Copa do Mundo movimenta comércio brasileiro

O final de ano costuma ser uma excelente data para o comércio alavancar suas vendas, em razão de datas como Black Friday e Natal. Neste ano, mais um evento promete ser um incentivo para o segmento, a Copa do Mundo. Após quedas consecutivas na atividade, nos últimos meses, devido à alta da inflação e dos juros, a expectativa é de alta.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por exemplo, espera um crescimento de 7,9% no faturamento do varejo em relação a 2014, ano em que o Brasil foi sede do evento. Já a Associação Brasileira do Varejo (ABV) acredita em um aumento de até 12% nas vendas, neste período. Analistas também preveem o crescimento de vendas de segmentos específicos, como eletrônicos, uma vez que historicamente o brasileiro investe em TVs novas para assistir à Copa. Segundo a GFK* a procura por aparelhos novos deve começar 45 dias antes dos jogos e a alta no volume de vendas deve ser de 2%.

“O cenário de contratações para varejo e logística é muito positivo, neste último trimestre”, afirma Gabriela Mative, diretora de Recursos Humanos da Luandre. “Muitos seguem comprando online, mas o comportamento de consumo é híbrido e, sem dúvida, o comércio em shoppings e lojas de rua se fortaleceu nos últimos meses, portanto temos vagas diversas, em todo o país”, completa.

A diretora de RH da Luandre chama a atenção para a oportunidade que representam as vagas temporárias, relacionadas à essa sazonalidade, uma vez que a Lei 13.429/17 ampliou o contrato individual do Trabalho Temporário para até 180 dias, com possível prorrogação para mais 90 dias.  

“O temporário tem direitos como férias, 13o salário e o mais importante, a oportunidade de ser treinado pela empresa e vivenciar o dia a dia da função, e caso desempenhe bem seu trabalho, a possibilidade de efetivação e permanecer no quadro de funcionários da empresa”, ressalta Gabriela.

São mais de 3.800 vagas abertas em todo Brasil, para ter acesso a todas as vagas da Luandre, os candidatos podem acessar gratuitamente o site http://candidato.luandre.com.br.

*GFK é uma consultoria de pesquisa de mercado.

Sobre a Luandre


A Luandre Soluções em Recursos Humanos tem mais de 50 anos de atuação e oferece soluções técnicas e inovadoras na área de RH. Em 2020, a empresa chegou à marca de 4 mil clientes atendidos, 60 mil profissionais administrados ao longo do ano e banco com mais de 3,5 milhões de currículos cadastrados. Há 20 anos consecutivos, concorre ao prêmio Top Of Mind RH, o qual já venceu em nove edições, na categoria "Temporários e Efetivos".

Além disso, em 2020, foi reconhecida como um dos “Lugares Incríveis para se trabalhar”, certificação concedida pela Fundação Instituto de Administração (FIA) e UOL. A Luandre atende 200 das 500 melhores empresas do Brasil com todo seu know-how em Recrutamento e Seleção, Administração de Pessoal (Temporários e CLT), Avaliação Profissional, Outsourcing e Programas Especiais (Saúde, Varejo e Logística).

Atualmente, possui 12 unidades: São Paulo (Centro, Sul, Alphaville, Santo André, Guarulhos, Campinas e Jundiaí), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Paraná (Curitiba), Pernambuco (Recife), Minas Gerais (Belo Horizonte) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre). Realiza também atendimento à distância em todo o país.



 




Com investimentos de R$ 150 milhões, MTR Solar vai construir nova fábrica de equipamentos para usinas de minigeração

Empresa é líder no segmento de distribuição de equipamentos para usinas de energia solar com mais de 1,5 milhões de módulos entregue e 400 usinas atendidas;

MTR conta com fábrica de estruturas de solo fixa e tracker, situada em Juiz de Fora/MG e projeta dobrar investimentos com nova fábrica em 2023;

Empresa prevê crescimento no biênio 2022/2023 com projeções de faturamento acima de R$ 1 bilhão de reais;

Empresa também conta com duas joint ventures estratégicas, com empresas especializadas em seus segmentos: A MTR/ Arcol Solar, com foco na fabricação de estrutura fixa e tracker e a MTR/ITCE, voltada para o segmento de fabricação de skid de média tensão e ainda conta no grupo com o operador logístico CTBOTELHO.

MTR conta com estrutura de inspeção de mercadoria na China para garantir a qualidade dos equipamentos embarcados para o Brasil  e no México e EUA conta com unidades de negócio para venda de equipamentos solares.



