A CONTA DO FIM DE UM DESGOVERNO
Décio Pizzato
Economista, formado pela PUCRS,
Colunista do Conselho Federal de Economia (BSB [ único da
região sul]), Ex-diretor da ABAMEC-Sul (Associação Brasileira dos Analistas do
Mercado de Capitais - Região Sul),
hoje APIMEC-SUL.
A primeira
pessoa com que falei nesta quinta-feira, 12 de maio, fez uma afirmação: Custou
caro esta saída da presidente. Ao mesmo tempo em que afirmava, havia uma
pergunta embutida: Quanto custou estes mais de 13 anos do lulopetismo e do
dilmismo, este um ramal piorado.
Ainda nesta
mesma manhã, foi então me feita outra pergunta: Qual o rombo deixado pela
presidente, agora afastada do cargo?
Para responder
estas duas perguntas é necessário voltar no tempo, pesquisar informações e
rebuscar em velhos artigos.
Vamos voltar ao
dia 1º de janeiro de 2003, quando um mar de bandeiras vermelhas tomou conta da
Esplanada dos Ministérios e da frente do Palácio do Planalto esta multidão
continha em si o sentimento de mudança: A redenção do povo brasileiro.
Para os
eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva, o fim do domínio das elites. Era o dia
da posse como presidente da República, o que se gabava de ser quem melhor
conhecia o brasileiro, pois havia percorrido o Brasil ao longo de 12 anos com
suas caravanas da cidadania.
Poucos poderiam
prever que ali também estava nascendo o lulopetismo.
Para os mais
necessitados, depois do fracasso inicial do Programa Fome Zero, foi criada a
transferência de renda que se denominou de Bolsa Família, uma junção de
programas já existentes, como Vale Gás, criado no governo Itamar Franco, o
Bolsa Escola, criado pela então primeira dama, a antropóloga Ruth Cardoso e o
Bolsa alimentação, do governo FHC.
Mas, para as
elites foram criados programas bilionários. Como o das "Campeãs
Nacionais" com acesso direto ao BNDES. Onde se destacaram o Grupo X, de
Eike Batista, o grupo JBS, dos irmãos Joesley e José Batista Junior. E por fim,
juntaram-se as grandes empreiteiras, hoje estão envolvidas em processos de
corrupção na operação Lava - Jato.
Para terem
acesso aos cofres do BNDES eram necessários grandes empreendimentos. Aparecem
desta forma, a construções de refinarias, hidroelétricas, perfurações no Pré
Sal, encomendas de navios, estádios para a Copa. Como não fossem suficientes as
obras e serviços aqui no país, buscaram-se na mesma fonte recursos para financiar,
estradas, portos, hidroelétricas, nos países bolivarianos e na ilha dos irmãos
Castro. Afinal a necessidade para tudo isso sempre foram na casa dos bilhões de
reais.
Você que está
lendo, pergunta de onde viria tanto dinheiro?
Simples a resposta,
do Tesouro Nacional, pela emissão de títulos da Dívida Pública. O caminho já
havia sido trilhado, quando no governo de FHC se efetuou o saneamento
financeiro dos Estados e Municípios, com a compra da dívida dos mesmos, lá por
1997/98. Na ocasião a gritaria foi que o governo havia dobrado a dívida
público, que passou de cerca de R$ 240 bilhões para algo em torno de R$ 480
bilhões.
No dia da posse
de seu primeiro mandato, Lula assume com a dívida pública em R$ 623,19 bilhões.
Ao passar a faixa presidencial para sua ungida, Dilma Rousseff em 01.01.2011, a
dívida já estava em R$ 1.694,03 bilhões, um crescimento em oito anos de 171,8%.
Ao final deste
mês de março passado já estava em R$ 2.886,70 bilhões, um crescimento nestes 13
anos governos lulopetistas de R$ 2.263,51 bilhões, ou seja, um aumento de
363,21%.
É para chorar o
que foi feito com este aumento descomunal da dívida pública sem haver uma
mínima correspondência na infra-estrutura, na saúde e na educação do país.
Neste momento,
coloco uma tabela para melhor visualizar o que aconteceu apenas com dívida
pública federal, neste período.
São R$ 2
trilhões, 886 bilhões e 700 milhões, cabendo a cada brasileiro uma conta de R$
13.776,96.
Dívida Pública
2002 - FHC
2010 – Lula
2016 - Dilma
População
176.029.560
190.732.694
209 531.635
Dívida
R$ 623.190.000.000
R$ 1.694.030.000.000
R$ 2.886.700.000.000
Divida por Habitante
R$ 3.540,26
R$ 8.881,69
R$ 13.776,96
Variação da Dívida
+171,83%
70,40%
Variação da Dívida por Habitante
+150,87%
289,15%