A escalada autoritária do Supremo

Suspensão do X é a culminação de um inquérito eivado de truculência. Se quer mesmo defender a democracia, STF deveria reconsiderar esses processos típicos de um estado de exceção


O ministro Alexandre de Moraes ordenou a suspensão da rede social X em todo o Brasil, por sistemático desrespeito a ordens judiciais. Tomada isoladamente, a decisão está correta: ordens judiciais podem ser contestadas, mas jamais descumpridas. A suspensão da rede social, malgrado ser medida extrema, foi o meio escolhido pelo ministro Moraes para fazer valer a determinação da Justiça. Dito isso, esse desfecho é a culminação de uma escalada autoritária por parte do ministro Moraes, num processo eivado de abusos a título de defender a democracia – e tudo aparentemente corroborado pelos demais ministros do Supremo, sob a gritante ausência da Procuradoria-Geral da República.


Antes de mandar suspender a rede social X, Moraes ordenou o bloqueio de bens da Starlink, uma empresa fundada por Elon Musk, a pretexto de quitar as multas do X, do qual Musk também é acionista majoritário. Essa flagrante ilegalidade, que comporta tremendos riscos para a segurança jurídica e para os investimentos no Brasil, é mais um dos danos causados pelo destempero de Moraes, que, em nome de sua autoatribuída missão salvacionista, está triturando o devido processo legal.


Há alguns dias, Musk decidiu fechar o escritório brasileiro do X porque, segundo ele, Moraes ameaçara com prisão a então representante, por se recusar a cumprir ordens de suspensão de perfis. Dias depois, Moraes intimou Musk a indicar um novo representante legal do X no Brasil, sob pena de suspensão de suas atividades no País.


Sim, há leis no Brasil, como as que exigem o cumprimento de ordens judiciais e a presença de uma representação legal no País para empresas que aqui fazem negócios. Uma empresa como o X deve responder por seu descumprimento. Mas há ritos também.


Já a citação, feita em uma postagem pelo perfil do STF no próprio X, é no mínimo exótica. O caminho regular para intimar alguém no exterior é através de carta rogatória oficiada ao país de residência do alvo da ordem judicial. A ilegalidade do bloqueio de recursos da Starlink, por sua vez, é incontroversa. O X e a Starlink pertencem a empresas distintas, com acionistas diversos, e para cobrar de uma empresa o valor da dívida de outra, ainda que tenham o mesmo dono, seria necessário comprovar a existência de fraude.


Mandando às favas a prudência procedimental em favor da espetacularização, Moraes semeia vento – e o Brasil colhe tempestade.


Para agravar a situação, há um vício de origem em todo esse processo: ele nem sequer deveria estar sob a jurisdição do Supremo. Mas o caso é só mais um dos vícios da verdadeira Caixa de Pandora que são os inquéritos secretos, intermináveis e onipresentes conduzidos por Moraes.


Inquéritos têm de ter prazo para acabar, ser transparentes e ter objeto determinado. Mas, atribuindo-se uma espécie de juízo universal de defesa da democracia, o ministro multiplica exceções a essas regras, e já determinou suspensões de contas em redes sociais, afastamentos de autoridades, censuras a empresas e veículos de comunicação, multas exorbitantes, confisco de passaportes, apreensões de celulares, quebra de sigilos bancários e telemáticos, detenções em massa e prisões preventivas intermináveis. Em tese, medidas extremas como essas são possíveis no ordenamento jurídico. Mas devem ser fundamentadas e, exceto em casos excepcionais, públicas. Nada disso pôde ser verificado, porque os inquéritos correm em sigilo, e, em grande parte, à revelia do Ministério Público, a instituição responsável por investigar e denunciar crimes.


A complacência do plenário do STF com esse “estado de coisas inconstitucional” é intolerável. Acumula-se sobre a Corte uma grossa nuvem de suspeição. A Procuradoria-Geral da República é omissa.


O Supremo, como instância máxima do Judiciário, deveria ser o guardião da Constituição, da segurança jurídica, das liberdades fundamentais, da liberdade econômica e da pacificação social, mas hoje é um dos maiores adversários de tudo isso. Se está mesmo interessado em defender a democracia, o Supremo deveria reconsiderar esses processos dignos de um estado de exceção.



Opinião do editor - Até jornalistas e empresas jornalísticas apresentam-se como fantoches e cúmplices do arbítrio

São jornalistas e empresas jornalísticas fantoches e cúmplices do arbítrio, seja pelo apoio direto ou indireto a Moraes, como também quando se colocam no modo "silêncio obsequioso".

O editor deste blog tem acompanhado com incredulidade as manifestações de jornalistas e comunicadores, mas até de agências de notícias como a Agência Estado, tentando comparar situações distintas como se fossem semelhantes no caso da queda de braço entre X e STF.

No UOL, o comentarista Wálter Maiorovitch contou que Musk não reage na China da mesma forma que reage no Brasil, justificando os atropelos de Moraes. 

A China é comunista e ditadura escancarada, mas o Brasil ainda que se apresente como uma democracia fraturada, sequer se compara com o País de Mao.

Hoje, a Agência Estado alinha em defesa de Moraes o fato de que o X obedeceu ordens dos governos da Turquia e da Índia, ambas relacionadas a episódios envolvendo a segurança nacional em período pré-eleitoral, o que também é uma falácia, porque no caso brasileiro o que está em jogo é a liberdade de expressão garroteada recorrente e generalizadamente pelo STF.

Em Zero Hora, o jornalista Rodrigo Lopes tenta desqualificar o embate de Musk, ao dizer que ele não está interessado em política, mas em negócios. Fosse isto, Musk estaria com Biden nos EUA e com Moraes no Brasil, aliás, como está a RBS, mais interessada em negócios do que em política, como se sabe.

Memes de Moraes

 



Emprego no RS

  O Rio Grande do Sul registrou saldo positivo de empregos em julho, com 6.690 novos postos formais de trabalho. Após a enchente de maio, esse é o primeiro mês em que isso ocorre. Foram 129.392 contratações e 122.702 desligamentos no mês. Em 2024, o Estado criou 45.329 mil vagas de trabalho com carteira assinada. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados nesta quarta-feira.

O setor de serviços liderou o ranking de saldos positivos com 2.249 postos de trabalho com carteira assinada, seguido pela construção, com 2.090, pelo comércio, com 1.344, e pela indústria, com 1.163. O único setor que demitiu mais do que contratou foi o da agropecuária, que teve saldo negativo de 156. Em julho, o saldo ficou positivo para as mulheres, com a geração de 3.511 postos, e também para os homens, com 3.179 vagas de trabalho formais criadas.

Acumulado

No acumulado de 2024, o saldo do Estado também é positivo. De janeiro a julho, foram 914.489 admissões e 869.160 demissões. O setor de serviços lidera as contratações, com saldo de 22.801 mil postos de trabalho formais no ano.


Nota da Anac

  Ao contrário do que informou o blog Políbio Braga na notícia ”Aeroporto Salgado Filho já estaria em condições de reabrir, mas é impedido pela Anac”, de 25 de agosto, não são verdadeiras as informações divulgadas. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) esclarece que as obras necessárias para a reconstrução do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), estão em andamento e seguem o cronograma apresentado pelo Governo Federal, que prevê a retomada das operações no dia 21 de outubro.


Atualmente, o trabalho está na fase 2 do planejamento, com máquinas, caminhões e trabalhadores executando atividades em diferentes pontos do sítio aeroportuário. Já foi finalizada a fresagem e repavimentação da taxilane (via que faz a conexão entre o pátio de aeronaves e as taxiways) do Pátio 1 e da Taxiway M4 (taxiway é o caminho que liga a pista com outras áreas do aeroporto), assim como a fresagem de 1.200m (de aproximadamente 2.300m que serão recuperados) da pista de pouso e decolagem e da Taxiway F. Esta semana está sendo realizada a fresagem da Taxiway D. Após o fim do trabalho de fresagem, será aplicada a pintura de ligação, elemento que promove a aderência entre a placa e as camadas de asfalto que virão na sequência para que se atinja a cota original de altura da pista.


Portanto, reiterando seu compromisso público com a veracidade das informações, a Anac refuta a informação divulgada erroneamente de que o aeroporto Salgado Filho estaria apto para a reabertura e retorno à operação.


Atenciosamente,


Assessoria de Comunicação Social da Anac

GTIC/ASCOM


Zucco e Sanderson pedem que TCU investigue suposto boicote do governo federal na liberação da pista do Salgado Filho

Aeroporto estaria 100% pronto para reabrir, mas entraves burocráticos estariam sendo criados de forma premeditada para prejudicar governador Eduardo Leite


A Revista Oeste trouxe uma grave denúncia em sua última edição, segundo a qual o governo Lula estaria criando obstáculos burocráticos de forma proposital para atrasar a reinauguração do Aeroporto Internacional Salgado Filho. Diante da revelação, os deputados federais Luciano Zucco (PL-RS) e Sanderson (PL-RS) solicitaram nesta terça-feira (27), ao Tribunal de Contas da União (TCU), a instauração de procedimento para investigar a informação trazida pelo veículo de comunicação. 


De acordo com a reportagem, "o CEO de uma companhia aérea, que preferiu manter o anonimato, diz que o aeroporto da capital gaúcha estaria 100% pronto para reabrir as portas normalmente, mas o Executivo [federal] está criando empecilhos para prejudicar o governador Eduardo Leite." A Fraport, empresa que administra o terminal, também teria confirmado que a estrutura já está apta para a retomada dos voos. 


Na avaliação de Zucco, o suposto boicote deliberado é algo gravíssimo, já que prejudica intencionalmente milhares de gaúchos e a economia como um todo. “Os órgãos de investigação precisam entrar em ação para sabermos o que de fato está acontecendo. E o governador Eduardo Leite não pode aceitar essa situação de forma passiva. Estamos diante de um ato de prevaricação, quando um funcionário público retarda, deixa de praticar ou pratica indevidamente um ato para satisfazer interesse pessoal”, alertou Zucco. 


Na representação ao TCU, Zucco e Sanderson alegam que, além de prejudicar os usuários do sistema aéreo, um possível atraso deliberado na liberação da pista acarreta graves prejuízos econômicos ao estado. Segundo os parlamentares, estaria configurado um possível desvio de finalidade do ato administrativo, abuso de poder político e improbidade administrativa. Por fim, os deputados pedem ao TCE, em caráter limitar, a liberação da pista para pousos e decolagens diante da confirmação da administradora de que o terminal está totalmente operacional. 


Estudo realizado pelo governo gaúcho mostrou que a paralisação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, pode gerar um prejuízo de até R$ 3,2 bilhões na economia gaúcha. De janeiro a abril, por exemplo, o Salgado Filho registrou fluxo de 2,2 milhões de pessoas em voos. Diariamente, o complexo vinha tendo, antes do fechamento, 140 a 150 ligações aéreas, em média. Hoje, a Base Aérea de Canoas, localizada na cidade ao lado da capital gaúcha, que é a pista alternativa mais direta ao aeroporto porto-alegrense, tem ficado muito distante da frequência e capacidade de operação do terminal que é “hub” da malha da aviação nacional

Decreto corretivo mudará proibições sobre uso de armas no Brasil

O líder do governo no Senado, Jaques Wagne, anunciou que o governo federal fará um novo decreto que regula o uso de armas de fogo no Brasil, que será apresentado até a segunda-feira, 2.

