Background check pode diminuir golpes do PIX

Banco Central estuda responsabilizar instituições financeiras e medida reforça necessidade da checagem de antecedentes


Na terça-feira (31/05), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou que, com o intuito de frear o aumento de golpes praticados através do PIX, pretende responsabilizar os bancos que possuem contas laranjas, ou seja, criadas por golpistas em nome de outras pessoas.

Uma das formas utilizadas para aplicar o golpe do PIX é o sequestro-relâmpago. Segundo a 1ª Delegacia Antissequestro de São Paulo, somente em 2021, houve um crescimento de 40% nos casos de sequestro-relâmpago, com relação a 2019. Ainda de acordo com o órgão, em 2021, foram 42 casos, enquanto em 2019 foram 30 casos apenas na capital paulista. Já em 2022, foram registrados quatro casos até o mês de maio.

Dentro disso, o presidente do BC apontou que a autoridade monetária tem feito o possível para diminuir a quantidade de crimes feitos por meio do PIX, como a retenção de operações suspeitas de fraude e limites para transações bancárias no período noturno, implementados no último ano. 

Marcus Cairrão, CEO da IAUDIT Tecnologia, empresa especializada em background check e portais de apelação, explica que diante da fala do presidente do Banco Central, os bancos podem utilizar a checagem de antecedentes como uma forma de diminuir a abertura de contas laranjas: “Atualmente, bancos costumam oferecer um processo cada vez mais rápido na abertura de contas. Porém, cuidados são necessários para minimizar a abertura de contas laranjas. O background check permite que os dados de abertura de conta sejam checados antes de serem utilizados com movimentações bancárias”, afirma.

A princípio, existem dois tipos principais de background check: o personalizado e o massificado. Segundo o CEO, a checagem de antecedentes personalizada é mais utilizada para casos de menor volume, no qual a empresa contratante deseja receber um dossiê completo do analisado e, a partir dessas checagens, tomar as decisões necessárias.

Já o background check massificado é usado para analisar um volume maior de checagens via API, sigla em inglês para Interface de Programação de Aplicações. Nessa checagem, se encaixam as empresas que já possuem um sistema de aceite ou recusa de clientes, colaboradores, fornecedores, dentre outros parceiros, como bancos, bigtechs, aplicativos de serviços, etc. 

Juntamente com isso, o sistema pesquisa o candidato e já determina se ele pode ser aceito ou não na plataforma, de acordo com as parametrizações feitas pela contratante junto à empresa de tecnologia. É como se o sistema checasse este candidato e, ao invés de trazer um dossiê,  ele apenas desse um sinal verde ou vermelho. 

“Cabe lembrar que, apesar de automático, o sistema de background check também armazena os motivos do ‘não-aceite’ do candidato, para uso quando necessário”, comenta o CEO da IAUDIT Tecnologia.

A decisão que o Banco Central sinalizou que tomará pode impactar diretamente tanto financeiramente quanto de forma burocrática para as instituições financeiras, porque, a partir de agora, podem precisar ter mais cautela durante o processo de abertura de contas bancárias.

No entanto, Cairrão comenta que, em alguns casos, o “laranja” também pode ser uma vítima dos criminosos: “Existem diversos golpes e costumam criar mais a cada dia. Alguns acabam roubando dados de inocentes e abrindo contas sem o consentimento da vítima, o que dificulta o trabalho dos bancos e checagens já que os dados da vítima podem não apresentar inconsistências”, explica ele.

Como identificar golpes feitos por contas laranjas?

Para uma pessoa leiga, identificar contas laranjas não é tarefa fácil. Quem usa este recurso sabe o que está fazendo e tem padrões para escolher suas vítimas. Portanto, Cairrão afirma que deve-se adotar cuidados especiais no uso de seus aplicativos de controle de banco e financeiro, utilizando algumas dicas: 

Nunca informe dados bancários por WhatsApp/Telegram, seja por texto ou por áudio nos aplicativos. Se for o caso, ligue e informe por voz.

