Análise - Pressão das commodities agrícolas continuam pesando sobre os preços

As commodities continuam pressionando preços no atacado e isto dificilmente mudará no curto e médio prazos, inclusive pelas perdas enormes que sofrem as safras de grãos deste verão nos principais Estados, como RS, SC, Paraná e Mato Grosso do Sul.

A alta se reflete no varejo, com ênfase para os supermercados.

A inflação do IGP-M subiu 1,82% em janeiro, acelerando em relação à alta de 0,87% observada em dezembro. 

As principais contribuições altistas para o resultado foram as acelerações dos preços do minério de ferro e da soja, itens de grande peso no índice. No curto prazo, acreditamos que os preços das principais commodities agrícolas e industriais seguirão pressionados, diante de um cenário global de estoques apertados e demanda sustentada, dificultando uma descompressão mais intensa dos preços ao produtor neste início de ano.

Barroso, o ‘grande líder’ da oposição

Como está em um mundinho onde ninguém é capaz de lhe alertar sobre o despropósito de declarar que o Brasil vive uma ‘ditadura’, o ministro vai em frente


O ministro Luís Roberto Barroso, a exemplo do que vem acontecendo com frequência alarmante entre a maioria dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), tem oferecido ao público uma sequência do que parecem ser acessos cada vez mais severos de excitação nervosa. Seria apenas problema dele, é claro, mas, por uma dessas coisas que só acontecem com o Botafogo e com o Brasil, o homem é ministro daquilo que tem a função legal de funcionar como a “Suprema Corte” do país. Nada de mais, na verdade, para um tribunal presidido até esta semana por um cidadão que foi reprovado duas vezes no concurso público para juiz, recebia uma mesada de R$ 100 mil da mulher advogada e escreve decisões num português tão ruim, mas tão ruim, que nem pode receber nota; é simplesmente incompreensível. Mas uma calamidade não diminui de tamanho pelo fato de ser acompanhada de outra – e Barroso, de uns tempos para cá, resolveu dar um notável upgrade, como se diz, nos teores de ruindade desenvolvidos até agora pelos colegas. É osso.



O ministro, ultimamente, parece ter convencido a si próprio de que é o grande líder da oposição no Brasil — e como vive 100% selado dentro de um mundinho onde ninguém é capaz de lhe alertar sobre o perfeito despropósito de achar uma coisa dessas, ele vai em frente. Por que não? Barroso é levado terrivelmente a sério pela mídia, pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e por outros colossos da nossa vida política, intelectual e “civilizada”. É natural que acredite, como o galo Chantecler da fábula de Rostand, que o sol só nasce porque ele canta. Seu mais recente manifesto à nação e ao mundo foi também um dos mais esquisitos do seu repertório. Falando num inglês de curso Berlitz mal concluído, naquele sotaque de brasileiro que tenta imitar o que imagina ser a pronúncia “americana” (era um vídeo do Instituto Fernando Henrique para uma plateia estrangeira), Barroso revelou que o Brasil vive numa dic-tator-ship, que o presidente Jair Bolsonaro é a favor da tortura e outros prodígios da mesma natureza. Levou meia hora para falar esse dic-tator-ship, assim mesmo, sílaba por sílaba. Quis parecer um tipo cosmopolita. Acabou sendo apenas cômico.


Como assim, “ditadura”? Para levar a sério por mais de cinco minutos a acusação do ministro, seria preciso que ele demonstrasse, com base em algum fato objetivo, por que o Brasil de hoje seria uma ditadura. E então? Quais os atos contra a democracia, as leis e as “instituições” praticados por Bolsonaro ou membros do seu governo? Em que data? Em que lugar? O governo enviou à Câmara ou ao Senado algum projeto que possa ser descrito como antidemocrático? Qual? Quando? E decreto — há algum decreto presidencial contra a democracia? Houve algum episódio, em 20 meses de governo, em que o presidente da República deixasse de cumprir alguma ordem da Justiça ou qualquer outra determinação legal? Talvez nenhum outro governo na história do Brasil tenha sido tão atacado pela imprensa como o de Bolsonaro — começou a apanhar antes mesmo de tomar posse e não parou até hoje. Durante esse tempo todo, não houve nenhuma tentativa de censura, aberta ou disfarçada, contra qualquer órgão de comunicação. Nenhum jornalista brasileiro ou estrangeiro foi incomodado até hoje, por nenhum motivo. O ex-presidente Lula, a título de comparação, quis expulsar do Brasil um correspondente americano que deu a entender num artigo que ele era bêbado: só não expulsou porque não conseguiu.


