Artigo, Adão Paiani - Os promotores do caos


A mistura de ódio e medo do sistema em relação a um dos candidatos a presidente, aliada à insistência de incluir nas sondagens de intenção de votos o nome de alguém que não pode concorrer, com o objetivo de confundir a opinião pública, vai acabar por comprometer a própria legitimidade desta eleição, situação em que todos vão perder.

A coisa descambou da preferência da mídia - que é o próprio sistema - por este ou aquele candidato, por este ou aquele viés ideológico ou partidário - algo normal, compreensível e respeitável em qualquer democracia - para o banditismo explícito.

Ao contrário do que pode parecer, quem ganha com isso não são os demais candidatos, suas propostas ou partidos, muito menos o eleitor e menos ainda o país, mas o mecanismo.

Os grandes grupos de comunicação mais do que prestar um desserviço ao país, hoje são uma ameaça à democracia brasileira.

Falidos, como é o caso da Editora Abril, que essa semana entrou com pedido de recuperação, ou listados entre os maiores devedores da União, como Rede Globo, Record ou SBT, eles ao mesmo tempo em que escolheram um inimigo a destruir, por outro lado ainda não elegeram o seu candidato, estando na expectativa de qual será aquele que chegará no seu preço. 

A esse, todas as referências elogiosas,  exposição positiva e pesquisas favoráveis. Aos demais o descarte.

Criminosamente, a grande midia brasileira aposta no caos para submeter, mais uma vez, o país aos seus interesses escusos, apelando para a mentira e a manipulação de uma sociedade onde o analfabetismo funcional e a desinformação são grandes, e a população encontra-se fragilizada pelos escândalos e imersa no descrédito de lideranças, agentes públicos, políticos e instituições. 

Repito, o que estamos vivenciando não é campanha eleitoral, mas puro banditismo político.

 Se alguém achava que havíamos chegado ao fundo do poço na campanha de 2014, uma das mais corruptas e criminosas da nossa história política, é perceptível esta será ainda pior. 

O mais inacreditável é que sabemos onde isso tudo fatalmente irá terminar. 

Mas, pelo jeito, não esquecemos nada. E não aprendemos nada também.

*Adão Paiani é advogado em Brasília/DF.

Febeapá


Febeapá
Astor Wartchow
Advogado
      Nosso processo político-eleitoral é rico na produção de gafes e bobagens ditas por candidatos e assessores, possivelmente à conta da diversidade social e o nível de tensão e nervosismo. Logo, compreensível e perdoável.
      Esta temática não é nova. À época da ditadura militar, em 1966, para ser mais exato, tornou-se famosa a obra do carioca Sérgio Porto (1923-1968), mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta.
      Coletânea de crônicas, o “febeapá - festival de besteiras que assola o país” - reproduzia e comentava de modo humorístico e debochado casos reais publicados na imprensa.
      Agora, recém definidos os candidatos e iniciada a campanha eleitoral propriamente dita, pipocam episódios cômicos, gafes, promessas absurdas e rompantes ideológicos. 
      No debate na rádio Gaucha, o governador Sartori, ao se apresentar, agradeceu o convite da rádio Guaíba. Já o esquecido Bolsonaro foi para o debate com “cola” escrita na palma da mão, à moda estudantil. “Pesquisa, Armas, Lula”. Três palavras apenas!
      Em entrevista com Luciano Huck,  Geraldo Alckmin saudou a esposa do apresentador, mas ao fazê-lo nominou Eliana, uma antiga namorada. Detalhe: Angélica estava na platéia. Outra do Alckmin: queria elogiar sua vice Ana Amélia, mas mencionou Kátia Abreu (vice de Ciro Gomes), ambas ligadas ao agronegócio. 
      Aliás, Ciro começou demagogicamente a campanha. Prometeu retirar 60 milhões de pessoas do SPC (serviço de proteção ao crédito). Com dinheiro público. Pode isto, Arnaldo?  A assessoria de Ciro e Kátia também não ajudou. Publicaram a foto (santinho) da vice Kátia (56 anos) completamente repaginada (photoshop) como se tivesse apenas 36 anos. Ela achou graça.
      O presidenciável e fanático religioso Cabo Daciolo é uma piada pronta. Deve achar que Deus é brasileiro. Quando deputado quis mudar a Constituição Federal para dizer que “todo poder emana de Deus”, substituindo a atual expressão “todo poder emana do povo”.
      Não menos fanáticos são os autores intelectuais da manobra que envolveu a ONU em incompetente e voluntariosa manifestação (devem ser os mesmos que foram apelar ao Papa!).
      Esclarecendo: noticiado como se fosse decisão da ONU (pedindo que o Brasil tome as medidas necessárias para garantir que Lula, mesmo preso, participe das eleições presidenciais), tratava-se, porém, de comunicado do Comitê de Direitos Humanos. Que não tem nenhum poder decisório ou mandatório.
      O Escritório de Direitos Humanos (site oficial da ONU) esclarece que não se deve confundir o Comitê com o Conselho de Direitos Humanos, órgão formado por diplomatas de 47 países e que se reporta à Assembléia Geral da Nações Unidas, o órgão máximo da entidade. Nada consta sobre o caso Lula.
      Quando não é “fake news”, é o febeapá!

Criminosos venezuelanos infiltram-se com refugiados

A reação violenta de venezuelanos atacados em Pacaraima fez ligar o alerta, segundo informa hoje o jornalista Claudio Humberto no seu influente Diário do Poder.

Leia a nota:

 É que se consolida a suspeita, entre diplomatas e autoridades de segurança, de que criminosos foram misturados aos venezuelanos que chegam ao Brasil. A situação é tratada com muito cuidado, em caráter reservado, tanto em Brasília quanto em Roraima, mas a suspeita é que a ditadura de Nicolás Maduro estaria por trás disso. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A denúncia é de que os criminosos venezuelanos têm sido soltos na fronteira sob a promessa de não voltarem ao país do ditador Maduro.
No auge da imigração em massa de haitianos, diplomatas denunciaram o governo do Haiti por esvaziar prisões para “exportar” bandidos.
O governo de Roraima anda se esquivando. Nesta terça, a assessoria de comunicação do governo desligava o telefone ao primeiro toque.
Até o fechamento da edição, o Ministério da Segurança não se posicionou sobre criminosos venezuelanos infiltrados entre imigrantes.