É chato bater sempre na mesma tecla. Mas não tem jeito. Parece que os "analistas" não viram numa coisa: o Grêmio, com menos de um mês e meio de trabalho na temporada, tem fôlego para correr os 90 minutos. O fato ganha destaque se comparamos com o ano passado, quando lá pelos 15 do 2º tempo o time se arrastava em campo. O fator principal é que hoje o time tem organização, cada um sabe o que deve fazer em vez de correr feito maluco. Uma coisa é um time organizado: gasta menos energia. Outra é um amontoado sem um plano, como no ano passado. Some-se a isso o retorno de Rogerinho, baita preparador físico (que nunca deveria ter saído do clube). Ou seja, a condução da equipe em 2025 está bem mais racional do que nos anos anteriores.
Então há duas teclas para bater (de leve!). Uma é a omissão (ou incompetência) da imprensa, que parece alheia ao que ocorre em campo e não faz uma análise minimamente satisfatória dos fatos. Fala o que lhe convém (e forma opinião...). A outra é o "amadorismo" (y otras cositas) que devastou o Grêmio nos últimos anos. E como demolir leva muito menos tempo que construir, não se sabe "quando" nem "se" o Grêmio vai recuperar por completo o prejuízo e voltar a ser uma equipe "top".
Só mais uma tecladinha. O Gre-Nal foi o primeiro e até agora único teste verdadeiro para o time do Grêmio. Deixou evidente que a equipe não vai a lugar nenhum se não contratar zagueiros de qualidade. Dos que estão chegando não posso falar. Dos atuais posso dizer que não têm intimidade com a bola. Jemerson, por exemplo, durante o Gre-Nal inteiro, livrava-se da bola passando lateralmente para Viery, que estava marcado de cima por Wanderson, bem instruído este por seu técnico. Outro sintoma do mesmo mal foi a bola nunca chegar no ataque: aquele foi um sábado de folga para Braithwaite... E os guris da crônica não viram...
Mas a teclada é esta: iniciar o ano sem zagueiros adequados ao suposto projeto do clube só reflete a falta de planejamento. Foram dois anos perdidos: 2023-2024. Marcando bobeira sem preocupação com o futuro. E não me venham falar que ganhou Gauchões, que isso é muito medíocre para quem já foi campeão do mundo.
Digo pela 102ª vez: em 2023 o Grêmio jogou no lixo o título nacional. E em 2024 quase foi rebaixado. Tinha potencial de sobra para ser campeão em 2023: faltaram só 2 pontinhos, sendo que perdeu dezenas de pontos para as nabas do campeonato (tendo no time o extraclasse Suárez, sempre subaproveitado). E em 2024 era exigível que fizesse pelo menos uma campanha honrosa. E foi um tremendo fiasco.
Mas a vida continua. Vêm as semifinais do Gauchão 2025. Acabou a fase de testes. Cada jogo será uma decisão, com a "variável" do fator local: num embate de ida e volta, o segundo jogo será fora de casa. A notícia boa para a torcida tricolor é que o Grêmio é a equipe com maior perspectiva de crescimento: com reforços chegando, com a evolução do condicionamento físico e da produção coletiva do grupo graças ao treino técnico-tático, em algumas semanas o desempenho da equipe, provavelmente, será outro. Se vai ou não reverter o atraso decorrente da falta de planejamento antes da final, isso é o que veremos nas próximas 4 rodadas.