O que houve, e apenas uma vez, foi uma tentativa de ação legal contra um jornalista que escreveu o seguinte: “Eu quero que o presidente morra”. Mas e daí? A coisa não deu em nada, nem deveria mesmo dar, porque não é contra a lei querer que o presidente, ou qualquer outra pessoa, morra. O problema é apenas de quem escreveu, do veículo que publicou isso e dos leitores, a quem cabe julgar este tipo de desejo. Jornalistas são processados o tempo todo na Justiça, pelos mais diferentes motivos — não estão acima da lei, como se sabe. Nessas ocasiões, procuram um advogado e esperam a decisão da Justiça. Qual é o problema? Não há nada de errado com isso. Em compensação, Barroso despacha a poucos metros do ministro Alexandre de Moraes, que já censurou a revista digital “Crusoé”, proibiu que jornalistas de direita escrevessem ou falassem nas redes sociais, cassou perfis no Twitter, meteu a Polícia Federal em cima deles, apreendeu celulares, mandou depor, o diabo. Esse mesmo ministro conduz há um ano e meio um inquérito absolutamente ilegal contra quem ele considera divulgadores de “notícias falsas”. Quem é o censor da imprensa nessa história: Bolsonaro ou o STF'

Jair Bolsonaro pode ser um presidente ótimo, bom, médio, ruim ou péssimo, dependendo do lado em que você está. Lula e Luciano Huck acham que ele é péssimo. O general Heleno e Luciano Hang acham que ele é ótimo. O que ele não é, com certeza, é um ditador; não existe no mundo nenhum ditador que tenha sido eleito para o cargo por 58 milhões de votos em eleições livres, universais e democráticas, nas quais o único ato grave de violência foi a tentativa de assassinato que ele próprio, Bolsonaro, sofreu durante a campanha. O que Barroso está dizendo — e no fundo ele está dizendo só isso, mais nada — é que o presidente é antidemocrático porque elogia o regime militar. É um argumento de centro acadêmico em faculdade de segunda linha. E os milhões de brasileiros que acham exatamente a mesma coisa — e para os quais o que o ministro chama de dic-tator-ship foi um dos melhores períodos que o Brasil já viveu? O que Barroso sugere que se faça com eles? A propósito: Bolsonaro nunca chegou a fazer 10% dos elogios desesperados que o jornal “O Globo” fez ao golpe militar e ao regime que saiu dele. “Fabulosa demonstração de repúdio ao comunismo”, dizia a manchete da edição de 3 de abril de 1964 de “O Globo”. Durante os 49 anos seguintes as organizações Globo continuaram dizendo basicamente a mesma coisa — até que, em agosto de 2013, resolveram pedir desculpas por terem escrito o que escreveram. Tudo bem. Mas quem disse isso foram eles, e não o presidente. Por que o ministro não vai reclamar com a Globo?


