Desde a criação do mundo, temos de certo modo conceitos claros do que sejam( e representem), a luz e as trevas. Tivemos períodos considerados de vigência da luz, como o próprio movimento iluminista do século XVIII, tido como o" século das luzes", e o vasto período da Idade Média ( século IV ao XV) taxado como ," século das trevas", de ruínas e flagelos. Nem um, nem outro, seguramente, ou só produziram luz, ou unicamente trevas. O mundo hoje, se bem observarmos, flerta muito mais com o conceito de trevas, que de luz. O Brasil, então, parece mais próximo de se casar definitivamenre com o mal ( as trevas) ao tempo em que se divorcia espantosa e rapidamente do bem( as luzes). Vejam que o texto do profeta Isaias ( 5;20), escrito há milênios, parece ter- se inspirado no que seria Brasil de hoje, tal a disposição de nos entregar, avida e ingenuamente, ao mergulho numa nova era de trevas. Profetizou ele: " Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem de mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo..." Ai dos que justificam ao ímpio por suborno, e aos justos negam a justiça". Não é o que hoje, cristalinamente, vemos acontecer na sociedade brasileira? O certo é decretado errado, o errado, transformado em certo? E ai dos que se atrevam a contestar os " donos da verdade", se não serão, impiedosa e cruelmente, lançados na fornalha dos "traidores da única ideologia- para esses doentes mentais irremediáveis- capaz de render(?) a desolação e a desgraça do ser humano em sua desventura na terra e lhe reservar o "nirvana" do budismo prá desfrute agora mesmo, e aqui. Que desfaçatez! Quanta hipocrisia e cinismo dessa plêiade de criminosos confessos que sequer coram o rosto quando se dispõe a defender tamanhos e tão sórdidos disparates. Apesar de tudo, e dos brasileiros que tanto ontem como hoje, sequer desconfiam do tamanho da desgraça que decretaram para a nação na eleição passada, vamos resistir. O bem acabará vencendo . É, quem sabe, a chance final que temos de evitar a tragédia que significará deixarmos as trevas prosperarem.
Silvio Lopes, jornalista/ economista.