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Desoneração da folha: 8 setores são excluídos de programa do governo
A ilegal medida provisória (MP) editada em 29 de dezembro pelo governo Lula exclui do programa de desoneração da folha de pagamentos oito dos 17 setores até então atendidos pelo benefício. Entre os excluídos (veja relação completa abaixo) estão atividades que constavam do programa desde o início da sua vigência, em 2011, como têxteis e confecções.
Em dura nota assinada pelo setor produtivo (CLIQUE AQUI para ler), é feita a narrativa inicial do problema:
- A medida provisória revogou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia, como aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado. No lugar, estabelece a volta gradual da contribuição patronal sobre os salários, de forma escalonada, até 2027 (...) Adotada em 2011, a política permite que as empresas substituam a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre os salários, por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. O benefício perderia a validade no fim deste ano e, por iniciativa do Congresso, havia sido prorrogado até 2027.
Mais adiante:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a prorrogação e, em 14 de dezembro, o veto foi derrubado em nova votação, com ampla maioria da Câmara e do Senado. Na véspera do Ano-Novo, porém, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Ministério da Fazenda não tinha sido ouvido nos debates e anunciou a MP, cujos efeitos começam a valer em 1º de abril.
Pela medida provisória, 42 atividades econômicas (e não mais setores) terão a contribuição previdenciária patronal — que incide sobre o primeiro salário mínimo de seus funcionários — reduzida, no primeiro ano, em 50% e 25%, respectivamente, segundo o grupo em que foram alocadas.
A nota repele a MP:
No primeiro grupo de atividades, ficaram atividades relacionadas ao setor de transportes e TV por assinatura, por exemplo. No segundo grupo, atividades como edição de livros, fabricação de calçados e construção civil.
Fabricantes de máquinas e equipamentos, da indústria têxtil e confecções, call center e de proteína animal verificaram que, na lista de atividades listadas na MP, não consta nenhuma que seja relacionada aos seus setores. Dessa forma, eles serão eliminados do programa assim que a MP entrar em vigor.
O setor de proteína animal, por exemplo, ficou de fora da MP, não está nas atividades contempladas, sem nenhuma justificativa
“Isso é dividir para reinar”, afirmou Vivien Suruagy, Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática. “Ficou todo mundo com quase nada e outros com nada. Não tem lógica eliminar uma atividade como call center, que é o mais intensivo em mão de obra de todos os setores que eram atendidos pelo programa e cuja maioria dos trabalhadores é formada por mulheres e jovens que ganham um salário mínimo.”
A justificativa do ministro para a edição da MP é que a desoneração da folha para os 17 setores terá custo estimado de R$ 12 bilhões neste ano, valor que não estava contemplado no Orçamento.
Dessa forma, segundo Haddad, o governo teria que reduzir a renúncia fiscal para R$ 6 bilhões e compensar outros R$ 6 bilhões com a extinção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, também previsto na mesma MP.
Setores que permanecem na desoneração folha
Calçados;
Artigos de couro;
Comunicação;
Tecnologia da informação;
Construção civil;
Construção e obras de infraestrutura;
Transporte rodoviário coletivo;
Transporte rodoviário de cargas;
Transporte metroferroviário de passageiros;
Setores excluídos da desoneração folha na MP;
Call Center;
Confecção e vestuário;
Têxtil;
Fabricação de veículos e carrocerias;
Máquinas e equipamentos;
Projetos de circuitos integrados;
Tecnologia de comunicação; e
Proteína animal.
A verdade vos libertará
Ninguém me tira da cabeça que esta longa entrevista do ministro Alexandre de Moraes ao jornal O Globo de hoje é cobra criada e mandada.
Está tudo dentro de um timing perfeito, mesmo que não tenha sido tudo engendrado.
O ministro disse ao jornal O Globo que no 8 de janeiro queriam prendê-lo e enforcá-lo na Praça dos 3 Poderes, sem apresentar prova alguma. A entrevista foi dada ao seu parceiro na repressão política, judicial e policial que conduz há 5 anos contra a oposição, com ênfase para este último ano, depois do 8 de janeiro .
