Artigo, David S. Moran - O 68. aniversário da independência de Israel

          O Estado de Israel comemora o seus 68 anos de Independência e o país está coberto de bandeiras azul e branco, com a estrêla de David no meio. Este minúsculo país (menor que o Estado de Sergipe) é um verdadeiro milagre de ressureição e êxitos em muitas áreas que trouxeram mudanças no mundo todo. Tudo isto apesar da pequena população, das adversidades e da luta contra inimigos que querem destrui-lo.     Muitos poderão perguntar porque escrevo em milagre. Também pudera. Em volta os países árabes estão se desintegrando, lutando internamente e Israel está trabalhando, inovando e indo para frente.
         Nem tudo é azul, problemas existem: internamente e o problema árabe, que se transformou em palestino, muçulmano e adotado pelas extremas esquerda e direita. Enquanto os outros vão gritando e ameaçando, Israel vai fazendo e continuará desenvolvendo-se. Não tem outra alternativa. Como disse o ex Embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor:" quando passava na entrada para a sede da ONU via quase 200 bandeiras, 31 com símbolos cristãos, 21 islamicos e só uma com a Estrêla de David". Isto nos enche de orgulho.
ALGUNS FATOS: Segundo o Instituto Central de Estatistica de Israel, a atual população do país é de 8.522.000, um aumento de mais de 10 vêzes, comparado aos 806 mil hab. em 1948. A população é composta de 6.377.000 judeus (74.8%), 1.771.000 árabes, a maioria de muçulmanos e minoria de cristãos,(20.8%) e 374.000 (4.4%) de cristãos não árabes e de outras religiões.   No último ano nasceram 195 mil bebes e o país acolheu 36 mil novos   imigrantes. Descontando os 47 mil falecidos a população cresceu em 2.2%, uma das maiores taxas no mundo Ocidental. A previsão é de uma população de 11.3 milhões de pessoas em 2035. Atualmente 75% da população é "sabra"(nasceu em Israel). A língua do país é Hebraico, ressucitada da Bíblia, após milhares de anos.
      Em 1848 só 1 cidade-Tel Aviv- tinha mais de 100 mil habitantes e hoje em dia são 14 cidades, das quais 8 tem mais de 200 mil habitantes: Yerushalaim, Tel Aviv, Haifa, Rishon le Sion, Petah Tiqva, Ashdod, Natania e Beer Sheva.
      Quando o país tornou-se independente, a população judaica mundial era de 11.5 milhões, dos quais apenas 6% vivia em Israel. Atualmente dos 14.3 milhões de judeus no mundo, quase a metade (43%) vive na Terra Prometida.
Em 1800, durante o govêrno Otomano, foi realizado um censo no qual registou o número de 6.700 judeus e o número foi crescendo. Há mais de 150 anos a maioria da população de Jerusalém é judaica. Em 1931, o govêrno do Mandato Britânico fez novo censo e registrou 174,610 judeus, numero que subiu para 750 mil em 1948 e 6.4 milhões atualmente.
Economia: O PNB deu um pulo gigantesco de 25.1 bilhões de shekel em 1950 para 1.109 bilhões de shekel em 2014.  O desêmprego é de 5.3% e as condições de vida vão melhorando. Se em 1956 uma família gastava cerca de 42% de sua renda em comida, hoje em dia este gasto é de apenas 16.2%. Nestes sinais de mundo moderno, nota-se que há aumento de gastos em transporte de 3% em 1956 para 20% em 2014. Em 1951 estavam registrados no país só 34,103 carros, atualmente correm pelas estradas 3 milhões de veículos. Em 1956 só 12% das casas tinha máquina de lavar, hoje 96% as tem. Assim o é com geladeiras de 37% para 99.9% e ar condicionado de 10% para 87% hoje. Em 1950 o número de universitários era de 1,600 e só 200 receberam o título universitário, em 2015 o país tinha 315,000 universitários e 72,500 receberam título.