A bancada da bala articula para aprovar um projeto de decreto legislativo que susta parcialmente as novas regras feitas pelo governo.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) elogiou a atitude de governo. "É a coisa mais sensata a se fazer", afirmou.

O projeto de decreto em legislativo iria ser votado no plenário do Senado nesta terça-feira, 27, no que seria o último passo do Legislativo para derrubar o decreto de Lula. 

Segundo o relator da matéria, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), o acordo passou por um novo texto que possa satisfazer o governo e a indústria armamentícia.

O decreto corretivo:

O texto retiraria as seguintes regras criadas pelo governo Lula:

Exigência do Certificado de Registro de Atirador Desportivo para a prática do tiro desportivo com armas de pressão

Entidades de tiro desportivo só podem funcionar se estiverem numa distância mínima de um quilômetro em relação a estabelecimentos de ensino, públicos ou privados, dando o prazo de um ano e meio para clubes já instalados se adequarem

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recebeu a função de definir quais armas de fogo podem ser declaradas como de coleção. É também preciso que elas tenham mais de 40 anos de fabricação

Status de restrito para armas de pressão por gás comprimido ou por ação de mola, com calibre superior a 6mm e suas munições

Proibição da coleção de armas de fogo automáticas ou semiautomáticas que tenham menos de 70 anos de fabricação e de armas de mesma marca, modelo e calibre que estejam em uso nas Forças Armadas.

O uso de arma de fogo para fins diferentes daquele declarado na hora da compra.

Artigo, João Darzone - Por que a OAB do RS deve renovar ?

Parte 1 de 7:  Mérito ou consanguinidade

O autor é advogado e escritor.

Desde 2021 há um novo critério para ocupar a cadeira de Presidente da OAB/RS: a ideia do ungido por CONSANGUINIDADE. Este fenômeno, que se alinha ao conceito de personalismo político, amplamente discutido por Raymundo Faoro em "Os Donos do Poder", manifesta-se de forma contundente na atual conjuntura da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Rio Grande do Sul (OAB-RS).

Este fenômeno, caracterizado pela sobreposição de relações pessoais e familiares às estruturas institucionais e meritocráticas, encontra sua expressão mais evidente na ascensão de Leonardo Lamachia à presidência da OAB-RS em 2021. 

É importante destacar que Claudio Lamachia representou um avanço institucional para a OAB-RS, contrastando as opções eleitorais da época, formando o grupo OAB+.

O atual presidente da OAB-RS, teve como principal pilar seu parentesco com Claudio Lamachia, ex-presidente da OAB-RS e da OAB Nacional, exemplificando como laços consanguíneos podem se sobrepor à critérios objetivos de competência e experiência na seleção de lideranças institucionais. 

Este caso ilustra, de maneira inequívoca, como o personalismo HEREDITÁRIO pode comprometer a representatividade e a democracia interna de uma organização, priorizando conexões familiares em detrimento do mérito individual e do histórico de serviços prestados à instituição por outros homens e mulheres de Ordem.

A necessidade de oxigenação na sucessão da presidência da OAB-RS é um tema atual e que merece séria reflexão. A situação atual da Ordem no Rio Grande do Sul apresenta características preocupantes que ecoam as análises de Faoro sobre as estruturas de poder no Brasil.

 A mudança de paradigma ocorrida em 2021 com a eleição de Leonardo Lamachia, baseada principalmente em sua relação familiar com Claudio Lamachia, representa um ponto crítico na história da Ordem. 

Esta decisão não apenas quebrou a tradição de eleger líderes com histórico significativo de trabalho voluntário dentro da OAB-RS, mas também estabeleceu um precedente preocupante de nepotismo e personalismo na instituição.

A comparação entre as gestões anteriores e a atual revela uma mudança significativa na forma como a liderança é escolhida e exercida. Enquanto presidentes como Marcelo Bertoluci e Ricardo Breier demonstraram um compromisso de longa data com a Ordem e uma capacidade de lidar com crises complexas (como a transição do eThemis para E-PROC, Prerrogativas, liberação da alvarás e a negociação da PEC do IPE), a escolha de Leonardo Lamachia parece ter sido baseada mais em conexões familiares do que em mérito ou experiência dentro da instituição.

Esta decisão não apenas rompeu com práticas estabelecidas, mas também estabeleceu um precedente preocupante de nepotismo e personalismo na instituição.

Estas questões evidenciam um descompasso significativo entre as ações da atual gestão e as reais necessidades da advocacia gaúcha. 

A concentração em eventos midiáticos, a dispersão de pautas, a politização de temas técnicos de interesse da advocacia, sugerem uma gestão mais preocupada com a imagem do que com a efetiva resolução dos desafios enfrentados pelos advogados e advogadas. 

Além disso, é notável que, desde 2021, a figura de Claudio Lamachia tem sido uma grande constante na gestão da OAB-RS, mesmo que não oficialmente. Esta presença sugere que Leonardo Lamachia ainda está em processo de aprendizado. 

A presença constante e desproporcional de Claudio Lamachia em eventos institucionais e fotos, mesmo sem ocupar cargo oficial na gestão atual, evidencia uma dinâmica que ultrapassa o simples apoio familiar, assemelhando-se mais a uma "bengala de apoio" para Leonardo. 

Esta situação levanta questões cruciais sobre o futuro da OAB-RS, especialmente considerando as próximas eleições em novembro de 2024. As principais preocupações podem ser resumidas nos seguintes pontos:

1. Liderança e Independência Institucional:

- Como garantir que futuros líderes sejam escolhidos com base em mérito e experiência, e não em conexões pessoais ou familiares?

2. Diversidade e Representatividade:

- Como assegurar que as necessidades da advocacia de todo o estado sejam adequadamente representadas?

3. Continuidade e Inovação:

- Como resgatar a tradição de continuidade de projetos importantes?

- De que maneira manter a capacidade de inovação e adaptação às mudanças no cenário jurídico, enquanto se preserva a continuidade institucional?

4. Prevenção de Oligarquias e Alternância de Poder:

- Que mecanismos podem ser implementados para prevenir a formação de oligarquias dentro da Ordem?

É fundamental que a OAB-RS retome seu papel de liderança baseada em mérito, experiência e representatividade de homens e mulheres de Ordem.

A prática personalista não apenas compromete a integridade institucional da OAB-RS, mas também desvia o foco das questões cruciais que afetam a advocacia gaúcha. 

Enquanto a gestão se ocupa com eventos midiáticos e demonstrações públicas de continuidade e perpetuação de um nome familiar, problemas estruturais como a precarização econômica dos advogados e advogadas, as deficiências do sistema judiciário digitalizado e o empobrecimento da classe permanecem sem solução adequada (que serão abordados detalhadamente em artigos futuros).

 O mérito e o histórico de serviços voluntários à causa da OAB-RS devem se tornar requisitos fundamentais para a liderança, superando as suspeitas que conexões pessoais e familiares que têm dominado a instituição.

A revolução necessária na OAB-RS não é apenas uma questão de mudança de pessoas, mas de paradigma. É preciso considerar seriamente a possibilidade de que a próxima liderança venha do interior do estado. 

Esta mudança não apenas traria uma perspectiva nova e vital para a instituição, mas também representaria melhor a diversidade geográfica e profissional da advocacia gaúcha.

Uma nova liderança é saudável e resgatará questões há muito negligenciadas, como as dificuldades específicas enfrentadas pelos advogados e advogadas fora dos grandes centros urbanos, a necessidade de melhorias nas estruturas forenses regionais e a importância de políticas que atendam às realidades diversas do estado.

A OAB-RS encontra-se em um momento crucial de sua história, em que a necessidade de uma mudança paradigmática se torna cada vez mais evidente. O mérito e o histórico de serviços voluntários à causa da OAB-RS devem se tornar os pilares fundamentais para a escolha de lideranças, superando as conexões pessoais e familiares que têm dominado a instituição nos últimos três anos.

Este é o momento para que a advocacia gaúcha se una em torno de uma visão renovada para a OAB-RS, uma visão que valorize a diversidade, a competência e o compromisso genuíno com a profissão. Somente através desta mudança necessária a instituição poderá enfrentar os desafios do século XXI para a advocacia. 

A mudança está chegando: que assim seja!

  “Quando as enchentes ocorreram no Rio Grande do Sul, a safra de arroz já estava 84% colhida,

Artigo, Wálter Maierovitch, UOL - O oportunismo de Moraes e a cortina de fumaça

Moraes, com unhas e dentes, agarra-se, para manter a designação de inquisidor, ao estilo Tomás Torquemada.


Parêntese. Refiro-me ao supremo inquisidor da Igreja, perseguidor e julgador de hereges e de cristãos-novos, os chamados marranos (judeus) e mouriscos (islâmicos). Fechado parêntese


Atenção: para o ministro Moraes, existe uma organização criminosa que objetiva a cassação dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Também pretende a organização criminosa o retorno da ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição.


Aí, está a cortina de fumaça, a servir de justificativa para se manter o sistema inquisitorial inventado por portaria do Dias Toffoli, quando presidente do STF.


Aí, surge a pergunta que não quer calar.


Por que Moraes, diante do que afirmou, não decreta a prisão preventiva do chefe dessa organização criminosa voltada a apropriar-se do Brasil ?


Por partes.


Organização criminosa

O ex-presidente Jair Bolsonaro quis dar um golpe de Estado, acabar com a democracia e o estado de Direito. Dois chefes militares, do Exército e da Aeronáutica, não toparam, impediram. Então, partiu-se para o uso de massa de manobra ignara, como visto no 8 de janeiro passado.


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Bolsonaro, cassado por meio de devido processo legal pela Justiça Eleitoral, continua ativo e até prepara, com farta munição que lhe propicia diariamente o ministro Moraes, uma manifestação delirante.


O antidemocrático e golpista Bolsonaro convocar manifestação de 7 de setembro para a defesa da democracia é arrematado contra-senso, um estelionato a enganar incautos.


Mas, volto ao ponto.


Fora Bolsonaro, que está com a cidadania passiva cassada (não pode ser votado) e não possui condição mínima para tentar dar golpe, não existe nenhum outro brasileiro com potencial para comandar e manter uma organização criminosa destruidora, como a anunciada por Moraes.


Com longos e intermináveis inquéritos nas mãos, Moraes, que faz afirmação de existência de organização criminosa com objetivos antidemocráticos, deveria decretar prisões.


Moraes não impõe prisões por quê?


OLHAR APURADO.


Moraes poupa cachorro grande

A lei penal tipifica os crimes contra a paz pública. Uma organização criminosa, pela lei, atenta à tranquilidade social. Pelo afirmado pelo ministro Moraes, trata-se de organização permanente e estável.


A verdade, no entanto, é não estar Jair Bolsonaro sendo processado criminalmente.


Bolsonaro, até o momento, foi apenas, justa e legalmente, indiciado em dois inquéritos policiais.


O ex-capitão continua intocável em termos de suportar, na condição de réu, ações penais públicas. Como se diz no popular e estamos a assistir, "não se mexe com cachorro grande".


Pelo jeito, interessa a Moraes a não repressão efetiva contra Bolsonaro e o seu primeiro escalão.


Bolsonaro, repita-se, continua livre, leve e solto. E segundo Moraes, existe uma organização criminosa, - e ele não nomina os integrantes-, atuando para "cassar ministros" (referência a impeachment), fechar o STF e impor uma ditadura ao nosso país.


Pecado original

Moraes agarrou-se à inconstitucional portaria de Dias Toffoli, que lhe conferiu, - sem sorteio —, poderes ilimitados, inquisitoriais.


