Artigo, J.R. Guzzo, Gazeta do Povo - A casa caiu: foi o próprio governo Lula que armou a baderna do 8 de janeiro

A verdade começou, finalmente, a aparecer. Depois de três meses de esforços desesperados, por parte do presidente Lula, do seu sistema de apoio e do Supremo Tribunal Federal, para esconder essa verdade da população, a casa caiu e os fatos vieram à luz do dia. Não demorou, quando se pensa com alguma frieza sobre o assunto; eles queriam ocultar essa verdade para sempre, e não conseguiram aguentar muito mais que 90 dias. Também foram incompetentes, pois seu grande plano não deu certo. Não há dúvida nenhuma, enfim, sobre o que houve.


As imagens gravadas, e publicadas no maior furo jornalístico da CNN desde que iniciou as suas atividades no Brasil, mostram o general Gonçalves Dias, homem da confiança pessoal de Lula, em atitude de colaboração com os invasores que vandalizaram o Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. A “tentativa de golpe” e os “atos terroristas” contra os edifícios dos Três Poderes em Brasília foram feitos com a participação, ou com o incentivo, ou com a cumplicidade, de agentes do próprio governo. É por isso que Lula e o PT passaram os últimos meses lutando com tanta ferocidade para impedir a CPMI que a oposição quer abrir – e agora vai abrir – sobre o que realmente aconteceu naquele dia.


Não estamos diante de mais um “equívoco”, uma “avaliação errada”, ou um “acidente”. O que está se vendo, com provas, é um ataque direto à democracia. 


Desde o começo essa história toda pareceu esquisitíssima. Tentativa de “golpe militar”? Não poderia ser: as Forças Armadas estavam a favor de Lula e contra os manifestantes – a prova é que mentiram para eles e se juntaram à polícia para enfiar na cadeia quem estava na frente dos quartéis em Brasília. É o exato contrário: as imagens gravadas mostram um general do Exército, e chefe supremo dos serviços de segurança do governo, circulando passivamente no meio dos invasores, enquanto seus subordinados ofereciam a eles cortesias e garrafas de água. Os crimes cometidos no dia 8 de janeiro não interessavam à oposição, nem “ao Bolsonaro”. Serviam apenas para Lula se fazer de vítima e jogar a mídia numa frenética tempestade de denúncias contra a “direita” – e a favor da repressão cada vez mais ilegal que o STF, transformado em delegacia de polícia, faz contra os acusados em seus inquéritos.


Com a revelação da verdade, até agora escondida como um segredo de Estado, as coisas se explicam: foi o próprio governo, com a participação direta de militares que estão ao seu serviço e juram todos os dias que defendem a “legalidade”, quem armou a baderna do 8 de janeiro. Está provado no mínimo que foi omisso, não fez nada para evitar as invasões (embora soubesse com antecedência que elas iriam acontecer) e tinha um efetivo ridículo para cumprir o seu dever de defender os edifícios atacados. Dá na mesma, em termos práticos.


Os crimes cometidos no dia 8 de janeiro não interessavam à oposição, nem “ao Bolsonaro”. Serviam apenas para Lula se fazer de vítima. 


Tudo fica ainda mais claro quando se verifica que o general foi demitido do cargo no dia em que a CNN publicou os vídeos. Se não fez nada de errado, por que raios foi demitido? E se era culpado, o que estava fazendo dentro do Palácio do Planalto durante esse tempo todo? Não há saída para isso; é xeque-mate. O governo, o PT e os seus militantes na mídia, como fazem em 100% de histórias como essa, desde o primeiro flagrante em que Lula foi pego, estão tentando dar a desculpa sempre absurda de que ele “não sabia” de nada. Se não sabia, por que passou quase todo o seu governo lutando de modo tão furioso para impedir a CPMI? Vendeu cargos, fez ameaças, usou o presidente do Senado como um serviçal para violar prazos e deveres legais, na tentativa de enterrar a comissão. Agora, depois dos vídeos, quer fugir. Não convence uma criança de dez anos de idade.


Tão mal quanto Lula, seu governo e os militares fica o STF. O ministro Alexandre Moraes, no momento mais destrutivo que a Justiça brasileira já viveu em sua história, prendeu 1.400 pessoas pelas invasões em Brasília, mantém até hoje 200 delas encarceradas e começou um espantoso julgamento dos acusados por “lotes” de 100 ou 200 pessoas de cada vez – coisa que simplesmente não existe em nenhuma lei conhecida no mundo. Os advogados, para efeitos práticos, estão impedidos de defender os seus clientes. Pessoas que nem estavam no local dos crimes foram presas, são obrigadas a usar tornozeleiras e já cumpriram – antes mesmo de serem julgadas – mais da metade da pena máxima prevista para o delito de que são acusadas. 