O ministro revelou que a forca foi um dos três planos elaborados contra ele, mas um deles envolve o Exército, a quem caberia prendê-lo e assassiná-lo no caminho para Goiânia.
Claro que Moraes não apresentou prova alguma.
Nos três casos, surge apenas ele como vítima dos "golpistas". Bota narcisismo nisto.
E a única prova apresentada são declarações que alguns dos "golpistas" teriam dado em depoimentos para a Polícia Federal.
Isto é tudo.
A entrevista completa está no meu blog polibiobraga.com.br
O advogado Ezequiel Silveira, que defende 20 dos 2 mil presos políticos capturados por Moraes nos dias 8 e 9 de janeiro, diz exatamente isto, que Moraes não apresenta prova alguma. Faz o que fez com a família Mantovani, acusada de hostilizá-lo no aeroporto de Roma. Até hoje não apresentou os vídeos que estão em seu poder.
"É tudo muito patético", diz o advogado, conforme nota que estou publicando no meu blog www.polibiobraga.com.br
Aliás, no meu blog está também a entrevista completa de Alexandre de Moraes ao jornal O Globo.
Antes de ir adiante, porém, quero registrar o timing desta longa e inesperada entrevista:
1) Moraes faz revelações surpreendentes e chocantes, sem prova de nada, a poucos dias do festerê que ele e o consórdio STF+Governo Lula+Congresso programam para o dia 8.
2) Ele fala exatamente no dia que ganha corpo o maior escândalo das eleições do ano passado, o caso da agência Mynd8 e o perfil Choquei, que comprometem a lisura do pleito devido ao favorecimento desse complexo midiático ao candidato Lula da Silva. A agência Mynd8 foi contratada pelo TSE para motivas os jovens a votar.
3) E no dia em que repercute internacionalmente o anúncio de que pela primeira vez uma juiza, a dra. Ludmilla Lins, busca e consegue asilo político nos Estados Unidos, justamente por estar sendo perseguida por Moraes e seus companheiros do STF.
Não é pouco.
No meu blog polibiobraga.com.br, explico exaustivamente os casos da Mynd8+Choquei, além das razões alinhadas pela juiza Ludmilla para buscar asilo nos EUA. Lá já estão outros inúmeros exilados, com ênfase para jornalistas e comunicadores como Alan dos Santos, Rodrigo Constantino, Monark e Paulo Figueiredo.
Até o dia 8, muita coisa vai rolar debaixo desta ponte.
Hoje, nas redes sociais, Bolsonaro fala em João 8.32, no qual o profeta ensina: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
Bolsonaro acha que a verdade, enfim, está sendo revelada com todo o poder da sua fúria redentora.
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UM DOS PLANOS ERA ME PRENDER E ENFORCAR APÓS O GOLPE', DIZ MORAES EM ENTREVISTA UM ANO DEPOIS DO 8/1
MARIANA MUNIZ E THIAGO BRONZATTO 04 JANEIRO 2024
Na estreia da série de entrevistas e reportagens do GLOBO sobre os ataques do 8 de Janeiro, que estão prestes a completar um ano, o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre a investida golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), detalha, em entrevista, os desdobramentos das apurações sobre o episódio. O magistrado, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conta que a investigação desvendou três planos contra ele, que envolviam até homicídio.
'Defendiam que eu deveria ser enforcado'
Onde o senhor estava no dia 8 de janeiro?
Após a posse do presidente Lula, viajei com a minha família para a Europa e estava em Paris dia 8 de janeiro. Meu filho me mostrou imagens de pessoas invadindo o Congresso. Liguei imediatamente para o ministro Flávio Dino (Justiça). Perguntei a ele como tinham entrado, porque havia ocorrido uma reunião de órgãos de segurança em que tinha ficado proibida a entrada de manifestantes na Esplanada dos Ministérios. Num determinado momento, o presidente também falou comigo. Ele e o Dino conversaram sobre a possibilidade de intervenção federal ou GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Quem decidiu foi o Poder Executivo, mas eu relembrei que no tempo do presidente (Michel) Temer, houve a possibilidade de intervenção só na área da segurança, e talvez isso fosse melhor.
