STF tenta abrir caminho para ir até a jugular de Bolsonaro

Eu publiquei no meu blog polibiobraga.com.br o inteiro teor da entrevista que o senador Flávio Bolsonaro concedeu hoje sobre os 3 julgamentos de presos políticos, ontem, no STF.

Anoto duas constatações feitas pelo senador, que vão na mesma direção do que comentei aqui mesmo, quando o julgamento do 3o preso político ainda nem tinha terminado:

1) Penas extremamente pesadas, maiores até do que a que ocasionou a prisão de Lula da Silva como um dos maiores corruptos e corruptores da história do Brasil, no caso 12 anos e seis meses. No caso dos 3 réus, as penas foram a até 17 anos, com 15 anos em regime fechado.

2) A condenação por 5 crimes diferentes um do outro, aliás, 2 deles da mesma natureza, os mais graves: golpe de Estado e abolição do estado democrático de direito. Como se percebe, são casos redundantes.

Mas não é isto que importa analisar neste momento.

O correto é fazer o que fez o senador Flávio Bolsonaro, ou seja, é preciso investigar o que está por trás das decisões do julgamento feito pelo STF, porque ela encorpa uma narrativa que desde janeiro tentam colar na testa de Bolsonaro e de quem o apoia,  na verdade uma fala inventada, fantasiosa, que pouco tem a ver com a realidade, mas que sustenta a repressão política.

Trocando em miúdos, 2 pontos:

1) Ao impor condenações por golpismo e manifestantes de rua, o STF quer abrir caminho jurídico e midiático direto para alcançar aqueles que a Corte quer identificar como organização golpista, seus financiadores e o líder, portanto Bolsonaro.

2) Ao impor penas tão pesadas, o STF quer dar o exemplo - mostrar que agirá com mão pesada contra qualquer um que botar a cabeça de fora para confrontá-lo. 

É um processo altamente intimidatório.

Terá efeito ?

O fato é que vale a pena fazer uso do que ainda resta de fímbrias de liberdade desta protoditadura da toga e aprofundar ações de enfrentamento legal, pacíficos, visando impedir que o autoritarismo em curso completo seu ciclo de horror ditatorial.

De que modo ?

É claro que usando com cada vez mais intensidade as redes sociais, como volta a ocorrer neste momento, mas acionando com força dois outros instrumentos vitais de ação política, no caso: 1) Pressão sobre o Senado para que contenha o andar da carruagem do STF, já que só o Senado, constitucionalmente, pode fazer isto. É preciso muito mais pressão política, mediante o uso de todas as ferramentas legalmente existentes. 2) Vencendo o medo e voltando às ruas, porque só o bafo quente da maioria ruidosa emociona de verdade os nossos deputados, senadores e políticos em geral. 

A melhor oportunidade para voltar às ruas é com certeza o 15 de novembro.

Não se iludam.

Só ficando no conforto da nossa casa, olhando os corajosos jornalistas do Oeste sem Filtro ou dedilhando mensagens calorosas pelas redes sociais, não resolveremos nada.

Neste julgamento político do STF, ao fim e ao cabo, o que eles visam é chegar de qualquer modo até a jugular de Bolsonaro e manter todos nós no sossego da manjedoura.

Mugir não é coisa para humanos.

A causa atual é pela liberdade e contra a ditadura da toga.