A consultoria Eurasia divulgou um relatório em que prevê
chance "de 60 a 70%" de Bolsonaro alcançar o 2º turno, dois dias
depois do ataque contra o candidato em Juiz de Fora.
De acordo com a consultoria, o evento "reforça as
chances" do candidato do PSL. "Como tal, estamos aumentando as
chances dele de chegar a um segundo turno de 60% a 70%", analisa.
O texto continua, alegando que Bolsonaro já apresentava
bons números nos estágios iniciais da campanha e que, ao contrário do previsto,
seu apoio não derreteu após o início da campanha na televisão: ao contrário,
manteve-se estável nos 22% de acordo com levantamento da XP Investimentos.
"O ataque, no entanto, reforçará a posição de
Bolsonaro em algumas frentes diferentes. Primeiro, aprofundará um ambiente
político já altamente polarizado, caracterizado por níveis profundos de
desconfiança pública em relação às principais instituições políticas, incluindo
a mídia (…). Este evento irá atuar para mobilizar ainda mais sua base",
diz o relatório.
Alckmin perde
A Eurasia cita ainda dois outros grandes motivos para
aumentar as chances de Bolsonaro. O primeiro deles seria a exposição midiática
da figura do candidato, tempo que compensaria os parcos 8 segundos no horário
eleitoral. O segundo é a incapacidade de Geraldo Alckmin — que luta por votos
importantes no mesmo espectro ideológico do capitão — em desconstruir e
criticar o candidato, ao menos enquanto ele estiver internado.
"Como resultado, a probabilidade de Bolsonaro vencer
em nossa escala de chances aumenta de 26% para 31%, e as chances de vitória de
Alckmin caem para 13%. Isso também altera as chances de nossa categoria de
candidatos", avalia a Eurasia.
Haddad pode perder 2o turno
A Eurasia avalia que o candidato Fernando Haddad —
atualmente vice na chapa encabeçada por Lula — ainda mantém 60% de chegar ao 2º
turno das eleições. A consultora considera que "os níveis de identificação
do eleitor com o PT estão em alta, os números de Lula são fortes, então a estrada
para ele [Haddad] crescer dentro da base do PT provavelmente não será impactada
tão fortemente (…)". Contudo, o ataque a Bolsonaro muda o cenário de um
segundo turno entre os dois candidatos.
"Em vez de entrar no segundo turno com uma taxa
maior de rejeição, Bolsonaro pode estar em uma posição mais forte para
enfrentar o PT em um 2º turno se ele não tivesse sido atacado. (…) Dado o tempo
até o segundo turno e o fato de o PT ter se fortalecido nas pesquisas no mês
passado, porém, seria prematuro levantar as chances de Bolsonaro nesse
jogo", conclui a análise.