Muitos fizeram exatamente o que o general Gonçalves Dias foi flagrado fazendo – deram um passeio pelo Palácio do Planalto, com bandeira do Brasil nas costas, no dia 8 de janeiro. Na injustiça mais escandalosa de todas, o ex-secretário de Segurança de Brasília, que estava nos Estados Unidos no dia dos crimes, está preso há três meses – e o general de Lula, que estava dentro do palácio, está solto, ou esteve solto durante esse tempo todo.


Como sustentar, por três minutos, que alguma coisa dessas seja legal? Como sustentar, sequer, que sejam lógicas? O ministro Alexandre, como Lula, também vai dizer que “não sabia” dos vídeos, nem das omissões, nem de nada? Não estamos, como diz a maioria da mídia, diante de mais um “equívoco”, uma “avaliação errada”, ou um “acidente”. O que está se vendo, com provas, é um ataque direto à democracia.


J.R.Guzzo é jornalista. Começou sua carreira como repórter em 1961, na Última Hora de São Paulo, passou cinco anos depois para o Jornal da Tarde e foi um dos integrantes da equipe fundadora da revista Veja, em 1968. Foi correspondente em Paris e Nova York, cobriu a guerra do Vietnã e esteve na visita pioneira do presidente Richard Nixon à China, em 1972. Foi diretor de redação de Veja durante quinze anos, a partir de 1976, período em que a circulação da revista passou de 175.000 exemplares semanais para mais de 900.000. Nos últimos anos trabalhou como colunista em Veja e Exame.

Renúncia do presidente da Agergs põe em xeque o governo Eduardo Leite

 A Comissão de Serviços Públicos da Assembleia ouvirá Senna. Ele cumpria mandato na qualidade de presidente reeleito.

A renúncia do ex-presidente da Agergs, Luiz Fernando Senna, que saiu atirando contra as ilegais intromissões do governador Eduardo Leite sobre a agência de regulação, não ficará por isto mesmo.

É caso de investigações por parte do MPE, TCE do RS e Assembleia Legislativa.

E não é ação que mereça atenção apenas da oposição de esquerda e de direita.

Em meio a denúncias de que há mau cheiro no processo de privatização da Corsan, arenúncia de Senna não pode ser ignorada.

O ex-presidente da Agergs é uma das autoridades mais respeitadas do meio acadêmico e técnico do RS.

CLIQUE AQUI para recuperar o teor das denúncias do engenheiro. O material é de Zero Hora
CLIQUE AQUI para saber como foi a sabatina de Senna por parte dos deputados da Assembleia.

Artigo, J.R. Guzzo, Gazeta do Povo - Em busca do retrocesso perpétuo

Lula, o PT e a esquerda têm de segurar o Brasil na miséria, na ignorância e no atraso; ou é desse jeito, ou não existem. É daí que vêm os votos que lhes permitem estar no governo


As coisas no Brasil de hoje, e na maior parte destes anos 2000, ficam mais fáceis de entender se você partir de uma constatação básica: o programa de destruição que Lula, o PT e a esquerda vêm aplicando contra a população brasileira quando estão no governo tem um método. Não é apenas a roda da fortuna e do azar, que trazem para os países subdesenvolvidos, junto com a maré enchente e a maré vazante, a incompetência, a desonestidade orgânica e a pirataria do dinheiro público — as marcas mais óbvias dos quase 14 anos em que eles estiveram na presidência da República. O Brasil, certamente, deu azar nesse período. Foi governado por gente integralmente inepta, sem qualquer qualificação para dirigir sequer um carrinho de picolé — a começar pelo próprio Lula, o mais exibido de todos na sua incompetência sem cura. Mais: foi governado por parasitas que nunca trabalharam na vida, não de verdade; passaram suas existências simulando atividade no serviço público, na universidade ou em coisas assim, mas nunca foram capazes de produzir um único parafuso. Sua obsessão, o tempo todo, foi arrumar empregos bem pagos (empregos, não trabalho) na máquina estatal, onde estão até hoje, aos milhares e para sempre. Mais do que tudo, roubaram como nunca se roubou no Brasil ou no mundo — comandaram o maior sistema de corrupção jamais visto na história humana, provado na justiça com confissões, documentos e devolução voluntária de dinheiro roubado. Tudo bem: você está cansado de saber que é assim. O problema é que a soma de tudo isso não é o pior. O pior é que o Sistema Lula age desta maneira porque não pode agir de outra — se fizer diferente do que tem feito vai cair morto, direto, e o instinto de sobrevivência simplesmente não admite que isso venha a acontecer.


