PF inicia Operação irmandade

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagram hoje a Operação Irmandade para desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa que seria responsável pelo desvio de recursos públicos nas obras da usina nuclear de Angra 3, no Rio. Foram cumpridos um mandado de prisão e um de busca e apreensão em São Paulo, expedido pela 7a Vara Federal Criminal (RJ).

O empresário Samir Assad, irmão do empresário e lobista Adir Assad, condenado na Lava Jato, foi preso.

A Operação Irmandade é um desdobramento da Operação Pripyat, em que foi investigado desvio nas obras de Angra 3 da Eletronuclear. 

Os acusados são acusados pelo MPF de usar empresas de fachada para emitir notas fiscais frias a grandes construtoras, como a Andrade Gutierrez, durante as obras dos estádios da Copa do Mundo de 2014, da Ferrovia Norte-Sul e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)..

“As investigações tiveram como foco pessoas pertencentes ao núcleo financeiro, incluindo o irmão de importante operador financeiro preso nas Operações Pripyat e Saqueador, sendo denunciadas ao todo 11 pessoas por realizarem a lavagem de dinheiro, aproximadamente R$ 176 milhões, além da pratica dos crimes de organização criminosa e falsidade ideológica”.

Denunciados

Outros denunciados hoje foram Marcelo Abbud, que já havia sido preso junto com Adir Assad, e Mauro Abbud. De acordo com o MPF, as empresas Legend Engenheiros Associados, SP Terraplenagem, JSM Engenharia e Terraplenagem e Alpha Taxi Aéreo Ltda usaram recibos falsos para abastecer o caixa 2 da Andrade Gutierrez em mais de R$ 176 milhões. Também foram denunciados Sandra Branco Malagó, Sonia Malagó e Raul Tadeu Figueroa, acusados de ajudar na lavagem de dinheiro, assinando contratos e recibos falsos pelas empresas de fachada. Os ex-executivos da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá, Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, Flávio David Barra e Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho também foram denunciados.

Na denúncia oferecida à Justiça, o MPF esclarece que a Andrade Gutierrez está colaborando com as investigações e já apresentou provas da materialidade dos crimes.

Análise, Leandro & Stormer Análise - Por que o dólar segue em queda?

A perspectiva da L&S Análise é de que o dólar fique entre R$2,70 e R$2,90 no início de 2017
       
Nos últimos meses tem acontecido um importante recuo do dólar. As quedas tem sido sistemáticas e o quanto mais se aproxima a votação do impeachment há uma pressão de venda ainda maior na moeda americana. De acordo com o Grupo L&S, que atua com soluções em renda fixa e variável, o investidor estrangeiro e uma perspectiva de melhora da economia brasileira são os principais fatores.
    
A força da moeda americana está relacionada à economia de cada país e, acima de tudo, ligada a lei de oferta e procura. “Se temos muitos dólares sendo oferecidos aqui no mercado, com poucos compradores, observamos uma queda do dólar. Se, por outro lado, há mais compradores e poucos vendedores, o preço da moeda dispara”, explica Alexandre Wolwacz, sócio-fundador do Grupo.
     
O investidor estrangeiro, quando vem para o Brasil, traz dólares.  Ao mesmo tempo, a perspectiva de melhora da economia brasileira também influencia, pois poucos ficam interessados em comprar dólar. E esses dois fatores juntos pressionam o a moeda para baixo.
     
Segundo o especialista, vemos o Risco Brasil em queda desde fevereiro deste ano. Esse índice - criado para localizar possíveis situações de elevado risco no investimento de um país - está atrelado à percepção da solidez com que a economia brasileira está sendo administrada. O Risco Brasil alto afugenta o investidor estrangeiro e pressiona dólar para cima.  “Temos observado uma queda constante no Risco Brasil, o que reafirma a opinião do investidor estrangeiro em relação à política econômica de Dilma Roussef como desastrosa”, afirma Wolwacz. E completa: “A mudança para o governo Michel Temer traz mais solidez a forma como o Brasil está sendo governado”.

Melhoram vendas no varejo

O desempenho positivo das vendas do varejo em junho reforçou a expectativa de queda do PIB de 0,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, com retração de menor magnitude do consumo das famílias que a verificada nos primeiros três meses de 2016. 

