Páscoa poderá resultar em contratação de 55 mil temporários, 5 mil dos quais no RS

            A Páscoa promete ser mais doce para quem está em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho. No total, em todo o País, a expectativa é para a contratação de 55 mil temporários pela indústria e pelo comércio, retração de 34,83% na comparação com o ano anterior (84,4 mil). De acordo com pesquisa encomendada pela Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) e pelo Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem) ao Centro Nacional de Modernização (Cenam), 19 mil vagas temporárias ainda estão abertas e devem ser preenchidas até o início de março.

         Os primeiros contratos temporários normalmente são firmados pela indústria, que começa a fabricar produtos para a Páscoa entre setembro e outubro. Estima-se que 85% das vagas já tenham sido preenchidas e cinco mil estejam abertas.
            No comércio a contratação de temporários é mais tardia. Com produtos de Páscoa chegando agora aos supermercados e redes varejistas, a seleção de pessoal se estende até o início de março. A previsão é para que 30 mil temporários consigam ter a carteira de trabalho assinada, sendo que 16 mil já foram contratados. Há 14 mil vagas abertas no país neste setor.
     O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de chocolate do mundo, com 710 mil toneladas em 2015. Para Vander Morales, presidente da Fenaserhtt e do Sindeprestem, o cenário econômico dos últimos tempos influencia diretamente a retração do setor de trabalho temporário, mas o apelo sentimental da data é mais forte: “A tradição da Páscoa é presentear com chocolates. O consumidor pode gastar menos com produtos, mas não deixará de comprar”. O trabalho temporário, além de necessário para atender ao aumento da movimentação comercial nesta época do ano, também contribui para a diminuição do desemprego e para a circulação de dinheiro na economia.
     De todos os contratos firmados, segundo o levantamento, 62% devem vigorar por um período entre 61 e 90 dias, possivelmente devido à proximidade com o Dia das Mães; 25% por 31 a 60 dias e 12% por menos de 30 dias. Somente 1% por mais de 91 dias.

EFETIVAÇÃO
            Diferentemente dos anos anteriores, a efetivação dos temporários pelas empresas tomadoras de serviços é incerta em razão da instabilidade econômica. “O quadro de funcionários das empresas está enxuto e, em picos sazonais de produção e venda, como acontece na Páscoa, o trabalho temporário é a solução para recompor esta mão de obra e atender pedidos. A chance de efetivação existe para aquele profissional que se destacar e, mesmo assim, vai depender da combinação de dois fatores determinantes: competência do trabalhador e necessidade do contratante”, explica Vander Morales.
            Para as empresas fornecedoras de mão de obra temporária, a perspectiva de efetivação pelo contratante é de 12%; 63% acreditam que serão poucos os efetivados e 25% aposta em nenhuma contratação permanente.
PRIMEIRO EMPREGO
            O trabalho temporário é a chance do jovem em busca do primeiro emprego ter uma experiência profissional. Segundo as prestadoras de serviços, 63% dos clientes têm interesse neste público. Os outros 37% correspondem à terceira idade. 
INDÚSTRIA
·   Principais funções: auxiliar de produção; promotor de vendas; estoquista; auxiliar de cozinha; auxiliar de expedição; operador de empilhadeira; entregador e motorista.
·   Pré-requisitos para a contratação: experiência anterior desejável, dinamismo e facilidade para o trabalho em equipe.
·   Faixas salariais:
50% - R$ 1.321,00 a R$ 1.980,00
40% - R$ 1.000,00 a 1.320,00
10% - R$ 1.981,00 a 2.220,00
·   Principais benefícios: vale-refeição e seguro de vida

COMÉRCIO
·   Principais funções: repositor; vendedor; balconista; auxiliar administrativo; degustador.
·   Pré-requisitos para a contratação: dinamismo; facilidade em lidar com o público; experiência anterior desejável; organização; espírito colaborativo.
·   Faixas salariais:
82% - R$ 1.000,00 a R$ 1.320,00
18% - R$ 1.321,00 a R$ 1.980,00


Principais benefícios: vale-refeição; prêmio por desempenho; vale-alimentação.