Os economistas Dr. Adam Reuter e Noga Keinan recentemente publicaram uma retrospectiva, Israel- ilha de sucesso, na qual entre outras escrevem que Israel já é econômicamente um sucesso, que seria maior se superasse algumas dificuldades.
Fatos de sucesso economico que citam:
1) Aumento na Produção nos últimos 20 anos foi de 180% enquanto o número de habitantes subiu em apenas 45%.O PIB é de mais de 300 bilhões de dólares. A Produção individual é de 35 mil dólares,colocando Israel em 24 lugar de 187 países.
2) Estabilidade de Mercado.As reservas de moeda estrangeira são de mais de 90 bilhões de dolares, tornando o israelense portador de uma grande reserva individual e indicando estabilidade financeira.
3) Relação entre Dívida e Produção. Está diminuindo com maior e melhor participação da força de trabalho. Em 2000 o desêmprego foi de 11% e caiu para os atuais 5.3%, enquanto a média dos países do OECD foi de 6.3% para 7.2% no mesmo período.
Os economistas mencionam 4 vantagens israelenses:
I- Tecnologico- Israel está em 1° lugar investindo em Pesquisas e Desenvolvimentos e é também líder no emprego de funcionários nestas áreas, com 140 para cada 10.000 habitantes, seguida pelos EUA com 85. Israel está em 1° na segurança no Cyber.
Israel é o 2° no mundo em Pesquisas Científicas e 2° em gastos do Estado em educação escolar e está em 3° lugar no emprego de engenheiros na força de trabalho.
(do IMD.Competitiveness, year book,2014).
Israel é um dos apenas 8 países que lança foguetes ao espaço. Os outros são EUA, Russia, China, Índia, Japão, Inglaterra e França, muito maiores do que o Estado Judeu em tamanho e número de habitantes.
Israel tem 9 ganhadores de Prêmio Nobel, o maior número em relação a população. Está em 3° lugar dos ganhadores do Prêmio Turing, para ciências de computação e tem 30% do total de vencedores do Prêmio GÖDEL, dado as pesquisas teoréticas e exepcionais nas ciências de computação.
II- Empreendimentos- Israel atrai grandes empresas internacionais que querem as suas inovações (1° lugar no mundo), mas também por estar em 1° lugar em empreendimentos. Alguns ficam no país, outros adquiridos por empresas internacionais.
III- Vantagem GLOBAL. Deve-se a gerações de pessoas vindas dos quatro cantos do mundo, conhecendo as culturas, línguas e necessidades.
O israelense tem cultura desenvolvida de empreendedor e de coragem. Se falha numa, tenta noutra.  Sua visão é voltada a exportação, pois o mercado interno é pequeno.
Ações de 86 companhias israelenses são negociadas no NASDAQ, perdendo em número apenas para os EUA e a China.
Mais de 300 grandes companhias internacionais instalaram em em Israel centros de P&D, entre elas estão a Apple, Facebook, Microsoft, HP, Cisco, Google, e outras. No país desenvolvem novo produto que é testado e depois de aprovado é destinado ao mercado mundial.
Israel tem acôrdos internacionais em Pesquisas e Desenvolvimento, colocando o numa posição privilegiada.  Também tem acôrdos sobre impostos.
IV- Vantagem Demográfica- A população de Israel é a mais jovem dos paises da OECD, de média de 31 anos comparados a 42 anos e em 3° lugar no mundo em nível de estudos.O país tem imigração positiva,a melhor e mais baixa taxa de mortalidade de recém nascidos,3.8 para cada 1,000 nascimentos.No OECD são 4.4 mortos para mil partos.
Há "revoluções" em andamento.