Lula perdeu em todos os Estados brasileiros, sem falhar um, onde há mais progresso e menos pobreza; ganhou em todos os Estados, também sem falhar um, onde há mais subdesenvolvimento e mais miseráveis


Pode até não ser uma coisa consciente, ou não ser consciente o tempo todo, mas o fato da vida real, provado pela observação objetiva das realidades concretas e visíveis, é que Lula, o PT e a esquerda precisam fazer, o tempo todo, o pior governo que for possível — só assim, e de nenhum outro modo, conseguem se manter vivos. É muito simples. Lula, o PT e a esquerda, obrigatoriamente, têm de segurar o Brasil na miséria, na ignorância e no atraso; ou é desse jeito, ou não existem. É daí que vêm os votos que lhes permitem estar no governo — ponto final. Na verdade, Lula não admite nem mesmo que o país fique parado. Exige, o tempo todo, que ande para trás e que se crie mais pobreza; se não fosse assim, pela exploração direta do eleitorado mais miserável, ele não seria ninguém até hoje. Não se trata propriamente de crueldade intencional ou de satisfação em ver as pessoas sofrerem, embora os resultados das suas ações sejam integralmente perversos. O que condena o Sistema Lula a fazer o que faz é a lógica mais elementar — sem pobreza a esquerda brasileira morre. Precisa da miséria como os seres vivos precisam de ar; o progresso, de qualquer tipo, é uma tragédia para Lula e tudo o que tem em volta de si. Reduzir o número de pobres, para eles, é puro e simples suicídio político — e não é razoável esperar que contribuam com a própria morte, não é mesmo?


Essa afirmação acaba de ficar matematicamente provada, mais uma vez, com os resultados que o TSE, o próprio TSE e ninguém mais, declarou para as eleições de 2022. Está lá, acima de qualquer discussão. Lula perdeu, e perdeu de lavada, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás — e, na região Norte, em Rondônia, Roraima, Acre e Amapá. Ficou com metade de Minas Gerais, e nada mais; só ganhou, mesmo, nos Estados do Nordeste, e foi isso que o levou a ser proclamado vencedor pela “Justiça Eleitoral”. Não houve exceções, de um lado ou de outro. Lula perdeu em todos os Estados brasileiros, sem falhar um, onde há mais progresso e menos pobreza; ganhou em todos os Estados, também sem falhar um, onde há mais subdesenvolvimento e mais miseráveis.




Não há nenhuma possibilidade de se negar nada disso. Só a esquerda nega, mas aí não vale, porque, se acharem que é do seu interesse, vão negar que 2 ao quadrado é 4; Lula, a propósito, não sabe o que é o quadrado de um número, ou acha que é alguma coisa “fachista” — e se diz algo assim é aplaudido com paixão por suas plateias de jornalistas amigos e gente que usa gravata. O fato é que os votos do Brasil da miséria, da ignorância e do trabalho análogo à escravidão vão direto para Lula ou, de qualquer forma, são contados para ele. Os votos do Brasil onde se cria riqueza, se distribui renda ou se dão mais oportunidades para o pobre subir na vida vão, em massa, contra o PT. Que diabo quer dizer isso na vida prática? Quer dizer que, quanto menos miséria, pior fica o ambiente para Lula e o seu mundo; nesse Brasil ele perde. Quanto mais concentração de renda, analfabetismo, mendicância, falta de cidadania, morador de rua, criminoso e bolso vazio, melhor para o Sistema “L”; nesse Brasil ele ganha. Não é assim? Como é que seria, então? Está provado pelos números das últimas eleições: Lula não existe sem um reservatório permanente de miseráveis, e não tem outra opção, no governo, que não seja aumentar a miséria. Faz isso governando o Brasil do jeito que você vê.


