Agenda de Lula no Sul


Terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
Santana do Livramento
10h00 – Encontro com Pepe Mujica
Santa Maria
19h00 – Visita na Fazenda Nova Santa Marta (maior ocupação urbana do RS)
Quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
Santa Maria
09h00 – Reunião com reitores e diretores na Universidade Federal de Santa Maria
São Borja
17h00 – Visita aos Museus de Jango, de Getúlio e mausóleo do ex-presidente Getúlio Vargas na Praça XV de Novembro
Quinta-feira, 01 de março de 2018
Palmeira das Missões
18h00 – Encontro com movimentos sociais em Palmeira das Missões
Sexta-feira, 02 de março de 2018
Passo Fundo
13h00 – Visita aos cursos de saúde no campus de Passo Fundo da Universidade Federal da Fronteira Sul
Porto Alegre
19h00 – Ato pelo desenvolvimento regional e no Cone sul em Porto Alegre
Sábado, 03 de março de 2018
Florianópolis
10h00 – Reunião com reitores e diretores de Santa Catarina
12h00 – Ato pela educação no centro de eventos
Chapecó
19h00 – Atividade da agricultura familiar em Chapecó
Domingo, 04 de março de 2018
São Miguel do Oeste
14h00 – Visita na produção de leite CooperOeste 
18h30 – Ato regional do Oeste de Santa Catarina
Segunda-feira, 05 de março de 2018
Francisco Beltrão
10h00 – Atividade da agricultura familiar do sudoeste do Paraná
Quedas do Iguaçu
17h00 – Ato pela reforma agrária
Terça-feira, 06 de março de 2018
Laranjeiras do Sul
10h30 – Visita ao campus da UFFS e laboratório de ecoagrologia
12h00 – Encontro com assentados no Assentamento 8 de junho seguido de almoço
Pinhão
18h00 – Encontro regional em Pinhão
Quarta-feira, 07 de março de 2018
Curitiba
19h00 – Ato de encerramento da Caravana

Ricardo Hingel: TRF4, o mercado e o ferrolho


Embora nossa legislação ofereça uma espécie de ferrolho àqueles que possuem mandato, espera-se que muitos ainda venham a ser condenados

Acostumado a trabalhar no mercado financeiro, com suas lógicas e racionalidades, constantemente tenho dificuldades em compreender os resultados de processos judiciais no Brasil. O aparato de leis que compõem a Justiça brasileira permite que tudo seja judicializado e com altas doses de subjetividade nas decisões, incorporando, por vezes, entendimentos pessoais de quem julga, afastando-se do senso comum que origina as regras.

Nesse sentido, me causou surpresa positiva a qualidade do trabalho da 8ª Turma do TRF4, que confirmou a condenação do ex-presidente Lula. Não vou entrar aqui no mérito do julgamento, mas, sim, na forma como os relatos foram apresentados. Olhando com meu viés financeiro, mais objetivo, chamou atenção o estilo técnico e pontual com que os pronunciamentos foram sendo apresentados; didaticamente conceituaram o que seria uma prova e, na sequência, traziam o fato a ser julgado; se se enquadrava no conceito, era prova e seria considerada; fora do conceito, seria descartada.

Sem qualquer erudição, a decisão foi construída e embasada, sendo afastadas as subjetividades que poderiam comprometer o juízo do mérito. Por sua clareza e didática, o procedimento dos três desembargadores deveria servir de modelo. Os não letrados em geral agradeceriam.
O resultado se somou aos do Mensalão, do Petrolão e, agora, aos da Lava-Jato, que imediatamente encarcerou alguns dos principais figurões de nossa República, por suas ações de assalto ao patrimônio público.
Embora nossa legislação ofereça uma espécie de ferrolho àqueles que possuem mandato, protegendo-os criminalmente e os diferenciando dos simples mortais, espera-se que muitos ainda venham a ser condenados. A Constituição de qualquer país civilizado garante que todos os cidadãos são iguais perante a lei; a nossa parece diferente, pois oferece salvo-conduto para alguns.
Após o julgamento, o mercado financeiro reagiu favoravelmente, não porque tenha preferência partidária, mas porque se alinha com correntes econômicas que tenham racionalidade e responsabilidade. A atual correção dos rumos da economia precisa ser mantida e os resultados de recuperação já aparentes não estão garantidos. O não retorno à condução irresponsável da economia (vide a grave recessão, recém começando a ser superada), será fundamental para a garantia do equilíbrio das contas públicas, da inflação e dos juros baixos para que se volte a crescer e empregar pessoas. 

