Quando nos parecemos a Dom Quixote

Marcus Vinicius Gravina


Recebi uma mensagem de leitor de um de meus artigos publicados no Blog do Políbio Braga. Chegou com um pedido de apoio para levar avante seu relatório sobre a auditoria das eleições de 2022. Apresentou-se como Auditor. Conferi seu nome e função na Internet. Ele existe.

Iniciou dizendo que na realização do primeiro turno e antes do segundo, buscou identificar a auditoria das urnas daquele pleito eleitoral. Não foi difícil por ser um serviço contratado mediante licitação pelo TSE.

Feito isto, procurou saber qual a empresa contratada e de como ocorreram os trabalhos de auditagem, entre outros assuntos vinculados. Aprofundou-se, um pouco mais, após a erupção de suspeitas de falta de lisura na informação do resultado da votação, quando descobriu fatos duvidosos ou suspeitos. Pois a auditoria seria ou deveria ser uma das fontes que aplica os testes visando a confirmação do pleito eleitoral. 

Conseguiu saber que a empresa que auditou as eleições de 2022 estava vinculada a um grupo de empresas de auditoria onde já havia trabalhado.  Continuou pesquisando por conta própria e fazendo descobertas, sempre que o tempo lhe permitia.

No início de 2022 passou a suspeitar de alguns fatos que foram publicados e a fazer “Printscrem” e guardou ou mantém em arquivo. As desconfianças foram sendo escritas. Resultaram em um relatório descritivo de trinta páginas de fatos apontados por ele como duvidosos. O auditor, como cidadão interessado, se dirigiu a Senadores e Deputados e não teve retorno. Esteve na OAB onde foi orientado a procurar o Ministério Público.

A sua intenção não foi contestar o resultado daquele pleito, mas o de orientar, com a sua expertise de Auditor, a preparação e a realização de futuras eleições, livres de polêmicas.

Ele constatou a existência de relatórios publicados sem assinaturas, dando margem a questionamentos de suas validades ou de valor jurídico. Este foi apenas um dos itens comprometedores, suspeitos. 

Ao final pediu o meu apoio para divulgar o seu relatório. Agradeci a demonstração de confiança. 

E, foi assim que lhe respondi: A sua mensagem mais se parece, no caso, a um convite para a uma “dança de facões” em um CTG, do que para uma valsa vienense no salão do Itamaraty.  Confesso que aos 82 anos de idade minhas pernas não ajudariam, no primeiro caso, assim como meus ouvidos não captam mais os acordes musicais. 

Restou-me, como descendente de italianos, ir para uma janela de casa lá de Torraca (Salerno) ou napolitana esbravejar contra os “brutta bestia” que violam nossas liberdades e garantias constitucionais. Contra os políticos ladrões que roubam até moedas em chapéus de pobres nas escadarias de Igrejas ou portas do INSS: “tutti quanti – cornuti”.

Contudo, uma coisa é certa e conserva as dúvidas. A equipe de especialistas do Exercito que iniciou a auditoria das urnas eletrônicas - sem comprovante dos votos - e a contagem dos votos eletrônicos, foram impedidos de concluir a missão aprovada pelo TSE e afirmaram que não poderiam atestar ou afirmar até onde chegaram, a regularidade das urnas e a lisura da contagem dos seus votos. 

Este fato divulgado pela mídia está em frontal contradição com declarações de militares de alta patente, em seus depoimentos recentes à 1ª.Turma do STF. 

Diante de tamanha inconsistência processual o que não poderia haver é tanta prisão e torturas a brasileiros de um justificado protesto de 8 de janeiro, deixando de lado o vandalismo, que culminou com um ato de perfídia, no dia seguinte em ônibus fornecidos pelo Exército. 

Como cidadão é o que penso e expresso diante da Constituição Federal – aberta – do meu país. 

Caxias do Sul, 23.05.2025

Artigo, Silvio Lopes - Questão da produtividade

Silvio Lopes - Sílvio Lopes, jornalista, economista e palestrante.

        O trabalhador brasileiro possui uma das mais baixas produtividades  do mundo. E isso se reflete na economia em geral, comprimindo para baixo nossa competitividade ante o mercado internacional. Temos pouca eficiência laboral devido a muitos fatores, mas, entre eles, a questão emocional é transcendente. Nos perdemos entre o fazer mais, e não com o que importa efetivamente ser feito,  mediante alinhamento das energias, foco e clareza de objetivos.


       Década de 80, pesquisa feita em São Paulo, apontou que essa produtividade caía vertiginosamente em dias subsequentes à derrotas do Corinthians. O emocional agia pesadamente no ânimo e foco dos envolvidos, ocasionando perdas imensuráveis. O futebol tem disso, afetando a vida e as emoções dos mais" apaixonados". Estudos científicos comprovam essa estatística como os apontados pelo médico gaúcho Fernando Luchese.


       Segundo ele, 70 por cento dos infartos do coração se devem ao uso extremado das emoções. Para terem uma idéia, o desuso do cérebro causa taxas iguais de AVC e Alzheimer. Dica: controle suas emoções mas, por outro lado, permita-se usar muito e sempre, o seu cérebro. São dois problemas sérios que podemos evitar, quanto mais não seja, reduzir suas incidências.


        Lembre- se: a estabilidade emocional exige autocontrole e uma vida equilibrada e pródiga em relacionamentos a partir de quatro pilares: família, amigos, trabalho e espiritualidade. No mundo do trabalho, então, carreiras  brilhantes acabam as vezes interrompidas por falta da estabilidade emocional, seja do trabalhador, seja da gerência. É bom ressaltar que produtividade não é questão ligada ao seu talento não.  É método, consciência, equilíbrio,  senso de propósito e de vida plena. Esses e outros temas estão hoje incorporados nos estudos da chamada Economia Comportamental. Um tema fascinante que vai ajudar sua empresa na busca pela eficiência com resultados para todos, patrões e empregados.

    


Contato: 51. 998 74 6134

Novas testemunhas

 O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prestará depoimento nesta semana ao Supremo Tribunal Federalcomo testemunha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por tentativa de golpe de Estado. 

Será na sexta-feira.

Além de Tarcísio, também devem ser ouvidos na sexta-feira os ex-ministros Ciro Nogueira (Casa Civil), Eduardo Pazuello (Saúde) e Gilson Machado (Turismo), todos indicados por Bolsonaro como testemunhas. O ex-presidente também solicitou o depoimento de Giuseppe Janino, ex-diretor de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável pelas urnas eletrônicas. Também falarão como testemunhas ex-ministro da Economia Paulo Guedes, o ex-advogado-geral da União Bruno Bianco e o ex-chefe da Controladoria-Geral da União Wagner Rosário, todos indicados pela defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. Torres é o réu que arrolou o maior número de testemunhas e também pediu o depoimento do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e dos senadores Espiridião Amin (PP-SC) e Eduardo Girão (Novo-CE).

Entre os militares chamados a depor está o general Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-número dois do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que será ouvido nesta segunda-feira como testemunha do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI. Penteado foi demitido após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.