1) Vencer o Deserto. Apesar de não parecer, mais da metade do território de Israel é desértico. Apesar disso a tecnologia israelense vence as terras áridas do deserto, cultivando e exportando produtos agrícolas. Em Israel não correm muitos rios e até mesmo o famoso Rio Jordão é tão pequeno, que muitas fazendas particulares no Brasil tem rios maiores. Isso obrigou o país a buscar solucões através da desalinização, do reuso de água (90%)- tornando Israel líder mundial, longe da Austrália que está em 2° lugar com apenas 22% de reuso- e da irrigação por gotas. Israel que sofria de grave falta de água, tem água suficiente podendo até exportar para os países vizinhos.
2) Energética. Com as recentes descobertas de campos de gás,em 4 anos Israel terá independência enregética e em 7 anos poderá ser exportadora de energia. Em 30 anos a previsão é de exportar no valor de 80 bilhões de dolares.  A queda nos prêços dos commodities e principalmente do petróleo, melhorara em muito a economia israelense.
3) Transportes. Há um grande desenvolvimento nas estradas do país e novas construções de estradas que desenvolvem  as periferias e também as aproximam do centro do país. O mesmo ocorre com construção de novos e mais profundos portos e até com aeroportos.
Sim, nem tudo é perfeito, mas há algum país perfeito?  Não se deve esquecer que grande parte da população que ajudou formar o Estado de Israel são refugiados que se salvaram das trevas do holocausto para vir construir nova sociedade. Outros são refugiados de países árabes que os obrigaram a deixar tudo que tinham e sair do país. Também vieram centenas de milhares de refugiados da ex URSS, da Rússia e seus satélites. Se levarmos em conta também as adversidades das guerras que lhe foram impostos, há muito no que se orgulhar.
Apesar de todas as difamações de pessoas, organizações e nações interesseiras, os fatos e dados internacionais e internos demonstram que Israel é um sucesso.
O Indice da Felicidade Mundial publicado pela ONU para 2016 coloca Israel na 11ª posição. No Índice do Desenvolvimento Humano da ONU, Israel ocupa a 18ª colocação, antecedendo países como o Japão, Luxenburgo, Bélgica, Austria, França e Finlandia. Este índice leva em conta a longevidade, educação, renda.
A revista The Economist publicou uma pesquisa "aonde vale a pena nascer" e colocou Israel no 20° lugar, antecedendo países como a Inglaterra, França, Itália e Japão. A pesquisa analisou os melhores países para adulto viver em 2030, em termos de saúde, progresso e segurança pessoal.
O Instituto Central de Pesquisa publicou (5) seu último relatório (referente a 2014) segundo o qual 58% dos israelenses estão satisfeitos das suas condições economicas. Prevê-se que com a entrada maior de 2 segmentos da sociedade israelense- os haredim (ultra-ortodoxos) e dos árabe-israelenses- na força de trabalho, o índice da pobreza e da inigualdade (Índice Gini) melhorará a  situação e a satisfação.
O israelense se interessa pelo que passa no país e sempre quer melhorar a situação. A democracia prevalece e mesmo que o voto não é obrigatório os eleitores cumprem sua obrigação cívica. Nas últimas eleições gerais, em 2015,foram as urnas 72.3%dos eleitores uma das maiores taxas no mundo Ocidental.
O israelense que cumprimenta com "shalom" (paz) espera que uma paz real chegue e que já no ano que vem possa adicionar este importante evento aos logros que o país conseguiu. Não só para Israel,mas para toda a região que será beneficiada com a paz para o desenvolvimento humano e tecnologico local e universal. Enquanto  shalom não chega, Israel continuará atenta, desenvolvendo-se e aos outros.
Hag Atzmaut Sameah - Feliz dia da Independência