Não vai porque seu interesse não é determinar quem foi contra ou a favor de coisa nenhuma, e sim aparecer como o principal condutor da “resistência democrática” no Brasil. É duvidoso que seus colegas de STF, onde o nível de estima mútua é um dos mais baixos que se pode encontrar entre 11 pessoas diferentes, concordem com a avaliação de líder que Barroso faz de si mesmo. O “Supremo”, notoriamente, é um lugar de muito chefe e pouco índio — mas ficar contra o governo, hoje em dia, é o que se chama de uma grande career opportunity, como diria o próprio ministro num dos seus sermões em inglês. Antes de lançar sua proclamação pró-democracia, Barroso já tinha se juntado, um pouco depois dos outros, ao bloco “Unidos do Genocídio”, formado no STF para denunciar Bolsonaro pelas misérias da Covid-19 — numa tentativa de resultado ainda incerto para esconder a responsabilidade dos ministros na decisão de entregar às “autoridades locais” todo o combate à epidemia. O fato é que — por ordem direta do STF — as 130 mil pessoas cujas mortes são atribuídas ao vírus estavam, do ponto de vista da saúde pública, entregues à custódia exclusiva dos 27 governadores e 5.500 prefeitos quando morreram. Como é que se vai apagar isso? A saída tem sido a negação sistemática e organizada da realidade — e acusar Bolsonaro de “genocídio”.


O STF jamais vai conseguir explicar o que fez, nem apagar a decisão que tomou. O governo federal não ficou afastado do combate à Covid-19 porque quis abandonar o campo; isso foi assim porque o STF mandou que fosse, em decisão oficial com força de lei. E agora? Quem deu todas as ordens durante o período de tempo em que as 130 mil pessoas morreram não foram os governadores dos Estados Unidos, nem os prefeitos da Alemanha; também não foram os marcianos. Foram esses que estão aí, e quem decidiu desse jeito foram Barroso e seus colegas. Os ministros dão a impressão de acharem que está tudo resolvido, porque a classe política, a mídia e a elite fazem de conta que acreditam neles. Pode ser. Para a população, no meio de toda essa conversa, o que sobrou de concreto foi o seguinte: a única participação do governo Bolsonaro no combate à epidemia foi dar os R$ 600 do vale de emergência a 60 milhões de pessoas.


Não há, na verdade, nenhuma surpresa nisso tudo. Junto com a sua denúncia contra a dic-tator-ship, o ministro Barroso afirmou em público que considera perfeitamente normal que cada ministro tenha direito a um funcionário para lhes arrumar o caimento das togas e puxar as suas cadeiras quando se sentam nas sessões plenárias. De acordo com Barroso, usar a toga é uma tarefa de altíssima complexidade; só mesmo quem não tem noção das coisas pode ignorar que a capa prende aqui, puxa ali, enrosca mais adiante. Em suma: é um perigo. O que iriam dizer se Bolsonaro falasse algo parecido? É melhor nem pensar. O STF, porém, é um outro ecossistema. O ministro Barroso faz lembrar uma daquelas gravuras de escravos negros que ficavam de quatro ao lado do cavalo para servir de escada ao sinhô na hora de montar. A diferença é que hoje é você quem paga o escravo.


Tudo a ver, não é mesmo? Acusar os outros, como sabe qualquer psicólogo, é um dos truques mais elementares e compulsivos dos que vivem num mundo falsificado: denuncie o próximo, sempre, de fazer aquilo que você faz e quer negar que fez. Barroso foi o advogado de defesa do terrorista italiano de extrema esquerda Cesare Battisti, hoje devolvido à Itália e cumprindo pena de prisão perpétua, no seu bem-sucedido esforço de asilar-se no Brasil para escapar da punição por seus crimes, durante o governo Lula. Battisti, que segundo Barroso era um “perseguido político”, assassinou quatro pessoas na Itália; antes de fugir para cá, foi condenado por 70 juízes italianos diferentes, e também pela Corte de Justiça da Comunidade Europeia. Segundo nosso ministro, então advogado, a Itália vivia naquele tempo, entre os anos 70 e 80, sob uma “ditadura” — isso mesmo, “ditadura”, uma acusação alucinada para um país que desde 1946 é uma das democracias mais impecáveis do mundo. Como era uma “ditadura”, não tinha o direito de punir um quádruplo homicida que matava pessoas porque obedecia a um “ideal político”.


