Na undécima hora, exatamente quando o relator do projeto de anistia seria votado, hoje, quarta-feira, na Comissão de Constituição e Justiça, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, retirou a matéria dali e passou tudo pasra uma Comissão Especial que resolveu criar.
A anistia política aos envolvidos no 8 de janeiro, conforme o projeto, é geral, ampla e irrestrita, o que quer dizer que beneficia o próprio Bolsonaro.
Ora, se retirar de pauta o projeto que já tinha parecer favorável e seria aprovado pela CCJ, hoje, para em seguida ir ao plenário, por que razão dar meia volta volver e começar tudo de novo ?
E por que a presidente da CCJ, Carolina de Toni, do PL, e o próprio Bolsonaro, aceitaram o fato consumado ?
Tem boi nesta tuba.
Ou não ?
O presidente da Câmara, Arthur Lira, botou o dedo na ferida ao declarar que não quer contaminar as articulações para a eleição do novo presidente da Casa com este caso da anistia, o que seria inevitável se o projeto fosse remetido de imediato para o plenário.
Então é isto ?
Sim, é isto.
Simples assim.
"Não é caso perdido e já avançamos muito", disse Carolina de Toni, que sabe que o próprio Bolsonaro e o presidente do PL, além dos principais líderes do Partido, incluíram a pauta da anistia no acordo que fizeram com Lira para apoiar seu candidato às eleições de janeiro, no caso o deputado Hugo Motta.
O PL é a maior bancada da Câmara, com 100 deputados. Somados aos 300 do Centrão, é caso de eleição decidida.
A anistia virá mais hora ou menos hora, até porque definitivamente não teremos e não aceitaremos eleições que não sejam limpas em 2026 e que não contem com a presença da candidatura de Bolsonaro.
Mas esta nem é a questão principal neste momento, porque este País só poderá retornar ao estado democrático de direito quando todos os brasileiros de bem forem livres e viverem dentro do seu País, o Brasil.
E isto, só com anistia política ampla, geral e irrestrita, mas não recíproca, porque quem cometeu e comete o crime de lesa pátria que mantém esta democracia fraturada terão que pagar por seus crimes, mais hora ou menos hora.
A Nação não esquece os seus presos políticos e nem os seus exilados políticos, mas também não esquece e nem esquecerá os antipatriotas que a oprimem e envergonham.