Toda e qualquer decisão do governo Bolsonaro é
imediatamente rebatida e contestada pela esquerda oposicionista. Falar assim é
usar lançar mão de um pleonasmo porque toda a esquerda é oposicionista. Não
existe hoje no Brasil qualquer esquerda situacionista.
Seja em relação aos pardais das rodovias, ao aumento dos
pontos de 20 para 40 para a perda da habilitação para dirigir, a substituição
da multa por advertência relativamente ao uso da cadeirinha infantil nos
automóveis, a inúmeros pontos da reforma da previdência, à negativa de
“articular” com os congressistas, a escolha do primeiro escalão sem o toma lá
dá cá, a querer desestatizar o país, a permitir o direito constitucional à
legítima defesa, a promover a liberdade do cidadão em decidir se quer ou não
contribuir para algum sindicato, até chegarmos ao décimo terceiro “salário”
para o bolsa-família ou à nomeação do Eduardo para embaixador brasileiro nos
Estados Unidos, em tudo a esquerda vislumbrapossibilidades de virem a ocorrer
problemas e se preocupa que o Bolsonaro não erre alertando-o imediata e
ruidosamente.
Cheguei a esta brilhante conclusão porque não consigo
imaginar que a oposição, vendo a montanha de decisões erradas do Bolsonaro não
ficasse quieta esperando pelo retumbante fracasso de seu governo e
oescancaramento das portas para o retorno consagrador das esquerdas ao poder.
Só fico um pouco em dúvida quando lembro do Paulinho da
Força dizendo que era preciso aprovar uma reforma da previdência que não
permitisse a reeleição do Bolsonaro, ou a afirmação do deputado Gervásio Maia,
do PSB da Paraíba, no plenário da Câmara: “Nós vamos trabalhar, até os últimos
instantes, para desidratar esta reforma”. O Brasil que se exploda.
Ou a esquerda está procurando ajudar Bolsonaro avisando
sobre as consequências de possíveis decisões erradas, ou tem certeza de que as
decisões do Bolsonaro estão corretas.
Será que eles estão vendo que as decisões do Bolsonaro
podem alavancar a economia, fazer o país voltar (finalmente) a crescer,
enriquecer um pouco mais a população proporcionando grande quantidade de novos
investimentos com os consequentes empregos e, para sua desgraça, reelege-lo
para mais um mandato garantido um sucessor por mais uns quantos anos?
E quantoao restante da oposição não declaradamente de
esquerda?
O raciocínio é exatamente o mesmo, com um agravante de
que querem atribuir a si as inciativas que não propuseram antes do governo
Bolsonaro. Exemplo mais deprimente, no meu ponto de vista, é a insistência do
Rodrigo Maia, deplorável figura, em atribuir a si mesmo o mérito pela aprovação
da PEC da Previdência.
Enquanto continua atacando Bolsonaro, recebe como
resposta o aplauso deste pelo seu empenho e liderança no Congresso. Nem teve a
honradez de lembrar Bolsonaro e Guedes em seu discurso pós aprovação da PEC em
primeiro turno, enquanto ambos o parabenizaram pelo feito. Isto me faz imaginar
um rato de peruca gritando: “olhem pra mim, eu sou o leão”.
Bolsonaro está certo em quase tudo e até mesmo a nomeação
do Eduardo para a embaixada nos Estados Unidos deve ter uma razão muito forte
senão não estaria sendo tão criticado. Afinal, sua derrota é a vitória dos seus
oposicionistas e detratores.
O autor é diretor da FJacques - Gestão através de Ideias
Atratoras, empresa coirmã da Selcon Consultores Associados – MS Francisco
Lumertz (Professor Chicão), Porto Alegre, e autor do livro “Quando a empresa se
torna Azul – O poder das grandes Ideias”.