O que o senhor fez?
O que chocava era a inação da Polícia Militar. Fui secretário de Segurança Pública em São Paulo e ministro da Justiça.
Afirmo sem medo de errar: não precisaria de cem homens do Batalhão de Choque para dispersar aquilo.
O que precisávamos ver era qual gravidade e a sequência. Fiquei aguardando a provocação da Polícia Federal e da Advocacia-Geral da União (AGU) para decidir (no inquérito). Achei importante três decisões: as prisões do então secretário (Anderson Torres) e do comandante geral da Polícia Militar (Fábio Augusto Vieira), para evitar efeito dominó em outros estados. Eu me certifiquei que as demais polícias militares estavam tranquilas, mas não podíamos arriscar. Ao mesmo tempo, o afastamento do governador (Ibaneis Rocha), para evitar que pudesse ocorrer algo extremista em outros estados, eventualmente outro governador apoiar movimento golpista. E a determinação de prisão em flagrante imediata de quem permanecesse em frente a quartéis pedindo golpe.
O que poderia ter acontecido?
Se tivéssemos deixado mais pessoas em frente a quartéis (no dia seguinte), poderia gerar mais violência, com mortes e distúrbios civis no país todo. Se não houvesse a demonstração clara e inequívoca de que o Supremo Tribunal Federal não iria admitir nenhum tipo de golpe, afastaria qualquer governador que aderisse e prenderia os comandantes de eventuais forças públicas que aderissem, poderíamos ter um efeito dominó que geraria caos no país.
Havia os acampamentos nos quartéis e outros episódios de violência, como a tentativa de atentado a bomba nos arredores do aeroporto de Brasília. Era possível prever o que houve?
Foi um erro muito grande das autoridades deixar, durante o ano passado, aquelas pessoas permanecerem na frente dos quartéis. Isso é crime e agora não há mais dúvida disso. O Supremo Tribunal Federal recebeu mais de 1.200 denúncias contra quem estava acampado pedindo golpe militar, tortura e perseguição de adversários políticos. No dia do segundo turno, também tivemos um problema grave com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), objeto de inquérito, que inclusive gerou a prisão do ex-diretor (Silvinei Vasques). Houve a greve dos caminhões tentando parar o país. A violência estava numa crescente. No dia da diplomação, 12 de dezembro de 2022, houve prisões após a (tentativa de) invasão da Polícia Federal. Como na posse não houve nada, infelizmente as pessoas da área de segurança talvez tenham ficado mais otimistas. O grande erro doloso foi permitir a entrada (dos golpistas) na Esplanada dos Ministérios. O 8 de Janeiro foi o ápice do movimento: a tentativa final de se reverter o resultado legítimo das urnas.
O que a investigação já delineou sobre o plano golpista?
Nas investigações e nos interrogatórios de vários desses golpistas, temos que os discursos nos quartéis onde estavam acampados diziam que deveriam vir para Brasília. De vários financiadores, (a ordem era que) deveriam vir, invadir o Congresso e ficar até que houvesse uma GLO para que o Exército fosse retirá-los. E, então, eles tentariam convencer o Exército a aderir ao golpe. O que mostra o acerto em não se decretar a GLO, porque isso poderia gerar uma confusão maior, e sim a intervenção federal. Não que o Exército fosse aderir, pois em nenhum momento a instituição flertou (com a ideia). Em que pese alguns dos seus integrantes terem atuado, e todos eles estão sendo investigados.
Os executores já foram condenados, os financiadores estão sendo denunciados e há outras linhas da apuração da participação de militares e dos autores intelectuais. Até onde a investigação vai chegar?
Não há limite. Todos aqueles que tiverem a responsabilidade comprovada, após o devido processo legal, serão responsabilizados.
É possível chegar aos autores intelectuais?
Já se chegou a alguns financiadores, divulgadores e instigadores.
Obviamente, é possível chegar aos organizadores, inclusive intelectuais. Em menos de um ano, já temos mais de 30 condenados pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.