Na verdade, a esquerda opera um sistema de realimentação automática em próprio benefício. Tapeia seus eleitores com palavrório a favor dos “pobres”, e usa dinheiro público para dar esmolas a eles; consegue, assim, o duplo resultado de atrair os votos da pobreza e manter intacta a quantidade de miseráveis, de onde vai tirar os seus próximos votos. É algo garantido por 10.000 anos de civilização — jamais um pobre deixou de ser pobre ganhando esmola na porta da igreja, ou em qualquer lugar. Os analistas analisam, é claro, e a Rede Globo explica, mas a realidade não muda. Em nenhum momento, ao longo de todos os seus 40 anos de carreira política, Lula fez tanto esforço como está fazendo agora para manter o Brasil na situação que lhe interessa — sem progresso, sem investimento privado, sem emprego, sem renda, sem educação, e com tudo o que é o exato contrário de cada uma dessas coisas. É proibido melhorar; é obrigatório deixar a miséria intacta.


O fato é que, em três meses de governo, o Sistema “L” não perdeu uma única oportunidade, nem uma que fosse, de deixar o número de pobres no Brasil igual ao que é hoje, ou se possível maior. Sua realização mais agressiva, até o momento, foi a anulação do novo marco do saneamento, que começou enfim a permitir, de 2020 para cá, que um número maior de brasileiros tivesse mais esgotos e mais água encanada. O saneamento básico é um dos maiores escândalos sociais do Brasil: por culpa única e direta da esquerda nacional e de sua maior aliada política, a elite que mantém toda uma parte da população em situação equivalente à de escravidão, 100 milhões de pessoas não têm esgoto até hoje neste país, e 35 milhões não têm nem mesmo água encanada. É isso: em pleno século XXI, 2.000 anos depois da Roma antiga ter resolvido seus problemas de água e de esgoto, 50% da população brasileira não tem uma rede sanitária elementar. Em muitos lugares é bem pior — em Belém, a segunda maior cidade da Amazônia com seus 1,5 milhão de habitantes, quase 90% dos habitantes não têm esgoto. Isso mesmo: quase 90%. O Brasil é assim por um motivo óbvio e indiscutível. Até a nova lei, só as empresas estatais, controladas pelos milionários que mandam na política dos lugares mais subdesenvolvidos do Brasil, em consórcio com o PT, podiam operar no setor — elas, com as suas pencas de empregos públicos e os seus negócios de pai para filho. O resultado objetivo da ação exclusiva das estatais na área sanitária são os 100 milhões de brasileiros que vivem sem esgoto até hoje. Seria possível citar algum outro culpado por essa tragédia? Quem? Exemplo: há décadas a água e os esgotos no Pará, para todos os efeitos práticos, são propriedade privada da família Barbalho e da estatal que lhes serve. Deu nisso — só 13% da população de Belém tem esgotos. Multiplique-se agora essa situação pelas regiões mais atrasadas do país, com exceção de Alagoas, onde a nova lei funcionou de modo exemplar. Não pode dar outra coisa.


Não é uma questão de “modelo”, de ideias ou de teoria de governo. É apenas um fato. Se a culpa não é deles, de quem poderia ser? Só Lula e a sua turma podiam fazer; não fizeram e não deixaram que ninguém fizesse. Como fica, então? Lula, o PT e a esquerda, agora, decidiram que tudo tem de permanecer assim — e que os 100 milhões de brasileiros que não têm esgoto têm de continuar sem esgoto. É isso, na prática: a mudança feita na lei permite que as estatais continuem operando sem licitação pública e sem assumir obrigações junto aos usuários da rede. Como uma empresa privada pode competir desse jeito? Nos dois anos de vigência do novo marco, a livre iniciativa aplicou mais de R$ 80 bilhões em saneamento, e começou obras em mais de 200 cidades. Lula e seus aliados acham isso intolerável. O que estão dizendo, na prática, é: “Caiam fora daqui. Não vamos deixar o capital ter lucro fornecendo esgotos à população. Pobre não precisa de esgoto”. Essa sabotagem, a propósito, foi feita por um de seus aliados com mais prestígio na mídia — Guilherme Boulos, o proprietário do “Psol”, este mesmo que está brigando na justiça para manter na rua os moradores de barracas de plástico. Poderia haver exemplo mais claro do que eles realmente querem?