Copom reduziu Selic para 6,75 e sinalizou interrupção do ciclo de queda

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu ontem, por unanimidade, reduzir a taxa de juros de 7,00% para 6,75% ao ano, confirmando as expectativas do mercado. Para respaldar a decisão, o comunicado divulgado apontou a recuperação “consistente” da economia brasileira, o cenário externo “favorável”, apesar da volatilidade recente, e os níveis “confortáveis” dos núcleos de inflação, em um contexto no qual o cenário básico evoluiu conforme o esperado pelo colegiado desde a reunião de dezembro. As projeções do Banco Central para o IPCA de 2018 e 2019 estão em torno de 4,2% considerando-se as hipóteses de câmbio e juros do mercado (6,75% no final deste ano e 8,00% no encerramento de 2019). Ao mesmo tempo, o documento voltou a enfatizar a relação entre reformas e queda do juro neutro. A novidade da publicação ficou por conta da explicitação de que o plano de voo do Comitê é, “neste momento”, o de interromper o ciclo de queda da taxa básica no próximo encontro, se o cenário até lá evoluir de acordo com o esperado. Contudo, o Copom sinalizou que se houver mudanças na evolução do cenário e do balanço de riscos, poderá fazer ainda uma “flexibilização monetária moderada adicional”. 

Na opinião dos economistas do Bradesco, em mensagem enviada ao editor, o comunicado reforça a expectativa de fim do ciclo de queda da Selic, o que contempla, naturalmente, a continuidade da retomada gradual da atividade, sem aumento das pressões inflacionárias e com cenário global benigno

Discurso de Claudio Lamachia

Winston Churchill dizia que a democracia é o pior dos regimes, excetuados todos os outros.

Reconhecia, assim, sua imperfeição, embora paradoxalmente opção única dada à civilização para seguir em frente, aperfeiçoando-se e corrigindo-se.

E o meio pelo qual se exerce essa permanente correção é pelo voto - secreto, soberano e periódico do povo. É um regime em que o erro jamais é definitivo. Pode ser corrigido e mudar os rumos do país.

Essa simples possibilidade, que não é utópica – é real, concreta – precisa ser exercida. O fato de não o ser indica carência de educação política do eleitor, falta de consciência do poder que tem – e que confere substância ao inciso 1º, do artigo 1º da Constituição, segundo o qual “todo o poder emana do povo”.

Se tem o poder e não o exerce, torna-o inócuo. Pior que isso: transfere-o a pessoas desqualificadas e delas se torna refém. Daí o dito que sustentamos – e não nos cansamos de repetir: voto não tem preço; tem consequências. E elas estão aí, à nossa vista. A consequência de escolhas mal feitas resultou nessa crise ética e moral sem precedentes.

Temos testemunhado, nos últimos anos, o desencanto da sociedade brasileira com seus representantes. A reação às denúncias de corrupção é cada vez mais intensa, mais dramática. Mas a responsabilidade pela degradação da política não pode ser atribuída apenas aos eleitos (embora lhes caiba responsabilidade diferenciada), mas também a quem os elegeu. Governaram com os votos da maioria. Não chegaram lá do nada. Receberam mandato do povo.

Estão hoje na cadeia alguns políticos graduados.

Estão condenados e os crimes que cometeram são repugnantes.

Mas, é preciso insistir, os cargos de que se valeram para fazer o que fizeram lhes foram dados por milhares, quando não milhões, de eleitores. Eleitos e reeleitos. Foram postos ali pelo eleitor, em votação secreta, por livre e espontânea vontade.

É possível que a atual crise venha a estabelecer uma mudança de paradigma no voto, um reconhecimento de seu valor. As crises costumam ter natureza purificadora.

E esta Corte, que tem compromisso de zelar pelo rito máximo da democracia, que são as eleições, exerce também papel de esclarecer, conscientizar a população do sentido quase sagrado do voto.

Sabemos que grande parte do eleitorado foca seu interesse nas eleições majoritárias, de presidente e de governador, desdenhando da importância dos candidatos ao Legislativo. Alguns chegam a pedir, na fila de votação, dicas para o nome do deputado em que votarão. O resultado é o que temos visto. Mas é preciso que se diga que também obtivemos avanços. Um deles, que reputo o mais expressivo, é, sem dúvida, a Lei da Ficha Limpa, que permite uma triagem prévia ao eleitor, evitando que condenados em segunda instância possam se candidatar.

Outra que destacaria é a proibição de financiamentos empresariais para partidos e candidatos.

As eleições deste ano, em face da magnitude da presente crise, será uma das mais importantes de toda a história.

No eleitorado, percebem-se duas atitudes antagônicas: de um lado, os que, descrentes, estão determinados a abster-se; de outro, os que, inversamente, estão determinados a agir, a influir na mudança de rumos do país. A maioria, felizmente, é proativa, mas não podemos descuidar do desencanto da minoria.

Precisamos incentivá-la a crer na eficácia corretiva da democracia, que, como nos advertiu Churchill, é o que temos para um dia torná-la o que dela disse Aristóteles: “A mais nobre das atividades humanas”. Que assim seja.