Não poderíamos deixar que aqueles que tentaram romper com a democracia no Brasil continuassem achando que uma eventual impunidade pudesse encorajá-los a atentar novamente.
O ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma série de ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral. Qual é a responsabilidade dele?
Todas as pessoas sobre as quais a Polícia Federal encontrar indícios serão investigadas, desde os executores até eventuais políticos. Mas isso a investigação é que vai demonstrar.
Qual foi a influência das plataformas no 8 de Janeiro?
A regulamentação das redes sociais vai ser uma bandeira importante do Tribunal Superior Eleitoral no primeiro semestre de 2024. Elas falharam e foram instrumentalizadas no 8 de Janeiro. Proliferaram o discurso de ódio, antidemocrático, permitindo que as pessoas se organizassem para a “festa da Selma”, que era o nome utilizado (para o 8 de Janeiro).
O senhor foi alvo desse discurso de ódio e se deparou na investigação com planos para prendê-lo.
Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio.
E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição.
Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão. Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade. Tenho muito processo para perder tempo com isso. E nada disso ocorreu, então está tudo bem.
O senhor precisou reforçar a sua própria segurança?
Ela continua a mesma desde o momento em que eu assumi a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (em 2014). Eu já recebia ameaças da criminalidade organizada. O esquema é o mesmo há quase nove anos. Em relação à minha família, aumentei a segurança.
Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente.
Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente.
Há críticas em relação às prisões feitas no dia 8 de janeiro. São justas?
Nunca vi alguém preso achar que a sua prisão é justa. Analiso as críticas construtivas, mas ignoro as destrutivas. Nenhum desses golpistas defende que alguém que furtou um notebook não possa ser preso. E eles, que atentaram contra a democracia, não podem? Os presos são de classe média, principalmente do interior, e acham que a prisão é só para os pobres. A Justiça tem que ser igual para todos.
Os críticos também dizem que as penas aos primeiros condenados foram altas.
Quem faz a pena não é o Supremo Tribunal Federal, é o legislador. O Congresso aprovou uma legislação substituindo a Lei de Segurança Nacional exatamente para impedir qualquer tentativa de golpe. Se as penas máximas fossem aplicadas em todos os cinco crimes, pegariam mais de 50 anos, mas pegaram 17 (no máximo). Se não quisessem ser condenados, não praticassem nenhum crime.
Qual é a lição que fica do 8 de Janeiro?
A primeira é impedir a continuidade dessa terra sem lei das redes sociais. Sem elas, dificilmente (os atos golpistas) teriam ocorrido de forma tão massiva. Na parte criminal eleitoral, todos os políticos, quando houver comprovação de participação, devem ser alijados da vida política, além da responsabilidade penal. Quem não acredita na democracia não deve participar da vida política do país.
‘Eu deveria ser preso e enforcado’: Moraes relata supostos planos ‘após o golpe’ de 8 de janeiro
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afirmou que os “golpistas” de 8 de janeiro teriam três planos para ele, que incluíam prisão e enforcamento.
Ele deu a declaração em entrevista ao jornal O Globo.
Disse o ministro na entrevista, sem apresentar prova alguma:
- O primeiro plano previa que as Forças Especiais do Exércit me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. O terceiro defendia a ideia de que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes.
Moraes disse que um inquérito investiga o suposto planejamento dessas ações, “com participação da Abin”, inclusive. A Agência Brasileira de Inteligência estaria monitorando seus passos “para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”.
Reportragem da Gazeta Mercantil - Tudo o que você precisa saber sobre o caso da Choquei e da Mynd8
GABRIEL DE ARRUDA CASTRO
Nos últimos dias, a morte trágica de uma jovem de 22 anos desencadeou um debate sobre a falta de responsabilidade dos perfis de fofoca na internet — muitos deles, representado por uma agência poderosa.
O assunto está em evidência desde 22 de dezembro, quando Jéssica Canedo tirou a própria vida depois de uma publicação mostrar uma suposta conversa íntima entre ela e o humorista Whindersson Nunes.