Qual o crédito que se pode dar à acusação do ministro Barroso de que o Brasil vive uma ditadura hoje, quando ele acusou a Itália de viver uma ditadura em 1980? A Itália não mudou absolutamente nada de lá para cá; se era uma ditadura naquela época, então continua sendo uma ditadura hoje. Não faz nexo, claro — mas não é mesmo para fazer. Os ministros do STF, cada vez mais, estão tentando governar o Brasil sem terem sido eleitos para nada. Estão fraudando a vontade da maioria da população brasileira, expressa nas eleições democráticas de 2018. Perderam no voto — e agora se empenham em fazer o contrário de tudo o que o governo eleito se comprometeu a fazer junto ao eleitorado. Utilizam um truque básico: declaram que tudo aquilo de que não gostam é “inconstitucional”. Todo mundo fica quieto, ou bate palma. Eles não veem nenhuma razão para não ir adiante.


*José Roberto Guzzo é jornalista e escreve sobre os principais acontecimentos na política e na economia brasileira.

Crédito rural saubsidiado

  A Secretaria do Tesouro Nacional suspendeu temporariamente as contratações de crédito rural nas linhas subsidiadas do Plano Safra 2021/22. A suspensão valerá a partir desta segunda-feira e se estenderá até o fim de fevereiro.

É a pior hora para suspender este tipo de crédito, pelo menos para o caso dos gaúchos, já que a safra de grãos de verão, a principal do ano, sofre perdas de dimensões catastróficas.

Os aumentos em sequência da taxa Selic, que chegou a 10,75% ao ano, elevaram os gastos do governo com a equalização dos juros nas operações de financiamento, o que fez com que os recursos se esgotassem mais cedo que o previsto. Segundo ofício que o Ministério da Economia encaminhou ontem (4/2) às instituições financeiras e que foi obtido pelo Valor, o dinheiro alocado no orçamento deste ano tornou-se insuficiente para a subvenção.

“A LOA [Lei Orçamentária Anual] 2022 foi aprovada com insuficiência das dotações orçamentárias que amparam os pagamentos de equalização de taxas de juros. Diante da atual insuficiência orçamentária para custear novas operações subvencionadas, determino a suspensão, entre 7/2/2022 e 28/2/2022, de novas contratações de financiamentos subvencionados”, diz o documento, assinado pelo secretário do Tesouro, Paulo Fontoura Valle.

Artigo, Renato Sant'Ana - A manifestação de Barroso que gerou uma "fake news"

Por ignorância, má-fé ou as duas juntas, jornalistas e "influencers" de toda espécie estão falando que Luís Roberto Barroso disse ter sido um golpe o impeachment de Dilma Rousseff. Não disse nada! É "fake news".

Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo (coisa curiosa!), transcreveu artigo inédito de Barroso, no qual se lê:

"A justificativa formal [para o impeachment] foram as denominadas 'pedaladas fiscais' - violação de normas orçamentárias -, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política."

O impeachment é um fato de natureza política, embora com pressupostos jurídico-legais: ocorre não por força da lei, mas por vontade política.

As violações previstas na Lei 1.079, de 1950 constituem os pressupostos necessários (mas não suficientes) para haver o impeachment.

Porém, um presidente com amplo apoio no Congresso jamais sofrerá o impeachment, porque acolher ou rejeitar as alegações formais existentes contra ele será uma escolha política que farão os parlamentares.

No caso de Dilma, o procurador do MPF, Júlio Marcelo de Oliveira, convenceu os senadores de que ela infringiu a lei.

O governo de Dilma foi um desastre, eis por que ela acabou abandonada inclusive por apoiadores de ocasião que lhe davam respaldo.

Em qualquer processo de impeachment é assim: uma escolha política!

Dizer que o impeachment foi político é, pois, chover no molhado!

Mônica Bergamo ainda lembrou que, em outras ocasiões, Barroso já afirmou que "impeachment não é golpe" e que ele não acha que, "do ponto de vista jurídico, tenha sido um golpe [contra Dilma], porque se cumpriu a Constituição".

Outra fala. Em 09/03/18, o ministro Ricardo Lewandowski fez a "aula magna" do curso de direito do Centro Universitário Ritter dos Reis em Porto Alegre. Na ocasião, ele falou com todas as letras que o processo de impeachment de Dilma Rousseff, em que pese ter sido "traumático e doloroso", foi realizado dentro da legalidade constitucional.