David S. Moran , de Israel 12/05/2016

P.S. Há muitos vídeos sobre Israel é só entrar no GOOGLE  e acessar.
       Envio aqui um link que vem em Hebraico e versão inglesa. ex.most.gov.il
 Aparecerão fotos (expostos também no Aeroporto Internacional Ben Gurion). Clicando na foto aparecerão detalhes adicionais. O melhor para conhecer o Estado de Israel e sua realidade é visitar o país e conhece-lo pessoalmente.



                                                     




Editorial, Estadão - A missão de Temer

O que se espera de Michel Temer é que não corrompa os fins – as ideias – rendendo-se à prática de meios reprováveis

Após a decisão do Senado Federal de afastar temporariamente a presidente Dilma Rousseff do exercício da chefia do Executivo, coube a seu substituto constitucional, o vice-presidente Michel Temer, anunciar oficialmente o que pretende fazer para superar a intrincada crise em que o lulopetismo jogou o país e com a colaboração de quem contará para corresponder à enorme expectativa dos brasileiros. Caberá a ele e a essa equipe fazer com que o governo federal trabalhe com seriedade e competência na promoção dos genuínos interesses nacionais, resgatando o país do nefasto domínio do populismo irresponsável que provocou a maior crise política, econômica, social e moral da história republicana.
Michel Temer dedicou várias semanas à composição do novo governo e à definição das linhas gerais e das principais ações pontuais, algumas de evidente urgência, que pretende adotar a partir de sua investidura temporária na chefia do governo. Em editorial publicado neste espaço no último domingo, destacamos a decepção, por parte de quem vislumbra um futuro melhor para todos os brasileiros, com o fato de Temer, até então, ter-se “permitido associar seu nome a situações e arranjos que frustram, desde já, as expectativas a seu respeito”. De fato, especialmente no que diz respeito à composição de seu Ministério, Temer tendia a se render à lógica do fisiologismo exacerbado, ao toma lá dá cá que o PT consagrou como método para garantir apoio parlamentar. Tanto que, além de alimentar especulações sobre a nomeação de auxiliares envolvidos em investigações da Lava Jato, caminhava para abandonar seu projeto original de promover, como símbolo de novos tempos, uma significativa redução do número de Ministérios.
A repercussão negativa de muitas das especulações sobre as intenções de Temer parece tê-lo persuadido a ser mais rigoroso no cumprimento das diretrizes básicas inovadoras e saneadoras que anunciara inicialmente e retomar a decisão de reduzir o tamanho do Ministério. De qualquer modo, ele não teve condições de recrutar um grupo de “notáveis” para compor o primeiro escalão de seu governo. O que se explica pelo fato de não existirem tantos “notáveis”, seja porque a formação de líderes honestos, competentes e de reconhecida reputação foi comprometida pela mediocridade do populismo lulopetista, seja porque os existentes não desejam associar seus impolutos nomes a uma atividade que, ultimamente, só cobre de opróbrios quem a exerce.

Por tudo isso e muito mais, a expectativa da enorme maioria dos brasileiros que saíram às ruas contra o governo petista e acabaram criando as condições políticas para o impeachment de Dilma é de que seja promovida agora uma faxina na administração federal. Isso significa que não será suficiente afastar os quadros petistas coniventes com o fisiologismo. Do ponto de vista da recuperação da eficiência da máquina governamental, essa “limpeza” acabará se tornando inútil se os afastados forem substituídos por apaniguados políticos ávidos por uma “boquinha”.
O governo vai mudar, o país se livrará da nefasta hegemonia política do lulopetismo, mas é preciso levar em conta que o sistema político permanece o mesmo, com a mesma estrutura político-partidária comandada pelas mesmas figuras de alguma forma comprometidas com as mazelas da era petista. O próprio Michel Temer, não nos esqueçamos, foi o vice-presidente de Dilma Rousseff por duas vezes. Por isso mesmo, tendo aderido às correntes democráticas da sociedade brasileira que exigem o fim do ciclo petista, Temer precisa demonstrar que está inequivocamente determinado a inaugurar de fato uma nova fase da política brasileira. Para tanto, deve conquistar rapidamente a confiança da população. E isso só será possível se demonstrar, desde logo, sua disposição de resistir ao fisiologismo e a coragem de adotar medidas de emergência impopulares sem as quais será impossível o saneamento das contas públicas.

O que se espera de Michel Temer é que, partindo do princípio de que a política é a arte de aliar meios a fins, não corrompa os fins – as ideias – rendendo-se à prática de meios reprováveis. Restaurada a moralidade e devolvida alguma eficiência ao governo, a nação brasileira fará o que sempre soube fazer: crescerá em paz e proverá em abundância.