Eu tenho falado tanto e de modo tão continuado sobre política aqui nestes comentários, que muitos de vocês devem estar imaginando que só faço jornalismo político.
Não é assim.
Comecei o jornalismo, aqui no RS, fazendo jornalismo econômico. No decorrer dos anos, fiz várias coberturas internacionais em eventos do FMI, Washington, em missões governamentais e empresariais enviadas para a China, Japão, Tailândia, Taiwan, Estados Unidos, Cuba, Chile .... e muitas e muitas vezes para a Alemanha, na Feira Industrial de Hannover. Passei por editorias de economia como as das revistas Veja e Exame, jornais Correio do Povo e Zero Hora .... mas não só.
E tive experiências práticas, como Secretário da Fazenda e da Indústria e Comércio, Porto Alegre .... mas não só.
Estou fazendo esta conversa toda, porque quero falar um pouco, apropriadamente neste Dia de Finados, a respeito dos maus augúrios projetados para o desempenho da economia brasileira, com ênfase para o dramático caso da indústria, que deveria ser o carro-chefe da economia - seu elemento mais modernizador.
Esta semana, registrei no meu blog polibiobraga.com.br, as denúncias e os desabafos do CEO, o Presidente Executivo do Grupo Gerdau, o mais poderoso grupo industrial do meu Estado, o RS, e um dos mais importantes do Brasil.
Na sexta-feira passada, mais de 100 empresários, congressistas e membros dos governos federal e estadual se reuniram em São Paulo para um evento do Movimento Brasil Competitivo. Em pauta, as oportunidades e os desafios para o Brasil destravar suas vantagens quando o assunto é energia limpa e meio ambiente. Num painel com executivos e executivas de empresas como Cosan, Natura e Tigre o tema era a neoindustrialização verde.
Mas um desabafo de Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, que compunha a bancada, roubou a cena (ele citou a palavra "dramático" por 5 vezes:
- A coisa mais importante para descarbonizar o setor industrial é ter indústria. Se não tem indústria, não precisa descarbonizar nada. Eu sinceramente estou num momento em que acredito que estamos indo pelo caminho mais fácil que é não ter indústria no Brasil.
O caso não é só da Gerdau.
Estudo que acaba de ser divulgado pelo IEDI, mostra que o Brasil ocupa a 68ª posição no ranking de crescimento da produção industrial de transformação no primeiro semestre.
O levantamento foi feito pela IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) utilizou os dados mais recentes da Unido/ONU (United Nations Industrial Development Organization). Foram analisados a variação da produção no setor em 112 países no primeiro semestre de 2023 comparado com o mesmo período do ano anterior.
CLIQUE AQUI para examinar a íntegra do documento
As vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos (bens de capital) em setembro, somaram R$ 25,08 bilhões, uma queda de 16,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em comparação a agosto, a diminuição foi de 10,8%.
No acumulado do ano, de janeiro a setembro, as vendas totalizaram R$ 219,5 bilhões, 9,5% abaixo do registrado no mesmo período de 2022.
Os dados, divulgados nesta terça-feira (31), são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
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A indústria brasileira apresentou um crescimento de 0,1% de agosto para setembro de 2023 na comparação com ajuste sazonal, conforme a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada esta manhã.
O índice é menor do que os 0,4% registrados em agosto, mas supera o recuo de 0,3% de julho.
A variação para os últimos 12 meses é de 0%, indicando tendência de estagnação do setor.
Os sinais de estagnação da indústria são indicadores a respeito da estagnação dos demais setores da economia, o que remete à constatação de próxima recessão.
A recessão vai a cavalo, com a consequente destruição de empresas, de empregos e de salários,tal como aconteceu no final do governo Dilma Roussef e que a destruiu.
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Esta tragédia anunciada foi cantada em prosa e verso desde que o STF libertou Lula da Silva para colocá-lo na presidência da República.
O sistema conseguiu, mas ao repetir a experiencia maldita dos 13 anos dos governos lulopetistas, faz isto como farsa e como tragédia.
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Hoje, no jornal Valor, o jornalista William Waack constata que Lula da Silva perdeu o eixo - está fora da casinha.
E que não vai durar.
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Deus ouça William Waack e que não dê vida longa a este governo maldito.