A inconstitucional portaria toffoliana restou referendada em sessão plenária do STF. O Supremo, ao invés dos caminhos oferecidos pelo estado de Direito, o estado das leis, preferiu criar os próprios instrumentos de autodefesa, com Moraes à frente.


Com isso tudo afrontou-se o sistema processual constitucional de partes, onde o juiz não apura, carece de provocação, e julga com imparcialidade.


Afrontou-se, ainda, o princípio do juiz natural, pois o STF passou a ser competente para aquilo que seleciona. Criou-se, até, o foro privilegiado da vítima, como, por exemplo, o caso a envolver Moraes no aeroporto de Roma.


Pior, e como volta a acontecer no mais novo inquérito requisitado por Moraes, o ministro imagina ser legítimo atuar quando aparece como interessado.


Inquérito novo

Com base no informado em três matérias do jornal Folha de S.Paulo, o ministro Moraes, à época com duas togas ( inquisidor por Portaria toffoliana do STF e presidente do TSE), mandava produzir relatórios para decidir contra àqueles que identificava inimigos da democracia e adeptos do golpismo.


Pelas matérias e à luz da Constituição e das leis, contra o ministro Moraes existe a forte suspeita de haver atuado com abuso de poder e desvio de função.


Sem enxergar isso, veio a requisição de inquérito para fazer cortina de fumaça aos referidos abuso de poder e desvio de função, mantida a função inquisitorial, por tempo indeterminado.


Moraes quer saber quem teve a ousadia criminosa de quebrar sigilo e entregar para a Folha de S.Paulo as suas condutas inquisitoriais. E no inquérito, a vítima será o Estado, na figura de Moraes.


Para qualquer inquisidor, impedimento e suspeição não contam, pois pode tudo.


Vícios

Como a imparcialidade é condição imanente à função de um juiz, cabe a ele repassar ao Ministério Público informação sobre notícia de crime, para as providências pelo procurador-natural (promotor natural).


Assim, estará o Ministério Público a atuar e não o juiz a obrigar a instauração de inquérito.


Por muito útil, convém recordar a advertência feita pelo saudoso professor José Frederico Marques, nome consagrado no campo do direito processual penal.


Frederico Marques ressaltou ser o inquérito policial "um procedimento administrativo-persecutório de instrução provisória, destinado a preparar a ação penal".


O inquérito serve de base à propositura da ação penal pública pelo Ministério Público.


Em outras palavras, o próprio Moraes, - e o procurador-geral Paulo Gonet teve o secundário papel de endosso-, requisitou (ordenou) a abertura de inquérito. E é o grande interessado.


Não se está a dizer não poder o juiz requisitar a instauração de inquérito.


Se está a dizer que Moraes, pelo envolvimento nos fatos em face de sua atuação inquisitorial inconstitucional, fez requisição em causa própria, mascarada de busca de autoria e materialidade de vazamento de informação sigilosa.


Moraes requisitou, vai acompanhar e decidir. O mesmo ciclo viciado de sempre, verificáveis em inquéritos onde cabe tudo, incluídos fatos novos e outros.


Interesse de Moraes

O olhar técnico isento, em face das matérias apresentadas pela Folha de S.Paulo, revela, em tese, haver Moraes atuado com abuso de poder e com desvio das suas funções.


O jornal Folha de S. Paulo, em três edições, informou, por matérias assinadas pelos jornalistas Fabio Serapião e Gleen Greenwald, condutas estranhas a envolver o ministro Moraes, dois auxiliares do seu gabinete do STF, ambos em cumprimento às ordens de Moraes, e um setor de repressão à desinformação eleitoral do TSE, à época presidido pelo próprio ministro Moraes.


A respeito da matéria da Folha de S.Paulo, o ministro Moraes está envolvido, até com o brilho da sua calva, pois impossível, no caso em concreto, usar a expressão até a raiz do cabelo.


Envolvido em inconstitucionalidades e ilegalidades: mandar produzir relatórios contra desafetos para, depois, decidir, com imposição de sanções.


Pano rápido. Claro como a luz do sol, a vedação legal de Moraes atuar em caso onde existe o seu interesse. Só um inquisidor, volto a frisar, não reconhece impedimento e suspeição.


J.R. Guzzo, Gazeta do Povo- O trabalho do atual CNJ é perseguir juízes que não são dóceis a Moraes

É raro passar muitos dias seguidos, hoje em dia, sem que o noticiário registre mais uma agressão do sistema judicial contra a lei, a lógica e a própria ideia de justiça. É um B.O. permanente, aberto cinco anos atrás com a substituição do ordenamento legal do Brasil pela vontade, a fé e os interesses de indivíduos que ocupam, por nomeação, os galhos mais altos do Poder Judiciário. Nunca mais fechou, e nem dá sinais de que venha a fechar um dia – ao contrário, como ocorre com as doenças degenerativas, vai destruindo cada vez mais o organismo atingido por elas.


Um dos agentes mais agressivos da presente escalada contra a ordem jurídica é o Conselho Nacional de Justiça, órgão que é pago pelo cidadão brasileiro para fiscalizar a conduta dos membros do aparelho judicial. Não fiscaliza nada do que deveria fiscalizar – ou pior, fiscaliza e sempre, sem falhar nunca, premia o infrator. Deu, agora, para perseguir os magistrados que não submetem suas sentenças aos desejos da facção política comandada pelo STF, em geral, e pelo ministro Alexandre de Moraes, em particular. Ou seja: é ruim de um lado e pior do outro.


O CNJ do Brasil de hoje, para se fazer um resumo da sua transformação em sanatório geral, tem juízes amigos e inimigos. Em seu surto mais recente de hiperatividade, envolvendo as duas categorias de magistrados, serviu como escritório de advocacia para o juiz instrutor Airton Vieira e o juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, que servem nos gabinetes de Moraes, no STF, e na presidência do TSE - quando ele estava lá. Vieira, conforme se viu nas gravações de suas conversas sobre assuntos de trabalho, obtidas pelos jornalistas Glenn Greenwald e Fábio Serapião e publicadas pela Folha de S. Paulo, recomendou que um servidor da polícia eleitoral comandada pelo ministro usasse a sua “criatividade” para fabricar provas. Vargas, por sua vez, disse o seguinte: “Dá vontade de mandar uns jagunços pegar esse cara na marra e botar num avião brasileiro”. Esse “cara” é o jornalista Alan dos Santos, exilado nos Estados Unidos para não ser preso pelo STF. Moraes insiste em dar ordens de extradição contra ele - apenas para se ver ignorado tanto pela Interpol, como pelo governo americano. Nenhum dos dois faz prisões políticas.


A decisão irritou o ministro Moraes e isso, no manual do CNJ, é crime de lesa-pátria


São comportamentos aberrantes para um juiz de Direito, e o Partido Novo pediu que o CNJ, que está aí para coibir justamente essas aberrações, abrisse uma investigação sobre a ocorrência. Em cinco minutos, sem verificar nada, o corregedor nacional Luís Felipe Salomão mandou arquivar o pedido; segundo ele, não houve “má fé” em nada do que está descrito aí acima. Em compensação, o mesmo CNJ e o mesmo Salomão montaram um pelotão de fuzilamento contra os juízes José Gimenes, do Paraná, e Ana Cristina Vignola, de São Paulo. Gimenes, juiz em Maringá, está sendo processado no CNJ por ter decidido favoravelmente o pedido de indenização de um censurado do ministro Moraes nas redes sociais. Ana Cristina está sendo processada por falar mal de Lula na campanha eleitoral de 2022 e por acusações de “preconceito, homofobia e racismo”. Já tinham, antes, excluído da magistratura a juíza Ludmila Grilo, de Minas Gerais, por declarações contra o governo e o STF.


No seu manifesto em defesa dos juízes do STF e do TSE, o corregedor Salomão diz que é preciso respeitar a “independência” dos magistrados – a história da criatividade e dos jagunços, segundo ele, está protegida por este princípio. Já no caso do juiz de Maringá, que apenas deu uma sentença legítima, plenamente dentro de suas atribuições, a independência não se aplica. 


A sentença, como qualquer outra, pode estar equivocada – e, nesse caso, está sujeita à reforma em instância superior. Mas o problema não é esse. A decisão irritou o ministro Moraes e isso, no manual do CNJ, é crime de lesa-pátria. O Rei Salomão da Bíblia, apontado há 3.000 anos como o juiz mais justo da história humana, decidiu dividir o bebê em dois, como é bem sabido, para separar a mãe falsa da mãe verdadeira. O Salomão que temos hoje na justiça brasileira não quer saber desses detalhes. Sempre entrega o bebê, direto, para o STF.

Artigo, Deltan Dallagnol, X - O sistema se blinda

O corregedor nacional de justiça, Luís Felipe Salomão, arquivou hoje a representação do NOVO 30 para investigar os juízes auxiliares de Alexandre de Moraes pelas ilegalidades reveladas pela Vaza Toga.

Salomão disse não ter enxergado nenhuma irregularidade, embora os próprios juízes auxiliares de Moraes no STF e no TSE tenham demonstrado preocupação com o que faziam e atuado para ocultar suas ações, porque poderiam ser questionados se descobertos.

Salomão se apoiou na justificativa, já desmontada, de que Moraes era presidente do TSE ao mesmo tempo em que era relator do inquérito das fake news no Supremo, ignorando que esse não é o ponto central do escândalo, mas sim as evidências de que Moraes encomendou relatórios no TSE contra alvos pré-selecionados para aplicar decisões punitivas que já estavam prontas.

Salomão, que não viu nenhuma irregularidade na Vaza Toga, é o mesmo corregedor nacional que tem atuado como carrasco dos juízes da Lava Jato, que, mesmo sem prova alguma de irregularidades, estão sendo "enforcados" em praça pública no CNJ.

O sistema se blinda.

Artigo, Dora Kramer, Folha - Disfunção institucional

Ao atuar como mediador, STF enfraquece seu papel de julgador constitucional


Encontros como o que reuniu representantes dos três Poderes para tratar do uso abusivo de emendas parlamentares atendem aos ditames da civilidade e, por isso, parecem adequados. Convém, no entanto, observar o evento com olhar mais detido antes de aceitar e, sobretudo de celebrar, a versão oficial de que o problema está objetivamente bem encaminhado.


Para início de conversa, há que se observar o desacerto institucional no fato de o Supremo Tribunal Federal atuar como mediador quando seu papel é o de julgador constitucional. Ao se sentar naquela mesa, o STF flexibilizou o que decidira por unanimidade.


Mas, vá lá, estamos no Brasil, onde a relativização de conceitos é vista como qualidade. Por aqui não pareceu estranho que os ministros assumissem o lugar de "poder moderador", enquanto lhes cabia apenas aguardar o cumprimento da exigência de transparência posta na Constituição.


A fim de envernizar a coisa, saíram todos ressaltando a concordância em suspender a obscuridade das chamadas emendas Pix, que seguem impositivas, assim como permanece intocado o volume de recursos sob manejo do Congresso Nacional.


Não se recuou em relação ao poder crescentemente adquirido de 2015 para cá. Pareceu mais uma carta de intenções —daquelas que o Brasil assinava antigamente com o FMI para não cumprir— do que propriamente um compromisso sólido.


Já vimos o Parlamento contornar o veto do Supremo ao orçamento secreto e não está fora de cogitação que vejamos de novo manobras semelhantes.


