede e o Solidariedade) ou tirá-lo do nome, não trará nenhuma contribuição no plano das ideias ou aperfeiçoará as práticas políticas.
Como no caso do PMDB, é vã tentativa de aparentar novidade no que é velharia e velhacaria.
BONDADE VERMELHA
A socialite Roberta Luchsinger, que é filiada ao PCdoB, vai fazer uma doação em dinheiro, joias e objetos de valor ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no valor de R$ 500 mil reais. É muita bondade, doar a outrem R$ 500 mil. Mas de uma ricaça filiada ao PCdoB tudo se pode esperar. Obviamente, se ela fosse filiada ao DEM não cogitaria de dar dinheiro a ninguém.
Não sei se vai dar certo. O PCdoB pode estrilar e exigir o dinheiro para o partido. E com ordem do Comissariado Central não se brinca. Comunistas têm por norma, quando necessário, expropriar. E expropriam bem mais à vontade camaradas do que estranhos.
Outro problema é que o ato bondoso de Roberta não deixa de ser doação privada de campanha, o que é proibido. E nem o Janot ousará dizer que Lula não está em campanha.
PS: Roberta esqueceu de pagar o condomínio nos últimos meses, e seu débito já monta a R$ 262 mil reais. Atenção, Lula: quem dá calote em condomínio, dá em qualquer um, até em pai da pátria.
PONTO FACULTATIVO
O reitor Ruy Garcia Marques, da UERJ-Universidade do Estado do Rio de Janeiro, atento aos deveres que o acometem, decretou ponto facultativo no dia 08 de setembro, sexta-feira depois do feriado do Dia da Pátria. Professores, funcionários e alunos vão emendar um feriadão. Uma preciosidade. O "ponto facultativo" se estende desde o começo de 2017: A UERJ ainda não teve aulas este ano, por causa da crise financeira.
Coisas assim só acontecem no velho e bom Rio de Janeiro.
titoguarniere@terra.com.br



Reforma política

     O relator da proposta, deputado Vicente Candido (PT-SP), admitiu que vai propor mudanças em seu substitutivo antes da votação, como sobre o volume de recursos do fundo público criado para financiar as campanhas eleitorais. Em vez de 0,5% da receita corrente líquida, equivalente a algo em torno de R$ 3,6 bilhões no ano que vem, o valor seria definido anualmente na lei orçamentária.
-     Além do fundo para o financiamento público das eleições, outro ponto polêmico da proposta são as mudanças na regra de eleição de deputados e vereadores.
-     De acordo com a mudança proposta, deputados e vereadores seriam eleitos pelo sistema majoritário em 2018 e 2020.
-     Em 2022 os deputados contariam com o sistema distrital misto.
-     O sistema majoritário para eleições proporcionais ficou conhecido como "distritão" porque um estado equivaleria a um único distrito.
-     No distrital misto, metade dos representantes eleitos seriam os mais votados nos distritos, com subdivisão a ser definida em lei, e os demais seriam escolhidos por uma lista preordenada pelos partidos políticos.
-     Qualquer item do texto precisa do voto favorável de 308 deputados.

-     A proposta deverá ser votada em dois turnos na Câmara e no Senado.

Reivindicações de Marchezan

Água -  - A obra de drenagem com investimento de R$ 107 milhões beneficiará diretamente 40 mil habitantes, na área localizada entre a avenida Protásio Alves e Assis Brasil. Serão implantados quase 7 mil metros de redes subterrâneas em 15 ruas, ampliando o sistema de macrodrenagem da região, e sete bacias de amortecimento de cheias. A prefeitura também mantém tratativas com o ministério para licitar a construção de sete casas de bombas, no investimento total de R$ 86,9 milhões. As estruturas de drenagem beneficiarão diretamente 300 mil habitantes. 
A programação do prefeito na capital federal incluirá ainda interlocuções com os ministérios da Saúde, Educação, Justiça e Turismo. 

