Uma das maiores ameaças à liberdade é uma imprensa que se abastardou, que suprimiu a imparcialidade, que renunciou buscar a verdade dos fatos e que se tornou mero veículo do ideário de alguma ideologia.
A manchete do UOL sobre o Sete de Setembro, assinada por Lola Ferreira, diz: "Passageiros de ônibus vaiam motociata de Bolsonaro e gritam Lula no Rio". Quantos eram? Não fala. Quem lê a matéria sem ter visto na TV acha que só "centenas de apoiadores se amontoavam em calçadas", como diz ela. Aliás, "centenas" não iriam deprimir Fernando Drummond (escritor esquerdista que, desalentado, lamentou o tamanho do apoio a Bolsonaro).
A notícia seria a imensa multidão no Rio a aclamar Bolsonaro. Mas a escolha ideológica do UOL é atacar o presidente e defender Lula.
O truque é velho: dá-se a um fato irrelevante um significado que ele não tem, transformando-o em notícia e capturando a emoção do receptor (nesse caso, o leitor). Quer passageiros gritando na janela do ônibus, quer um basbaque com um cartaz junto ao obelisco de Buenos Aires mentindo sobre o Brasil (já houve!), tudo é pretexto para o ativismo da mídia.
Bolsonaro pode ser criticado? É óbvio que sim! Mas o que o UOL faz é só atacar, numa guerra suja iniciada antes mesmo que ele tomasse posse.
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
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