A MTR Solar é a empresa líder de mercado no segmento de distribuição de equipamentos para usinas de minigeração de 1 a 5 MW e é a única distribuidora de equipamentos para minigeração, como foco em atender todas as especificações do projeto da usina: Módulos, inversores, estrutura fixa, tracker, skid de média tensão, cabos de energia, com os melhores fabricantes e soluções presentes no mercado. A empresa, com sede em Itapevi/SP, prevê grande expansão desse mercado a curto prazo segundo o CEO da MTR, Thiago Rios: “Temos um apetite grande dos investidores pelo mercado de energia no Brasil, tornando esse segmento ainda mais atrativo e de outro lado a demanda crescente dos consumidores por mais sustentabilidade. Para isso, com investimento próprio dos sócios, vamos investir R$ 50 milhões de reais em 2022 e prevemos dobrar esse investimento para 2023”. 


Os investimentos serão concentrados em estoque e infraestrutura como a expansão da fábrica de estruturas de solo fixa e tracker, situada em Juiz de Fora/MG e com a construção de uma nova fábrica de fabricação de skid de média tensão. “Existe uma gama de fatores favorecendo o segmento de energia solar como o custo elevado da energia elétrica no país, que torna mais atraente a comparação de custo-benefício para investir na instalação de placas e baterias para captação de energia solar em miniusinas e o aumento da oferta de financiamentos para instalação desses sistemas, tornando seu acesso mais fácil e democratizado”, explica o CEO. 


Com o objetivo de implementar uma strategic sourcing, o planejamento de compras da MTR não é baseado somente no preço. “Aplicando variáveis que permitem uma maior lucratividade no longo prazo, diminuindo o LCOE, custo nivelado da eletricidade, a MTR promove uma integração da engenharia do projeto e do fabricante, para que o cliente tenha mais dados na sua decisão de qual equipamentos utilizar”, afirma Thiago. 


Tendo como principal objetivo a qualidade dos equipamentos oferecidos no portifólio e na experiência de um serviço diferenciado ao cliente, a MTR conta com duas joint ventures estratégicas, com empresas especializadas em seus segmentos: A MTR/ Arcol Solar, com foco na fabricação de estrutura fixa e tracker e a MTR/ITCE, voltada para o segmento de fabricação de skid de média tensão. Mauricio Barros, COO da MTR ressalta que “a MTR Solar possui a solução ideal para os projetos de geração distribuída com equipamentos em um só lugar, configuração personalizada, amplo Mix de Produtos e treinamentos direto com o fabricante. Somos a primeira distribuidora especializada em usinas de solo do país. Temos estrutura de inspeção de mercadoria na China para garantir a qualidade dos equipamentos embarcados para o Brasil  e no México e EUA temos unidades de negócio vendendo equipamentos solares”. 


A empresa também tem outro grande diferencial pois conta no Grupo com o operador logístico CTBOTELHO, que desde 2014 vem realizando armazenagem e transporte nos mais diferentes segmentos do setor, como varejo, micro e minigeração e geração centralizada. Com isso, com um único fornecedor, a movimentação e o transporte dos equipamentos são verticalizados desde o porto até usina, para que a MTR possa entregar “just in time” todos os equipamentos do projeto para os clientes que em sua maioria são compostos de epecistas (empreiteiro, construtor), engenheiros, fundos de investimentos com projetos solares e comercializadoras.


A MTR prevê um crescimento de 300% no biênio 2022/2023 com projeções de faturamento acima de R$ 1 bilhão de reais. Os números da MTR Solar são expressivos no mercado de energia solar. Já são mais de 800 MWp instalados, 400 usinas atendidas com mais de 1,5 milhões de módulos instalados e 64 GWh gerados mensalmente. Além disso a empresa conta com 150 empregos diretos e mais de 100 indiretos. 

Artigo, Dagoberto Lima Godoy - Gaiola Dourada

Vejo uma gaiola dourada, tão atraente quando de 

fora olhada, e ela me faz lembrar de outra prisão, 

tão enfeitada quanto enganadora. A ideologia é 

para ser um conjunto de ideias e valores a nos 

orientar enquanto buscamos a própria felicidade e 

a inspiração para fazermos a nossa parte na 

construção de um modo melhor para todos. Mas, 

cuidado! Ela pode também se apresentar como um 

sistema astuciosamente montado e ornamentado para nos atrair, tal 

como as migalhas feitas iscas no alçapão que aprisiona o pássaro. Mais 

que as grades da gaiola, que se deixam ver pelo prisioneiro, as barreiras 

ideológicas são como placas de cristal que, sem que você se dê conta, 

enquanto lhe mantêm prisioneiro, filtram as imagens que lhe chegam do 

mundo lá fora. E esse não é o real, mas a caricatura traçada por líderes 

carismáticos, inspirados em ideais de justiça e solidariedade, mas logo 

dominados pela sede de poder que enlouquece quem queira ser Deus 

para refazer o mundo. 

