Eduardo Leite é o novo presidente do PSDB/RS
A Convenção estadual do Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) homologou no início da tarde de sábado, 11 de novembro, o
ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite como o novo presidente no Rio Grande do
Sul. Leite, que sucede no cargo o atual prefeito de Porto Alegre, Nelson
Marchezan Júnior, prometeu acelerar sua agenda pelo interior do Estado e falar
das propostas dos tucanos para tirar o Rio Grande da crise. “Precisamos mostrar
o que acreditamos e que o projeto está acima das pessoas”, defendeu. A
nova executiva foi eleita por 236 votos a favor, 1 branco e três nulos.
Com o tom de consenso há muito não visto em uma convenção
tucana, a conciliação promovida pelo novo presidente pode ser sentida nas
manifestações da plateia e nos discursos dos filiados. O prefeito de São Jerônimo,
Evandro Heberle, por exemplo, destacou que nos seus 27 anos de militância não
lembrava de um encontro como aquele sem conflito interno.
O deputado José Stédile (PSB) destacou o prestígio que o
ato de unidade do partido representava e o prefeito de Bento Gonçalves
Guilherme Pasin (PP) aplaudiu a união dos tucanos e enfatizou o desejo de estar
junto na caminhada ao governo do Estado por ser essa a melhor saída para os
gaúchos e a vitória da boa política.
A harmonia plasmou-se na fala de despedida do presidente
Marchezan, pela forma como qualificou o governo Yeda: “Todos sabem das nossas
diferenças, mas o PSDB fez o melhor governo da história do Rio Grande do Sul”,
afirmou.
“As diferenças entre os partidos não são abismos”,
comparou o novo presidente. “Ao contrário, o que nos une é muito maior do que o
que nos separa e o que nos une é a construção de soluções para o nosso Estado”,
concluiu Leite. Para ele, os projetos de linha programática entre os partidos
devem ser a tônica da nova bancada de apoio ao governo, que precisa compor uma
força capaz de referendar as mudanças necessárias para sanear o Estado.
O ex-prefeito de Pelotas salientou também a importância
da política como espaço transformador da sociedade e criador de novas
lideranças. “A população está cansada de falas, quer entregas, resultados, quer
alguém que compre as brigas necessárias, que enfrente com coragem as situações
difíceis e encontre as soluções para melhorar a vida de todos.”
Mais de 1.400 convencionais lotaram o Teatro Dante Barone,
da Assembleia Legislativa. O governador de Goiás e um dos candidatos à
presidência nacional dos Tucanos, Marconi Pirillo, esteve presente, trazido
pela ex-governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB).
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin e o senador
Tasso Jereissati mandaram mensagens, exibidas nos telões, em que ressaltaram a
a força coesa da agremiação no RS.
Ao menos dez dos maiores partidos brasileiros enviaram
representantes para prestigiar a eleição de Leite, que foi aclamado nos
discursos e pela plateia como pré-candidato ao governo do Estado em 2018.
Os tucanos festejaram também o fato de serem hoje o maior
partido do Estado no quesito prefeitura: 28% dos Executivos gaúchos são do
PSDB. O segundo maior partido tem 18%. A convenção se encerrou com o hino
rio-grandense, puxado pelo cantor nativista César Oliveira.
Rogério Mendelski, Correio do Povo - ATÉ QUE AGUENTOU MUITO
Rogério Mendelski
ATÉ QUE AGUENTOU MUITO
A palavra Estado, grafada com inicial maiúscula, é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política. É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada – esta é uma definição simples que pode ser acrescentada por suas funções constitucionais: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.
Pois, acreditem, esse Estado quebrou. Foi dilapidado de tal maneira por leis inescrupulosas que jamais atenderam reivindicações populares e sim aprovaram propostas corporativas, algumas indecentes se comparadas ao atual momento da maioria qualificada dos trabalhadores e empresários brasileiros.
O primo pobre dos três poderes é o Executivo, mas na sua órbita, por exemplo, estão as empresas estatais cujos salários de suas diretorias superam até mesmo os das grandes corporações, incluindo-se aí os vencimentos e as vantagens de seus servidores.
Até bem pouco tempo, uma estatal brasileira pagava 15 salários para seus colaboradores, assim explicados: 13 salários, um salário de férias e um salário-farmácia. O funcionário entrava de férias, recebia os adiantamentos legais e no fim do mês lá estava na conta bancária, mais um salário integral. Já o salário-farmácia correspondia aos valores de um vencimento normal que poderia ser sacado durante o ano, por escolha do trabalhador.
Tudo era legal, de acordo com convenção coletiva de trabalho entre o sindicato da categoria e o controlador, o Estado, isto é, os contribuintes brasileiros. Essa cultura corporativa se espalhou de maneira incontrolável como se os recursos dessas empresas fossem intermináveis.
Hoje os absurdos são chocantes em quase todas as esferas do poder público. Ou o senhor leitor acredita que é justo um operador de copiadora da Câmara dos Deputados e um garçom do Senado ter salários mais altos do que os vencimentos de um piloto de F-5 da FAB? Ou que uma ministra de Michel Temer considere sua situação “semelhante ao trabalho escravo” por receber apenas R$ 30.471,10 como desembargadora aposentada e mais R$ 3,3 mil como integrante do primeiro escalão federal? O Estado brasileiro quebrou e até que aguentou muito.