Saúde – A qualificação dos serviços de saúde é uma das tônicas da agenda em Brasília. Depois de estender o horário de duas unidades de saúde até as 22h e beneficiar os cidadãos com 10 mil consultas em menos de seis meses, o prefeito busca avançar etapas para liberação de verbas para os três Pronto Atendimentos (PAs) da Capital – Bom Jesus, Lomba do Pinheiro e Cruzeiro do Sul –, que serão habilitados como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e deverão receber da União R$ 900 mil mensais para custeio dos serviços, somando R$ 10,8 milhões anuais para as três unidades, conforme anunciou em Porto Alegre o ministro da Saúde, Ricardo Barros, em julho. 

Também estão na pauta repasses federais para a reabertura do Hospital Parque Belém com habilitação para leitos clínicos, de UTI, de saúde mental e de longa permanência; a transformação da unidade São Rafael do Hospital Espírita em hospital geral, com 30 leitos de saúde mental, 75 de longa permanência e 14 de UTI; integração e ampliação do atendimento por telemedicina; mutirão para realização de exames de imagem junto ao Hospital Sírio Libanês; e habilitação do Centro de Especialidades Odontológicas para regularizar os repasses mensais de custeio. 

Educação – Com a estratégia de foco no desenvolvimento do aluno e na qualidade do ensino, a prefeitura já implantou avanços como a nova rotina escolar e nomeou 172 novos professores e mais 51 monitores para atuarem na rede municipal. Junto ao Ministério da Educação, agora aguarda liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para investimentos na infraestrutura de atendimento aos alunos: R$ 2,4 milhões para o sistema de alarmes contratado para as 99 escolas municipais; R$ 9,3 milhões para aquisição de computadores e projetores para escolas municipais e conveniadas; R$ 3,1 milhões para equipar as cozinhas da rede municipal e conveniada; R$ 6,9 milhões para substituição do mobiliário utilizado pelos estudantes; além de R$ 195 mil em verbas emergenciais para quatro escolas que tiveram comprometimento grave após os alagamentos registrados no verão.

Segurança – A prefeitura atua desde janeiro com prioridade também na área da segurança pública, assumindo a responsabilidade do Município nas estratégias para reduzir os índices de criminalidade. A integração tecnológica e operacional com Brigada Militar e Polícia Civil já tem resultados concretos como no cercamento eletrônico, com tecnologia de reconhecimento de placas desenvolvida pela Procempa e 32 câmeras monitorando pontos estratégicos da cidade. Após 100 dias, 5,2 milhões de veículos foram monitorados e mais de 100 veículos roubados, furtados ou clonados foram visualizados. O sistema permitiu a recuperação de 19 automóveis.
No âmbito da modernização da Guarda Municipal, a aquisição de viaturas irá reforçar o patrulhamento nas áreas públicas, especialmente no entorno das escolas da rede municipal, das unidades de saúde e em parques e praças.

A compra dos veículos depende da liberação de recursos de emendas parlamentares do deputado federal João Derly (R$ 455 mil para sete veículos) e de Marchezan (R$ 2,2 milhões para 19 viaturas com tecnologia embarcada) enquanto deputado federal. As propostas estão no âmbito da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça.


Turismo – Para tornar realidade a criação do Centro de Eventos em Porto Alegre, a prefeitura aguarda a confirmação do Ministério do Turismo para a destinação de R$ 3 milhões à elaboração dos estudos de viabilidade e projeto básico da licitação que contratará a execução da obra, dos R$ 60 milhões assegurados em termo de compromisso com a União. Os 57 milhões restantes serão aplicados pela prefeitura na construção das estruturas operacionais básicas, como estacionamento para 900 vagas e área de feiras, dentro de uma área total de aproximadamente 40mil m², que receberá por meio de Parceria Público-Privada (PPP) a instalação completa da infraestrutura que caracteriza o Centro de Eventos, como auditório, salas de convenções, espaço de alimentação e hotel. 

