Sempre, em cursos ou palestras, costumo lançar uma pergunta aparentemente simplória, mas um tanto quanto instigante: - Quem é que paga os salários?
As respostas, em sua quase totalidade, são, primeiramente, a empresa e depois, menos votados, o cliente ou a diretoria.
Pois vou, sem mais delongas, dizer qual é a resposta correta: Quem paga os salários é o PRODUTO.
Para facilidade de raciocínio, chamarei de produto tudo o que a empresa produz e comercializa, seja produto, propriamente dito, mercadoria ou serviço.
É o produto que se transforma, através da venda, nas receitas da empresa. Todo dinheiro que entra é, de modo geral, fruto da venda de produtos, e é este dinheiro que deve pagar todas as contas, quais sejam, os custos, as despesas e os impostos dentre as quais estão os salários.
Se, depois de pagar tudo, restar algum dinheiro, a empresa poderá, satisfatoriamente, pintar de azul a última linha de sua demonstração de resultados.
Aonde quero chegar com esta explanação um tanto quanto primitiva?
Simplesmente à constatação de que o ente mais importante em uma empresa é seu produto. Não existe empresa sem um produto e, não existindo empresa, não existirão empregos e nem salários.
Se o produto é o ente mais importante, todas as ações deveriam, permanentemente, girar no seu entorno.
Comparando com uma cirurgia, aqueles que transformam o produto são os cirurgiões e todas as demais pessoas, instrumentadores.
O cirurgião, depois do paciente, é o elemento mais importante na cerimônia cirúrgica e, todo o seu foco tem que estar voltado para ela e para o seu sucesso. O cirurgião estende o braço e alguém tem que colocar na palma de sua mão o bisturi. Se o cirurgião tiver que sair para procurar o bisturi, a pinça ou a gaze, o paciente pode vir a morrer e a cirurgia resultar em um retumbante fracasso. E toda a equipe de auxiliares ou instrumentadores perdem a razão de existir.
Advogo sempre que, na porta de entrada da empresa, haja, em lugar de destaque, uma unidade do produto ou algo que o simbolize para que todas as pessoas, ao iniciarem sua jornada de trabalho sejam lembradas de que ali está o pagador de seus salários e para que tenham uma oportunidade de, pelo menos uma vez por dia, agradecer-lhe por todos os benefícios que ele lhes proporciona ajudando-os a pagar suas contas, a manter o conforto e o lazer de suas famílias, a educação de seus filhos e tudo o mais que possa satisfazer alguma de suas necessidades pessoais.
Os colaboradores de todos os setores da empresa têm que se perguntar permanentemente: - Como e quanto aquilo que estou fazendo contribui para que o produto se torne melhor, mais atrativo, mais vendável, menos custoso e mais lucrativo? - Como posso contribuir para que aqueles que têm como atribuição primeira criar, projetar, desenvolver, fabricar, divulgar ou comercializar o produto se tornem plenamente exitosos em suas atividades? – Como devo manter minha atenção plena sobre qualquer variável interna ou externa que possa resultar em perda da lucratividade?
Tornar o produto o mais lucrativo possível tem que ser o desafio permanente de toda a equipe desde o presidente até o colaborador mais humilde. Os resultados dependem de todos e de cada um. Todos juntos têm que formar um bloco monolítico que se locomova em uma só direção e em um só sentido com a máxima intensidade. Têm que atuar vetorialmente. Atratoramente.
Mesmo querendo tecer considerações apenas sobre a supremacia do produto, sinto-me obrigado a recorrer à necessidade de mobilização de todas as pessoas no seu entorno e isto me remete novamente às Ideias Atratoras. Somente elas possibilitarão a exponencialização dos resultados.
Sinceramente, não vejo outra alternativa.
E nunca é demais lembrar: - Por trás de todo salário sempre há um produto que luta para poder pagá-lo.
- O autor é diretor da FJacques - Gestão através de Ideias Atratoras, empresa alavancadora de Super Stars e coirmã da Selcon Consultores Associados – MS Francisco Lumertz (Professor Chicão), Porto Alegre, e autor do livro “Quando a empresa se torna Azul – O poder das grandes Ideias”.
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