Grêmio e o populismo instalado

Por Facundo Cerúleo

 

O Grêmio "faz água" no campeonato. Ninguém com juízo afirma que ele não vai afundar. E ninguém com juízo ignora que o Grêmio tem plantel para brigar pelas primeiras posições. Então, como se explica isso?

Em 2023, o título de campeão brasileiro caiu no colo do Grêmio. E foi jogado no lixo. Se houvesse obtido apenas mais 2 pontos se igualaria ao Palmeiras, mas venceria nos critérios de desempate. Teria sido campeão!

Quantos pontos o Grêmio perdeu para os lanternas em 2023? Quantas vezes foi mal-escalado? Quantas vezes, em plena Arena, entregou o jogo para times inferiores? Quantas vezes até a rastejante imprensa reconheceu falta de articulação entre defesa e linha média? Quantas vezes ele só foi salvo graças à genialidade de Suárez? Muitas, muitas, muitas vezes! Só uma burrice a menos e seria campeão de 2023. Não foi! Sobrou burrice!

No entanto, apesar de todas as evidências, uma parcela da torcida - manipulada por uma crônica inqualificável - cultua a personalidade do igualmente inqualificável treinador, responsável por jogar fora uma oportunidade. Você fala que o título de 2023 foi jogado no lixo e lá vem o argumento vagabundo: "oh, Portaluppi pegou uma equipe vinda da 2ª divisão e foi vice."

Quem criou esse personalismo barato foi Romildo Bolzan. Foi ele que, palavras suas, entregou a chave do vestiário para o amadorismo de Renato Portaluppi. Fez mais! Foi pior!

Bolzan fez uma excelente gestão no primeiro mandato como presidente, pondo em ordem as finanças do clube, que estavam em situação lamentável. Foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores. Teve reconhecimento. E ficou muito popular. Aí, político que é, acreditou que poderia virar governador do Rio Grande do Sul. E começou a usar o Grêmio em sua ambição política. Por exemplo, mostrando que não tem cultura democrática, deu jeito de mudar o estatuto do clube para poder candidatar-se a um terceiro mandato. Depois, acreditando que Portaluppi seria o seu grande cabo eleitoral, fez dele o dono do clube. Nem vou falar da idiotice da estátua. Bolzan rebaixou o Grêmio em 2021 e enterrou o projeto de governador. Quer dizer, por enquanto: com tanta gente maluca e sem memória...

Bolzan colocou Portaluppi acima do Grêmio, permitindo que ele se meta em todos os assuntos do clube. E, ajudado por uma imprensa esportiva que só sabe conjugar o verbo "monetizar", criou a "narrativa" para a massa acreditar na falsa genialidade do treinador, instituindo uma espécie de peronismo de chuteiras - que continua aí, atrasando a vida do Grêmio.

Explico aos mais moços. O peronismo, expressão maior do populismo no continente, desgraçou a Argentina. Aquele país era uma referência mundial de riqueza, educação, elegância e prosperidade. O peronismo fez da Argentina um retrato do atraso. Claro, um clube, o Grêmio é muito menor do que um país. Mas o que acontece com ele agora é parecido com a desgraça argentina

Lá, apesar do rebaixamento do país, muitos idiotas ainda acham que o corrupto Perón foi um pai para os pobres. Aqui, apesar de o Grêmio não ter ganhado - nem vai ganhar - nenhum título expressivo depois que se desmontou a equipe formada por Roger Machado (e tudo ficou nas mãos do "gênio"), parte da torcida ainda acha que só Portaluppi é capaz de conduzir o time, o amadorismo que custa cerca de R$ 2 milhões por mês.

Em 2019, falei que, enquanto Renato Portaluppi fosse o treinador, o Grêmio não ia ganhar nenhum título de expressão. Tudo se confirmou. Agora vou além: não vai ganhar nem o regional daqui para frente.

Mas, quando a situação ficar insustentável, Portaluppi (o invicto) vai cair fora para que outro leve a culpa do desastre.

O plantel do Grêmio atual tem qualidade para estar entre os primeiros do campeonato. No entanto, a equipe não consegue afastar-se da zona do rebaixamento. E a cada desastre, lá vem o invicto com desculpas esfarrapadas. E a direção... E a crônica...

A menos que ocorra um milagre - e eu não acredito em milagres, só em competência e muito trabalho -, o Grêmio - que jogou no lixo o título de 2023, o que poderia, quem sabe, ser o início de um novo padrão - jamais voltará a ser campeão brasileiro. Já não tem cacife para suplantar os clubes que hoje estão profissionalizando a gestão. De que tamanho vai terminar o Grêmio eu não sei. Sei que está fazendo tudo para encolher.

O que falta ao presidente Alberto Guerra para reverter a herança maldita do Romildo Bolzan: coragem ou lucidez? Ou será outra coisa?


