Bloqueio do Whatsapp em razão de "abuso de poder
econômico", pedido de retirada da candidatura, etc. Combinadas, ações como
essas teriam um resultado aproximado do zero sucesso nas vias judiciais, não
mais dispostas a comprar as aventuras autoritárias e absurdas do PT a essa
altura do campeonato. Mas, então por que o constrangimento petista de entrar
com pedidos como estes? A resposta é mais simples do que parece.
O PT já admite estar derrotado. Não está esboçando mais
uma atitude de competir nas eleições, senão de preparar o campo para uma
aparente ilegitimidade do pleito com a venda de um frame de "abuso de
poder econômico" e de também falsa disparidade em competições. Isso, mesmo
literalmente nadando em fundos públicos partidários contra uma campanha que
juntou apenas R$ 2 milhões, a grandessíssima maioria através de financiamento
privado.
Sim, o mesmo PT que, no passado, utilizou indevidamente
de TODA a administração pública para fins de vencer eleições (sobretudo dos
Correios). O mesmo que arrombou a Petrobrás para pagamento de suas eleições, o
mesmo que estruturou sovietes municipais por onde passou - como os eixos do
Orçamento Participativo de Porto Alegre -, o mesmo que se utilizou de
sindicatos privados de maneira totalmente indiscriminada para fins terroristas
e intimidadores, e, enfim, o mesmo que se aliou a tudo que existia de pior na
elite econômica, em troca do velho "favor por poder".
Em um país sério, e se a oposição tucana até então
vigente não estivesse interessada em praticar o famoso teatro das tesouras,
poderíamos ter criado a retórica do óbvio abuso criminoso do PT, mas isso não
aconteceu. Toda espécie de abuso petista durante todos esses anos ficou em
banho-maria, seja pela inércia tucana, seja pela incapacidade do cidadão médio
de agir mediante tão absurda podridão, um fator psicológico válido que
demandaria horas de dissertações acerca das obras de Pavlov e B.F. Skinner.
A preparação petista, agora, é a da retórica do golpe
eleitoral, da inércia institucional diante de um falso "abuso de poder
econômico", mesmo que a realidade demonstre que tudo isso é apenas fruto
da espontaneidade de milhões de brasileiros dispostos a trabalhar para uma
campanha pobre, que até o momento tem sido resumida em um tripé de camelô, um
celular barato para lives de Facebook e uma iluminação amadora em uma sala de
estar. Pelo óbvio, ela não passa mais da aparência que efetivamente é: mera
bolha de sabão do comunista derrotado.
Bruno Dornelles
Advogado especializado em Direito Tributário e mestre em
Direito Público