O tempo passa e nada muda

O TEMPO PASSA E NADA MUDA

         Desde que eu comecei a entender um pouco das coisas, tenho notado que os presidentes da república se repetem, fazendo exatamente tudo aquilo que criticavam nos seus antecessores.
         Ah, gritarão alguns: mas sempre foi igual!
         Não sei. Eu só comento e falo sobre aquilo que vi, não sobre o que “me dizem”. Afinal, não tenho jeito para agir como papagaio.
         Assim como o “Sassá Mutema”, personagem interpretado por Lima Duarte na telenovela O SALVADOR DA PÁTRIA (Rede Globo, 1989), cada novo presidente que é eleito sinaliza ter uma poção mágica para resolver todos os problemas do país.
         Até parece que não há nada que estes mágicos não saibam corrigir num simples “estalar de dedos”. Como se os problemas tivessem um caminho de fácil solução; e que nasceram e se criaram somente pela incompetência ou pelo desinteresse e má vontade dos antecessores.
         Alguns destes presidentes inclusive chegaram ao poder sem nenhum preparo profissional para, sequer, compreender as dificuldades ou saber medir a verdadeira extensão do estrago que terão que consertar.
         Mas, esta presumida ignorância nunca será obstáculo para que estes “pseudos” mágicos prometam o impossível para solucionar aquilo que muitas cabeças especializadas não conseguiram, pois a mentira e a enrolação é sintoma característico do caráter (duvidoso) destes tipos.
         E há ainda outro “inconveniente” bastante relevante: estes mágicos se cercam de apaniguados que não tem a menor noção (muito menos conhecimento algum) para enfrentar tais problemas. Mas discursam com uma convicção de experts no trato destes temas. Que eles, aliás, não tem a menor competência para solucionar. Nem mesmo uma “vaga ideia”.
         Isto tudo, somado às alianças políticas costuradas com a inacreditável intenção de vender a alma ao diabo (sem nunca entregar, é óbvio) – e realizadas com o único intuito de se eleger – faz com que estes incompetentes mágicos se abracem a velhos companheiros ignorantes que, um dia, lhes foram fieis.  E fazem isso pelo simples receio de entregar a “chave do cofre” para os novos parceiros, oriundos destas alianças espúrias.
         Sem contar, ainda, nas patéticas fantasias que tais mágicos costumam vestir para parecer o que não são (nem nunca foram). Um exemplo bem presente na minha memória é o caso do ex-presidente FHC: de militante esquerdista exilado, passando pela atuação ativa na fundação do beligerante Foro de S. Paulo, posou de liberal para derrotar nas urnas seu “amigo e companheiro” Lula da Silva, a quem não se cansa de proteger.
         Sucessor de figuras carimbadas da estirpe de José Ribamar Sarney e Fernando Collor de Mello, ele (FHC) foi abençoado por um cenário internacional favorável e passou a faixa para o energúmeno Lula da Silva, um bufão que sequer soube aproveitar a “maré” econômica positiva e pôs em marcha um dos maiores (senão o maior!) planos para assaltar os cofres públicos. E tanto fez, que conseguiu transformar velhos e conhecidos delinquentes nacionais em reles ladrões de galinhas.
         Depois dele “caiu de paraquedas” na Presidência da República a erudita Dilma Rousseff, aquele gênio humano que pretendeu mudar a história científica do universo com a patética criação da mulher sapiens e mudou a gramática com o ridículo termo “Presidenta”. O britânico Charles Robert Darwin (o criador da Teoria da Evolução) ainda se remexia no túmulo quando a nossa presidANTA soltou mais uma. Desta vez a pérola das pérolas: “estocar ventos”!
         Quando o Brasil acordou e resolveu manda-la embora, foi substituída por seu vice, logo denominado pelos acéfalos e fanáticos militantes bolivarianos como “golpista”.
         Ora, além do vice (Michel Temer) haver recebido os mesmos 50 e poucos milhões de votos da candidata principal da chapa vencedora da eleição presidencial de 2014, ainda há o amparo constitucional para desmanchar a ideia ridícula da existência de um “golpe”. Que somente encontra eco no livre choro de alguns estúpidos, órfãos do acesso às chaves dos cofres.
         E assim, passa trem, passa boiada, mas a ladroagem explícita nunca tem fim.
         Exatamente como dizia a conhecida propaganda da caderneta de poupança do extinto Bamerindus, no início dos anos 90:

         “O tempo passa, o tempo voa, mas a poupança Bamerindus continua numa boa...”.