Apesar da surpresa positiva com o resultado, equipes de economistas como a do Bradesco, insistem na projeção para o IBC-Br de junho, de retração de 0,2% ante maio. 

Leia a análise feita esta manhã pelo pessoal do banco:

Assim, conforme divulgado ontem na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o volume de vendas do varejo restrito apresentou ligeira alta de 0,1% na passagem de maio para junho, descontados os efeitos sazonais. O resultado ficou acima da nossa projeção e da mediana das expectativas do mercado, de quedas de 0,3% e 0,4%, respectivamente, segundo coleta da Bloomberg. Na comparação interanual, houve retração de 5,3%. Com isso, as vendas reais acumularam recuo de 0,2% no segundo trimestre e de 6,7% nos últimos doze meses. Três dos oito setores pesquisados contribuíram positivamente para a modesta elevação no período. Destacou-se o segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que cresceu 0,7%, mantendo a tendência de alta observada nos últimos meses. Em contrapartida, as vendas de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação mostraram contração de 3,6% na margem, mais intensa que o declínio de 2,2% verificado no mês anterior. Também chama atenção o comportamento das vendas do varejo restrito em termos nominais no primeiro semestre de 2016. Após terem registrado estabilidade ao longo de quase todo o ano passado, apesar de a inflação ter mostrado variações superiores a 10,0% no período, as receitas nominais têm apresentado elevações consecutivas nesses seis primeiros meses do ano. Especificamente em junho, houve alta de 0,9% ante maio, na série livre de influências sazonais. Assim, acumulou-se crescimento de 1,6% no trimestre passado, em relação aos três primeiros meses do ano, também descontada a sazonalidade. Quando analisamos o crescimento semestral anualizado, a receita avançou 4,5% no período, apontando para alguma retomada do consumo das famílias à frente. Em contrapartida, as vendas reais do varejo ampliado, que consideram todos os segmentos, caíram 0,2% na margem em junho, excetuada a sazonalidade. A queda refletiu a retração de 1,3% das vendas de Veículos e motos, partes e peças, sucedendo avanço de 0,6% no mês anterior. O resultado veio em linha com a variação negativa do número de emplacamentos de veículos da Fenabrave referentes ao mesmo período. Já o setor de Material de construção subiu 1,3%, após estabilidade em maio. Dessa forma, a atividade varejista ampliada apresentou contração de 0,7% no segundo trimestre, recuando 8,4% na comparação interanual. 

Julgamento de Dilma Roussef começa hoje. Senado aprovou o início do processo por 59 x 21.

Por 59 votos contra 21, o Senado decidiu transformar a presidente afastada, Dilma Rousseff, em ré no processo de impeachment sob a acusação de ter cometido crime de responsabilidade em práticas financeiras de seu governo.

Os três senadores do RS votaram desta forma: Ana Amélia e Lasier Martins, sim; Paulo Paim, não.

O julgamento de fato da presidente deve ser feito pelo Senado, em sessões no final deste mês, que poderá ser entre os dias 25 e 29, devendo durar quatro dias.

Veja como votaram os senadores:

A favor do impeachment: 59 senadores
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Alvaro Dias (PV-PR)
Ana Amélia (PP-RS)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Cidinho Santos (PR-MT)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Dário Berger (PMDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Amorim (PSC-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Eunício Oliveira (PMDB-CE)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Fernando Collor (PTC-AL)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Gladson Cameli (PP-AC)
Hélio José (PMDB-DF)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Agripino (DEM-RN)
José Aníbal (PSDB-SP)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (PSD-MT)
Lasier Martins (PDT-RS)
Lúcia Vânia (PSB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Reguffe (sem partido-DF)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Ricardo Franco (DEM-SE)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Romário (PSB-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Wilder Morais (PP-GO)
Zeze Perrella (PTB-MG)
Contra o impeachment: 21 senadores
Angela Portela (PT-RR)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Elmano Férrer (PTB-PI)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (REDE-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Roberto Muniz (PP-BA)
Telmário Mota (PDT-RR)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Não votou
Renan Calheiros (PMDB-AL) - presidente do Senado