Se lhe disserem que religiões e códigos de moral são nada mais que 

gaiolas sagradas das quais você tem que fugir, leve em consideração o 

alerta, mas não deixe que isso o torne presa fácil para doutrinadores. 

Você poderá achar que está encontrando segurança e alívio para suas 

angústias diante dos desafios de uma vida complicada. Mas ligue o 

alarme quando começar a repetir frases feitas, usar chavões maliciosos 

e – até, talvez – gritar palavras de ordem, em crescente intolerância com 

as visões de mundo diferentes da que lhe estão, sub-repticiamente, lhe 

impingindo. 

Quando se der conta do perigo, lembre-se que você tem uma mente que 

recebeu virgem para que você a molde livremente. Amplie o seu círculo 

de relações, varie suas leituras, conheça e converse com mais gente. 

Pense no potencial infinito da sua inteligência e o use para tirar da 

experiência suas próprias interpretações sobre o significado da 

existência. Respire fundo e saia da gaiola. 

09-10-2022 - Dagoberto Lima Godoy.

Bolsonaro avançou mais nas refgiões mais dependentes do Auxílio Brasil

 Com 1,76 milhão de eleitores a mais que no primeiro turno de 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PL) avançou principalmente sobre regiões do país mais dependentes do Auxílio Brasil, sua principal aposta para atrair nas urnas o apoio dos brasileiros de baixa renda. Um cruzamento feito pelo GLOBO, a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Ministério da Cidadania, revela que 52% destes votos tiveram origem em municípios em que a maioria da população recebe o benefício.

Hoje, o programa atende 20,6 milhões de famílias, número que vai aumentar para 21,1 milhões já antes do segundo turno. Ao todo, são beneficiadas mais de 53 milhões de pessoas. O Brasil tem 1.455 cidades em que pelo menos metade dos habitantes recebeu pagamentos do Auxílio Brasil em setembro. Em 1.241 delas — oito a cada dez —, Bolsonaro expandiu o eleitorado em quatro anos.


Em números absolutos, o maior crescimento ocorreu em Itaituba (PA), cidade de cem mil habitantes, onde 50% dos moradores recebem o benefício do governo federal. O candidato do PL teve um acréscimo de 10.761 votos, garantindo uma vantagem ainda maior sobre o petista Luiz Inácio Lula da Silva (21 pontos) do que contra Fernando Haddad (11 pontos), candidato do PT em 2018.


No Nordeste, única região em que Bolsonaro perdeu para Haddad em 2018 e onde Lula teve maior vantagem na votação do último domingo, o candidato à reeleição conseguiu aumentar seu desempenho em 85% das cidades em que pelo menos metade da população recebe o benefício — das 1.192, elevou o próprio patamar em 1.019.


Apesar de ter melhorado seu desempenho nas cidades altamente dependentes do Auxílio Brasil, Bolsonaro perdeu para Lula em 97% desses municípios. O ex-presidente amealhou nessas localidades 2,5 milhões de votos a mais que os obtidos por Haddad.


Impulso ao programa

Dentro da estratégia de estreitar a margem para Lula nessa fatia do eleitorado, o presidente prometeu criar um 13º para mulheres inscritas no Auxílio Brasil, e a Caixa passará a ofertar crédito consignado a beneficiários do programa, uma operação da qual os grandes bancos decidiram ficar de fora. Logo no dia seguinte ao primeiro turno, Bolsonaro decidiu antecipar em sete dias os pagamentos da próxima parcela do Auxílio Brasil — os valores começarão a ser depositados a partir de terça-feira.


Professor da Fundação Dom Cabral e autor do livro “Dinheiro, eleições e poder: as engrenagens do sistema político brasileiro”, Bruno Carazza avalia que os dados indicam que Bolsonaro avançou sobre redutos eleitorais de Lula, ainda que não o suficiente para ficar à frente:


— Em um país dividido regionalmente e por renda, o que vai fazer diferença é entender quanto cada um vai conquistar de votos no território alheio.