Crescimento da taxa de desemprego foi mais forte no Nordeste,

A taxa de desemprego no Brasil atingiu 13,0% no segundo trimestre de 2017, resultado 1,7 p.p. acima do observado no mesmo período de 2016, conforme divulgado ontem pela Pnad Contínua trimestral do IBGE. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, porém, houve queda de 0,3 p.p. da taxa nacional, com ajuste sazonal. Na comparação interanual, houve elevação da taxa de desemprego em todas as grandes regiões. Mais uma vez, destacou-se a região Nordeste, cuja taxa de desocupação passou de 13,2% para 15,8%, enquanto sua massa de rendimentos ficou praticamente estável (+0,2%). A região Norte também apresentou uma elevação expressiva no desemprego, com sua taxa atingindo 12,5%, acompanhada de uma redução de 0,5% de sua massa de rendimentos. No mesmo sentido, a região Sudeste teve aumento de 1,9 p.p. em sua taxa de desemprego, que atingiu 13,6%, enquanto a massa de rendimentos avançou 1,4%. Já no Centro-Oeste e no Sul, a piora da taxa de desemprego foi mais amena (atingiram 10,6% e 8,4% nesta divulgação, ante 9,7% e 8,0% no segundo trimestre de 2016, respectivamente). Além disso, a massa de rendimentos avançou 4,4% na região Sul e 2,7% na região Centro-Oeste. Esperamos uma moderação do ajuste do mercado de trabalho ao longo nos próximos trimestres, com a estabilização gradual da ocupação que, por sua vez, deve responder de forma defasada à recuperação da economia.

Artigo, general Paula Chagas - A depuração da política e da administração pública só depende de nós

Artigo, general Paula Chagas - A depuração da política e da administração pública só depende de nós
Diante da cobrança do cheque sem fundos de centenas de bilhões de Reais emitido durante os governos petistas para “dar a festa” da Copa e das Olimpíadas, financiar sua permanência no poder, o enriquecimento dos seus líderes e de empresários inescrupulosos e a compra do apoio e/ou do silêncio dos incautos, a ralé comunista sai do armário, abre o jogo e vem para o combate direto com as armas de sempre: a mentira, o cinismo, a desfaçatez, o desaforo, o descaramento e tantos outros substantivos do seu arsenal de imoralidades.
Sem qualquer vergonha, propõem ao Congresso artimanhas eleitorais e financeiras – cujo custo pretendem debitar nos já exauridos cofres públicos – para boicotar a renovação de quadros que os dizimará no legislativo e que os deixará nas mãos da “Justiça de Moro” e ao desabrigo do foro privilegiado.
Nas escolas e universidades, os ignorantes e os liberticidas travestidos de “educadores”, ameaçados pelo movimento de pais, professores e alunos municiados pelos argumentos de uma escola sem partido e sem ideologia de gênero, demonstram com violência o que entendem por democracia e o que têm feito com a cabeça dos nossos filhos e netos.
Seguindo à risca a doutrina do mal, eximem-se da culpa de todos os males que causaram ao Brasil como um todo e, em particular, aos 14 milhões de brasileiros desempregados, apostam na ignorância e no mau caráter dos idiotas úteis, que ainda os seguem e apoiam, para ameaçar-nos com o retorno do chefe da quadrilha ao poder e, com ele, a volta do espetáculo da “Morte da Liberdade e da Alma de um Povo” cujo ato final está hoje em cartaz na Venezuela.
A depuração da política, da administração pública e dos demais encargos do Estado e a colocação dessa gente fora do alcance do nosso destino como povo e nação tomará tempo, atenção, engenho, empenho e arte, mas, fazê-lo, só depende da nossa vontade!
Gen Bda Paulo Chagas