Desde então, a página de fofocas Choquei e outras publicações semelhantes têm sido acusadas de contribuir para a tragédia.
Nós preparamos um pequeno guia sobre o caso e suas repercussões.
O que é a Choquei?
A Choquei é uma publicação de fofocas criada em 2014. O veículo não tem um site próprio: todo o conteúdo é divulgado no Instagram, no X (antigo Twitter) e no TikTok. A Choquei não costuma apurar; apenas publica informações de terceiros. Em entrevista ao podcast Flow em 2022, o criador da página afirmou que a equipe da Choquei tem dez pessoas. A página se beneficia da agilidade e da superficialidade para atrair audiência nas redes sociais.
Em 3 de janeiro, a Choquei tinha 20,5 milhões de seguidores no Instagram, 6,7 milhões no Twitter e 2,5 milhões no TikTok.
Quem criou a página Choquei?
A página foi criada por Raphael Sousa, de Goiânia. Ele é formado em publicidade e começou a publicar informações sobre os famosos em um perfil no Instagram dez anos atrás.
O que aconteceu no caso de Jéssica Canedo?
Em 18 dezembro, a página Garotx do Blog, que foi criada em 2019 e hoje tem 1,2 milhão de seguidores no Instagram, publicou imagens que mostrariam um flerte entre o humorista Whindersson Nunes e Jéssica Canedo.
A garota, que não faz parte do mundo das celebridades, morava no interior de Minas Gerais. A Choquei e outras páginas de fofoca republicaram a informação divulgada pelo perfil Garotx do Blog.
Whindersson veio imediatamente a público negar a informação. A mãe da garota, Inês Oliveira, também publicou um vídeo apelando para que o material fosse removido. "Eu estou aqui, como uma mãe, pedindo pelo amor de Deus, gente, parem de postar isso", disse ela. Ela afirmou que a filha havia tentado se matar quatro vezes em 2023. Mas a notícia falsa continuou no ar.
Quem era Jéssica Canedo?
Jéssica Vitória Canedo tinha 22 anos e morava em Coromandel, uma cidade de 28 mil habitantes. Ela sofria de depressão. Logo que as publicações envolvendo o nome dela e o de Whindersson Nunes vieram a público, ela pediu que as pessoas parassem de compartilhar as postagens e disse que nem mesmo conhecia Whindersson. "Essas conversas podem até ser verdadeiras, mas quem estava conversando com ele não era eu", ela escreveu.
Raphael Sousa, o criador da Choquei, ironizou o tamanho do texto postado por Jéssica: "Avisa pra ela que a redação do ENEM já passou. Pelo amor de Deus!".
Quem é o dono da página Garotx do Blog?
A página que publicou o diálogo falso entre Whindersson e Jéssica é mantida por Gabriel Alves Maximino, que tem 25 anos e mora em Rondonópolis (MT).
A publicação já tem um histórico problemático. O perfil nasceu em 2019 com a identificação "joseloretosafado", que dizia ter informações de bastidores da TV Globo e publicou uma série de acusações, nunca comprovadas, contra o ator José Loreto.
Ainda em 2019, o perfil mudou de nome e passou a se chamar Garotx do Blog. As publicações têm um perfil semelhante ao da Choquei. Gabriel ainda não se pronunciou sobre o caso.
Como a Choquei reagiu ao caso?
Em seu primeiro pronunciamento sobre o caso, a Choquei emitiu um comunicado assinado pela advogada Adélia Soaes. "O perfil Choquei, por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer aos seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil. Cumpre esclarecer que não há responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas", dizia o texto. A primeira nota foi apagada e substituída por outra, em que a Choquei admitiu que a notícia era falsa e que Raphael Sousa foi ouvido pela Polícia Civil de Minas Gerais.
Qual é a relação do caso com a agência Mynd8?
A Mynd8, que se apresenta como a principal agência de influenciadores do Brasil, mantinha um contrato com a Choquei até dezembro de 2021. Já a página Garotx do Blog e outros perfis de fofoca, como o Alfinetei, continuaram a integrar a rede da Mynd8 até o episódio envolvendo Jéssica e Whindersson. A agência se encarrega de negociar patrocínios para as páginas, além de desenhar uma estratégia de atuação conjunta para favorecer os artistas representados pela empresa, como Luíza Sonza, Pabllo Vittar e Lexa.