Ao longo da campanha, diferentes pesquisas de opinião pública indicavam haver preferência dos eleitores que recebem o Auxílio Brasil por Lula. O Datafolha divulgado a três dias do primeiro turno mostrava que 58% dos beneficiários do programa declaravam a intenção de votar no petista, contra 26% que diziam apoiar Bolsonaro.


O cientista político Fernando Meireles, autor de pesquisa do Cebrap/FGV sobre a distribuição dos votos em Bolsonaro, destaca que a melhora no desempenho do presidente em cidades irrigadas pelos recursos do Auxílio Brasil não depende só dos beneficiários diretos do programa:


— Quando, de uma hora para outra, você coloca muito dinheiro em determinado município, você muda a realidade da economia local. Várias famílias passam a mudar seu padrão de consumo, o comércio local é fomentado, e pessoas passam a ter acesso a outras opções de lazer, por exemplo.


Mais benefício, mais votos

Bolsonaro foi o mais votado no primeiro turno em nove das dez unidades da federação onde seu governo mais ampliou o número de beneficiários. Por outro lado, em nove dos dez estados em que o total de lares assistidos pelos recursos federais cresceu menos durante a gestão bolsonarista, o mais votado foi o ex-presidente Lula.


No Rio de Janeiro e no Distrito Federal, a quantidade de beneficiários dobrou durante o governo Bolsonaro: chegou a 1,7 milhão de famílias no Rio e a 147 mil no Distrito Federal. O presidente obteve mais da metade dos votos na eleição do último domingo nesses locais.


O candidato à reeleição foi também o mais votado em Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. No ranking dos dez estados onde o número de famílias atendidas mais cresceu, o único em que Bolsonaro teve menos votos que Lula foi o Amapá, justamente o décimo da lista. Na lista dos dez em que a expansão do programa foi menor, o único em que o presidente venceu nas urnas foi Roraima.


O professor Sérgio Simoni Junior, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pondera que não é possível atribuir só ao Auxílio Brasil a votação do candidato do PL nas áreas em que o programa foi turbinado, mas vê nas ações de transferência de renda um elemento capaz de influenciar na decisão de voto. Para ele, a campanha demorou para “levantar a bandeira do Auxílio Brasil” e não conseguiu extrair ao máximo o ganho eleitoral do programa, que substituiu o Bolsa Família.


— A pandemia trouxe consequências, como a expansão da pobreza, e a classe média baixa teve acesso ao benefício pela primeira vez. Pode ser que essa classe que perdeu renda e começou a ser contemplada pelo programa tenha passado a apoiar Bolsonaro e que isso tenha influenciado no resultado do primeiro turno.(Colaborou Victória Cócolo) 

É com o Congresso e não com as Forças Armadas que Bolsonaro quer invadir o Supremo

 O ano de 2022 marca o estrangulamento do centro e a polarização entre os extremos para além das eleições, com a esquerda de um lado e a extrema direita de outro, ambos servindo como ímã para as demais forças políticas. E é assim que os movimentos no 2.º turno, de certa forma naturais, são da centro-esquerda para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da centro-direita para o presidente Jair Bolsonaro.


Esse estrangulamento do centro parece, mas não é, exclusivo do Brasil. Basta olhar a Colômbia, há décadas presidida pela direita, que viveu neste mesmo 2022 uma eleição entre um ex-guerrilheiro do M-19, Gustavo Petro, e um ricaço que, em 2016, fez loas “ao grande pensador alemão Adolf Hitler”. Queria dizer Albert Einstein...


Bolsonaro cogita ampliar total de membros no STF; número cresceu de 11 para 16 na ditadura; relembre


Na última semana, o vice-presidente, Hamilton Mourão defendeu ampliar número de ministros no STF e Bolsonaro não descartou a possibilidade; medida semelhante ocorreu durante a ditadura militar.

Na última semana, o vice-presidente, Hamilton Mourão defendeu ampliar número de ministros no STF e Bolsonaro não descartou a possibilidade; medida semelhante ocorreu durante a ditadura militar. Foto: Adriano Machado/Reuters

Na Europa, onde os governos aglomeravam partidos e ideias ao centro, a extrema direita emerge por toda a parte, com um discurso que continua chocando metade da população brasileira, mas não choca mais boa parte da outra metade. Essa “novidade” é mais evidente na França, mas é forte na Suécia e na Alemanha e desponta até em Portugal. Sem falar em Hungria, Polônia, Rússia e na estonteante vitória de Donald Trump nos Estados Unidos.