STF está pronto para acabar com prisão em segunda instância

TF está pronto para acabar com prisão em segunda instância

Ricardo Noblat
Durou pouco a garantia dada na última segunda-feira pela ministra Cármen Lúcia ao juiz Sérgio Moro de que o Supremo Tribunal Federal (STF) não recuará da decisão tomada no ano passado a favor da prisão em segunda instância.
“Não há nada pautado sobre isso. Não há nada cogitado”, disse Cármen a Moro ao encontrá-lo durante um evento em São Paulo. Pautado ainda não está, mas estará em breve. Cogitado, de há muito que está, e Cármen sabe disso.
O ministro Marco Aurélio Mello anunciou, ontem à tarde, que pretende levar para o plenário do STF a análise do mérito de duas ações que tratam da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância.
O Partido Ecológico Nacional (PEN) e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) são autores das ações que pedem a concessão de medida cautelar para suspender a execução antecipada da pena após decisão em segunda instância.
Em outubro último, por 6 a 5, o STF analisou as duas ações, e manteve a possibilidade de execução de penas – como a prisão – após a condenação pela Justiça de segundo grau. Quer dizer: antes do esgotamento de todos os recursos.
Na ocasião, Marco Aurélio, relator das duas ações, destacou que o tribunal estava decidindo sobre a medida cautelar, e não sobre o mérito delas. Ele votou contra a prisão depois de condenação em segundo instância.
Da mesma forma votaram os ministros Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. O ministro Gilmar Mendes, que votou a favor da prisão imediata, admite agora que votará contra, invertendo o resultado de 6 x 5.
“Nós admitimos que se permitiria a prisão a partir da decisão de segundo grau. Mas não dissemos que ela fosse obrigatória”, argumenta Gilmar. Ele acha que a prisão só deve ocorrer depois do exame de cada caso pelo Superior Tribunal de Justiça.
No julgamento de outubro ainda era vivo o ministro Teori Zavaschi, então relator da Lava Jato no STF. Ele votou a favor da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Assim como o ministro Edison Fachin, que o substituiu como relator da Lava Jato.

O voto que poderá decidir a parada será o de Alexandre de Moraes, que não era ministro em outubro. Era ministro da Justiça do governo Temer. O eventual recuo do STF representará mais um golpe na Lava Jato, como receia Moro.

Lava Jato Gaúcha envolve propinas nas obras do Trensurb

À Operação Lava Jato, o executivo Valter Lana, delator da Odebrecht, detalhou como se deu o pagamento de propina sobre obras da Linha 1 da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. – Trensurb (São Leopoldo – Novo Hamburgo), no Rio Grande do Sul. Lana entregou o nome de ‘Ibanez’, um suposto interlocutor do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), para receber valores.

Paulo Bernardo ‘Filósofo’ teria recebido R$ 934 mil em quatro parcelas entre novembro de 2009 e outubro de 2010. A tabela aponta cinco pagamentos, entre julho e novembro de 2010, no total de R$ 734 mil a Marco Maia ‘Aliado’. Para Marco Arildo ‘Sucesso’, R$ 260.389,00 em quatro parcelas entre julho e novembro de 2010. Foi destinado, segundo o delator, para Humberto Kasper ‘Jornalista’, um pagamento de R$ 38.718,00 em 21 de setembro de 2010.

“Os pagamentos dos gaúchos, Eliseu Padilha, Marco Maia, Marco Arildo e Kasper, foram todos equacionados através do doleiro Tonico. Esses recursos todos eram distribuídos através do Nilton Coelho. Nunca fiz entrega. Acho eu, tenho certeza que o Nilton se relacionava com os três para entregar esses… Não foi ele que combinou, mas foi ele que fazia”, declarou.

“No caso do Eliseu Padilha, o que eu posso dizer é o seguinte: não era também, mas Nilton entregava para uma pessoa de nome Ibanez. Ibanez trabalhava com ele no escritório político, não sei se trabalha, acho que trabalha até hoje.”

O Ministério Público Federal quis saber se Eliseu Padilha indicou ‘essa pessoa Ibanez’.

“Sim, acho que devia ser uma pessoa de confiança. Eu não posso afirmar se foi só ele, mas ele eu tenho certeza que era a pessoa que Nilton chegou a comentar comigo que tinha estado com Ibanez. Como a turma não me reclamava, entendi que estava tudo ok”, declarou.


