O instituto de pesquisas Quaest parece considerar que o ex-presidente Bolsonaro é mesmo carta fora do baralho e não poderá concorrer por ter sido considerado inelegível pelo TSE, ignorando o fato político de que os congressistas brasileiros começam a se debruçar sobre proposta concreta de anistia, que já está com relatório favorável e concluído no âmbito da Comissão e Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
O deputado Rodrigo Valadares, relator do projeto de lei, só não leu seu relatório no dia 8, porque houve pedido coletivo de vistas. De qualquer modo, esta retenção só vale por duas sessões, o que significa que será apresentado, votado e aprovado na semana que começa amanhã. O PL da Anistia concede anistia para quem se envolveu direta ou indiretamente nos acontecimentos de 8 de Janeiro e é neste conteúdo que se enquadra o próprio Bolsonaro. Com a anistia, ninguém mais será julgado ou mantido preso, os exilados poderão voltar e todos readquirirão seus direitos políticos.
Será inaceitável ocorrer nova eleição presidencial sem a presença de Bolsonaro e sem mecanismos de voto impresso auditável.
Só assim será possível acontecer eleições limpas e consequente pacificação nacional, acabando com as anomalias institucionais deste tenebroso quadrante da vida brasileira.
Quaest aposta em candidaturas oposicionistas dos calibres do governador Tarcísio Gomes de Freitas e do coach Pablo Marçal, tudo para demonstrar que Lula venceria nova disputa, mesmo do alto dos seus tenebrosos 82 anos.
Conheça os resultados do 1o turno:
Lula (PT) – 32%; Pablo Marçal (PRTB) – 18%; Tarcísio de Freitas (Republicanos) – 15%; Indecisos – 18%; Branco/nulo/não vai votar – 18%.
Isto tudo é balão de ensaio destinado a passar a percepção de que o jogo está jogado, o que nem de longe corresponde à verdade dos fatos.
No sábado, em Goiânia, o ex-presidente Bolsonaro defendeu a anistia para os presos do 8 de Janeiro. Ele vinha evitando o assunto, mas ele se impõe depois da sua vitoriosa jornada de ganhos nas eleições do primeiro turno, o que o encorpa politicamente de maneira formidável.
Esta é uma das propostas aparentemente com mais chances de possibilidades de iniciar o enquadramento do STF, porque há menos resistências por parte dos congressistas e maior pressão interna e externa pela sua aprovação.
O caso do impeachment de Alexandre de Moraes é mais dramático, sim, mais perto da assepsia política, social e institucional necessária, mas depende exclusivamente do Senado, Casa que em relação ao assunto é mais refratária ao caso.
Em política, como na engenharia, projetos do tipo pass by pass, passo a passo, costumam ir adiante com mais segurança.
A ver.