Estamos certos de que a Justiça Eleitoral, conduzida neste triênio pelo ministro Gilmar Mendes, continuará em boas mãos com o ministro que o sucede, Luiz Fux, e da sua vice, Ministra Rosa Weber. Por meio de ambos, cumprimento os demais integrantes desta Corte – os que se despedem e os que chegam, desejando a ambos muito sucesso

A missão que os aguarda é, sem dúvida, de imensa responsabilidade. E desde já os olhos e as expectativas da sociedade estão postos aqui, nesta Corte que é a guardiã da democracia brasileira. Que Deus os ilumine.


Folha deixa de publicar conteúdo no Facebook

FOLHA DE SP - 08/02

Jornal decide parar de atualizar sua conta após diminuição da visibilidade do jornalismo profissional pela rede social

A Folha deixa de publicar seu conteúdo no Facebook nesta quinta (8). O jornal manterá sua página na rede social, mas não mais a atualizará com novas publicações.

A decisão é reflexo de discussões internas sobre os melhores caminhos para fazer com que o conteúdo do jornal chegue aos seus leitores, preocupação que consta do novo Projeto Editorial da Folha, divulgado no ano passado.

As desvantagens em utilizar o Facebook como um caminho para essa distribuição ficaram mais evidentes após a decisão da rede social de diminuir a visibilidade do jornalismo profissional nas páginas de seus usuários.

O algoritmo da rede passou a privilegiar conteúdos de interação pessoal, em detrimento dos distribuídos por empresas, como as que produzem jornalismo profissional.

Isso reforça a tendência do usuário a consumir cada vez mais conteúdo com o qual tem afinidade, favorecendo a criação de bolhas de opiniões e convicções, e a propagação das "fake news".

Além disso, não há garantia de que o leitor que recebe o link com determinada acusação ou ponto de vista terá acesso também a uma posição contraditória a essa.

Esses problemas foram agravados nos últimos anos pela distribuição em massa de conteúdo deliberadamente mentiroso, as chamadas "fake news", como aconteceu na eleição presidencial dos EUA em 2016.

Sem conseguir resolver satisfatoriamente o problema de identificar o que é conteúdo relativo a jornalismo profissional e o que não é, a rede anunciou no mês passado que reduziria o alcance das páginas de veículos de comunicação, entre outros.

Em lugar desse tipo de link, passou a priorizar o conteúdo feito por amigos e familiares.

No caso da Folha, a importância do Facebook como canal de distribuição já vinha diminuindo significativamente antes mesmo da mudança do mês passado, tendência observada também em outros veículos.

Em janeiro, o volume total de interações (compartilhamentos, comentários e curtidas) obtido pelas 10 maiores páginas de jornais brasileiros no Facebook caiu 32% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados compilados pela Folha.

Com a queda do alcance das páginas, o Facebook perde espaço como fonte de acessos a sites de jornalismo. De acordo com a Parse.ly, empresa de pesquisa e análise de audiência digital, a participação da rede social nos acessos externos caiu de 39% em janeiro do ano passado para 24% em dezembro.

O espaço vem sendo ocupado principalmente pelos mecanismos de busca, como o Google, que no mesmo período avançou de 34% para 45%.

A Folha tem atualmente 5,95 milhões de seguidores no Facebook. É o maior jornal brasileiro na rede social. As páginas das editorias somam outras 2,2 milhões de curtidas.

O jornal também tem perfis atualizados diariamente no Twitter (6,2 milhões de seguidores), Instagram (727 mil) e LinkedIn (726 mil).

Os leitores poderão continuar compartilhando conteúdo da Folha em suas páginas pessoais do Facebook.

HISTÓRICO

Anteriormente, o Facebook tentou cooptar as empresas de mídia para seu projeto Instant Articles. Nele, os veículos transferem gratuitamente seu conteúdo para a rede social, sem direito a cobrar pelo acesso a ele, em troca de acelerar o carregamento das páginas. A única remuneração oferecida pelo Facebook diz respeito à venda de anúncios dentro de sua plataforma. A Folha jamais aceitou as condições e nunca integrou o Instant Articles.

Em seu Projeto Editorial, em que periodicamente reafirma suas diretrizes jornalísticas, a Folha já falava dos aspectos mais problemáticos das redes sociais. "As redes sociais, que poderiam ser um ambiente sobretudo de convívio e intercâmbio, são programadas de tal modo que estimulam a reiteração estéril de hábitos e opiniões preexistentes", diz o texto.


"Em contraste com esse condomínio fechado das convicções autorreferentes, caberá ao conjunto dos veículos semelhantes à Folha enfatizar sua condição de praça pública, em que se contrapõem os pontos de vista mais variados e onde o diálogo em torno das diferenças é permanente."