“Quem lhe falou o nome dessa pessoa foi o próprio Eliseu Padilha?”, questionou o Ministério Público Federal.

Lava Jato Gaúcha

A Polícia Federal considerou ontem que a deflagração da Operação Ético,derivada da Operação Xepa, resultará numa Lava Jato Gaúcha.

As buscas e apreensões feitas ontem em Porto Alegre, visaram sobretudo empresas e escritórios do empreiteiro Athos Cordeiro e do seu irmão, o doleiro Tonico, no caso Antonio Albornoz Cordeiro. Duas entidades dos empreiteiros gaúchos, Areop e Sicepot, também estão sob investigação.Athos foi presidente de ambas.

O caso tem origem na delação da construtora Odebrecht. Ela revelou que  destinou 1 milhão de reais em espécie ao ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha em Porto Alegre. De acordo com delatores da empreiteira, esses recursos foram operados pelo doleiro gaúcho Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro, conhecido como “Tonico”.


Em depoimento sigiloso prestado na Operação Lava-Jato, Tonico  confirmou que fazia transações escusas com a construtora. O doleiro também contou aos investigadores que, em meio às eleições de 2014, recebeu em seu escritório, em Porto Alegre, um “senhor alto, com idade aproximada de 55/60 anos e totalmente grisalho”.  Essa pessoa não se identificou. Disse apenas a senha “Angorá” para retirar 1 milhão de reais.

Operação Lava Jato: executivos da empreiteira Mendes Júnior têm pena aumentada

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) concluiu hoje (16/8) o julgamento da apelação criminal do núcleo da empreiteira Mendes Júnior nos autos da Operação Lava Jato. A 8ª Turma confirmou a condenação e aumentou as penas do ex-presidente da empresa Sérgio Cunha Mendes e dos executivos Rogério Cunha Pereira, Alberto Elísio Vilaça Gomes e João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado.
Prevaleceu o voto médio do revisor das ações da Operação Lava Jato no tribunal, desembargador federal Leandro Paulsen.
A decisão também aumentou a pena do dono da corretora Banval, Enivaldo Quadrado, e retirou a litispendência do processo de Waldomiro de Oliveira, condenando-o. Alberto Youssef teve a suspensão do recurso de apelação afastada e poderá recorrer, passando a partir da intimação a correrem os prazos para a defesa.
As penas foram aumentadas baseadas na culpabilidade negativa e nas circunstâncias do crime de associação criminosa. Além disso, foi reconhecido o concurso material entre o crime de corrupção relacionado aos contratos da Comperj e os demais crimes de corrupção, com relação aos quais foi mantida a continuidade delitiva, como na sentença de primeiro grau. No concurso material, os crimes de mesma natureza deixam de ser considerados como um só e passam a ser somados.
Penas
Sérgio Cunha Mendes: condenado pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A pena passou de 19 anos e 4 meses para 27 anos e 2 meses de reclusão;
Rogério Cunha de Oliveira: condenado pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A pena passou de 17 anos e 4 meses para 26 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão;
Alberto Elísio Vilaça Gomes: condenado por corrupção ativa e associação criminosa. A pena passou de 10 anos para 11 anos e 6 meses de reclusão;
João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado: condenado por lavagem de dinheiro. A pena passou de 2 anos e 6 meses para 3 anos, 4 meses e 25 dias a ser cumprida em regime inicial aberto;
Enivaldo Quadrado: condenado por lavagem de dinheiro. A pena passou de 7 anos e 6 meses para 10 anos de reclusão;
Waldomiro de Oliveira: teve a litispendência que havia deixado de o condenar neste processo afastada pelo tribunal e ele foi condenado a 5 anos, 7 meses e 15 dias a ser cumprido em regime incial semi-aberto;

Alberto Youssef: teve afastada a suspensão do recurso e ganhou o direito de apelar neste processo.