O senhor Elon Musk e seu criado Alexandre de Moraes

Aparentemente falta muito pouco para que os 20 milhões de brasileiros que usam o X possam utilizá-lo novamente - e sem medo de represálias por parte do ministro Alexandre de Moraes.

Hoje, foi possível conhecer outra decisão que atrasa o retorno do X, porque Moraes, sempre ele, quer que o X acoste mais documentos cartoriais para comprovar que tem fundamento legal e registro jurídico a indicação feita pela rede social X, que informou ter enviado, nesta sexta-feira,  ao Supremo Tribunal Federal (STF), o nome da advogada Rachel de Oliveira Villa Nova para atuar como representante legal da empresa no país. O envio foi feito para cumprir a determinação do ministro Alexandre de Moraes, que deu prazo de 24 horas para a empresa comprovar a reativação da representação no Brasil. O prazo terminou às 21h29. Agora, o novo prazo é de 5 dias.

Esta decisão cumpre uma das duas principais exigências feitas par que o X volte a operar no Brasil.

A outra exigência também foi cumprida, no caso o X também censurou os perfis de lideranças da oposição, jornalistas e comunicadores, também críticos do STF, atendendo decisão do ministro.

Como se sabe, uma terceira exigência foi o pagamento de multa milionária, já realizada por confisco.

Caso Moraes não imponha mais condições repressivas, o X poderá voltar a operar no Brasil.

Elon Musk recuou de cabo a rabo e está nas mãos de Moraes ?

Nós, que usamos o X, estaremos permanentemente sob censura ?

São perguntas que foram respondidas pelo próprio Elon Musk, na conversa que teve por meia hora com o deputado federal goiano Gustavo Gayer.

O resumo da fala de Musk a Gayer é este:

 Elon Musk disse que o recuo é tático e que continuará trabalhando para impor sanções a Moraes.

Eu já disse que esta guerra movida por Elon Musk é uma guerra de desgaste.

Esta semana mesmo, ele surpreendeu o mundo ao disponibilizar o X para os 20 milhões de usuários brasileiros, mesmo estando proibido.

Ele desnorteou Alexandre de Moraes. 

Vou resumir novamente o que Elon Musk explicou ao deputado bolsonarista:

Sobre o retorno surpreendente do X, quarta-feira, que já não está novamente disponível:

- Segundo Musk, o retorno foi para manter vivo o algoritmo da plataforma, alojado, agora, em ponto inacessível a qualquer decisão de cancelamento, mas isto foi apenas algo provisório.

- Segundo Musk, o atendimento das ordens de Moraes (censura a perfis de desafetos de Moraes e nomeação de representante legal no Brasil) é um movimento tático para permitir que o X retorne ao Brasil.

O dono do X avisou que não bateu em retirada e que continuará fustigando Alexandre de Moraes, até derrotá-lo por completo.

Par isto, prosseguirá: 1) Resistindo a ordens ilegais de censura a oposicionistas. 2) Trabalhando no Congresso dos Estados Unidos para cassar o visto de Moraes e dos ministros do STF. 3) Alcançando informações sensíveis para que o jornalista Glenn Greenwald prossiga surpreendendo Moraes com revelações comprometedooras sobre ações ilegais oriundas do seu gabinete. 4) Apoiando os congressistas e o povo brasileiro que batalha par que o Senado casse o mandato de Moraes.

.......

Este é o resumo da ópera que eu posso fazer neste momento, mas é melhor que vocês me acompanhem no meu blog polibiobraga. com.br, porque é nele que atualizo tudo sobre essa guerra de desgaste que o X move contra Alexandre de Moraes, pelo menos até que o X vença a última batalha, porque só ela garantirá a nossa liberdade, com ênfase para a nossa liberdade de expressão.


Revisão da vida toda

 A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta sexta-feira (20) dois recursos contra a decisão da própria Corte que derrubou a possibilidade de revisão da vida toda de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso é julgado pelo plenário virtual.

A informação é da Agência Brasil. 

Leia a reportagem completa:


O placar da votação é de 7 votos a 1 pela rejeição dos recursos apresentados pelo Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).


Além do relator, ministro Nunes Marques, os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso votaram para negar os recursos.


O único voto favorável aos aposentados foi proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu que o STF já decidiu validar a revisão da vida toda. Faltam três votos. 


O julgamento virtual será finalizado na sexta-feira (27).


Entenda

Em março deste ano, o Supremo decidiu que os aposentados não têm direito de optarem pela regra mais favorável para recálculo do benefício. O placar do julgamento foi de 7 votos a 4.


A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável à revisão da vida toda. A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os aposentados ganharam o direito à revisão.


Ao julgarem constitucional as regras previdenciárias de 1999, a maioria dos ministros entendeu que a regra de transição é obrigatória e não pode ser opcional aos aposentados.


Antes da nova decisão, o beneficiário poderia optar pelo critério de cálculo que renda o maior valor mensal, cabendo ao aposentado avaliar se o cálculo de toda vida pode aumentar ou não o benefício.