Marchamos, inapelavelmente, para um nível de decadência moral da sociedade brasileira cujo limite de retorno é incerto, senão, até mesmo, impossível. Por mais que queiramos ser otimistas- e me incluo entre estes- mais e mais o que vimos é o fluir de um processo avassalador de desconstrução integral dos pilares de moralidade que sustentam uma civilização.
Os chamados pesos e contrapesos institucionais, que servem para contrabalançar desvios autoritários de condutas, parecem ter sido esquecidos( ou se tem omitidos), justo no momento em que mais precisaríamos de sua interação e/ou intervenção.
Nações que outrora ocupavam o pódio entre as mais civilizadas- Europa, com raras exceções, e os Estados Unidos da América, entre elas - hoje sucumbem à tirania de usurpadores de plantão, num processo inexorável de mergulho numa decadência social, ética e moral. Buscar a verdade, pesquisá- la que seja, tem sido um exercício intolerado mesmo dentro das chamadas repúblicas democráticas, como no Brasil.
O governo arbitrário, a opressão, a perseguição a indivíduos que simplesmente tornam públicas suas inquietações e fazem questionamentos, parecem normais - pior ainda - justificáveis ou até...inevitáveis ou, necessários.
Mesmo quando as raras instituições que ainda restam se insurgem contra a tirania estabelecida, são desprezadas, senão que caladas, e seus integrantes perseguidos e aprisionados, ou física, ou intelectualmente. Diante desse quadro, e quando ao homem comum é negado o direito constitucional de espernear, de reagir contra as injustiças e ataques ao estado democrático de direito oriundos de instituições públicas( o STF, a principal), é porque já ultrapassamos o limite que nos separava do campo da barbárie e do totalitarismo assassinos.
A esperança, tênue, é verdade, mas que pode nos salvar da barbárie para a qual caminhamos pelos "progressistas" e seus aliados judiciais, está diretamente lincada à crescente e sólida irressignação do nosso povo que, afinal, parece ter sido tomado de consciência de seu poder e que só ele é que poderá desencadear o que seja a "salvação da lavoura". É o que (observo à distância), começa a tomar corpo. Torçamos para isso. O Brasil não pode se tornar a tirania que uns pretendem que seja. Não podemos permitir que a barbárie seja o destino desta que tem a vocação para ser uma grande nação.
Sílvio Lopes, jornalista, economista e palestrante.