O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, João Gebran Neto, achou estranho a recusa que houve do Ministério
Público Federal (MPF) em firmar o acordo de delação do ex-ministro Antonio
Palocci. [VIDEO]Para Gebran, isso é algo preocupante já que, na delação,
Palocci trouxe muitas informações que ajudaram nas investigações e comprometeu
gente graúda do meio político.
O ex-ministro tentou, primeiramente, um acordo com o MPF,
entretanto, teve dificuldades e não conseguiu expôr tudo o que sabia dos casos
fraudulentos.
Os procuradores não viram conteúdo forte no depoimento do
ex-ministro e se recusaram a firmar o acordo. Palocci, então, foi procurar a
Polícia Federal (PF), onde teve êxito com seu depoimento.
Gebran Neto homologou a delação em junho. Na semana
passada, o desembargador colocou isso em evidência pois não entendia os motivos
que levaram os procuradores a agirem dessa forma com o ex-petista.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que já foi
um dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, chegou a
dizer que aceitar a delação de Palocci seria o "fim da picada". De
acordo com Lima, Palocci não contou nada de novo e não teria ajudado em nada
com as investigações.
Embora o MPF sendo crítico do acordo de delação feito com
a PF, acabou pedindo a redução de pena do ex-ministro. Para o desembargador,
isso seria uma prova de que os dizeres do ex-ministro foram consistentes.
Benefício para Palocci
Dois dos três desembargadores votaram para que Palocci
conseguisse o benefício decorrente de sua delação premiada.
Dessa forma, ele ficou com a possibilidade de ir para o
regime semiaberto domiciliar, porém, com om uso de tornozeleira eletrônica. Na
última quinta-feira (29), ele conseguiu a sua liberdade [VIDEO].
Contudo, os investigadores da Lava Jato querem que
Palocci pague uma multa de mais de USS 20,4 milhões para não voltar a ser preso
novamente. O cálculo desse valor foi feito na sentença do ex-juiz Sergio Moro.
Seria uma forma de repôr os danos decorrentes das ações criminosas na qual o
ex-petista esteve envolvido.
Processos
Palocci é réu em mais dois processo da Lava Jato. Em um
deles, o ex-ministro responde por um suposto envolvimento em propina da
Odebrecht repassada ao ex-presidente na forma de um terreno em São Paulo. O
caso já está pronto para receber a sentença.
Na outra ação penal, Palocci é alvo de participar do
"quadrilhão do PT", que seria uma organização criminosa para devastar
os cofres públicos.