Pensar...sentir...

Foi do filósofo e matemático francês  René Descartes( 1596- 1650), a frase "Penso, logo existo!" , talvez a  mais perene, conhecida e reverenciada contribuição filosófica de sua monumental obra, destacando-se dentre elas " O Discurso Sobre o Método". Neste mundo de verdades absolutas, o filósofo francês exalta " a dúvida como instrumento necessário para a razão bem funcionar e condição imprescindível para se efetuar uma faxina na mente, eliminando dela todo o preconceito e revendo o que nos impomos como verdade absoluta". Ao ler e meditar sobre Descartes, lembrei do "Pai da filosofia", o grande Sócrates, que na Grécia antiga afirmava seu princípio de sabedoria sintetizado no " Só sei que... nada sei"... Tudo a ver. O pensar, a razão, move o mundo e nos fez chegar aonde estamos, mesmo diante de todas as mazelas, contradições e tragédias que nos tem contemplado o chamado processo civilizatório. O não pensar, como o pensar irracional, representaria nossa própria destruição como ser racional que somos. Hoje, o fato de caminharmos celeremente para o abismo existencial tem sua causa primária básica: o não pensar, o não uso da razão. Quando não exercemos esse dom, como por exemplo ao escolher nossas lideranças, os que terão o comando do barco em que navegamos, o resultado só poderia ser a ruína, a destruição, o desalento, a desesperança. É como nos encontramos hoje, rumando para um lugar que nossa razão jamais apontaria, mas que, no fundo e ao cabo, torna-se inevitável- embora desastrada- consequência de nossa ação - ou falta, ou imperfeição dela. No livro " Einstein- Reflexões Filosóficas" o grande cientista, questionado sobre o segredo da felicidade, lascou: São três coisas..." pensar, pensar e...pensar". Via de regra, agimos dando asas ao coração, calcados nos sentimentos, esperando deles o descortínio do melhor, do nirvana prometido nos palanques da vida. Fosse assim, a pérola de Descartes teria de ter grafia diferente. Como, então?  Simples: "Sinto, logo existo"! Mas não é. Nem poderia ser. 

Sílvio Lopes, jornalista, economista, professor e palestrante.

Cesta básica mais cara é a de Porto Alegre

  Em julho, o valor da cesta básica caiu em 13 das 17 capitais brasileiras que participam da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Porto Alegre também foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo, com média de R$ 777,16. No Norte e no Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 547,22), João Pessoa (R$ 581,31), no Recife (R$ 592,71) e em Salvador (R$ 596,04).

As quedas mais importantes no custo da cesta ocorreram no Recife (-4,58%), em Campo Grande (-4,37%), em João Pessoa (-3,90%) e em Aracaju (-3,51%). A única capital a apresentar alta foi Porto Alegre, com aumento de 0,47%. Já em Salvador (0,03%), Brasília (0,04%) e Fortaleza (0,05%) foi observada relativa estabilidade.

Com base no valor da cesta mais cara, que no mês de julho foi a de Porto Alegre, o Dieese calculou qual seria o salário mínimo ideal no país para cobrir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Segundo a entidade, o salário mínimo deveria ter sido de R$ R$ 6.528,93 ou 4,95 vezes o valor do mínimo atual (R$ 1.320).