A ruptura, índice que mede a falta de produtos nas prateleiras dos supermercados, fechou janeiro em alta. Conforme aponta estudo exclusivo desenvolvido pela Neogrid (www.neogrid.com.br), empresa especializada na sincronização da cadeia de suprimento, a ruptura alcançou 12,49% em janeiro contra os 12,10% em dezembro de 2020.
Quando se analisa o histórico da ruptura ao longo do último ano, pode-se notar que o índice vem em uma crescente desde setembro de 2020. A maior porcentagem foi registrada em maio do ano passado, auge da pandemia, quando a ruptura atingiu os 12,57%.
De acordo com Robson Munhoz, CCO da Neogrid, a ruptura tão alta no varejo se dá pela falta de matéria-prima. "Está faltando papel, papelão, madeira, vidro e alumínio, entre outros materiais. E isso vem causando transtorno na indústria que impacta toda a cadeia de abastecimento. A indústria não consegue embalar e nem produzir produtos e com isso, atrasa produção e entrega", explica.
Outro fator apontado pelo executivo é o poder de compra do brasileiros que caiu. "Sem auxílio emergencial do governo temos a redução de consumo ou, no mínimo, a redução do consumo de produtos com valor mais alto. "Um exemplo prático, eu comprava uma margarina de marca mais famosa, mas passo a comprar uma marca mais barata que atende o objetivo final da mesma forma", exemplifica Munhoz.
O terceiro fator que explica o aumento da ruptura, segundo o executivo, é a alta de preço dos produtos que acarretam uma negociação mais demorada entre o varejo e a indústria. "Desta forma, o varejo demora para fazer pedido e o pedido demora mais porque falta matéria-prima. Estamos vivendo um problema generalizado na cadeia de abastecimento. As consequências são o aumento da ruptura na ponta e a consequente inflação pelo aumento constante de preços", encerra Munhoz.