Tão ruim ou pior é o ataque de Lula e do seu governo contra a nova Lei do Ensino Médio — a primeira esperança concreta de alguma melhoria efetiva na monstruosa educação pública do Brasil. A lei foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2017, após 20 anos de discussão; para não haver qualquer desculpa, foram dados mais cinco anos de prazo até sua entrada em vigor, e a aplicação iria começar no atual ano escolar. Entre outros benefícios óbvios, passou-se a incentivar o ensino da matemática, das ciências exatas e das disciplinas que dão mais chance para os jovens no mercado de trabalho. Mais: não são obrigados a fazer nada do que não queiram; apenas foi dada a eles a chance da escolha, pela primeira vez na vida. O PT e os sindicatos de professores, é claro, sempre foram furiosamente contra qualquer mudança; exigem que fique tudo como sempre foi. Seu argumento é demente. Dizem que as novas regras interessam “às empresas” e ao “capitalismo”; não podem valer, portanto, apesar de se tratar de uma decisão do Congresso, transformada em lei. Como no caso do marco do saneamento, que também era uma lei aprovada pelos representantes do povo, Lula anulou tudo com uma canetada. É uma decisão destinada a perpetuar a ignorância e o tipo de trabalho pago com quantias abjetas — o presidente e o seu esquema não querem que os jovens brasileiros tenham empregos melhores e com salários um pouquinho mais altos. Emprego, para eles, tem de ser de frentista em posto de gasolina, motoboy ou flanelinha; mais que isso atrapalha. No mundo das realidades, de qualquer maneira, o governo Lula não foi capaz de criar um único emprego para “os pobres” nestes seus primeiros três meses. Tudo o que forneceu até agora, em matéria de emprego, foram quatro lugares para seus próprios ministros na estatal Itaipu, mais um para a presidente do PT — a mais de R$ 75.000 por mês e por cabeça. Não é à toa que em 13 Estados brasileiros haja mais gente vivendo do Bolsa Família do que do emprego. O pior deles é o Maranhão, que acaba de ser governado durante oito anos seguidos pelo ministro da Justiça de Lula.




A destruição da Lei de Cabotagem é outra agressão grosseira ao interesse da maioria da população. O Brasil tem mais de 8.500 quilômetros de costas que podem ser navegadas, mas não são. Na prática, até agora, era como se houvesse uma lei dizendo: “A navegação de cabotagem é proibida no Brasil”. Era assim por uma razão muito simples e muito safada: só podiam fazer esse serviço navios que foram construídos em “estaleiros nacionais”, ou seja, quase ninguém podia. O transporte de mercadorias em distâncias superiores a 1.200 quilômetros, ou por aí — do porto de Santos ao porto do Recife, por exemplo —, é muito mais eficaz e mais barato se for feito por mar. Isso não interessa, nem um pouco, aos aproveitadores que vivem em volta do PT. No ano passado foi aprovada pelo Congresso, como nos casos anteriores, uma lei abrindo o setor, no ritmo mais moderado que se poderia adotar, para as transportadoras brasileiras — elas ganharam o direito de fretar navios estrangeiros, ou fabricados no exterior, para navegar no litoral do seu próprio país. O efeito imediato disso seria o aumento de empregos, de renda, de lucros, de investimento e de oportunidades. Lula, naturalmente, foi contra: anulou também essa lei, com um ato de vontade. E a Lei das Estatais? Aprovada ainda no tempo de Michel Temer, ela dificultava a pilhagem das empresas públicas pelos políticos — algo de interesse direto e imediato para quem não tem nada. Foi um dos primeiros avanços que Lula destruiu, com o apoio da Câmara dos Deputados; se o Senado confirmar, ele terá cerca de 600 empregos de marajá para entregar ao PT-PCdoB-Psol ou para vender ao “centrão”.




