Escândalo do Samu - Bancada do PL entrega documento que prova que governo Eduardo Leite sabia e não fez nada

Os documentos foram entregues pelo líder da bancada, Rodrigo Lorenzoni, diretamente ao Procurador Geral Alexandre Saltz, na tarde desta quarta-feira (foto ao lado) e também na Casa Civil. 

A foto é de Rodrigo Savedra.

A Bancada do PL na Assembleia Legislativa do RS recebeu uma denúncia com documentos que comprovam que desde janeiro de 2021, o Governo do Estado tinha conhecimento das fraudes no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SAMU/RS. Nos documentos recebidos, a atual diretora de regulação da Secretaria do Estado da Saúde reconhece as informações repassadas por um funcionário como denúncia formal referente à escala médica.

O escândalo veio a público através de série de reportagens da RBS, mas só dois servidores de terceiro escalão foram punidos.

Diferentemente do governador Eduardo Leite, que disse desconhecer as denúncias, e do vice-governador Gabriel Souza, que recebeu em seu gabinete as informações e nada fez, a bancada do PL foi ao Ministério Público Estadual. 

Artigo, Roberto Gianetti da Fonseca - O agro é o Brasil

Ignorar as externalidades do setor cheira à má-fé ou cegueira ideológica


Artigo publicado nesta Folha pelo economista e colunista André Roncaglia ("O agro não é pop... o agro é lobby!", 25/8) tem nítido viés ideológico contra o agronegócio e traz informações inverídicas ou intencionalmente mal interpretadas.


A mais gritante distorção está na afirmação de que "a agropecuária representa 7,9% do PIB e míseros 3% dos empregos formais da economia, mas paga menos de 1,5% da arrecadação total dos tributos". A cadeia produtiva do agronegócio engloba atividades integradas como agroindústrias de alimentos, máquinas, armazenagem, defensivos, fertilizantes, logística e pesquisa, entre outras, que movimentam cerca de 24,8% do PIB e geram 27% dos empregos formais da economia (Cepea/Esalq-USP). Ignorar as externalidades do agro cheira à má-fé.

Até o início do século 21, o Brasil vivia sob o espectro da insolvência cambial e da restrição externa ao crescimento. Com o aumento das exportações do agro nos últimos 20 anos, foi possível financiar o déficit estrutural do setor industrial e constituir reservas superiores hoje a US$ 380 bilhões. Esse upgrade da economia no mercado internacional de crédito e investimentos deve-se à atividade exportadora do agro brasileiro.



Quanto à carga tributária incidente sobre alimentos básicos e produtos agropecuários, o autor ignora que, no final da cadeia produtiva, quem paga o imposto de consumo é o consumidor —as empresas apenas recolhem tributos que oneram o preço final. A ampla maioria dos países da OCDE e da América Latina não tributa alimento básico para não atingir camadas pobres da população. Ainda como efeito colateral de um eventual aumento da tributação, a consequente redução da demanda de alimentos reduziria renda e emprego na agroindústria e nos agrosserviços.

A noção de carga tributária setorial é preconceituosa, distorcida, desinforma e acirra a rivalidade "agro versus indústria", que não deveria existir. Com atividades de agroindústrias e de agrosserviços, a receita tributária da cadeia produtiva equivale a 19,3% do total recolhido no país.


Outro erro é afirmar que o agro é amplamente subsidiado pelo governo. O Brasil é o país que mais reclama na Organização Mundial do Comércio dos subsídios agrícolas abusivos de décadas praticados por europeus e norte-americanos. Já o Brasil não apresenta caso de reclamação internacional pela simples razão de que não há subsídios ilegais na nossa agricultura.

Taxas de juros do Plano Safra variam com a Selic. Sua variação no tempo altera a equalização de juros com recursos orçamentários do governo, como ocorre com programas para a indústria (Finame, Proex). O crédito rural equalizável do Plano Safra representa, em média, um terço da necessidade de financiamento do setor e, em grande parte, é para pequenos produtores e agricultura familiar. O saldo do financiamento rural vem do mercado financeiro privado, nacional e internacional.


Agro e indústria não disputam território nem recursos. Quando um vai bem, este ajuda o outro, e vice-versa. Não enxerga isso quem estiver mal-intencionado por má-fé ou por cega ignorância ideológica.


O agro é Brasil.


Roberto Giannetti da Fonseca

Economista e empresário, é presidente da Kaduna Consultoria; foi secretário-executivo da Camex (governo FHC, 2000-02) e diretor titular de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp (2004-13)

Nota da MetSul

 O governador Eduardo Leite fala muito e por isto fala demais e erra.


É o que dis a MetSul em nota oficial que divulgou hoje.


Ontem, na GloboNews, o governador falou: “Os modelos matemáticos previram as chuvas, em intensidade, mas não previram o volume de cerca de 300 milímetros nas diversas bacias hidrográficas da zona Norte do estado, da Região Noroeste, da Região Serrana, do Vale do Taquari – este que foi mais afetado.


Hoje, o que diz a MetSul, de modo elegante:


A declaração do governador, infelizmente, não procede.  O governador em sua fala coloca em xeque o trabalho da Meteorologia e, por efeito, o nosso trabalho. A MetSul Meteorologia foi o único ente de previsão do tempo a advertir para a possibilidade de volumes de chuva acima de 300 mm na Metade Norte gaúcha neste começo de setembro. Como em junho tinha sido o único a alertar para a chuva extrema de 350 mm no Litoral Norte no ciclone. Como em fevereiro último emitiu a única previsão de chuva de 500 mm a 700 mm no Litoral Norte de São Paulo, prognóstico que foi reputado como “impossível” por especialistas ouvidos na mídia.


Inmet

 O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou nesta quarta-feira (6) que novas áreas de instabilidade vão ganhar força e provocar mais chuva em parte do Rio Grande do Sul agora à noite e ao longo de todo o feriado de 7 de Setembro. Nos últimos dias, um ciclone extratropical atingiu a região sul do país e provocou a morte de 36 pessoas no estado. 


A previsão indica grandes acumulados de chuva, principalmente, no extremo sul do estado gaúcho, como volumes que podem superar 70 milímetros (mm) em algumas áreas. Esse volume indica chuva forte e pode provocar transbordamento de rios e enchentes em várias regiões do estado.


De acordo com o Inmet, para sexta-feira (8) o avanço de uma nova frente fria vai potencializar a instabilidade e provocar acumulados de chuva de até 100 mm em parte do Rio Grande do Sul, podendo atingir as mesmas áreas impactadas pela chuva dos últimos dias.