Lula atrai nomes de grande apelo moral, a começar de Fernando Henrique Cardoso, com quem se reencontra numa foto, quatro décadas depois das Diretas-Já, em mais uma jornada pela democracia. Já os apoios de Bolsonaro, que não parecem tão preocupados com a democracia, têm o principal: votos.


É assim que Lula tem maior chance de vencer no dia 30 e não diz para quê, mas Bolsonaro já faz planos para o “day after”. Planos que fazem todo o sentido, porque a história mostra que líderes com instinto e projetos autoritários usam o segundo mandato para aumentar seu poder e reduzir o das instituições, como Hugo Chávez na Venezuela.


No mapeamento do Planalto, a bancada bolsonarista tem 44 (não 41) dos 81 senadores de 2023, do PL, PP, PSC e Republicanos, mas também do PSD, União Brasil, Podemos e MDB. É com esse exército, não as Forças Armadas, que Bolsonaro pretende fechar o cerco. Se reeleito, terá Executivo, Legislativo (não mais só a Câmara) e tentará invadir o Supremo, com impeachment de ministros e mais sete cadeiras na Corte


O STF está atento, saca a cláusula pétrea da independência dos Poderes e conta com o bom e velho pragmatismo do Centrão. Para eles, orçamento secreto e mensalão, sim, mas golpe e ataques às instituições e à democracia? Aí, não. Aliás, foi o que disse Valdemar Costa Neto, presidente do PL de Bolsonaro, num giro pelo Supremo na quinta-feira. Que não seja só de boca para fora

Artigo, Guilherme Baumhardt, Correio do Povo - Onyx x Leite

 Onyx Lorenzoni (PL) sai na frente na briga pelo Palácio Piratini. Contrariando os institutos de pesquisa, ele foi o grande vencedor do primeiro turno, com 37,5% dos votos válidos. Eduardo Leite (PSDB) ficou em segundo, à frente de Edegar Pretto (PT) por ínfimos 2.491 votos. Para efeito de comparação, em 2020, Cláudio Janta conquistou a última cadeira na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, com 2.394 votos. Consta que a segunda-feira foi de grande procura nos consultórios de psicólogos e psiquiatras, com filas de petistas arrependidos de terem votado em Leite e não em Pretto, no dia 2 de outubro.


Segundo turno é uma nova eleição? Sim e não. São três semanas de campanha e tudo pode acontecer. Mas, em uma primeira análise, a tarefa do tucano parece mais espinhosa. Além de arrancar em desvantagem, Leite precisa buscar nos eleitores de esquerda (que votaram em Pretto) os votos para conquistar a reeleição. Se alguns já embarcaram na canoa tucana no primeiro turno, não parece ser algo tão impossível. Mas transferência de voto não é automática e Leite tem um desafio extra.


Bastidores apontam que entre os eleitores do tucano há uma fatia considerável (algo entre 20% e 25%) que votou em Jair Bolsonaro na disputa ao Palácio do Planalto. Cativar o eleitor petista traz um efeito rebote: atira automaticamente todos os bolsonaristas no colo de Onyx Lorenzoni. Ou seja, estamos falando de um eleitor que não viu problema em depositar seu voto em Leite no primeiro turno, mas, diante de uma aproximação com a esquerda, enxerga motivos agora para mudar de voto.


Onyx já conta com o apoio de Luiz Carlos Heinze e do Progressistas. Era algo natural. Do lado tucano, além dos socialistas do PSB, há manifestações de caciques petistas a favor de Leite. Tarso Genro, ex-governador cuja gestão enterrou o Rio Grande do Sul, é um deles – embora não haja ainda um posicionamento formal do PT a respeito do assunto.


A disputa nacional traz impactos no cenário local. Há uma tendência de ampliação de votos em Bolsonaro no Rio Grande do Sul, especialmente diante do que fizeram Santa Catarina e Paraná no primeiro turno – estados que registraram votações muito mais expressivas no atual presidente. Mesmo derrotado em solo gaúcho, Lula teve desempenho melhor por aqui. É como se o último Estado, no extremo do Brasil, fosse uma espécie de Nordeste no Sul.


Sabendo que o cenário brasileiro produz resultados aqui e tentando minimizar danos, Eduardo Leite anunciou neutralidade na disputa presidencial – não apoiará nem Lula, nem Bolsonaro. Resta saber se isso não será interpretado pelos gaúchos como um sinal de covardia.