É claro, também, que Lula e o Sistema “L” estão em guerra aberta contra o mais progressista, avançado e bem-sucedido setor da economia brasileira — o agronegócio. É um exemplo comprovado de produtividade, capacidade de competir nos mercados internacionais, geração de empregos e de riqueza, progresso tecnológico. Só um exemplo: o Estado do Mato Grosso, sozinho, acaba de ultrapassar a Argentina toda — até há pouco, um dos maiores produtores de alimentos do mundo — na produção de soja. Há 40 anos o Mato Grosso produzia 3 milhões de toneladas de soja; hoje produz 90 milhões, ou 30 vezes mais. De menos de 10 milhões de cabeças de gado, passou a ter 30 milhões, mais que a maioria dos países do mundo. Em 2023 vai gerar R$ 200 bilhões com a sua produção agropecuária — metade disso é soja. Precisa dizer mais alguma coisa? Muito bem: Lula, o PT e a esquerda brasileira são neuroticamente contra o agronegócio nacional; o presidente, inclusive, já acusou o setor de ser “fascista”. O sucesso do agro significa, acima de qualquer outra coisa, o sucesso do capitalismo no campo brasileiro. Simetricamente, é a prova do fracasso da “reforma agrária” e outros contos do vigário ideológicos. É mais uma realidade que não podem aceitar — daí a obsessão em guerrear contra o agronegócio. O MST ganhou cargos decisivos no governo. Seus chefes anunciam, com o apoio semiaberto de Lula, um mês de abril com invasões e outros ataques à propriedade rural. Um peixe gordo da máquina estatal chegou a ser encarregado de denunciar o agro brasileiro, por supostas ofensas ambientais, durante a viagem de Lula à China. Dois sócios graúdos do MST fazem parte da comitiva oficial — e por aí se vai. Nem é preciso dizer que não admitem a entrega, por parte do governo anterior, de mais de 300.000 títulos de propriedade rural para agricultores que trabalhavam e não tinham documento nenhum. É gente que passou a ser proprietária legal, enfim, da terra onde vive. Lula, o PT e o MST são iradamente contra. Exigem que as propriedades entregues sejam propriedade “coletiva”, jamais individual — e que fiquem sob o controle do MST. É isso, e mais disso, o tempo todo. Pense em alguma coisa boa para a maioria da população — o presidente da República é contra.


Lula disse há pouco que quer criar uma “classe média”, doando dinheiro do Tesouro Nacional aos “pobres”. O Brasil não tem uma dívida pública?, perguntou ele. Então: por que não pode aumentar essa dívida e “acabar com a pobreza?” Parece idiota, e é idiota; mas também é intencional. Doar dinheiro público não vai acabar com pobre nenhum; se acabasse não haveria pobres no mundo, não é? O que todos eles querem, mesmo, é um Brasil miserável, pois é disso que vivem. É possível que você tenha notado que a esquerda brasileira foi parando de usar a palavra “reacionário” — sua definição, durante décadas, para quem tinha uma opinião diferente. Notaram, aparentemente, que a palavra passou a descrever, com exatidão cada vez maior, Lula e tudo o que existe em volta dele. O presidente da República é hoje o maior reacionário em ação no Brasil; quer, acima de qualquer outra coisa, manter o país em retrocesso perpétuo.

Artigo, Silvio Lopes- Padrão ideal

A Finlândia foi, pelo sexto ano consecutivo, considerada a nação mais feliz do mundo. Situada no norte da Europa tem uma população de 5,5 milhões de habitantes, sendo 90 % deles, de religião protestante. Sentimento de felicidade pode ser muito relativo, variar de pessoa a pessoa, mas há indicadores sociais que permitem medir graus de felicidade coletiva. Três características dos finlandeses concorrem para tal: 1) Adoção de padrões de felicidade individual. Ou seja: evitar a comparação com os outros. Maquiavel já profetizava: "Se quiséssemos ser apenas felizes, não seria difícil; mas como queremos ser mais felizes que os outros, se torna impossível, pois que julgamos que os são mais felizes do que realmente o são". Segundo ponto: Respeito à natureza, de onde absorvem a boa energia. E terceiro: Estabelecimento de um ciclo impermeável de confiança na sociedade, em que a honestidade é o elemento e o  elo mais forte de transmissão. Fez- se, até uma experiência, entre dezenas, para avaliar o grau de honestidade de vários países. Foram deixadas em locais públicos 192 carteiras. Em Helsinque, das doze espalhadas, onze foram devolvidas. Experiência dessa natureza, por aqui, que resultado teria? Fácil responder, não é mesmo?E essa é a tragédia nacional. Jamais iremos atingir grau elevado de desenvolvimento econômico e social (pré- requisitos para se alcançar a felicidade no mundo moderno, seja individual ou coletivamente), se a cultura do povo escarnece e ridiculariza os honestos e defenestra a honestidade, e, ao mesmo tempo, escolhe como seu líder máximo o mais abjeto e desonesto ser até hoje parido neste imenso país. Prá finalizar, cito Emil Farhat que em seu conceituado livro " Brasil, País dos coitadinhos", sentenciou: " O Brasil deve decidir-se entre ser uma grande nação -o que todos sonhamos - ou, um vasto albergue". Aliás, já estamos albergados. Ou  ainda restam dúvidas sobre isso? Sílvio Lopes, jornalista e economista. Palestrante sobre a Economia Comportamental.