Não acredite em mensagens em seu celular onde pessoas peçam ajuda financeira. Se receber, ligue para a pessoa (por outro número de contato) ou para alguém que a conheça para validar.

Se possível, instale seus aplicativos bancários em uma “Pasta Segura” de seu celular (aparelhos Samsung possuem esse recurso). Outros sistemas operacionais também possuem esta ferramenta ou baixe um aplicativo para colocar senhas de acesso em determinados apps.

Não habilite o pagamento sem contato (contact less) sem que exista uma senha ou forma de autenticação - ou biometria - atrelada.

Use um antivírus e sempre atualize o sistema operacional de seu celular. O correto, neste caso, é deixar a atualização automática habilitada, pelo menos para avisar que existe uma atualização e você decide quando instalar.

Cairrão acredita que a tecnologia surgiu tanto para acelerar e facilitar o processo de abertura de contas, quanto para deixar este processo mais seguro e isso precisa ser implementado de forma correta.

 

Sobre a IAUDIT Tecnologia: 

A IAUDIT Tecnologia oferece tecnologia de ponta especialmente para Background Check, Portal de Apelação, Canal de Denúncias, e o que há de mais inovador no mercado tecnológico, incorporando precisão e velocidade nos seus serviços. Saiba mais: https://www.iaudit.com.br/

Artigo, Cel. Paulo Roberto Mendes Rodrigues, Correio do Povo - As bodycam, os policiais e a criminalidade

Estão chegando as bodycam para melhorar a nossa segurança, alinhando-se a outras, em retrospectiva recente, auspiciosas iniciativas que surgiram para reduzir o quantitativo de transgressores da lei, destacando-se a implantação das câmeras de ruas, espalhadas pelas cidades, e dos radares implantados nas ruas e rodovias (pardais). Mas a vida seguiu.


Agora, mais do que nunca, existem notícias alvissareiras correndo pelo Brasil informando que a criminalidade, especialmente a violenta, finalmente será contida. A polícia será um órgão pacificador, comunitário e a bandidagem finalmente vai se render. Até falam que em São Paulo as ocorrências de confronto armado com evento morte já caíram fortemente. Tudo a partir da fixação de câmeras nos uniformes dos policiais (bodycam). Notícia ótima! Todos os policiais com seus apetrechos imponentes a utilizarão em suas ações e operações diuturnas.


Pois bem! Objetivamente a iniciativa é boa. E melhor ainda será o posicionamento dos "especialistas" que vão comemorar. Também será ótimo, pois vai acabar a narrativa da "violência policial". Será um sucesso. As bodycam vão vigiar os policiais 24 horas por dia. Poderíamos, também, aproveitar o êxito e experimentar a imediata utilização nos presos dos diversos regimes, nos baderneiros reiterados do futebol, entre tantos outros.


Ah! Imagine se a proposta fosse implementada na direção da corrupção. Nossa, que sucesso! Adiante serão fixadas em outras categorias, por primeiro as do crime organizado, em segundo as do crime desorganizado (varejo) e, terceiro, quem sabe no interior das residências (vai reduzir a violência doméstica, feminicidio...). Tudo vai seguir o mesmo caminho, teremos a tão almejada paz social.


Mas, lembre-se, sempre tem controvérsia e o assunto, por certo, irá para debate público com uma forte repercussão – ocorrerão debates acalorados na imprensa e redes sociais –, serão debatidos princípios constitucionais, intimidade, direitos humanos e por aí vai. Mas, ao cabo, prevalecerá as bodycam somente nos policiais, pois concluirão que são esses que contribuem para a violência.


E, assim, finalmente teremos o fim da bandidagem. Estamos salvos! Por certo, com tais medidas, a criminalidade violenta vai ter fim e os nossos policiais, através de suas ações sempre proativas e com o risco de suas vidas, serão finalmente reconhecidos como sendo os verdadeiros heróis protetores de nossa gente. Ufa!


*Ex-comandante-geral da Brigada Militar

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