Livro de Memórias

   Morando numa pensão de estudantes na Rua Mostardeiro 483, a JUC3, eu já estava sem dinheiro algum do total de pequenas reservas que trouxe no dia 31 de março de 1964, quando saí às pressas de Florianópolis para uma improvável resistência em Porto Alegre, tudo no âmbito de uma viagem que deveria durar alguns dias e que  nunca mais acabou, passados quase 60 anos.

     Saí para pegar emprego, cavalgando num dos bondes da Carris que se arrastavam entre o bairro Moinhos de Vento e o Centro Histórico. 

      Minha primeira parada foi numa agência bancária da rua José Montaury, mas depois da entrevista saí convencido de uma vez por todas que teria que seguir minha vocação e trabalhar no jornalismo.

      E foi o que fiz pelas mãos de um velho conhecido das minhas idas e vindas por jornais diários de Florianópolis, no caso o Jornalista João Souza. 

      E assim cruzei as portas e subi as escadas para o mezanino que me conduziram até a mesa do Chefe de Reportagem, um truculento Delegado de Polícia, o também Jornalista Wuilde Pacheco, que distribuía as pautas da tarde para a turma da reportagem. Eu recebia recortes da Folha da Tarde, o jornal vespertino da Caldas Júnior, dona também do Correio do Povo, e saía em busca de notícias novas ou de complementos (suítes). Wuilde Pacheco trabalhava com uma metralhadora em cima da mesa.

       Eram tempos de regime militar - e de férrea censura de imprensa.

       O jornal era a Zero Hora, que foi criado no dia 4 de maio de 1964 pelo Jornalista Ary de Carvalho, homem de confiança que Samuel Wainer mandou para Porto Alegre fundar o diário Última Hora. e que até o dia 1o de abril defendia com unhas e dentes o Governo João Goulart. Ary de Carvalho mudou a linha editorial para apoiar o novo regime, mas depois de um mês e meio teve que mudar também o nome do jornal e buscar novos sócios.

Prefeitura de Gravataí entrega mais uma etapa do projeto Novo Centro

Prefeito irá reinaugurar a praça Leonel Brizola, em frente ao Hospital Dom João Becker, o Quiosque da Cultura e dar início à revitalização asfáltica das vias do Quadrilátero Central


O prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, entrega nesta quarta-feira (13), às 19h, mais uma etapa do projeto Novo Centro. Trata-se da revitalização da praça Engenheiro Leonel de Moura Brizola, conhecida como Praça do Quiosque, em frente ao Hospital Dom João Becker. O espaço ganhou novo pavimento, paisagismo, rede de esgoto e iluminação mais moderna e eficiente. O Quiosque da Cultura, área para apresentações e exposições artísticas instalado no local, também foi repaginado. Na mesma solenidade, o prefeito assinará ordem de início da revitalização asfáltica de todas as ruas que compõem o Quadrilátero Central (Anápio Gomes, José Loureiro da Silva, Doutor Luiz e Coronel Sarmento).


A obra na praça, que inclui acessibilidade, foi executada entre junho e dezembro pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos em parceria com a Secretaria Municipal de Obras Públicas e a Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Lazer. O investimento foi de R$ 500 mil. A revitalização ajuda a melhorar a circulação viária no chamado Quadrilátero Central, principalmente pelas novas calçadas, que trazem maior segurança e mobilidade para os pedestres. O Quiosque da Cultura também voltará a ser usado pela comunidade. Na solenidade, inclusive, será instalada uma placa em homenagem ao arquiteto equatoriano Gustavo Arrata, que fez o projeto arquitetônico em 1973.


A iniciativa está inserida no projeto Novo Centro, que tem o objetivo de modernizar os espaços públicos, estimular o comércio, oferecer novas opções de lazer e melhorar a mobilidade urbana. Entre as ações estão a construção do Mercado Público, ainda em obras. A estrutura terá espaço para 24 lojas, entre açougues, peixaria, administração, espaço cultural com palco para apresentações voltado para o estacionamento com 144 vagas. No segundo piso haverá uma área para feiras e eventos, copas e terraço.


Outra iniciativa que está em andamento no Centro é a implementação da Rua Coberta, entre as praças da Bíblia e Dom Feliciano, que serão totalmente revitalizadas. A Rua Coberta terá espaço para cerca de 30 empreendimentos gastronômicos e comerciais, além de um palco multiuso e área para lazer.