- Deflação do IGP-10 em agosto reforça a expectativa de que a tendência desinflacionária persistirá nos próximos meses

- Deflação do IGP-10 em agosto reforça a expectativa de que a tendência desinflacionária persistirá nos próximos meses
Em linha com as divulgações anteriores, o IGP-10 continua a indicar cenário favorável para a inflação nos próximos meses. O índice recuou 0,17% em agosto, de acordo com os dados divulgados há pouco pela FGV, abaixo da nossa projeção e da mediana das expectativas dos analistas do mercado, que apontavam para queda de 0,05%. A deflação menos acentuada do que a observada em julho, quando tinha recuado 0,84%, foi explicada pelo avanço tanto dos preços de produtos agrícolas como dos industriais no atacado. Os preços dos produtos agropecuários passaram de uma queda de 2,52% em julho para outra de 1,56% em agosto. O IPA industrial recuou 0,04% neste mês (ante variação negativa de 0,90% na leitura anterior), refletindo o avanço do minério de ferro. O IPC, por sua vez, mostrou alta de 0,34% no período, ante queda de 0,17% no mês passado, impactado pelo aumento dos tributos sobre combustíveis. Por fim, o INCC desacelerou, ao passar de uma elevação de 0,62% em junho para outra de 0,27% em julho. Com esse resultado, o IGP-10 acumulou deflação de 1,7% nos últimos doze meses, ante recuo de 1,4% na leitura anterior. A surpresa baixista sustentou o cenário favorável para os preços ao consumidor nos próximos meses.

Análise - Crescimento das vendas do varejo em junho indica estabilização do PIB à frente

Análise - Crescimento das vendas do varejo em junho indica estabilização do PIB à frente

As vendas do varejo cresceram na passagem de maio para junho, reforçando nossa expectativa de retomada da atividade econômica nos próximos trimestres. Nesse sentindo os indicadores antecedentes e coincidentes já conhecidos sinalizam estabilidade do PIB à frente. Para o segundo trimestre, no entanto, continuamos a esperar uma contração da atividade econômica em reflexo principalmente ao desempenho do setor de serviços. As vendas reais do comércio varejista restrito avançaram 1,2% entre maio e junho, descontados os efeitos sazonais, de acordo com o divulgado ontem pelo IBGE. Na comparação interanual, as vendas subiram 3,0%, mas acumulam queda de 3,0% nos últimos doze meses. A receita nominal apresentou desempenho positivo, com ganho de 0,8% ante maio, na série com ajustes sazonais. Setorialmente, seis dos oito segmentos pesquisados registraram expansão na margem em junho. O resultado positivo do mês foi impulsionado pelas altas de 5,4% das vendas de tecidos, vestuário e calçados, que reverteram parcialmente a queda de 8,5% em maio. Também merecem destaque as expansões verificadas no comércio de moveis e eletrodomésticos e de livros, jornais, revistas e papelaria, de 2,2% e 4,5%, respectivamente. Por outro lado, as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo recuaram 0,4%. O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que também considera os segmentos de veículos e materiais de construção, cresceu 2,5% na margem, na série dessazonalizada. Ainda assim, as vendas de veículos e motos, partes e peças apresentaram crescimento de 3,8%, e as de material de construção subiram 1,0% no período. Em relação ao mesmo mês do ano passado, as vendas do comércio ampliado avançaram 4,4%. Por fim, com base nos indicadores já conhecidos, esperamos ligeira queda das vendas do varejo em julho.

