Artigo, Guilherme Baumhardt - Uma necessária perda de tempo

Deputados do Rio Grande do Sul aprovaram uma proposta que torna mais difícil alterar símbolos do Estado, tais como bandeira, brasão e, claro, o hino. Mérito dos que votaram a favor e, principalmente, do deputado Rodrigo Lorenzoni, que encampou a ideia. Mas, com tantos problemas a serem enfrentados, a pergunta mais óbvia é: precisaríamos mesmo gastar tempo e energia debatendo e votando projetos assim? De maneira curta e grossa, sim, precisamos.


Temos uma educação pública distante da ideal. A chuva que desaba sobre o Estado há alguns dias passará caprichosamente por córregos e rios até chegar ao oceano, porque não temos barragens e açudes em número suficiente para reter a água para a safra de verão, evitando assim perdas econômicas. Faltam rodovias duplicadas em solo gaúcho e a falta de infraestrutura impede o desenvolvimento de algumas regiões. Poderíamos elencar aqui inúmeros outros problemas e desafios, mas, ainda assim, a proteção dos nossos símbolos é, sim, uma batalha necessária.



Reescrever a história é uma estratégia antiga da esquerda. Em uma época em que não havia Photoshop, o tirano Josef Stalin (além dos assassinatos em massa) se notabilizou por editar fotos e registros históricos, apagando personagens que, na opinião dele, não eram dignos de memória. Não precisamos ir tão longe. Em Porto Alegre, alguns anos atrás, um grupelho de vereadores esquerdistas tentou alterar o nome da avenida Castelo Branco, um herói de guerra, que integrou a FEB (Força Expedicionária Brasileira) e combateu as forças nazifascistas na Europa, na 2ª Guerra Mundial. Por muito pouco não conseguiram.


Querem mais? Pergunte a um esquerdista o nome da ponte do Guaíba e muito provavelmente a resposta será “Travessia Getúlio Vargas”. Mentira. Trata-se da Travessia Régis Bittencourt. A confusão (proposital) foi gerada por Leonel Brizola, que rebatizou uma estrutura federal, sem que ele, Brizola, tivesse poder para isso. O caudilho era governador, e não presidente da República – graças a Deus!


O hino do Rio Grande do Sul não é racista. É preciso muita limitação (e um desejo incontrolável de lacração) para não entender a mensagem que há na estrofe “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. Se no Brasil a escravidão tem ligações diretas com afrodescendentes, isso não é regra geral na História. A origem da palavra slave (escravo em inglês) vem de “eslavo”, e remonta à população (de pele clara) que habitava a Europa Ocidental e foi escravizada por muçulmanos, no século IX d.C. Não vamos parar por aí. Judeus foram escravizados no Egito e durante o Império Romano escravos eram trazidos de quase todas as regiões da Europa.



Durante décadas a esquerda deitou e rolou no Brasil. Os vermelhos gritavam e, para evitar conflito e incômodo, o outro lado não oferecia resistência. Foi assim que eles passaram a dominar segmentos importantes do serviço público, construíram uma espécie de supremacia nos meios acadêmicos e hoje possuem um poder indesejável sobre o aparato estatal. Por isso é tão necessário dispensar força em um debate aparentemente sem sentido, sobre o hino do Estado. Para evitar que eles, da patota de esquerda, reescrevam a história da maneira que eles gostariam de contar. Felizmente esta turma hoje não fala mais sozinha.

Microentrevista com deputado Capitão Martim, Republicanos do RS

No Brasil existem 433 escolas no modelo cívico-militar. No Rio Grande do Sul, segundo estado que mais implantou o modelo, há 43 escolas em diferentes regiões. 

MICROENTREVISTA
Deputado Capitão Martim, Republicanos
Prfsidente da Frente Parlamentar em Apoio à Adesão e Manutenção de Escolas Cívico-Militares

O que foi que deu no governo do PT para acabar com as escolas cívico-militares ?
É uma decisão vingativa contra os avanços da administração Bolsonaro ao encerrar o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim).

Os governos estaduais, que também implementam escolas semelhantes, como RS, foram consultados ?
A decisão de acabar com o programa foi informada aos secretários estaduais de Educação por meio de ofício enviado na última segunda-feira, dia 10.

E os fundamentos da decisão ?
Como todos sabem, a meta desse desgoverno Lula é desconstruir todos os avanços iniciados por Bolsonaro e balizar o ensino por baixo para disfarçar sua incompetência e falta de investimentos. A verdade é que não há interesse em qualificar o ensino para continuar empurrando suas ideologias distorcidas e corromper nossos jovens.

No RS, o programa acaba ou não acaba ?
“Aqui no Rio Grande do Sul esse Projeto não vai acabar! Em conjunto com o Zucco iniciamos as tratativas há algum tempo e tivemos a garantia do governador Leite, do vice Gabriel Souza e do secretário da Casa Civil Artur Lemos. Estão comprometidos em decretar a manutenção das escolas cívico-militares em nível estadual, independentemente dos desmandos da esquerda.



Como votaram

 SIM (18)

Airto Ferronato (PSB)

Alexandre Bobadra (PL)

Alvoni Medina (REP)

Cláudia Araújo (PSD)

Comandante Nádia (PP)

Conselheiro Marcelo (PSDB)

Fernanda Barth (PODE)

Gilson Padeiro (PSDB)

Idenir Cecchim (MDB)

José Freitas (REP)

Lourdes Sprenger (MDB)

Moisés Maluco do Bem (PSDB)

Márcio Bins Ely (PDT)

Monica Leal (PP)

Nereu DÁvila (PL)

Pablo Melo (MDB)

Paulo Brum (PODE)

Psicóloga Tanise Sabino (PTB)


NÃO (16)

Aldacir Oliboni (PT)

Biga Pereira (PCdoB)

Cassiá Carpes (PP)

Claudio Janta (SD)

Engº Comassetto (PT)

Fran Rodrigues (PSOL)

Giovani Culau e Coletivo (PCdoB)

Jesse Sangalli (Cidadania)

Jonas Reis (PT)

Marcelo Sgarbossa (sem partido)

Mari Pimentel (NOVO)

Pedro Ruas (PSOL)

Prof. Alex Fraga (PSOL)

Ramiro Rosário (PSDB)

Roberto Robaina (PSOL)

Tiago Albrecht (NOVO)

PGR inocenta Zucco

 A denúncia feita ao ministro Alexandre de Moraes, STF, contra o deputado federal Luciano Zucco, foi fulminada pela PGR, ontem, que desconsiderou a denúncia de que o parlamentar gaúcho teve participação nos atos de vandalismo do 8 de janeiro em brasília.

O deputado foi indicado como  suspeito de ter patrocinado e incentivado os ataques às sedes dos Poderes, tanto em Porto Alegre quanto em Brasília.

Em seu parecer, a vice-procuradora da PGr, Lindôra Araúja, destaca que as postagens do deputado incentivando pessoas a irem para a frente dos quartéis e contra o resultado das eleições de 2022 já são objeto de outra ação e não haveria razão para a continuidade de outra investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF):

- Desse modo, por se tratar de fatos já examinados na Petição 10.685/DF e relacionados ao mesmo contexto fático das investigações nela realizadas, em que, inclusive, o Ministério Público Federal pede o arquivamento dos autos, a Procuradoria-Geral da República manifesta-se pelo não prosseguimento desta petição, com o arquivamento do feito.