Estão dadas as condições para uma retomada mais forte
da economia brasileira no ano que vem. As surpresas positivas com o desempenho
econômico nos últimos meses, somadas à melhora das condições financeiras
(decorrente da queda do risco país, da apreciação do câmbio, da alta da bolsa e
da redução dos juros de longo prazo), permitem que empresas e famílias comecem
2019 em situação mais favorável. Além disso, há capacidade ociosa, a inflação e
os juros estão em níveis baixos e indivíduos e corporações passaram por
importante desalavancagem nos últimos anos. A recuperação da confiança,
iniciada recentemente, e a expectativa de que a agenda de ajuste fiscal e de
maior crescimento seja endereçada (e mostre avanços já nos próximos meses)
sustentam a nossa projeção de expansão de 2,8% do PIB no próximo ano.
No entanto, essa expansão esperada não deve acontecer
na mesma intensidade e velocidade em todas regiões do país. Algumas regiões
ainda passam por ajustes importantes do mercado de trabalho, como o Nordeste, o
que limita o consumo das famílias. O desempenho ainda contido do setor de
construção, dado que algumas cidades se deparam com estoques mais elevados,
acaba restringindo a expansão mais disseminada nessas localizações. Da mesma
forma, as condições das contas públicas estaduais também têm sido determinantes
não só para entender os resultados correntes, mas também para traçar cenários à
frente. Como observado nos últimos anos, o bom desempenho do setor agrícola tem
favorecido especialmente o Centro-Oeste.
De forma geral, espera-se aceleração do ritmo de
crescimento em todas regiões no próximo ano, quando comparamos com o observado
em 2018, ao mesmo tempo em que as dinâmicas relativas deverão ser mantidas
nesses dois anos. Em 2019, as economias do Centro-Oeste e do Norte,
impulsionadas pelo agronegócio e pela indústria (manufatureira e
extrativa), respectivamente, avançarão acima da média nacional (3,2% e 3,1%,
nessa ordem). O Sudeste e o Sul, por sua vez, ainda que com desempenhos
distintos entre os estados, crescerão 2,8% e 2,9%, alinhados com o esperado
para a média nacional. Finalmente, o PIB da região Nordeste deverá mostrar
desempenho inferior ao do país, com alta projetada de 2,5%, sustentada pelos
segmentos do comércio e de serviços, mas com retomada mais lenta da construção
civil.