“Gravataí é uma das melhores cidades do Rio Grande do Sul para investir e trabalhar. Estamos investindo também na qualificação dos espaços públicos em vários bairros, implementando o projeto do Novo Centro e criando novas opções de lazer e entretenimento para que seja, ainda mais, um ótimo lugar para se viver, com as marcas da qualidade de vida e da segurança”, destaca o prefeito Luiz Zaffalon.


Estudo divulgado pelo Hospital Moinhos de Vento indica alta prevalência de sífilis em Porto Alegre

Dados encontrados pela pesquisa apontam que os números reais são superiores às taxas de notificação oficiais

Em um intervalo de dois anos – entre agosto de 2021 e outubro de 2023 –, o estudo SIM, liderado pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Ministério da Saúde via Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), identificou que a taxa de pessoas com sífilis ativa em Porto Alegre foi de 3,74%. Isso corresponde a 1.870 casos a cada 100 mil habitantes por ano – muito superior às taxas de notificação oficiais. Os resultados do projeto foram divulgados pelo Hospital nesta segunda-feira (11). 

O SIM –  Saúde, Informação e Monitoramento de IST – é um ensaio clínico randomizado que visa avaliar duas estratégias diferentes para aumentar a adesão ao tratamento e ao monitoramento da sífilis. Uma delas usa a técnica de gamificação por meio de um jogo. A segunda se dá via ligações telefônicas. Os participantes recebem lembretes para realizarem as doses de penicilina, fazer exames de acompanhamento e informar parceiros. As duas intervenções são comparadas ao tratamento convencional na unidade de saúde. Foram convidados a participar do estudo pessoas com teste confirmatório para sífilis reagente.

Para encontrar essas pessoas, as equipes realizaram testagem da população de Porto Alegre. Os testes eram aplicados em uma unidade móvel, alocada em áreas de grande circulação – como o Centro Histórico e o Parque da Redenção, com acesso espontâneo dos participantes. Além de responder um questionário, eram submetidos a testes de sífilis, de HIV e das hepatites B e C. Se o resultado fosse positivo para sífilis reagente (ou seja, aponta que já houve contato com a sífilis ou que o vírus está ativo), as pessoas realizavam a coleta de sangue para confirmação do diagnóstico e a primeira dose de penicilina já no local. 

Durante o período do estudo – entre agosto de 2021 e outubro de 2023 – foram realizados 10.878 testes de sífilis, HIV e hepatites B e C. Entre os testados, 55,7% eram mulheres. O percentual de testes rápidos reagentes para sífilis foi de 14,3%. Das 10.878 pessoas, 1.559 tiveram resultados reagentes positivos. A partir daí, esses indivíduos foram procurados pela equipe de pesquisa para que fizessem o exame de sangue, a fim de confirmar o resultado. No total, 1.053 pessoas passaram pela segunda etapa, resultando em 543 exames positivos. Como alguns resultados foram discordantes, as amostras foram submetidas ao teste TPHA, mais sensível e específico, que apontou 407 casos de sífilis ativa em Porto Alegre.

 


“Encontramos taxas muito altas de sífilis na população de Porto Alegre. Quando se compara com o Boletim Epidemiológico nº 86, da Secretaria Municipal da Saúde, com índices de 135,5 casos a cada 100 mil habitantes em 2021, e de 52,7 em 2022, o estudo SIM encontrou 1.870 casos por 100 mil habitantes. É um número bastante significativo, que mostra o quanto ainda não diagnosticamos a sífilis. O que vemos nos boletins é só uma ponta do iceberg”, destaca a investigadora principal do SIM, a médica epidemiologista do Hospital Moinhos de Vento Eliana Wendland.

Além disso, os dados mostram que a doença é um agravo de determinação social. “Em geral, são homens, autodenominados pretos ou pardos, das classes sociais mais baixas (C ou D-E), com menos de 45 anos, separados, divorciados ou viúvos. O uso de preservativo foi extremamente baixo entre os positivos – somente 9% disseram usar”, destaca Eliana. Como o diagnóstico de sífilis é cumulativo ao longo dos anos, as taxas de infecção entre pessoas com mais de 60 anos é alta, representando 19,3% dos testes rápidos reagentes.