Alguém ignora que Lewandowski está no STF por vinculações petistas?

Aliás, foi ele que presidiu as sessões do Senado que cassaram Dilma por crime de improbidade administrativa, e ele que, abusivamente, manteve os direitos políticos de Dilma Rousseff quando a Constituição determina a cassação dos direitos políticos de quem sofre o impeachment.

Há, portanto, dois esquerdistas afirmando que o impeachment da Dilma "não foi golpe!": Luís Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski.

Ainda a coluna de Mônica Bergamo. Ao retomar um assunto surrado, Barroso não fez esforços para publicar um artigo esclarecedor, produzindo, de propósito ou não, só uma célula geradora de "fake news".

Em suma, Barroso não disse que o impeachment foi golpe! E Barroso jamais afirmou que as pedaladas de Dilma não existiram! O que ele fala em artigo ainda inédito é que, apesar das pedaladas, se ela não houvesse perdido o apoio político, não teria sofrido o impeachment.

O "motivo real" foi, sim, a vontade da maioria no parlamento, que não perdoou as pedaladas e repeliu um governo que causou a maior recessão da história do país e gerou mais desemprego que a atual pandemia

 

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo. 

E-mail: sentinela.rs@outlook.com

Pavlov e a pandemia, por Dagoberto Lima Godoy

 Pavlov e a pandemia

Dagoberto Lima Godoy


O que está acontecendo conosco, os habitantes da Mãe-Terra? 

Pessoas aturdidas pelos vaivéns dos protocolos impostos pelas autoridades, as oscilantes orientações da Organização Mundial da Saúde e as opiniões contraditórias nas redes sociais, tudo amplificado pela mídia eufórica: usa e não usa (máscaras), fica e não fica (em casa), fecha e abre (o comércio); faz e não faz (tratamento precoce); proíbe e não proíbe (festas, espetáculos, formaturas) ... Quando parecia que a coisa estava melhorando, veio a nova polêmica da exigência do “passaporte de vacinação”, levando a protestos de multidões e até greves de caminhoneiros. 

Com tamanha confusão somada ao ambiente de terror realimentado constantemente pelos meios de comunicação e pela politização da pandemia, além de suspeitas de interesses ocultos por trás da desgraça toda, não é de estranhar o importante aumento registrado nos distúrbios de comportamento e neuroses, em geral. E isso já seria outro motivo para a preocupação de todo mundo. 

Mas, e se não fosse só isso? E se houvesse mais que uma pandemia como tantas outras que ocorreram na história da humanidade? Fique calmo e acompanhe meu raciocínio. 

Você de certo sabe bem da técnica de “lavagem cerebral” utilizada para obter confissões e até conversões dos inimigos de ditaduras ou, segundo alguns, por certas seitas religiosas ou místicas para obter conversões e curas milagrosas. Pois bem, o mesmo famoso Ivan Pavlov que descobriu os reflexos condicionados utilizados na “lavagem”, desvendou também os efeitos da “estimulação incoerente”: a mudança de comportamento não se deveria ao conteúdo político ou religioso da doutrinação, mas sim ao efeito acumulado de estimulações contraditórias, aplicadas com   fluxo cuidadosamente planejado. 

Depois de Pavlov, outros pesquisadores foram adiante até concluírem que, para reduzir um homem a uma obediência canina, não seriam necessários discursos gritados (como os de Hitler ou Mussolini) ou quilométricos (como os de Fidel), nem de torturas físicas ou mentais. Bastaria regular o fluxo de informações contraditórias para levar o sujeito à mutação súbita de suas convicções, especialmente se as informações fossem ministradas de forma silenciosa e discreta, de preferência, subliminarmente -- a vítima nem perceberia. E, ainda mais, os resultados seriam mais rápidos se a técnica fosse aplicada coletivamente, em situações em que as pessoas sentissem cortadas as suas raízes sociais e afetivas! 

Então, já percebeu a relação (que estou sugerindo) com o que está acontecendo, no mundo todo, desde o surgimento da Covid-19?


06-02-2022