O
ex-ministro e ex-senador do PT, Aloísio Mercadante, o pai dos aloprados (1),
entregou o pen drive com dados falsos para o dossiê de calúnias desfechado pelo
governo Lula contra o senador tucano Tasso Jereissati em 2009.
Tarso e
Lula participaram da tramoia.
O modus
operandi era o mesmo já usado por procuradores federais ligados ao PT, e denunciado
tempos atrás pelo Conjur, escreve o delegado Romeu Tuma Júnior no seu livro
“Assassinato de reputações”, página 168, ao contar esta ordem criminosa que
recebeu da nomenklatura petista em janeiro de 2009:
- Fulmine
o Jereissati.
Quem deu
a ordem foi o senador Aloísio Mercadante, na época líder do governo Lula no
Senado, e ex-ministro da Educação de Dilma Roussef.
Mercadante
foi o mesmo homem sob cujas ordens os “aloprados” tentaram comprar um dossiê
para desmoralizar o tucano José Serra, e também foi o mesmo homem que chamou o
senador Paulo Paim, em 2008, para boicotar a aprovação do empréstimo do governo
Yeda Crusius junto ao Banco Mundial, sendo repelido pelo gaúcho, conforme o
jornalista Políbio Braga conta em seu livro Cabo de Guerra.
No
governo Dilma Roussef, ele foi Ministro-chefe da Casa Civil e antes disto
ocupou a Casa Civil.
Homem
ligadíssimo a Dilma Roussef, Aloízio Mercadante acabou denunciado em 2016 pelo
senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo, que entregou aos procuradores uma conversa
gravada de um assessor de Delcídio com Mercadante, depois de ter sido preso por
ordem do STF. Em depoimento, Delcídio disse que Mercadante ofereceu ajuda,
sugerindo que em troca não fechasse acordo de delação premiada.
O ministro
da Educação, Aloízio Mercadante, foi um dos políticos citados pelo ex-líder do
governo, senador Delcídio do Amaral, na delação premiada que ele mesmo produziu
no âmbito da Procuradoria Geral da República. Em um depoimento ao Ministério
Público e a integrantes da Polícia Federal, o Senador entregou uma gravação
feita por um assessor dele, Eduardo Marzagão. Delcídio contou que o assessor
foi procurado pelo ministro e decidiu gravar as duas conversas que teve. Nessa
época, o Senador estava preso.
Delcídio
disse como interpretou a oferta de ajuda feita por Mercadante ao assessor:
"Ele arrumaria um jeito de pagar meus advogados." Ele se referia ao
trecho da conversa em que o assessor de Delcídio fala sobre as dificuldades
financeiras enfrentadas pelo senador.
Eduardo Marzagão: Só para você ter uma ideia, eles estão
vendendo a casa.
Aloízio Mercadante: Para não ficar expostos.
Eduardo Marzagão: Não, até para...
Aloízio Mercadante: Arrecadar dinheiro.
Eduardo Marzagão: Arrecadar dinheiro. Os carros, a casa.
A fazenda, porque é da mãe e do irmão, então lá não vai mexer. Aliás, o irmão
tá vindo aí para tratar desses assuntos. Assuntos financeiros mesmo.
Aloízio Mercadante: Patrimônio da família.
Eduardo Marzagão: Patrimônio, as dívidas que ele tem.
Para você ter uma ideia da situação dele, o salário dele tem consignado. O
salário do Delcídio tem empréstimo consignado, que ele está pagando.
Aloízio Mercadante: Bom, isso aí também a gente pode ver
no que é que a gente pode ajudar, na coisa de advogado, essa coisa. Não sei.
Pô, Marzagão, você tem que dizer no que é que eu possa ajudar. Eu só tô aqui
para ajudar. Veja o que que eu posso ajudar.
Na segunda
conversa com o assessor, Mercadante disse que Delcídio deveria esperar.
Aloízio Mercadante: Eu acho que ele devia esperar e não
fazer nenhum movimento precipitado que ele já fez o movimento errado. Deixa
baixar a poeira, que vai sair, uma confusão muito grande para o país. Para ele
não ser o agente que desestabilize tudo. Senão vai sobrar uma responsabilidade
para ele monumental, entendeu?
Ainda na conversa com Marzagão, o ministro Mercadante
elogiou o ex-líder do governo e diz que falaria com o presidente do Senado para
tentar encontrar uma saída que permitisse suspender a prisão de Delcídio junto
ao Supremo Tribunal Federal.
Aloízio Mercadante: Não, não, mas o presidente vai ficar
no exercício. Também precisa conversar com o Lewandowski. Eu posso falar com
ele para ver se a gente encontra uma saída. Mas eu vou falar com o ministro no
Supremo também.
Eduardo Marzagão: Complicado.
Aloízio Mercadante: Mas é o seguinte, eu não tenho nada a
ver. O Delcídio... Zero... Não tô nem aí se vai delatar, não vai delatar, não
tô nem aí. A minha questão com ele é que eu acho um absurdo o que aconteceu com
ele.
Eis o
que conta Tuma Júnior sobre o episódio que envolveu o Senador do PSDB, Tasso
Jereissati, ex-Governador do Ceará:
- Lá (na
liderança do governo no Senado) entregaram-me um pen drive com as
“seríisimas" denúncias contra um adversário do governo que já tinham sido
entregues ao Ministro Tarso Genro e ainda não haviam sido apuradas. (...) A
exigência era de que eu plantasse uma investigação em cima do Jereissati.
Acontece
que Tuma Júnior era amigo do Senador do PSDB, desde que ele foi Governador do
Ceará, a um ponto tal que chegou a ser convidado para ser Secretário de
Segurança do seu sucessor, Ciro Gomes.
No livro,
o delegado conta que não quis tocar o caso adiante por constrangimento moral e
conduta profissional, mas decidiu abrir o pen drive para ver o que estava ali:
- O
principal é que tinha sido montado em um escritório particular, documentos com
cópias de contas feitas no exterior, inclusive de Tasso Jereissati.
Tudo de
origem criminosa e imprestável para procedimentos legais, para forjar dossiês
falsos contra o senador do PSDB.
O governo
e o PT buscavam efeitos políticos contra o PSDB.
O banco
que produziu o dossiê:
- Julius Baer Bank &Trust, que tem sede em Nassau e
pertence a um grupo alemão.
O
Ministério Público Federal foi atrás do Julius Baer durante as Operações da
Lava Jato, constatando suas relações criminosas com a nomenklatura do PT. No
relatório que produziu sobre material que recebeu do exterior a respeito das
operações entre o PT e o banco, escreveu o MPF, neste caso trtando
especificamente da lavagem de dinheiro produzida por Renato Duque, homem que o
Partido colocou na Diretoria de Serviços, justamente para achacar empreiteiros:
- Os
documentos enviados informam que, entre julho e agosto de 2014, foram
transferidos para contas abertas em nomes das offshores MILZART OVERSEAS
HOLDINGS INC. (n. 5128005) e PAMORE ASSETS INC. (n. 5134285), no Banco Julius
Baer, ambas controladas por DUQUE, o total de EU 1.300.667, representado por 13
títulos de valores mobiliários. Antes disso, em maio de 2014, já haviam sido
feitas outras 13 transferências de títulos que totalizaram EU 4.121.547.