Artigo, Lucas Berlanza - Domingo 7: o que está em jogo


- Publicado pelo Instituto Liberal

Em 2014, quando tive a honra de iniciar minhas contribuições para esta tradicional casa chamada Instituto Liberal, redigi, findo o primeiro turno, texto sobre o cenário em que Aécio Neves e Dilma Rousseff se enfrentariam. De lá para cá, parece que se passou uma eternidade, tamanha a convulsão política em que o Brasil mergulhou. Eis, no entanto, o que disse então:

“Sua candidatura (a de Aécio) representa (…) uma conciliação da esperança: a esperança de todos que querem um Brasil democraticamente sadio. Um Brasil que não se submeta às agendas bolivarianas. Um Brasil em que haja uma competição saudável de ideias. Todos os democratas, sejam eles conservadores, liberais, sociais democratas moderados, libertários, ou o que mais se enquadrar, precisam se unir neste momento no projeto de derrotar o petismo. Podemos ser adversários naturais, mas o que existe diante de nós é mais que um adversário. É um inimigo, que teria prazer em nos negar a existência. Vencê-lo é um primeiro passo, importante, em direção a um país diferente e mais desenvolvido.”

Disse, no mesmo artigo, que Aécio, apesar de precisar aglutinar todos os segmentos de opinião sinceramente interessados em derrotar o inimigo maior e verdadeiro, o petismo, precisaria ser combativo e assertivo para obter a vitória que todos desejávamos. Hoje, sabemos muito bem quem é Aécio Neves, sabemos das acusações graves que pesam sobre ele e a real dimensão de sua expressão política. Sabemos que Aécio Neves nunca poderia ser o estadista que se esperava que ele fosse

Arrependo-me do que escrevi? Não, nem um pouco. Escrevi o que precisava ser escrito. Ás vésperas do segundo turno, no artigo sugestivamente intitulado Domingo 26, repeti o recado, em tom de otimismo com os sucessos conquistados pelo crescimento de ideias liberais e conservadoras no Brasil, mas ciente de que a vitória do petismo seria desastrosa. Frisei que “inúmeros partidos e correntes diversificadas, dentro da própria esquerda (sobretudo a moderada), se aglomeram em apoio de sua candidatura. Dizemos francamente: isso não é um problema. O que está em jogo é exatamente lutar pela reconquista do país, pela sua consolidação como uma nação livre. O que está em jogo é retomar diretrizes saudáveis e fazer subir o patamar da civilização brasileira. Nessa direção, todas essas correntes democráticas, para que subsistam e façam seu papel da melhor maneira possível, no ritual da sã política – como adversárias, sim, mais do que natural e nada contraditório -, entendem que devem se unir contra o projeto petista. Lançamos, então, nosso último “manifesto” aos amigos de convicções políticas similares, nesta derradeira coluna antes do segundo turno das eleições: não deixem que suas diferenças com o candidato que nos oferece os ares mais saudáveis os impeça de tomarem a melhor decisão. Entendamos as prioridades, entendamos o que está em jogo. O depois é o depois. Pensemos nele quando pudermos garanti-lo”.

De lá para cá, muita coisa mudou. O PT, infelizmente, venceu. O país mergulhou em dramática recessão, porém, para nossa sorte, parcela significativa de nossos compatriotas percebeu suas imundas intenções e o impeachment de Dilma aconteceu. O vice Michel Temer assumiu a presidência. Seu governo obteve realizações, mas enfrentou ocasiões desafiadoras, como a confusão criada pelo áudio de Joesley Batista, as denúncias e investigações que pesam sobre a cabeça do emedebista e a greve dos caminhoneiros. Conseguiu êxito histórico em conter a recessão, mas não teve capacidade de se comunicar e implementar reformas imprescindíveis. Hoje, a poucos meses de se despedir do cargo, já praticamente não mais governa.

