Embora tenha pedido desculpas por ter usado "palavras inadequadas", os deputados estaduais gaúchos continuam ouriçados com o líder empresarial e ex-vice-governador José Paulo Cairolli, que na quarta-feira denunciou que é muito fácil para o governo, comprar apoio político dos parlamentares. Ele falou isto a respeito da batalha dos empresários e da oposição para reverter o corte de incentivos fiscais promovido pelo governo tucano.
Cairolli usou o verbo "comprar" na sua expressão verdadeira e não como metáfora.
Ele falou tudo isto de público, diante dos principais líderes empresariais, na Federasul, com a presença da imprensa.
Sobre a possibilidade de obter ajuda dos deputados, disse o empresário, lembrando sua passagem pelo governo:
— Então, eu acho, primeiro: (temos que) tomar mais consciência de como é que funciona essa mecânica… e achar que a Assembleia, que é muito fácil de ser dominada… Eu participei de uma negociação, deputado por deputado, trocam por qualquer coisa. O troço não é brinquedo. Saem da sala (plenário da Assembleia) para não votar. Vocês observem como é o… Aí aparece uns malucos que votaram a favor… contra o aumento de imposto. Não saiu (aumento de ICMS) na Assembleia porque houve um movimento muito grande contra.
Cairoli, que é do mesmo partido do vice-governador Gabriel Souza, afirmou na sequência ter certeza de que Leite não levará a cabo a sua promessa de cortar os benefícios fiscais que são concedidos aos itens da cesta básica. Na avaliação do ex-governador, o decreto de Leite que corta tais benefícios é um “bode na sala”.
— O que ele (Eduardo Leite) está botando agora, para mim, é o bode na sala. Evidente que não vai ter aumento (de imposto) da cesta básica. Para mim está claro que não vai ter. Mas ele vai cutucar lá na indústria