Artigo, Tito Guarniere - Michel Temer vai cair

Artigo, Tito Guarniere - Michel Temer vai cair
Às vezes me perguntam como eu escolho o tema do meu artigo semanal. Não tenho resposta pronta. A escolha pode recair sobre o assunto da hora, uma declaração de autoridade, uma estatística, um fato supérfluo. Assuntos nunca faltam, embora tenham perdido um pouco a graça depois que Dilma Rousseff deixou a presidência e ficamos nós todos, brasileiros, sem suas tiradas antológicas. Mas Dilma é carta fora do baralho e não dá para botar a pasta de dente de volta no dentifrício.
Um bom método é buscar a outra face da moeda corrente do noticiário. Você não precisa ser um colunista como João Pereira Coutinho, da Folha, ou como J. R. Guzzo, de Veja, mas ao menos, se for escrever, prefira uma abordagem original. Se é para escrever e concordar com o que todos estão dizendo, para que escrever? Nestes tempos de carne fraca, JBS, Batistas, Friboi, é preciso evitar a tentação de seguir a manada.
É mais instigante procurar os furos da versão dominante, e explicitá-los, de modo a levar os possíveis leitores a raciocinar, embora essa prática não seja muito eficiente e pode até mesmo ser perigosa. Por exemplo, se você decidir elogiar Gilmar Mendes, tome cuidado de fazê-lo com moderação. Vocês sabem: Mendes é espontâneo, diz o que sente, não faz média, sabe do que fala, costuma ter bons argumentos, é corajoso e inteligente. Como tolerar um sujeito desse?
Não aconselho mexer com Moro, Janot e Dallagnol. São heróis, instituições nacionais, e qualquer crítica que se faça a eles, só pode ser porque está querendo acabar com a Lava Jato e livrar a cara dos corruptos. Sabem como é: heróis não tropeçam, não bocejam em público, não cometem erros, são perfeitos. Príncipes, é o que são.
Com Temer é o inverso. Temer, vocês sabem, o vampiro, o mordomo de filme de terror, o golpista. Para arrancar aplausos fáceis da galera basta diuturnamente fulminar Temer. Acho que ele merece: nunca segue o script que lhe dão. Afinal, ele deveria ter renunciado depois das gravações de Joesley Batista, mas ficou na dele. A Reforma Trabalhista era para ser rejeitada no Senado, mas deu zebra e o governo venceu. Era para ter perdido na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara - a Globo conseguiu emplacar até o relator, Sérgio Sveitzer, para dar um parecer contra Temer - mas ele venceu.
Não era para ter quórum na sessão plenária da Câmara que iria analisar a denúncia de Janot. Mas compareceram 490 deputados, que bateram o ponto e lhe deram uma vitória folgada. Vitória, eu falei? Engano. Temer é uma exceção da regra que os números não mentem. Temer agora encolheu, ficou menor, é refém do Congresso, não aprova mais nada. Temer está destituído mas ainda não sabe, segundo a versão dominante.

O problema de todas essas projeções das Organizações Globo, de uns tantos jornalistas, de grande parte da mídia, é que nenhuma delas deu certo. Mas a turma não perde a pose, continua apostando alto na queda do teimoso. Pode ser. Mas também pode não ser. Como ironiza o já citado J. R. Guzzo: "A população brasileira (no dia 31/12/2018) receberá mais ou menos a seguinte informação: Caiu Michel Temer!"

Para ser de esquerda não precisa ser cúmplice.

Para ser de esquerda não precisa ser cúmplice.
Passei os olhos no jornal na Segunda ...e nada. Olhei na Terça...e nada. Procurei hoje e tampouco achei qualquer manifestação da esquerda brasileira sobre a tragédia que seus aliados provocaram na Venezuela. Silencio. 
No Domingo, em uma eleição cívica não oficial que passou por cima de barreiras policiais e paramilitares, 7,1 M de venezuelanos votaram contra o governo. Esse número é maior do que o atingido no auge das manifestações pelo impeachment no Brasil. 
7,1M na Venezuela cuja pop. total é de 31,1 M, equivale a 50M no Brasil. 
A sociedade Venezuelana pôs um número na escala da rejeição ao regime. E deu um show de democracia explícita contra a sordidez da violência e da humilhação pela miséria imposta a ferro pelo chavismo.
Por isso, não me surpreenderei se o Lula ou outro prócer fizer um mea culpa que poderia ser assim: "Errei ao imaginar que um coronel boquirroto e com interesses obscuros pudesse construir uma alternativa democrática em um país com tantos potenciais quanto a Venezuela. Tenho que admitir que apoiei um desastre e que errei feio ao fazê-lo. Peço desculpas ao povo venezuelano e me coloco a disposição para ajudar a reparar meu erro."
Colocando nossos parti pris a parte, não seria um gesto civilizado a ser reconhecido mesmo por que quem torce pelo Lula na cadeia?