Mesmo com tantas reviravoltas, algumas coisas permanecem as mesmas. Uma delas, o inimigo. O PT continua competitivo, continua lamentavelmente com muitos seguidores, continua provavelmente figurando entre os “classificados” para o segundo turno nas eleições do próximo domingo, dia 7. Podemos ter outras forças políticas de que discordamos e que nos causam problemas, mas nada se compara a essa quadrilha totalitária e corrupta, mancomunada com o que há de pior na humanidade, parceira declarada do bolivarianismo abjeto de Maduro, e que, se retomar o poder que perdeu, implantará o governo indireto de um presidiário, de um criminoso condenado, mergulhando o Brasil no abismo mais profundo de lama moral em que jamais esteve.

O que também não mudou: a minha orientação pessoal, meus motivos, meus valores.

Aprendi muito de 2014 para cá, cometi erros, procurei acertar. Um detalhe nunca me escapou, de um detalhe nunca me desgarrei: a identificação do oponente mortal, aquele que precisa ser derrotado como prioridade número um, condição sine qua non da própria existência, à revelia das nossas preferências e opiniões. Aécio Neves hoje, para mim, representa a mesma coisa que nada; é uma figura sem qualquer importância, que deve acertar suas contas com a Justiça. Àquela época, porém, mesmo carecendo de informações mais precisas sobre sua índole, ele já estava distante do meu ideal; já não era, nem de longe, um defensor das teses e do horizonte político que eu mais desejaria ver representado. No entanto, era ele a esperança de derrotar o PT; defendi a união de forças para obter essa vitória e faria tudo de novo, porque naquele momento era o certo a fazer.

Permanece sendo o certo a fazer. As críticas que você tiver aos candidatos não tornam a omissão a atitude mais correta diante do perigo do PT. A responsabilidade está mais uma vez, como sempre, em nossas mãos.

Porém, a “nova direita”, o movimento liberal e conservador que emerge no país, é ainda algo invertebrado e imaturo. Se considerarmos que em 2014 ainda tínhamos polarização PT x PSDB na eleição presidencial, estamos engatinhando em ter organização, impacto ou presença em campanhas eleitorais. Talvez certas dificuldades advenham disso, em parte, ou talvez também do fato de que, em alguma medida, à esquerda ou à direita, a política seja assim mesmo… Refiro-me a certo tom de “coação”, de “constrangimento”, com que as pessoas estão defendendo seus votos.

Eu prefiro dizer: reflita e decida de acordo com a sua consciência; julgue o que acha melhor. Há apenas uma coisa que, para todos nós, é imperativa: desenvolver a capacidade de discernir o que é um divergente em questões menore