Ficou acertado que os procedimentos relativos às emendas de bancada e de comissões serão negociados entre o Legislativo e o Executivo. Ou seja, entre congressistas fortalecidos, e nada dispostos a abrir mão dessa força, e um governo enfraquecido e que nesses assuntos não conta sequer com o apoio de aliados.


Portanto, não há chance de melhorar enquanto persistir a dinâmica disfuncional do sistema.

2o Congresso Cerealista Brasileiro será lançado 3a. feira na Expointer

Dirigentes da entidade estarão no Parque Assis Brasil na próxima terça-feira (27), divulgando o evento que acontece em novembro, no Vale dos Vinhedos-RS


Agora é da porteira para fora! Esta é a nova missão da Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (ACEBRA): promover a entidade para o mercado nacional, ampliando sua visibilidade e, acima de tudo, valorizando sua importância para o desenvolvimento do agro nacional. É com esse conceito e com esses objetivos que a ACEBRA promove nos dias 21, 22 e 23 de novembro, no Vale dos Vinhedos, na serra gaúcha, o 2° Congresso Cerealistas Brasileiro.


O evento será lançado na próxima terça-feira (27), durante a 47ª Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil. O presidente da ACEBRA, Jerônimo Goergen, destaca que a ideia é aproveitar a grande vitrine proporcionada pela Expointer para apresentar e detalhar o evento para os grandes players do agronegócio. “Acredito que esse é o melhor momento para consolidar nossa atuação nesse importante segmento. Queremos aumentar nossa competitividade, gerar negócios, participar dos debates e das decisões que impactam diretamente a cadeia, como as questões tributárias e as políticas públicas de desenvolvimento do setor produtivo. É por isso que estamos fortalecendo nossa atuação da porteira para fora”, destacou Goergen. 


O 2° Congresso Cerealista Brasileiro vai proporcionar três dias de debates com os maiores nomes do agronegócio, grandes expositores e novidades exclusivas do segmento

 “Estamos vivendo os 100 anos do início do plantio da soja no Brasil. É um marco histórico importante. Agora as discussões giram em torno da conectividade rural, inteligência artificial, conexões que geram muito valor. E quem for no Congresso, no Vale dos Vinhedos, terá a oportunidade de ver de perto essa agricultura 4.0”, acrescentou o presidente da ACEBRA. 


ACERGS 20 anos


Juntamente com o lançamento do 2° Congresso Cerealista Brasileiro, também será comemorado os 20 anos de atuação da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (ACERGS), uma das associadas mais antigas da ACEBRA. Por ocasião de suas duas décadas de fundação, a ACERGS será homenageada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.


Quem são as empresas cerealistas


As cerealistas são empresas que prestam assistência técnica, fornecem insumos, produzem sementes, recepcionam, secam, limpam, padronizam, armazenam e comercializam grande parte da produção anual de soja, milho e trigo. Atende especialmente produtores rurais pessoas físicas, principalmente aqueles que não possuem condições de armazenar as suas safras em estruturas próprias de armazenagem. As empresas cerealistas exercem papel importante no apoio logístico à produção agrícola. Sem elas, muitos produtores rurais, sobretudo os pequenos, não teriam como obter assistência agronômica, acesso à tecnologia e insumos ou encaminhar a produção para os mercados interno e externo

Teste de sangue para identificar doença de Alzheimer é destaque em conferência internacional

Pesquisadores do Hospital Moinhos de Vento participaram do evento realizado na Filadélfia, nos Estados Unidos


Dentro de poucos anos, será possível identificar a doença de Alzheimer com a facilidade e a precisão com a qual, hoje, diagnosticamos índices de glicose ou colesterol. A estimativa é do médico neurologista Wyllians Borelli, coordenador de pesquisa do Centro de Memória do Hospital Moinhos de Vento. Ele foi um dos representantes da instituição na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, realizada na Filadélfia, nos Estados Unidos.


De acordo com o médico, os marcadores plasmáticos foram um dos destaques do evento. Durante a conferência, foi divulgado um estudo realizado na atenção primária e secundária da Suécia, que mostrou que esse tipo de exame teve altíssima acurácia. "Os medicamentos disponíveis atualmente limpam todas as proteínas causadoras da doença presentes no cérebro. Entretanto, os pacientes continuam piorando. A partir desses testes, pode-se identificar antes, e propor intervenção adequada, reduzindo ou até prevenindo esse declínio", diz Borelli. 


No Brasil, 80% das pessoas com demência não têm diagnóstico e, consequentemente, não recebem tratamento. "A grande diferença é que esse teste terá um custo bem menor e será acessível à população. Pela primeira vez, tem potencial para integrar o sistema de saúde como um todo. A partir de um marcador positivo, conseguimos fazer um planejamento melhor", avalia o médico. 


Mesmo que o exame já seja comercializado, o especialista orienta que ainda não há indicação de fazê-lo no Brasil pela falta de estudos nacionais. “Nos próximos anos, em um ou dois anos talvez, teremos condições de fazer a testagem por exame de sangue. E será um grande avanço, teremos um diagnóstico confiável sem necessitar de um grande investimento, que é o maior  problema dos exames atuais”, explica. 



Artigo, Paulo Polzonoff Jr., Gazetado Povo - TSE anuncia contratação de jagunços supremos. Salários chegam a R$30 mil

 Paulo Polzonoff Jr. é jornalista, tradutor e escritor

Cármen Lúcia. A ministra e presidente do TSE, é, não se lembra dela, não?, aquela do “calaboca já morreu”, da “censura excepcionalíssima” e da “minha vingança sará malígrina”, sim, sim, essa mesma anunciou a abertura de concurso público para a contratação imediata de jagunços (ou capangas) capazes de prender os inimigos da democracia espalhados pelo mundo.


A necessidade de ter um profissional especialista nessa área foi percebida pela perspicaz ministra do STF depois que ela viu na imprensa a declaração do juiz de instrução Marco Antônio Vargas, assessor de Alexandre de Moraes, que afirmou estar com dificuldades para prender e torturar inimigos da democracia, como a pseudojuíza Ludmilla Lins Grillo e os pseudojornalistas Rodrigo Constantino, Paulo Figueiredo e ele que, além de perigoso, também toca guitarra: Allaaaaaan dos Santos!


Tudo por falta de jagunços.


Medida temporária

Questionada sobre as evidentes ilegalidades envolvendo o cúmplice colega de tribunal, Cármen Lúcia disse que não, que é isso, o Alexandre de Moraes só quer proteger a democracia, todo mundo sabe que ele é incapaz de fazer mal a uma formiga sequer. Desde que ela seja democrática, claro. Todos riram. Até que um repórter, um extremista infiltrado na imprensa, perguntou desrespeitosamente para a ministra se ela não considerava a contratação de jagunços para sequestrar brasileiros exilados no exterior assim um tantinho quanto... errada.


“É uma medida temporária para garantir o funcionamento pleno das instituições democráticas”, afirmou a ministra, com sua tradicional voz fanha que, sei não, hein? Acho que é desvio de septo isso aí. Se precisar, minha cunhada faz um desconto pra senhora. E acrescentando que “blábláblá blá blablá Estado Democrático de Direito blá blá Constituição não sei o que não sei o que lá liberdade de expressão mómómó”. Até cogitei perguntar “temporária até quando?”, mas não ganho o suficiente para fazer uma viagem só de ida para um dos campos de reeducação do regime.


Requisitos

Se você se interessou pelo cargo de jagunço supremo (cargo tecnicamente chamado de Agente de Transformação Jurídica por Meio da Violência Justificada em Nome da Manutenção da Democracia), com salários que chegam a R$30 mil, fora as mordomias e a chance de entrar para a história como um legítimo colaborador do regime alexandrino, da repressão do bem, preste atenção às exigências do cargo:


Graduação em Sociologia, História ou Jornalismo.

Não ter qualquer ligação com a extrema direita, pé de pato mangalô trêis vêis!

Certidão Positiva de antecedentes criminais.

Saber montar cavalo e usar aquele chapéu do Lampião, sabe qual? Aquele de couro com três estrelas na frente.

Conhecimentos avançados de xaxado e xiquexique são um diferencial.

Saber que xiquexique é um cacto, não uma dança. E que xaxado é uma dança, não um cacto.

Saber trabalhar em equipe e ter paciência com as cismas do ministro Alexandre de Moraes.

Muita, mas muita criatividade mesmo.

Inglês fluente o bastante para poder perguntar “Where the fuck is the Big Gums?!” sem sotaque.

Desejável estágio na Associação Ultrademocrática 1533 ou no Movimento CPX pela Liberdade.

Conhecimentos básicos de Word e Excel.

Vagas limitadas

Se você se interessou, envie já o seu currículo para o e-mail grandeirmao_1984@ciedde.stf.br, ou o entregue pessoalmente no Ministério dos Direitos Humanos, aos cuidados de Silvio Almeida. Não esqueça de anexar sua carteirinha do PT. E se apresse! Porque o que não falta no Brasil hoje é gente disposta a se sujeitar. A se submeter. A servir de jagunço para satisfazer os desejos totalitários de Alexandre de Moraes e sua esquerda amestrada.


Artigo, Silvio Lopes - Ilha de cooperação

      O meio empresarial ainda se mantém e sustenta sendo, indiscutivelmente, um ambiente hobbesiano. Às vezes, até demasiado. Portanto, é onde vicejam e sobressaem a crueldade e a torpeza, comuns à própria natureza humana, sempre prestes a explodir, sem ter hora e até razões racionais para tal.

     Criar um ambiente de felicidade nas organizações, deixou de ser, portanto, uma visão utópica de sonhadores inconsequentes. Trata-se de uma imposição fática e de estratégia organizacional capaz de solidificar laços de tolerância e boas e sadias relações, como pré condição para alcançar retorno, inclusive de lucratividade

Se, de fato, historicamente se tornaram realidade os níveis de competição nas empresas, internamente( e entre elas, do lado de fora), a segunda metade do século passado mostrou uma tendência à busca da cooperação. 

       Grandes companhias multinacionais buscando dividir custos com suas concorrentes, interagindo nas melhores e mais adequadas  estratégias e conceitos de produção, administrativos e de marketing, foi um avanço. E por aí afora. Exemplos é que não faltam. Ao contrário, são pródigos e generalizados nos mais diferentes segmentos econômicos.

     A inclusão da espiritualidade no mundo dos negócios, que abordo nas palestras sobre Economia Comportamental, é o recurso hoje mais evidente da necessidade de tornar o ambiente empresarial menos tóxico, e transformá-lo( sim, isso é possível), num ambiente acolhedor, de realização pessoal e onde a cooperação ajude e colabore, efetivamente, para um processo competitivo que seja leal e dentro das regras da civilidade.

      São fartos os exemplos de empresas que, após implantarem conceitos e formas de ação alinhados com a " espiritualidade", tornaram o seu ambiente interno em "ilha de efetiva cooperação e agradável convívio", e viram crescer seus níveis de produtividade e obtenção crescente de lucros. 

    O " Dicionário da Pessoa Espiritualizada", que organizei e serve como base indicativa para essa transformação que vem alavancando performances dentro e fora do ambiente empresarial, é indispensável para se obter o êxito que todos nós buscamos: empresários, colaboradores e sociedade em geral.

     O pós pandemia, agravado com as enchentes no nosso Estado, deixou um rastro de desconforto, abatimento e desesperança no meio empresarial. A fortaleza espiritual e seus instrumentos de percepção e enfrentamento inexpugnáveis podem e vão ajudar nessa retomada indispensável, desafiadora e gloriosa. De fato, isso vai acontecer. Creia.