Quem são os donos da Mynd8?
Os sócios da agência são a cantora Preta Gil e os empresários Carlos Scappini e Fátima Pissarra. Fátima, em especial, costuma representar a empresa em eventos e entrevistas.
Quem é Fátima Pissarra?
Rosto mais conhecido da Mynd8, Fátima Pissarra se formou em jornalismo na Universidade Federal de Santa Catarina e em Psicologia na Universidade Ibirapuera. Ela já trabalhou na Nokia e foi diretora de operações da Vevo, serviço de hospedagem de vídeos. Nesta função, Fátima passou a ter contato direto com artistas. A aproximação com Pabllo Vittar, em especial, ajudou a abrir portas no meio e formar um casting influente. A Music2 (embrião da Mynd8) foi fundada em 2012, por Fátima Pissarra e pelo publicitário Ricardo Marques.
Como a Mynd8 reagiu à morte de Jéssica?
A empresa divulgou uma nota em que afirma não ter controle sobre o conteúdo publicado pelas páginas que agencia. Em 3 de janeiro, a página da Mynd8 saiu do ar. Fátima Pissarra ainda não deu declarações públicas sobre o caso.
Qual é a relação da Choquei com o PT?
O perfil da Choquei é um dos 497 seguidos pelo presidente Lula no Instagram.
Uma reportagem da Revista Piauí também mostrou que Raphael Sousa costuma trocar mensagens com a primeira-dama Janja Lula da Silva. Janja chegou a mandar fotos dos bastidores de um debate presidencial para serem publicadas pela Choquei. A primeira-dama costumava interagir com a página nas redes sociais.
Em 2022, Janja interagiu com publicação da Choquei
Além disso, um dos administradores da Choquei foi convidado para um café da manhã do presidente Lula com influenciadores digitais em fevereiro desde ano. Júnior Silva publicou imagens em que aparece com Lula e Janja no Palácio da Alvorada.
Júnior Silva, da Choquei, com Janja no Palácio do Planalto. Foto: Reprodução
Júnior Silva, da Choquei, com Janja no Palácio do Planalto. Foto: Reprodução
Lula se encontrou com representante da Choquei em fevereiro de 2023. Foto: Reprodução
Lula se encontrou com representante da Choquei em fevereiro de 2023. Foto: Reprodução
O que pode acontecer com os responsáveis pela notícia falsa?
O caso está sob investigação da Polícia Civil de Minas Gerais. As páginas que publicaram a notícia falsa podem responder pelo crime de difamação. Em tese, também é possível que os policiais encontrem indícios de incitação ao suicídio. Mas, neste caso, precisaria haver evidências de que Jéssica foi diretamente incentivada a tirar a própria vida.
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Câmara de SP vai investigar padre Lancelotti
O padre é velho e polêmico conhecido. Em 2007, esteveenvolvido num escandaloso caso de pagamento para sexo com um ex-interno da Febem. Ele sumiu alguns anos e agora reapareceu com força. CLIQUE AQUI para saber como foi o caso.
A Câmara Municipal de São Paulo abrirá uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar organizações não governamentais (ONGs) que atuam na região da Cracolândia, nome popular que é dado a uma região no centro da capital paulista ocupada por usuários e dependentes de drogas.
O autor da proposta é o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), um dos cofundadores do Movimento Brasil Livre (MBL). Ele colocou como foco principal da CPI a atuação do padre esquerdista Julio Lancellotti. Também será alvo dessa CPI o movimento A Craco Resiste.
Em suas redes sociais, o vereador Rubinho Nunes escreveu que o padre Julio Lancellotti e “muitos outros lucram politicamente com o caos instaurado na Cracolândia”. “A CPI que estou instaurando na Câmara Municipal de São Paulo vai investigar toda essa máfia da miséria que se perpetua no poder através de ONGs esquerdistas.”