Artigo, Ipojuca Pontes - O povo a favor


Artigo, Ipojuca Pontes - O povo a favor

Exatamente: em meio a uma tempestade de acusações fakes, mentiras sistemáticas, deturpações de toda ordem, enxurradas de meias verdades e interpretações cavilosas, a denunciar uma planejada onda com o objetivo nítido de enterrar a qualquer custo a candidatura de Jair Bolsonaro – só o povo brasileiro, em sua grande maioria, posta-se inexpugnável ao lado da única força política capaz de derrotar hoje as pretensões esquerdistas de continuar controlando miseravelmente o País. Melhor seria dizer de forma avassaladora, mas fica o miserável, mesmo.
Com efeito, Executivo, Legislativo e Judiciário, os três poderes que teriam a obrigação constitucional de garantir a vigência do Estado republicano, foram aparelhados, gradativamente, pela sanha de partidos vermelhos voltados para transformar a precária Nação Democrática em república popular manobrada pela estratégia burlesca do “centralismo democrático”, o modelo leninista de gerir autocraticamente o poder operacionalizado, no Brasil, dentro do esquema petista de manter o arbítrio amparado na instituição do suborno e do aparelhamento do Estado como forma de subjugar os demais poderes. De fato, nunca será demais repetir que o petismo manobra hoje cerca de 300 mil militantes sugando as distintas tetas do úbere da emperrada máquina governamental.
(A propósito, convém lembrar que um tolo assessor do atual presidente, impressionado com o espantoso déficit público, na casa dos cinco trilhões reais, perguntou-lhe: – “Excelência, por que o Sr. não demite boa parte dos petistas pendurados nos cofres do governo ?” – Ao que Temer, encalacrado hóspede do Jaburu, retornou: – “Meu filho, eu não faço caça às bruxas. Não faço!”).
Com essa espécie de comandita política, fincada em Brasília a partir do desgoverno Zé Sarney, o Impostor, sujeito que escancarou os cofres e os cargos públicos da Nação para o usufruto das esquerdas, passando por Itamar Franco (ex-militante da Juventude Comunista) e o FHC, vasilinoso sociólogo marxista, até chegar aos corruptores e corrompidos Lula da Selva e Dilma Terrorista, além do próprio Michel Temer, o Brasil se transformou no maior saco de excrementos do mundo ocidental. Sim, digo e repito: no maior – e pior – saco de excrementos do mundo ocidental! Sem dó nem remissão.
Neste alvorecer do terceiro milênio a “civilização brasileira” está dividida, inapelavelmente, em dois blocos: de um lado, estão “eles”, os mandriões da política preocupados em manter privilégios para “nos salvar”; milhares e milhares de burocratas empedernidos ganhando os tubos sem trabalhar; legiões de acadêmicos e professores universitários repassando os trololós globalistas da diplomacia terceiromundista da ONU financiada pela banca internacional do Clube Bilderberger; coortes de corporações culturais empenhadas em mamar no erário para inocular o vírus do “politicamente correto” no cocuruto das massas – para não falar, de resto, nos contingentes empresariais viciados em arrancar verbas bilionárias dos cofres do BNDES saqueadas, por sua vez, dos fundos de amparo ao trabalhador.
Do outro lado, estão o resto, a imensa legião de trabalhadores espoliados e desnutridos, vivendo na base de um, dois ou três salários mínimos, marginalizados nos guetos, nas periferias urbanas ou nos campos áridos e distantes, humilhados e ofendidos pelas eternas promessas de um “mundo mais justo” mitificado pela mendacidade de ideólogos revolucionários (que vivem a tripa-forra em apartamentos de luxo, saltitantes em viagens internacionais, sorvendo vinhos finos e, visto que ninguém é de ferro, ostentando o “ócio com dignidade”). São os deserdados da brutalidade brasileira que ralam nas filas dos ônibus, acordam as quatro da matina, tomam sopa rala do caldo Knorr e, dia ou noite, são assaltados e mortos por balas que nada têm de perdidas. Mas que, apesar de tudo, acreditam em Deus, acreditam na família e não saberiam ou poderiam viver fora do Brasil.
O candidato do PSDB Geraldo Alckmin, que fala com o queixo duro de Erich Von Stroheim em “Crepúsculo dos Deuses”, condena o clima de radicalismo estabelecido na presente eleição. O “Picolé de Chuchu” queria o quê? Que depois de quatro décadas de mando de gente como Sarney, Itamar, FHC, Lula da Selva, Zé Dirceu, Dilma Rousseff e o próprio Alckmin o Brasil fosse governado mais uma vez por um mandrião (já na zona da psicopatia) agora por trás das grades?
O povo brasileiro amadureceu pelo sofrimento e a classe media há tempos protesta em gigantescas manifestações públicas contra Lula, o Abutre, e seus aliados comunistas do Foro de São Paulo, uma organização criminosa que vem traçando resoluções subversivas para implantação do “socialismo” no Brasil e na América Latina. No mesmo compasso de revolta consciente, uma juventude que vota em massa no Capitão Bolsonaro e que se recusa mergulhar na suja lavagem cerebral do marxismo cultural a rebocar os ditames do multiculturalismo, do gayzismo, do acirramento racial como forma de luta de classes, da liberação das drogas e demais heresias da agenda “progressista”.
Eis o fato: quem não entender a realidade acima apontada simplesmente perdeu o bonde da história.
PS 1 – É possível que Bolsonaro, mesmo esfaqueado, ganhe no primeiro turno, Trata-se de uma percepção política do inelutável. E para provar que não é um sujeito odiento, o Capitão afirmou alto e bom som que se perder o segundo turno cumprimentará o vencedor.
PS 2 – Ao contrário do que se pensa, o bom ator Carlos Vereza, ao apoiar Bolsonaro, não é “uma espiga de milho em meio ao cafezal” (ponto para Euclides da Cunha). Conheço dezenas de atores que raciocinam de modo idêntico.