Sílvio Lopes, jornalista, economista e palestrante

Vaza Toga

 Moraes investe contra Polícia de SP no caso da Vaza Toga

 No despacho, Moraes fez duas acusações diretas 1) Contra a Polícia Civil de São Paulo, que apreendeu o celular original de Taglatierro e que teria vazado tudo para a Folha. 2) Uma suposta organização para fechar o STF, da qual faria parte a deputada Carla Zambelli, que negou tudo.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, retirou o sigilo do inquérito aberto para apurar o vazamento de mensagens trocadas por assessores dele na Corte e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Novamente, o ministro acumula ilegalmente ascondições de vítima, investigador, promotor e juiz.

O inquérito foi aberto na segunda-feira, tudo depois das denúncias da Folha de S. Paulo no âmbito da Vaza Toga.

Ontem, um ex-assessor de Moraes no TSE foi ouido na PF e seu trelefone foi apreendido, num aparente jogo de cena. Eduardo Tagliaferro, que foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, do TSE e foi demitido do cargo no dia 9 de maio de 2023, depois de ser preso acusado de violência doméstica e disparo de arma de fogo. O celular dele foi entregue à Polícia Civil de São Paulo.


ANGIOLOGISTA
Dermato (manchas na cabeça)


Livro 22/8/24

  I

(examinar outro título mais impactante) 

Promotor Luciano Vaccaro

Gabriel, o que o senhor sabe sobre esses fatos que estão sendo imputados ao Jornalista Polibio Braga.

Gabriel Galli Arévalo, funcionário do gabinete da Deputada Federal do PSOL, Fernanda Melchionna, e representante da ONG Somos, testemunha do Promotor e um dos autores do Boletim de Ocorrência registrado na Polícia.

Olha, eu sei que no dia 18 de maio de 2021, o jornalista Políbio Braga fez uma publicação no blog dele registrando a iluminação que o Palácio, que o Governo do Estado realizou no palácio Piratini, né, em relação à alusão a um dia de combate à LGBTfobia. Essa é uma data bastante importante para o movimento LGBT porque marca a saída da caracterização da homossexualidade como uma doença dos registros da Organização Mundial da Saúde. E, nesse texto opinativo que o senhor Políbio realizou nesse blog, ele utilizou uma serie de termos que, na minha compreensão e da organização a que eu faço parte, ONG Somos, que trabalha há 20 anos na defesa e na luta por direitos humanos, tem uma conotação LGBTfóbica. E essas conotações, elas aparecem de forma, na nossa interpretação, propositalmente camufladas, mas que ficam evidentes o teor homofóbico quando faz uma serie de brincadeiras de certa forma com a própria homossexualidade do governador do Estado de cunho vexatório e também quando relaciona a homossexualidade com outras práticas sexuais ou outras, até questões que vão para um cunho de patologia ou doença mental como a zoofilia, pedofilia, né. Fazendo uma associação que é bem clássica e bem conhecida do movimento LGBT, quando tentam nos caracterizar como pessoas sujas e perversas, né (A conceituação que ele concede ao termo “homossexualismo” é própria, pessoal, e não tem nada a ver com o sentido etimológico e legal do termo – veja https://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade). Então esse texto ele passa dessa forma e, na nossa compreensão, enquanto jornalista o senhor Políbio Braga assume a posição de disseminar conteúdo discriminatório quando ele faz esse texto. Não é a primeira vez que ele se comporta dessa forma né, por isso também que eu me motivei a prestar essa denúncia, porque nós acreditamos que é de interesse público que esse tipo de comportamento seja pausado. Hoje mesmo houve comentários no blog dele a respeito de como mulheres trans tiram o lugar de pessoas, de outras mulheres no esporte, enfim, sei que não é o conteúdo, não é o caso aqui do que está sendo analisado por essa Vara. Mas eu cito aqui que é uma pessoa que é conhecida por disseminar conteúdos que, na nossa compreensão, podem ser entendidos enquanto discriminatórios e nós entendemos que a partir do momento que o STF define que a homofobia é um crime, nós entendemos que isso deveria ser classificado dessa forma então. 

Promotor Luciano Vaccaro
MP. Só, desculpa te interromper, mas desculpa, eu posso ser ignorante, mas eu também uso a expressão homossexualismo. Eu não sabia que isso não é admitido pela associação de vocês. Me desculpa. Então é uma interpretação sua de que ele agiu dessa forma? Como é que o senhor pode dizer que o fato dele ter usado homossexualismo é de cunho discriminatório homofóbico? Porque eu mesmo uso essa expressão e confesso aqui minha total ignorância, eu estou surpreso. Desculpa.


                                                 ******************

Na época, 2021, este então empregado do gabinete da Deputada Federal Fernanda Melchionna, Psol, no caso Gabriel Galli Arévalo, Diretor Operacional da ONG Somos, que é também Jornalista, foi a única testemunha arrolada pela Promotora Ivana Machado Moraes Battaglia ao acolher indiciamento pedido pela Delegada Andrea Matos e denunciar-me perante a 11a., Vara Criminal do Foro de Porto Alegre por crime de homofobia. 

Mais tarde,  Jornalista e Mestre em Comunicação Galli Arévalo, foi ouvido em audiência no dia 20 de junho de 2022 pela juíza Quelen Van Caneghan, que não só acolheu as acusações feitas no inquérito policial conduzido em tempo recorde pela Delegada Andrea Mattos, como ampliou os ataques e condenou o editor a 2 anos de cadeia, mais multa exorbitante.

Galli Arévalo e seu companheiro da ONG Somos, Carlos Cesar Klein, registraram o BO no dia 18 de maio de 2021, dois dias depois Mattos instaurou o inquérito, 5 dias mais tarde ouviu Carlos Klein e a mim mesmo e um mês depois concluiu sua tarefa com meu indiciamento, acolhido em seguida pelo Ministério Público Estadual, que sequer quis me ouvir.

A partir daí, o Ministério Público Estadual e o aparato oficial e oficioso do PSOL, com ênfase para as deputadas Luciana Genro e Fernanda Melchionna, abriram um campanha pública de calúnias, injúrias e difamações, usando todo o arsenal conhecido de assassinatos de reputação, inclusive com campanha direta e bem sucedida de intimidação de anunciante do blog www.polibiobraga.com.br, levando a cancelamentos de contratos de publicidade, causando-lhe graves prejuízos financeiros.

O editor tentou obter Direito de Respostas às acusações públicas do Ministério Público Estadual, mas elas foram interditadas administrativa e judicialmente, prevalecendo o discurso único oficial. Nos demais casos, a busca por direito de resposta foi considerada irrelevante, mas foram disparadas interpelações judiciais, com ênfase para os Deputados Luciana Genro e Gabriel Souza.

Depois de condenado a 2 anos de cadeia por sentença da juíza da 11a. Vara Criminal de Porto Alegre, Quelen Van Caneghan, dia 16 de agosto de 2022, os advogados Rafael Nunes Leal, Taís Comasseto e Isabela Muller Rocha apelaram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, no dia 3 de abril de 2023. No dia 23 de setembro, a 8a. Câmara Criminal  do Tribunal de Justiça concluiu inédito acórdão, anulando todo o processo e remetendo-o para a Justiça Federal, sob o básico entendimento de que o suposto crime de homofobia ocorreu no âmbito da internet, rede mundial de computadores regulada por tratados internacionais dos quais o governo federal brasileiro é signatário. Mas não só.

No dia 26 de março de 2024, o Procurador Federal Felipe Souza ignorou a discussão sobre o foro adequado, considerando fato vencido, e foi diretamente ao ponto, fulminando os termos do inquérito, da denúncia e da sentença. 

Souza pediu o arquivamento da ação. 

O juiz federal Guilherme Beltrami, no mesmo dia, arquivou o processo, que transitou em julgado.

Todos os atores que participaram da orquestração ilegal pagarão pelo que fizeram, menos a Delegada Andrea Mattos, que morreu antes de responder em juízo e fora dele pelas acusações infundadas.

Ao fim e ao cabo, prevaleceu esta manifestação inequívoca a favor da liberdade de expressão, portanto também de imprensa, traduzida em letra de forma pelo Procurador Federal Felipe Souza, tudo no dia 26 de março de 2024:

- Ouso divergir do MP-RS e não vislumbrar no texto indução ao pensamento discriminatório, tampouco incitação ao preconceito e discurso de ódio (....) O trecho não contém nenhum tipo de argumentação encadeada (...) Não me parece adequado, quando da formulação da denúncia, pretender emprestar a quaisquer manifestações públicas a pior interpretação possível, capaz de vislumbrar nelas intento criminoso (...) Pelo contrário, a liberdade de expressão é direito fundamental e deve ser ao máximo prestigiada (...) Sendo compatível com a Gramática e a Lógica, mais consentâneo com a dita liberdade afigura-se-me tentar ler qualquer postagem pública de forma daqr ao tgexto interpretação que não o leve a ser criminializado (...) Tendo sido feita in bonam partem, afasta o caráter criminoso que lhe irrogou o MP-RS).

Fundamentos legais

A acusação

A longo dos 3 anos de tramitação da ação criminal, a Delegada Andrea Matos, a Promotora Ivana Battaglia e a juíza Quelen Van Caneghan, todas mulheres e operando na primeira instância da Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, esgrimiram reduzidíssimo arsenal de disposições legais, todo ele fulminado na fase final pela Justiça Federal:

- ADO 26, nos termos do artigo 20, parágrafo 2o da lei 7.716/89.Trata-se de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, que tornou efetiva a criminalização específica de todas as formas de homofobia e transfobia, como poderia tornar efetiva a criminalização de qualquer outro objeto, conforme o que bem entendesse a Corte, que, aliás, tem feito isto a partir de abril de abril de 2019, quando censurou a revista eletrônica Crusoé, primeira vítima do escabroso inquérito das fake news. O objeto direto da ação movida no STF foi declarar a inconstitucionalidade na falta de lei que punisse a ação discriminatória contra pessoas LGBTQIA+. A Corte acolheu a ação, desconsiderando o fato de que o constituinte de 1988 não incluiu a questão na Carta Magna porque não quis fazê-lo, por não considerar a existência de crime, o que também não quiseram fazer os legisladores federais a partir dali. O constituinte e o legislador ordinário, entenderam e entendem que ofensas de gênero estão suficientemente tipificadas no Código Penal, quando ele trata dos casos de calúnia, injúria e difamação.

Os Advogados de Defesa invocaram proteção constitucional, inclusive jurisprudência e dispositivo do Código de Processo Penal, todos garantidores do livre direito de expressão:

- Artigo 220 da Constituição Federal  e tudo que se vincula ao art. 5o, IV, V, X,XIII E XIV, ADPF 1287 sobre livre pensamento, Artigos 395 e  396 e  do Código de Processo Penal.


A defesa

Tudo começou a mudar quando os Advogados de Defesa apelaram ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que decidiu por unanimidade fulminar todo o processo judicial, mantendo apenas os termos do inquérito policial, já que o caso teria que ser remetido para a Justiça Federal, tudo com base no artigo109, V, da Constituição Federal.

O Juiz Federal Guilherme Beltrami mandou ouvir o Ministério Público Federal, que repeliu as acusações, defendeu a aplicação do Artigo 5o da Constituição Federal, já que foi caracterizada a garantia constitucional do princípio da liberdade de expressão, portanto também de imprensa. Além disto, o Procurador Federal Felipe de Souza não quis sequer levar o caso a julgamento, pedindo o arquivamento de tudo.

