Renuncia agora, Temer
Astor Wartchow
Advogado
Assim como eu dissera acerca do incompetente
mandato de Dilma, ao afirmar que sua renúncia seria mais digna, também é hora
de Temer renunciar.
Ainda que a gestão Temer esteja fazendo um esforço
para realizar as adequações orçamentárias necessárias haja vista a
irresponsabilidade fiscal decorrentes das populistas gestões anteriores.
Relembrando: gestões que resultaram em desarrumação
generalizada da economia nacional, crimes contábeis-administrativos e a
credibilidade perdida. E níveis de desemprego como nunca dantes.
Com Temer ou sem Temer, o respectivo, necessário e
oneroso ajuste de contas social, econômico e financeiro é inadiável. Seja quem
for o próximo presidente, será uma questão de tempo e atitude.
Mas, agora, com o revelado advendo de
constrangedores diálogos presidenciais com o safadão Joesley Batista, a
situação ficou insustentável.
Evidentemente, Temer não é inocente. Ressalta-se,
porém, o absurdo consórcio do Ministério Público Federal com o
delinquente e corruptor empresário, concretizando uma armação que
desmoraliza totalmente as regras jurídico-judiciais.
Pior: negociou-se uma grotesca armação em troca de
liberdade internacional do sujeito. Uma manobra de nulidade absoluta do ponto
de vista juridico.
Mas, neste momento, isto não importa mais. Armação
ou não, Temer caiu numa armadilha que lhe retira defintivamente qualquer
credibilidade e possibilidade no ânimo de governar.
Então, digno seria (se é que ainda há dignidade de
parte de nossos representantes) Temer renunciar. Não esperar um provável
afastamento e impeachment.
Porém, neste sentido, repito o que dissera acerca à
época do impeachment: "Dilma não renunciará porque o orgulho pessoal é
maior que a razão. Aliás, no desejo de manutenção do poder, o empobrecimento e
o sofrimento popular são detalhes secundários."
Vale a mesmo raciocínio para a provavel decisão de
Temer em não renunciar!
Os incuráveis
Enquanto a nação sangra em todos os sentidos,
fragmentando nossa histórica e típica esperança, alguns fanáticos e
irresponsáveis continuam com sua ladainha. Pior, além de não fazer a necessária
autocrítica pessoal e partidária, agora pregam uma sangrenta guerra civil.
Foram as palavras da petista Benedita da Silva,
ex-governadora, senadora e deputado federal. Dias depois, palavras
reafirmadas por Washington Quaquá, prefeito de Maricá e presidente do PT, ambos
do Rio de Janeiro.
Fosse um simples lero-lero ou quá-quá de um débil
mental qualquer não daria maior significância. Mas, acredite, é um sintoma da
doença incurável da cegueira ideológica e populista!