RIO DE JANEIRO
Um exemplo bem atual da situação de muitos estados brasileiros está no Rio de Janeiro. Ali uma demagogia de fundo de quintal se encarregou de criar benefícios absurdos para os servidores públicos e agora faltou dinheiro. Simples assim: o Rio quebrou.
RIO GRANDE DO SUL
Estamos no mesmo caminho trágico do Rio de Janeiro. Vantagens irresponsáveis criadas por leis que só atendiam às corporações funcionais levaram nosso Estado à falência. Não há imposto que chegue para tanta folha de pagamento.
ELITE FUNCIONAL
Entre as dez categorias profissionais mais bem remuneradas do país, seis fazem parte da chamada elite do funcionalismo público – como promotores, procuradores e juízes – e uma tem concessão pública, o dono de cartório.
O RANKING É OFICIAL
O ranking foi elaborado pelo pesquisador José Roberto Afonso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). A sua base de dados é oficial: o relatório “Grandes Números”, divulgado recentemente pela própria Receita Federal a partir de declarações de imposto de renda pessoa física de 2015, com valores de 2014.
OS CARTÓRIOS
A categoria recordista em ganhos é o titular de cartório, atividade híbrida entre o público e o privado. Na média, o rendimento anual apresentado na declaração do imposto de renda do dono de cartório fica em 1,1 milhão de reais. Os dados foram publicados pela revista Veja, em 10/outubro/2016.
ATÉ QUE AGUENTOU MUITO
A palavra Estado, grafada com inicial maiúscula, é uma forma organizacional cujo significado é de natureza política. É uma entidade com poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada – esta é uma definição simples que pode ser acrescentada por suas funções constitucionais: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.
Pois, acreditem, esse Estado quebrou. Foi dilapidado de tal maneira por leis inescrupulosas que jamais atenderam reivindicações populares e sim aprovaram propostas corporativas, algumas indecentes se comparadas ao atual momento da maioria qualificada dos trabalhadores e empresários brasileiros.
O primo pobre dos três poderes é o Executivo, mas na sua órbita, por exemplo, estão as empresas estatais cujos salários de suas diretorias superam até mesmo os das grandes corporações, incluindo-se aí os vencimentos e as vantagens de seus servidores.
Até bem pouco tempo, uma estatal brasileira pagava 15 salários para seus colaboradores, assim explicados: 13 salários, um salário de férias e um salário-farmácia. O funcionário entrava de férias, recebia os adiantamentos legais e no fim do mês lá estava na conta bancária, mais um salário integral. Já o salário-farmácia correspondia aos valores de um vencimento normal que poderia ser sacado durante o ano, por escolha do trabalhador.
Tudo era legal, de acordo com convenção coletiva de trabalho entre o sindicato da categoria e o controlador, o Estado, isto é, os contribuintes brasileiros. Essa cultura corporativa se espalhou de maneira incontrolável como se os recursos dessas empresas fossem intermináveis.
Hoje os absurdos são chocantes em quase todas as esferas do poder público. Ou o senhor leitor acredita que é justo um operador de copiadora da Câmara dos Deputados e um garçom do Senado ter salários mais altos do que os vencimentos de um piloto de F-5 da FAB? Ou que uma ministra de Michel Temer considere sua situação “semelhante ao trabalho escravo” por receber apenas R$ 30.471,10 como desembargadora aposentada e mais R$ 3,3 mil como integrante do primeiro escalão federal? O Estado brasileiro quebrou e até que aguentou muito.
RIO DE JANEIRO
Um exemplo bem atual da situação de muitos estados brasileiros está no Rio de Janeiro. Ali uma demagogia de fundo de quintal se encarregou de criar benefícios absurdos para os servidores públicos e agora faltou dinheiro. Simples assim: o Rio quebrou.
RIO GRANDE DO SUL
Estamos no mesmo caminho trágico do Rio de Janeiro. Vantagens irresponsáveis criadas por leis que só atendiam às corporações funcionais levaram nosso Estado à falência. Não há imposto que chegue para tanta folha de pagamento.
ELITE FUNCIONAL
Entre as dez categorias profissionais mais bem remuneradas do país, seis fazem parte da chamada elite do funcionalismo público – como promotores, procuradores e juízes – e uma tem concessão pública, o dono de cartório.
O RANKING É OFICIAL
O ranking foi elaborado pelo pesquisador José Roberto Afonso, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). A sua base de dados é oficial: o relatório “Grandes Números”, divulgado recentemente pela própria Receita Federal a partir de declarações de imposto de renda pessoa física de 2015, com valores de 2014.
OS CARTÓRIOS
A categoria recordista em ganhos é o titular de cartório, atividade híbrida entre o público e o privado. Na média, o rendimento anual apresentado na declaração do imposto de renda do dono de cartório fica em 1,1 milhão de reais. Os dados foram publicados pela revista Veja, em 10/outubro/2016.
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