Na decisão final de aceitar o pedido de arquivamento, o Juiz Federal considerou que não teria outra alternativa senão basear a sentença final no acolhimento do disposto na Lei 13.964/19e  nos Artigo 18 e  28 do Código de Processo Penal, considerando que o Ministério Público Federal é o titular da ação penal em curso, reforçando assim o perfil acusatório do processo penal brasileiro.


CAPÍTULO II

A defesa da liberdade de expressão, mais especificamente a liberdade de imprensa, é uma das principais batalhas destes tenebrosos anos do Século XXI, como já foi antes, nos séculos anteriores, desde que Gutenberg, 1439, inventou sua galáxia de tipos móveis que deu início à revolução da imprensa, fundamental no desenvolvimento da Renascença, da Reforma e da Revolução Científica, tudo que lançou as bases materiais para a moderna economia baseada no conhecimento e a disseminação em massa da informação, o que inclui a aprendizagem em larga escala.

No século XXI, como no Século XV, os poderosos de plantão operam de modo sutil ou descaradamente para impor mordaças aos meios, às mensagens e aos mensageiros que os desagradam.

Foi em tudo que isto que pensei ao me dirigir ao interrogatório exigido pela jovem Delegada Andreia Mattos, a primeira ocupante da novíssima Delegacia de Combate à Intolerância, inaugurada com grande 




...


O imbroglio todo começou com uma curta nota publicada no blog www.polibiobraga.com.br:





























Pelo Ministério Público Estadual


O governador Eduardo Leite decidiu comemorar em alto estilo a legalização do homossexualismo como opção da vontade sexual das pessoas e não como uma patologia, pelo menos do ponto de vista da polêmica OMS.


Ontem foi o Dia Internacional do Universo LGTBQIA+, que engloba nao apenas o homossexualismo, mas ainda não compreende a zoofilia, fenômeno que ocorre com pouca frequência em barrancos de coxilhas do Rio Grande.


No RS, a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População LGBTQIA+, implantada com decisão por Eduaedo Leite, visa laborar, estimular, apoiar, participar e promover eventos, estudos, pesquisas, debates e ações que envolvam discussões de saúde da população LGBTQIA+.  O relatório mais recente do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgado no início de 2019, registrou que em 2018 ocorreram 420 mortes de LGBTs no Brasil - entre 320 homicídios e 100 suicídios.


.....

INTERROGATÓRIO
De acordo com arts. 187, paragrafo 2o, 188, 189 e 190 do CPP

INQUÉRITO POLICIAL 134/2021, decorrente de BO  de Caio Cesar Klein e que gerou este inquérito
Em 2019 STF tornou homofobia, bifobia e transfobia equivalente a racismo, de acordo com resultado da ADO 26, nos termos das lei 7.716/89. 3 páginas.

Me indiciou como incurso no art. 20, p. 2o da lei 7.716/89.

No inquérito policial, falou Gabriel Galli Arevalo. FOI DISPENSADO DE COMPROMISSO PELO ART. 201 DO CPP.

AÇÃO MOVIDA PELO MPE
Incurso no art. 20, parágrafo 2o, lei 7716/89
6 páginaS

DEFESA DE POLIBIO BRAGA
Invoca art. 220 da CF e que se vincula ao art. 5o, IV, V, X,XIII E XIV

ADPF 1287 sobre livre penamento

VERIFICAR MAGISTRADA DIVERSA DA TITULAR QUE ACEITOU A DENÚNCIA

A decisão da magistrada violou art. 5o CF e 396 do CPP

PEDE REJEIÇÃO DE ACORDO COM ART. 395, INCISO III DO CPP

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ALEGAÇÕES FINAIS

53 páginas

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ALEGAÇÕES FINAIS PB

Absolvição pelo asrt. 386, III dlo CPP

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SENTENÇA

Condena pelo art. 20, parágrafo 2o da lei 7.716/89

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ACÓRDÃO

Base para enviar para a JF é artigo 109, V, da Constituição Federal


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JUIZ FEDERAL

Lei 13.964/19
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/l13964.htm

Art. 28 do CPP

O juiz não quis aplicar esta lei, considerando que o |MPF é o titular da ação penal, até porque a lei 13.l964 reforçou o perfil acusatório do processo penal brasileiro.

Ressalvfados disposto no art. 18 do CPP.

Art18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Art.

O ator, a prisão, a peça, Eugênio Esber

Renato Duque contou que, depois de deixar a Petrobras, teve três encontros com Lula


Sem alarde, a imprensa noticiou que, no sábado (17), a Polícia Federal prendeu em Volta Redonda (RJ) o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Ele estava foragido desde que, um mês atrás, foi condenado em definitivo a cumprir 39 anos de prisão por corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A Operação Lava-Jato, aquela que muitos parecem ter esquecido por distração ou conveniência, revelou que a diretoria de Duque na Petrobras amealhou e geriu propinas pagas por empreiteiras que tinham contratos com o governo federal entre 2003 e 2012. Valor total das propinas: R$ 650 milhões.


Em 2017, Duque aceitou devolver mais de 20,5 milhões de euros que possuía em contas na Suíça e firmou acordo de delação com as autoridades de um país que ainda se importava com corrupção. Suas palavras:


— Eu queria deixar claro, meritíssimo, que eu cometi ilegalidades. Quero pagar pelas ilegalidades, mas quero pagar pelas ilegalidades que “eu” cometi. (...) Se for fazer uma comparação com o teatro, eu sou um ator; (...) tenho um papel de destaque nesta peça, mas eu não fui e não sou nem o diretor nem o protagonista dessa história.


Pelas perguntas e recomendações que ouviu de Lula sobre contratos com a construtora de navios SBM e sobre o projeto de sondas, Duque contou ter ficado surpreendido com o nível de informação do então ex-presidente sobre tais assuntos

Duque contou que, depois de deixar a Petrobras, teve três encontros com Lula: em 2012, em 2013 e em 2014. Seus relatos, disponíveis ao público na internet (não sei por quanto tempo), são de envergonhar os brasileiros que um dia acreditaram no partido fundado em 1980 sob a promessa de não roubar e não deixar roubar. 


Pelas perguntas e recomendações que ouviu de Lula sobre contratos com a construtora de navios SBM e sobre o projeto de sondas, Duque contou ter ficado surpreendido com o nível de informação do então ex-presidente sobre tais assuntos.

Governo federal só cumpriu 20% das promessas de ajuda aos atingidos pela enchente

ENTREVISTA
Deputado Osmar Terra

O senhor denuncia que governo federal só cumpriu 20% das promessas de ajuda aos atingidos pelas enchente do RS. A que se deve isto ?
É um governo sem coordenação e que não consegue atender os agricultores e as vítimas das enxurradas de maio nas suas necessidades básicas

Já faz tempo.
 Mais de cem dias passaram desde a tragédia gaúcha. A demora piora muito a situação dos desabrigados e dos agricultores. O governo só foi rápido para criar mais um ministério e empossar o ministro que pouco tem ajudado, numa clara manobra política.

O deputado esteve com o pessoal do agro, que se queixa muito.
Uma coisa que me chamou a atenção foi que, de todas as promessas do governo federal, só 10% foram cumpridas. O resto continua pendente, mais de cem dias depois da catástrofe. A quantidade de gente que não tem casa para voltar, a quantidade de agricultores que não têm como plantar é gigantesca. Nunca houve na história do Estado isso. E nós queremos que esses assuntos se resolvam. 

Mas o ministro Paulo Pimenta diz que está fazendo muito para ajudar.
Ele não aparece em lugar nenhum. Onde nós estamos com a demanda da sociedade, ele não está. Outro dia, eu o encontrei passando em São Luís Gonzaga. O prefeito Sidney Luiz Brondani estava comigo, e o Paulo Pimenta, com comitiva fazia outra coisa, que era a sua campanha política, usando os veículos e toda a estrutura do Governo. Com o prefeito, ele só se encontrou de tarde. Ele chegou às 9 horas da manhã e ficou fazendo o roteiro dele lá com os seus companheiros. 



Artigo, Marcus Vinicius Gravina - Rastreabilidade e o Princípio da Eficiência

Marcus Vinicius Gravina é advogado, RS.

Ministros do STF, presidentes da Cãmara dos Deputados, do Senado e representantes do presidente da República, reuniram-se esta semana para uma importante decisão. Chegaram a ela: “rastreabilidade”.  

Estão chamando de acordo o que foi uma negociação espúria. O objeto do “toma lá, dá cá,” é a rameira preferida dos membros do Congresso Nacional.  É conhecida como “emenda parlamentar impositiva”.  É filha incestuosa do orçamento público Federal. 

Trata-se, de dar regramento à destinação personalista do dinheiro recebido por parlamentares para a compra de votos em seus redutos eleitorais, visando às viciosas reeleições, impeditivas da renovação do Congresso.  

Uma decisão monocrática de um ministro do STF, com propósitos moralizadores, que impressionaram num primeiro momento, suspendeu a distribuição de verbas públicas aos fariseus da era moderna, que deambulam em seus estados e municípios batendo tambores e distribuindo dinheiro, sem dar visibilidade de quem sejam os destinatários de tanto altruismo.  

O clima era de guerra. Por isto, pode ser dito que houve um armistício, desde que,  de um lado, seja estabelecido um critério de “ rastreabilidade, transparência,  correção e submissão ao TCU”  e, do outro, de que não haverá retaliação por Emenda Constitucional que vise a supressão de certos poderes intervencionistas do STF e de congelamento de verbas daquele órgão judicial.

As emendas parlamentares, sem que se torne inelegíveis os parlamentares para as próximas reeleições - posteriores as suas distribuições  de verbas - são inconstitucionais. Violam o Princípio da Igualdade eleitoral. Ministros do STF declaram isto:

Min. Rosa Weber: “ fere o Princípio da Igualdade porque privilegia certos congressistas em detrimento de outros, põe em risco o sistema democrático”.

Min. Gilmar Mendes: “ a importância do princípio da igualdade está em que sua observância não haverá possibilidade de se estabelecer uma concorrência livre e equilibrada entre partícipes da vida pública, o que acabará por comprometer a essência do próprio processo democrático”.

Ministros do STF ao proporem acordo sobre as emendas parlamentares, sem julgarem a constitucionalidade da intromissão do Poder Legislativo em competência do Poder Executivo, de quem é a responsabilidade direta sobre os serviços públicos, saúde, educação e infraestrutura, se precipitaram ou não tiveram coragem.  Temor do Congresso Nacional.  

Não tinham o direto de ignorar o Princípio da Igualdade que dá causa à declaração de inconstitucionalidade das emendas parlamentares, sem que se devolva o pleno “Direito de Igualdade” entre os aspirantes a cargos do poder legislativo.

A imposição de rastreabilidade, correção e transferência é uma via de duas mãos, um vaivém. Congressistas poderiam propor o mesmo ao STF, sujeito a sua fiscalização, no que diz respeito a verificação do Princípio da Eficiência previsto no art.37 da Constituição Federal. Basta um pedido de informação sobre o andamento dos processos empilhados e empoeirados aguardando julgamento - antes do fim do mundo. Em muitos casos processos distribuídos aos ministros sujeitam-se a prescrições em seus gabinetes. Até que ponto, por falta de eficiência?