Artigo, Glauco Fonseca - Os shortinhos da discórdia

Desliguei o rádio bem na hora em que estavam comentando, pela vigésima vez, a problemática político-indumentária dos shortinhos no Colégio Anchieta. Desci do carro e entrei no BarraShopping Sul para comprar um presente para meu queridíssimo amigo Jorge, que completa 60 anos hoje em grande festa. Antes que venham as piadinhas, não, não é o mesmo Jorge também do noticiário. O das notícias tem mais de 70.

Zanzei pra lá e pra cá e, finalmente, comprei um presente para um cara de 60 anos, coisa tão difícil quanto comprar presente pra mulher de 40...

Ao me dirigir para comprar um sorvetinho – ninguém é de ferro – comecei a observar que a enorme maioria das “aborrescentes” estava usando algo parecido com os tais shortinhos satânicos do Anchieta.
Como marqueteiro que sou (do bem, sem propinas ou superfaturamentos), entrei numa loja de vestuário feminino e perguntei à primeira vendedora que apareceu:

- Boa tarde. Por acaso, vocês têm aqueles shorts de jeans (no meu tempo era de brim) que as meninas andam usando?
- Estamos em falta, mas sábado chega.
- Muita procura? Perguntei.
- Muita? Bota muita nisso, disse a vendedora.
- Porque será? Disse eu, me fazendo de sonso
- Muito quente ainda. As gurias estão bronzeadas e querem mostrar as pernas (risos)
- Mas é daqueles bem cavados?
- Não. Aqueles são usados por gurias que gostam de bailes funk, com o cós lá em cima, e cavados como um biquíni.
- Meu Deus, exclamei, agora, realmente surpreso.
- Esses eu não tenho.

Saí desta loja no primeiro piso e no superior continuei minha pesquisa. Entrei em outra loja que estava vazia, com três vendedoras na frente.

- Olá, boa tarde. Estou fazendo uma pesquisa particular. Posso fazer uma pergunta para as senhoras?

Todas aquiesceram, sorridentemente.

- Esses shortinhos de jeans....
- Não temos, disseram em uníssono

E continuaram

- Uma pena, senão venderíamos horrores...
- É mesmo (olha aí o sonso de volta...)? Mas são aqueles bem cavados e “atochados” como se diz?
- Esses aí são os tais Shortquinis, são muito cavados e chega a dar pena de ver umas guriazinhas bem novinhas usando, disse uma delas.
- Se fosse minha filha, não deixava, disse a outra.
- Nem eu. É uma pouca vergonha, arrematou a terceira.

Eu perguntei, com aquela cara de mandolate:

- Mas por quê????
- O senhor sabe que elas chegam a afinar o tecido do fundilho, ficando só na costura que é pra usar sem calcinha e pra poder mostrar tudo em qualquer movimento?
- Nãããooooo, exclamei realmente impactado...será possível? É o fim dos tempos!

E me fui embora pensando “pra que fui perguntar? Viu? Agora vai até o fim!

Entrei na última loja, grande, de vestuário mais popular, mas de qualidade e fui até o reduto onde estariam expostos os tais shortinhos do capeta.

- Boa tarde. A senhora tem aqueles shortinhos em jeans?
- Pra que tu quer saber? Na lata, bem no meio dos olhos. O impacto da pergunta produziu em mim a derradeira necessidade de dizer nada menos do que a verdade.
- Eu estou curioso...
- As gurias todas estão desesperadas atrás. Não tem mais, mas amanhã vem vindo do interior, disse a senhora mais esperta que os advogados do Gerdau.
- A que a senhora atribui o sucesso desses shortinhos? Vendem muito?
- Ih, meu filho. Vende demais. A mulherada começa cedo...risos largos...

Pronto. Terminei a pesquisa.

A conclusão?


Água em morro abaixo, fogo em morro acima e mulher quando quer usar um shortinho, ninguém segura...