Tom Shannon, no ano passado alto funcionário do Departamento de Estado, disse ao Financial Times que conversou com Hamilton Mourão durante uma visita do ex-vice-presidente brasileiro a Nova York, em julho do ano passado. Um dia depois da conversa entre Shannon e Mourão, o departamento de estado americano emitiu um endosso ao sistema de votação brasileiro, dizendo que “o sistema eleitoral capaz e testado pelo tempo e as instituições democráticas do Brasil servem de modelo para as nações do hemisfério e do mundo”
O Financial Times acaba de publicar extensa reportagem na qual diz que a Casa Branca iniciou uma pressão discreta para instar os líderes políticos e militares brasileiros para impedir qualquer questionamento de Bolsonaro no conteúdo e no resultado do processo eleitoral do ano passado.
O objetivo foi enfatizar aos aliados próximos de Jair Bolsonaro que Washington não toleraria qualquer tentativa de questionar o processo de votação ou o resultado. As autoridades dos EUA iniciaram uma campanha coordenada, mas não anunciada, junto ao governo brasileiro, incluindo as forças armadas, a CIA, o departamento de estado, o Pentágono e a Casa Branca.“Foi um compromisso muito incomum”, afirmou Michael McKinley, ex-alto funcionário do departamento de estado e ex-embaixador no Brasil, ao jornal. De acordo com o ex-alto funcionário do departamento de estado Tom Shannon, o esforço começou com a visita do conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, ao Brasil em agosto de 2021, que deixou sua reunião com o ex-presidente brasileiro preocupado.