Se, como cidadão, posso perguntar: em que estágio estão os processos que se encontram no STF em que deputados e senadores são réus?  Quantos já prescreveram nestes últimos anos e os que estão próximos de acontecer o mesmo.  

Senhores ministros o Princípio da Eficiência é um mandamento constitucional e ninguém está acima da lei. 

Caso alguém tenha conhecimento de qual foi a manifestação da OAB Nacional sobre esta reunião, por favor informe. 

Caxias do Sul, 21.08.2024


“Por que retiraram as vacinas contra a covid19 e só ficou a Pfizer?”, pergunta Osmar Terra

      “ Vacina é diferente de remédio. Remédio se dá para quem está doente; vacina é para prevenir uma doença. Vacina se faz em pessoas sadias  para evitar que adoeçam no futuro.” As afirmações são do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), durante audiência da Comissão de Saúde da Câmara. 

O parlamentar acrescentou que ela deve ser testada, pois vacinar milhões de pessoas sem testes, como aconteceu na pandemia, é um risco primário, além dos danos que pode causar. Terra argumenta:

- A Fiocruz fez uma parceria com Oxford para produzir vacinas contra covid19 e suspendeu sem falar nada. Está sendo aplicada outra, da Pfizer Tiraram de circulação da coronavac, que diziam ser supereficaz, tiraram Astrazeneca,  a Jahnssen. Por que retiraram as vacinas contra a covid19 e só ficou a Pfizer?Terra ainda lembrou:

- A pneumologista Margareth Cuomo, propagandista das vacinas da Fiocruz, pessoa muito competente, é consultora da Pfizer. Acredito que não nada ver uma coisa com a outra, mas há um conflito de interesses óbvio

O país rendido - Fernando Schüler (Veja)

 O país rendido - Fernando Schüler (Veja)

O país rendido


"O ministro cismou com isso aí”, diz um juiz, em Brasília. “Isso aí” é  um cidadão brasileiro. Crítico duro do “sistema”, do próprio ministro, na balbúrdia digital. Como o ministro está “sem sessão”, continua o  auxiliar, ele está com tempo para ficar “procurando”. O grand finale vem do próprio ministro: “Peça para o Eduardo analisar as mensagens (do tal “cidadão crítico”) para vermos se dá para bloquear e prever multa”. Para resumir: primeiro  escolhe o alvo político. Depois vai pesquisando na internet para  produzir o “laudo”. Isto é, a justificativa de que a autoridade precisa  para fazer o que quer fazer. Isto é, censurar, bloquear e tudo que  sabemos. Em outro momento, o foco é uma revista. “Vamos levantar todas  essas revistas golpistas para desmonetizar nas redes”, diz a autoridade.  O juiz responde que havia encontrado apenas matérias jornalísticas e  pergunta o que deveria colocar lá. “Use sua criatividade”, responde o  chefe, seguido de algumas risadas.


As mensagens reveladas por  Glenn Greenwald e Fabio Serapião, na série de reportagens publicadas  esta semana, são um striptease das instituições brasileiras. É evidente  que há muito o que vir à tona, há o necessário contraditório e há a  investigação minuciosa disso, que deve ser feita. Mas o que já veio à  tona é para lá de preocupante. Imaginem uma autoridade de Estado, em  Brasília, literalmente pedindo para “disfarçar” o nome de um tribunal, e  do próprio ministro, em documentos oficiais. Para não ficar “chato”, ou  muito “descarado”. A autoridade pedindo para “ajustar” um documento  oficial (haveria outro nome para isso?), dizendo: “Onde se lê o nome de  um tribunal (que realmente fez o pedido), ponha o nome de outro  tribunal”. Pois é. Não há muito o que dizer sobre tudo isso. Os fatos  falam tão alto que qualquer comentário soa um pouco irrelevante. O modus operandi é claro. Define-se o foco político e logo se demanda da assessoria que  se produzam as “provas”. Como definiu um jurista bem-humorado, “atira a  flecha e depois pinta o alvo”. Punições ad hoc, sem devido  processo, sem provocação, sem contraditório. E, nesse caso, feitas por  um tribunal eleitoral fora do período eleitoral. É isso. Nós nos  transformamos na única democracia do planeta onde os direitos  individuais mais elementares de um cidadão flutuam à mercê da  subjetividade de uma autoridade de Estado. Autoridade que fica “braba”.  Que “cisma” com este ou aquele. E a partir daí “é uma tragédia”, como  escutamos em um dos áudios.


Tragédia, sim. Mas para quem vai em  cana sem nem saber por quê. Quem é banido das redes “de ofício”. Quem  tem as contas bloqueadas por um papo furado no WhatsApp. Quem morre num  presídio de Brasília, sem eira nem beira, porque ninguém despachou o  processo. Uma tragédia, de fato. E quem sabe merecida. Minha intuição é  que nos transformamos exatamente no país que desejamos ser.


Boa  parte do Brasil deseja que as coisas sejam assim. Deseja que tenhamos  uma “democracia de tutela”. Com a condição de que o grande xerife mande  fazer laudo só para o “outro lado”. Enquanto for assim, tudo estará bem  para boa parte da imprensa, da academia, das “instituições” e do mundo  político. O amor à “abstração da regra”, vamos convir, nunca foi  especialidade brasileira. Não passa de autoilusão imaginar que nosso  vezo patrimonialista só funciona nas relações entre o Estado e o mundo  dos interesses materiais. Ele está lá, inteirinho, no modo como lidamos  com o universo dos direitos. No servilismo do auxiliar da autoridade que  pergunta: “O que eu devo escrever nesse dossiê?”. Na autoridade que  diz: “Muda aí o nome do tribunal”. Que alerta que o “doutor” está com  pressa, quer a “prova” logo, porque quer fazer o que já decidiu fazer.  Tudo sob uma certa ficção em torno da legalidade autorreferente,  ajustada aos imperativos do “contexto”.


Ainda na outra semana tivemos notícia da soltura do Filipe Martins.  A prisão cujas razões formalmente apresentadas nunca existiram. Do  sujeito que de fato nunca tentou fugir, nunca saiu do país, e que mesmo  assim ficou lá, em uma prisão no Paraná, durante seis meses. Alguém  preocupado? Alguém vai responder por isso? Ou há muito já entendemos o  jogo? Cá entre nós, é o mesmo caso daquela “senhora que pintou uma  estátua com batom”, na ótima definição do ex-ministro Nelson Jobim esta  semana. A Débora Santos, que de fato pintou uma frase irônica naquela  estátua da Justiça, na frente do STF, e está em cana há catorze meses, com os dois filhos pequenos por aí, à espera de um dia terem a mãe de volta, em casa.


Jobim  é um raro exemplo de intelectual brasileiro que distingue o mundo da  política, com suas paixões, e o mundo dos direitos, pautado pela lei e  sua impessoalidade. A distinção republicana, por excelência. Esta semana  ele definiu o 8 de Janeiro de maneira precisa: não uma “tentativa de  golpe”, mas a “catarse pela frustração com a não obtenção de uma  intervenção militar”. No transe brasileiro, nada disso importa. Há uma  narrativa política, há alguém que detém o poder e há suporte na  sociedade. A partir daí, ajusta-se o universo dos direitos. Um pouco  como se aprende nas revelações da semana. Ajustam-se os laudos, os  documentos, as razões para justificar um delito. E sua própria  tipificação. Tudo se move, no calor da política. E a “abstração da  regra” soa não muito mais do que o resmungo de quem perdeu. Simplesmente  perdeu. Quando observo essas coisas, me vem à lembrança a antiga  provocação de Roberto Schwarz sobre as “ideias fora do lugar”, em nossa  tradição. Sua referência é tão distante quanto o século XIX.  A “disparidade entre a sociedade escravocrata e as ideias do liberalismo  europeu”. Mas me soa tremendamente atual. A estranheza de uma elite que  enche a boca para falar em democracia, mas aplaude o “deixa que eu dou  um jeito” para arrumar provas e fazer o que a Autoridade deseja fazer.  Que fala em “garantismo”, mas com a boca torta pelo uso do cachimbo. Em  um mundo em que a retórica e sua negação, no universo da democracia  liberal, convivem sem problema.


Talvez por isso minha referência sempre será Eleanor Norton, a  advogada negra que em um dia qualquer de 1969, diante da Suprema Corte  americana, defendeu os direitos de Clarence Brandenburg, um abjeto líder  da KKK. E o fez por entender algo bastante simples: que os direitos  dele eram ao mesmo tempo os nossos direitos. Ela o fez em nome de um  princípio. Em nome da Constituição. Algo que a “obrigava por vezes a  defender pessoas que não me defenderiam”. Essa história sempre me tocou.  E digo que sobre isso não alimento lá grandes expectativas no Brasil de  hoje. Vejo que já fomos contaminados pelo vírus do ódio e da paixão  política, em um país no qual nunca prosperou, de fato, uma tradição  liberal-democrática. E por isso a relativização do direito. O truque.  O ministro nervoso, o e-mail inventado, o laudo feito sob medida.  O abuso, enfim. Tudo que faz tanta gente boa sinceramente desejar ir  embora, simplesmente. Largar de mão esta república que parece não ter  mais jeito.


Fernando Schüler é cientista político e professor do Insper.

Melo manda reabrir todas as escolas

 O prefeito Sebastião Melo mandou a retomada, nesta segunda-feira, de todas as atividades nas últimas sete escolas que ainda estavam sem aulas desde que foram atingidas pela enchente em maio deste ano. Ao todo, 650 alunos retomarão as atividades, fechando assim 100% dos 4.147 estudantes das escolas que foram alagadas.

As unidades passam a funcionar em espaços alternativos que foram locados pela secretaria. 

Das 14 escolas municipais atingidas pela enchente, 12 passam por obras de recuperação e duas foram limpas e recuperadas: Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Ilha da Pintada e Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Vereador Antônio Giudice.

Segundo o prefeito Sebastião Melo, até o momento, foram investidos R$ 5 milhões na recuperação de escolas.

Nova Vaza Toga

 O juiz Vieira e o perito Tatlafierro, membros da organização criada por Moraes para perseguir bolsonaristas e oposicionistas em geral.


Nestas novas denúncias comprometedoras contra a organização montada por Moraes no STF, TSE e PF, fica claro como num dos episódios mais corrosivos, vividos pelo ministro, as vaias ao de Nova Iorque, ele usou órgãos do TSE contra os manifestaantes.

Os repórteres Fábio Serapião e Glen Greenwald mostram na Folha de S, Paulo, passo a passo, como foi o uso abusivo do ministro e seus mandaletes para perseguir a deputada Zamelli, o jornalista Allan dos Santos e quem essa gente conseguiu pegar pelo caminho.

Está tudo documentado por áudios e vídeos dos eventos ilegais, com linguagem muitas vezes chulas e debochadas contra os seus alvos, protagonizados pelos dois juizes auxiliares mais importantes de Moraes, Vieira e Vartas, além do perito Eduardo Taglafierro. Este parece ser o mais cauteloso de todos, mas também sabe que comete crimes.

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Tarcísio fala em "ser muito duro" e "punir" Moraes no caso do uso da Polícia de São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu a investigação isolada da Corregedoria da Polícia Civil para apurar o vazamento de informações ligadas à segurança do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A defesa de Tarcísio pela apuração isolada ocorre enquanto a oposição e a Folha de São Paulo intensificam denúncias contra o magistrado, incluindo pedidos de impeachment e anistia.

