Governo abre mercado livre de energia elétrica a todos os consumidores de alta tensão

 O Ministério de Minas e Energia publicou nesta quarta-feira uma portaria permitindo que todos os consumidores conectados em alta tensão possam aderir ao mercado livre de energia elétrica, tendo a possibilidade de negociarem livremente preços e condições de contratação de energia diretamente de um supridor. A liberalização do chamado "ACL" (ambiente de contratação livre) ocorre após a realização de uma consulta pública sobre o tema.  

Esse grupo de consumidores beneficiados, que poderão migrar a partir de 1º de janeiro de 2024, é composto principalmente por empresas com faturas mensais de energia superiores a 10 mil reais e agora poderão migrar para o mercado livre e ficam no campo de visão das empresas que atendem esse mercado como a 2W Energia, uma das principais empresas geradoras de energia limpa no país.

Em nota, o governo disse ainda que estudos e projeções de mercado realizados apontam que a abertura para a alta tensão não provocará impactos aos consumidores do mercado cativo, isto é, atendidos pelas distribuidoras de energia. As informações acima são da PBcom&corp - Consultoria em Energia e Telecom.

A PRIVATIZAÇÃO DO BANRISUL

Periodicamente volta à discussão a privatização do Banrisul, mas, como sempre, argumentações simplistas reduzem a qualidade do debate. 

A justificativa para a privatização deveria começar por sua utilidade econômica e social para a sociedade e verificando se o investimento feito no Banco é compensado.  

Trocar o Banco por R$ 3 ou 4 bilhões para o caixa do Estado, sem analisar as consequências de se desfazer do Banco é pobre e não resolve as necessidades dos insaciáveis cofres estaduais.  

O Banrisul possui ativos na ordem de R$ 110 bilhões, o que corresponde a próximo de 20% do PIB gaúcho e que estão espalhados pelos mais diversos setores da sociedade gaúcha, exceto quando a administração prefere aplicar em títulos federais.

O desempenho recente do Banco do Brasil e da CEF, com foco e competência, demonstra que o potencial dos bancos estatais, quando bem utilizado, é instrumento essencial para a aplicação de políticas públicas.

Nos últimos anos, se assistiu no Estado ao avanço dos grandes bancos brasileiros e dos cooperativos, em um espaço deixado pelo antes protagonista Banrisul que, apesar da sua excelente condição, não soube enfrentar a concorrência, perdendo mercado.

Com baixo desempenho e falta de perspectivas indicadas pela conformada administração, o valor do Banco em mercado despencou 59,6% entre dezembro de 2018 e junho de 2022, conforme informado em seus balanços. São alguns bilhões de perda.

Cabe ainda lembrar que o Banrisul, para operar, contrata centenas de empresas do Estado, dos mais diversos portes e com milhares de funcionários, injetando mais recursos na economia gaúcha.

A privatização, com os estudos em andamento pelo atual governo, não extinguiria apenas os empregos diretos dos quase nove mil funcionários atuais, mas também dos indiretos gerados por sua atividade.

Falando sério, a discussão não é sobre privatização, mas sobre extinção.

Falácia da discussão é dizer que o Estado tem três bancos públicos, ao incluir o BRDE/RS e o Badesul, ambos importantes, mas com funções distintas. Suas potências são diferentes, pois juntos representam, em termos de ativos, aproximadamente 10% dos R$ 110 bilhões do Banrisul. 

Com quase cem anos integrando a história econômica gaúcha, um choque de gestão e de visão estratégica para os novos e desafiadores tempos é que poderá recuperar seu valor, o protagonismo e a competitividade passada, fatores inexistentes hoje. 



RICARDO R. HINGEL

ECONOMISTA E EX-DIRETOR DO BANRISUL


RS é o Estado com maior número de suicídios

O Rio Grande do Sul é o estado com maior índice de suicídios no país. Conforme os últimos dados fechados, em 2020, o Estado apresentou uma média de quase quatro dessas ocorrências por dia. O cenário epidemiológico mostra uma frequência maior de óbitos na população masculina, chegando a 80% com 1132 casos. Suicídios femininos foram na ordem de 20%, com 287 casos. Por faixa-etária, o maior índice é entre 70 a 79 anos e em maiores de 80 anos, com uma taxa de 21,5 do número de habitantes.


Lesões autoprovocadas


Em 2020, a cada dia ainda foi notificada uma média de mais de 22 casos de lesões autoprovocadas, que englobam situações de tentativas de suicídios e autolesões, entre outras formas.


Esta frequência, no entanto, teve uma redução de 12.251 registros em 2019, para 8.058, em 2020, sendo 68% entre meninas de 15 a 19 anos. Do total destes casos, 46,2% já haviam ocorrido anteriormente.