Durante uma coletiva em São José do Rio Preto, Tarcísio afirmou: "É o que tem que ser feito. Há uma notícia de vazamento de informação privilegiada de acesso ao sistema e acesso não autorizado ou não oficial. E o que tem que ser feito é abrir investigação, apurar, verificar as responsabilidades e aplicar as penas devidas. Ser muito duro na aplicação de penalidade a quem infringiu normas de conduta".

O vazamento, segundo o jornal, envolve a obtenção informal de dados pela equipe de segurança de Moraes para proteger o ministro e sua família de ameaças bolsonaristas, o que teria levado ao acesso ilegal a sistemas de segurança pública de São Paulo.

Moraes usou órgão do TSE contra bolsonaristas que xingaram ministros do Supremo em NY

 Moraes usou órgão do TSE contra bolsonaristas que xingaram ministros do Supremo em NY


Folha
Reportagem de Fábio Serapião e Glen Greenwald


O ministro Alexandre de Moraes, do STF, utilizou o órgão de combate à desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para levantar informações e produzir relatórios contra manifestantes que xingaram ministros do Supremo durante um evento privado em Nova York (EUA).


O episódio ocorreu em novembro de 2022, fora do período eleitoral, segundo mensagens obtidas pela Folha entre juízes instrutores de Moraes no STF e no TSE com integrantes dos gabinetes.


Procurado e informado sobre o teor da reportagem, o gabinete de Moraes disse que "todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República".


no meio de uma rua, em frente a um prédio com uma bandeira dos EUA, pessoas com cartazes em inglês e enroladas em bandeiras do Brasil

Manifestantes protestam contra ministros do Supremo que participam de evento em Nova York - Igor Gielow - 14.nov.2022/Folhapress

Na semana passada, a Folha revelou que o gabinete de Moraes no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no Supremo em 2022. Tudo ocorreu de maneira informal.


Os assessores de Moraes, segundo as mensagens, sabiam do risco dessa informalidade. Um deles demonstrou em áudios essa preocupação. "Formalmente, se alguém for questionar, vai ficar uma coisa muito descarada, digamos assim. Como um juiz instrutor do Supremo manda [um pedido] pra alguém lotado no TSE e esse alguém, sem mais nem menos, obedece e manda um relatório, entendeu? Ficaria chato."


O mesmo expediente foi usado no caso de Nova York. Nos dias 14 e 15 de novembro de 2022, duas semanas após o segundo turno, Moraes e seus colegas de STF Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski (hoje ministro de Lula), Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso participaram na cidade do Lide Brazil Conference, organizada pelo grupo Lide, da família do ex-governador paulista João Doria.


Vídeos que circularam em redes sociais e grupos de mensagem mostram que bolsonaristas assediaram e xingaram os ministros no momento em que eles circulavam pela cidade, inclusive na entrada e saída de restaurantes e hotéis. Um desses vídeos também mostra o ex-presidente Michel Temer sendo xingado.


Moraes e as mensagens

Entenda em 5 pontos o caso do ministro do STF


O que ocorreu?

O gabinete de Moraes no STF ordenou por mensagens e de forma não oficial a produção de relatórios pelo TSE para embasar decisões do próprio ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news no Supremo em 2022. Tudo ocorreu de maneira informal.


Assessores de Moraes sabiam do risco dessa informalidade?

Sim. Um deles demonstrou em áudios essa preocupação: "Formalmente, se alguém for questionar, vai ficar uma coisa muito descarada, digamos assim. Como um juiz instrutor do Supremo manda [um pedido] pra alguém lotado no TSE e esse alguém, sem mais nem menos, obedece e manda um relatório, entendeu? Ficaria chato."


Como deveriam atuar dentro do rito?

De maneira geral, não solicitar relatórios e monitoramentos de maneira informal via WhatsApp, como ocorria, e sim por meio de ofícios formais entre o STF e o TSE.


O que mais mostraram essas mensagens?

Em vários casos os alvos eram escolhidos pelo ministro ou um assessor. Os relatórios eram ajustados quando não ficavam a contento e, em alguns episódios, feitos sob medida para embasar ação pré-determinada. Quando não encontravam indícios contra um alvo, um assessor orientava o outro: "Use a sua criatividade… rsrsrs."


Quais as consequências das mensagens?

Especialistas divergem sobre a legalidade das ações, mas admitem que essa troca informações de maneira informal abre brecha para a solicitação de nulidade de provas, especialmente se os pedidos que aparecem no WhatsApp não tenham sido formalizados no processo. Os recursos, porém, seriam analisados pelo STF, corte cuja maioria já se manifestou em desagravo a Moraes.


As mensagens indicam que o uso da estrutura de combate à desinformação contra os manifestantes bolsonaristas em Nova York começou antes mesmo de Moraes chegar aos EUA.


Após circularem publicações sobre o evento e com convocações para manifestação no local, o ministro acionou o juiz Marco Antônio Vargas, então no gabinete da presidência do TSE —tribunal à época presidido por Moraes.


Em seguida, Vargas pediu para o então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE, Eduardo Tagliaferro, o monitoramento e produção de relatório.


"Sim, esse que quero mandar antes dele embarcar", disse o juiz após o assessor explicar que havia conteúdo com ameaças aos ministros nas postagens.


Por volta das 21h do dia 11, Tagliaferro mandou uma primeira versão do relatório. O documento elenca postagens com chamados de uma caravana para Nova York partindo de outras cidades americanas, além de mensagens em aplicativos com ameaças a Moraes.


"De acordo com o material levantado e recebido, é possível verificar que se trata de uma manifestação programada para acontecer no dia 15/11/2022 na cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, onde manifestantes se reunirão em protestos ao Ministros do Supremo Tribunal Federal, os quais estão em viagem a essa cidade", afirma o relatório.


Segundo o documento, mensagens anônimas tinha "conteúdo ameaçador a pessoa do Ilustre Ministro Alexandre de Moraes", o que deveria ser comunicado a sua segurança pessoal.


No dia seguinte, foi a vez de Airton Vieira, juiz instrutor de Moraes no STF, enviar novas publicações e pedir a Tagliaferro para tentar identificar os responsáveis e produzir relatórios a serem enviados ao Supremo.


Nas postagens, bolsonaristas divulgaram o endereço de onde seria o evento e qual o hotel em que os ministros estariam hospedados.


Após Tagliaferro apontar a dificuldade de identificar algumas publicações, o juiz solicitou o envio do relatório com as informações que estavam disponíveis. "Entendi. Pode enviar para mim um relatório simples, inclusive dizendo não ter como identificar os outros dois? Bloqueio pelo STF…", pediu o juiz.


No dia 13 de novembro, véspera do evento, novamente Airton mandou um print de uma postagem no Twitter (hoje X) em que havia uma foto do ministro Barroso divulgada com o endereço do hotel em que estariam hospedados.



Como não se tratava de um tema relacionado ao trabalhado desenvolvido pelo órgão de combate à desinformação do TSE, Tagliaferro questionou Airton Vieira.


"Bom dia! Estou vendo como fazer isso pelo TSE, não faz menções às urnas, pleito ou instituição, fala STF", disse ele. "Bom dia, Eduardo! Tudo bem?! Não se preocupe: o Ministro assinou hoje de madrugada a decisão pelo STF", respondeu o juiz.


Como mesmo após a decisão pelo STF as publicações não haviam sido derrubadas, o juiz abordou a agilidade via TSE como motivo para ter solicitado a Tagliaferro a ação contra os manifestantes.


"Eu passei para o DPFederal [delegado da Polícia Federal], e-mail e WhatsApp. Mas era de madrugada. Não viu até agora… Por isso tínhamos pensado fazer pelo TSE, dada a agilidade…", afirmou ele.


"Hum… só precisaria saber a fundamentação a ser usada pelo TSE", respondeu o assessor da corte eleitoral.


Os pedidos para levantamento de informações e produção de relatórios contra os manifestantes em Nova York continuaram em 14 de novembro.


Às 09h13, Airton Vieira mandou um print de uma postagem do bolsonarista Filipe Sabará, que depois ocupou cargos no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. "Com um relatório bem simples. Obrigado. Relatório e ofício, como de costume. Obrigado", pediu a Tagliaferro.


Por volta das 10h, outro pedido, agora contra um empresário que fazia uma transmissão ao vivo em Nova York. "Eduardo, por favor, preciso de um relatório e de um ofício rapidinho para poder bloquear essas contas, especialmente esse Alessandro Lucio Boneares… Obrigado", disse o juiz.


"Estou gravando ele manifestando e produzindo fotos. Se bloquear agora, não teremos material. Ele está com a filha. Eu já identifiquei ele", respondeu Tagliaferro.


Em seguida, o assessor do TSE mandou um print com dados do empresário Alessandro Lucio Boneares. Nesse momento, o juiz auxiliar de Moraes no TSE, Marco Antônio Vargas, também entrou na conversa e pediu para não enviar a foto com os dados.


"Beleza, só não envia a foto que dá pra ver que foi dado obtido pelo TSE", afirmou ele. "Não. Só enviei esses dados do detalhamento biográfico. Tranquilo", respondeu Airton Vieira.



Outro pedido feito por Airton Vieira ocorreu por volta das 11h. Ele mandou dois prints do Twitter em que o cantor gospel Davi Sacer retuítava postagens para incentivar os manifestantes contra os ministros em Nova York.


"Eduardo, esses aí também, por favor coloque no relatório também. Para fins de bloqueio".


Tagliaferro faz uma ponderação sobre o alvo. "Dr Airton, não sei sei se é uma boa ir para cima do Davi Sacer, esse cara é o cantor gospel mais famoso é influente, vai revelar católicos e evangélicos, como também outros cantores, não seria melhor esperar um pouco? A bruxa não tem esse bom senso, é totalmente partidária sem pensar nas consequências", afirma ele.


Como resposta, Airton Vieira informou que o pedido tinha partido de Moraes. "O problema é que foi o Ministro quem passou. Depois recebi pelo Deputado Frota…". "Paciência. Vamos em frente", disse o juiz instrutor.


Ministro Dias Toffoli brinca e diz que vai se disfarçar antes de deixar o Harvard Club e receber xingamentos de manifestantes

Ministro Dias Toffoli brinca e diz que vai se disfarçar antes de deixar o Harvard Club e receber xingamentos de manifestantes - Folhapress

Quem também entrou na mira do gabinete de Moraes por causa do evento privado com participação dos ministro foram a deputada bolsonarista Carla Zambelli e o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira e atualmente morando nos EUA.


Como mostrou a Folha, a participação do blogueiro bolsonarista nas manifestações nos EUA resultou em irritação no gabinete de Moraes com a Interpol e o governo americano.


"Levantem tudo que a Zambelli e Alan dos Santos estão postando sobre NY", pediu Airton Vieira por volta das 19h. "Só preciso achar onde ela posta agora kkk não tem mais perfil", respondeu Tagliaferro.


Em seguida, o assessor do TSE enviou uma série de publicações em redes sociais com conteúdo sobre manifestantes durante o evento nos EUA. Mais uma vez, Airton Vieira deixou claro que as escolhas de quem seriam os alvos partiram do próprio Moraes.


"Eduardo, por enquanto o Ministro pediu apenas em relação ao Allan dos Santos e à Carla Zambelli. Um relatório para cada. Com tudo que aprontaram, publicaram, em conta própria ou de terceiros…Do contrário… rsrsrs", disse o juiz.


"Pedi para levantar essas publicações que o senhor falou", respondeu Tagliaferro. "Não tem condição, de fato, de enxugarmos gelo", conclui o juiz instrutor do STF.