"São pessoas mais vulnerabilizadas, mais pobres, pretas e pardas, com menor escolaridade, menor renda, e que acabam tendo um estigma muito grande. O uso de preservativo é baixíssimo e aí entendemos porque as pessoas continuam tendo sífilis: não conseguimos quebrar a cadeia de transmissão porque as pessoas não previnem a doença”, explica Eliana. Entre os participantes do estudo, apenas 51% completaram o tratamento. 

Para curar a sífilis, o tratamento é simples – e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Consiste em uma dose de penicilina benzetacil, que pode ser aplicada em qualquer unidade básica de saúde.


Editor consegue vitória em ação sobre política nas escolas. Saiba tudo sobre a ação.

Depois de seis anos de litigância muito dura em processo cível movido pela professora Letícia Sorio Saraiva, Colégio Marista Ipanema, Porto Alegre, o editor, mais o jornalista Glauco Fonseca e o Facebook, resultaram absolvidos das acusações de que usaram suas mídias para protestarem de modo abusivo contra o uso político das suas aulas de matemática. . As partes atacadas vão discutir a concessão da AJ. Letícia Sorio Saraiva decidiu recorrer. A professora exigiu várias liminares, inclusive censura, perdeu todas, e queria indenização de R$ 50 mil de cada parte. Não vai receber nada e a professora foi condenada a pagar honorários dos advogados e custas processuais, mas como pediu e conseguiu AJG, os ônus estão suspensos

A corajosa decisão foi tomada pelo juiz Rogério Delatorre, tudo no âmbito da 15a. Vara Cível de Porto Alegre. Na sua sentença, o magistrado grifou "que a linha tênue existente entre a liberdade de expressão e o direito à imagem/honra não foi ultrapassda pelos requeridos, Glauco e Polibio".

O editor é defendido pelo escritório Scalzilli Althaus.

CLIQUE AQUI para examinar a sentença do juiz Rogério Delatorre.
CLIQUE AQUI para ler o artigo de Glauco Fonseca, replicado no blog www.polibiobraga.com.br
CLIQUE AQUI para ler a petição inicial da professora.
CLIQUE AQUI para ler a defesa do editor de Glauco Fonseca.


Dica do editor - Será lançado, amanhã, o documentário sobre a vida de Jair Kirshcke

O documentário “Jair Krischke, Imprescindível” será lançado nesta quarta-feira, 13 de dezembro, na Casa de Cultura Mário Quintana. O filme de média metragem (32’) mostra a trajetória do líder do Movimento de Justiça e Direitos Humanos – MJDH, instituição fundada em 25 de março de 1979, quando o Brasil era comandado pelos militares. Desde então, Jair Krischke é uma referência nacional e internacional na defesa dos Direitos Humanos. Durante a ditadura, o MJDH acolheu e protegeu perseguidos políticos de todos os países da América Latina. Anos mais tarde, quando Jair recebeu a Comenda de DH Dom Hélder Câmara, no Senado, o anunciaram como "o homem que salvou 2 mil vidas".


Passadas mais de quatro décadas, Jair Krischke e o MJDH seguem atuando na defesa dos “Direitos Humanos universais, individuais, coletivos e difusos de todos os povos, populações e grupos sociais”, conforme o site da entidade. O escritório fica no centro de Porto Alegre e, entre as ações anuais do grupo, está a realização do Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo, que acaba de completar 40 edições. O documentário foi idealizado e dirigido pelo repórter cinematográfico Milton Cougo, que recebeu 13 vezes o troféu Direitos Humanos. Em 25 anos de telejornalismo é um dos repórteres cinematográficos mais premiados do Brasil. O projeto do filme começou em 2018, quando Cougo ainda atuava no setor de Comunicação da FIERGS. Em uma viagem ao Uruguai, ele acompanhou uma homenagem a Jair Krischke. A partir de então, começaram as gravações específicas para o documentário, em mais uma ida a Montevidéu e em Porto Alegre.


“Eu sou um repórter cinematográfico, assino como diretor porque idealizei e acompanhei todo o processo. Mas o filme tem a participação de muitos jornalistas que atuaram de forma voluntária”, explica o diretor. Entre eles estão Marco Antônio Villalobos, Daniele Alves e Timóteo Santos Lopes, falecido em 2022. Com o apoio dos colegas que trabalharam no roteiro, montagem e na cedência de estúdio, a produção não teve nenhum financiamento. Foi interrompida durante a pandemia e finalizada agora em 2023.


Jair Krischke, Imprescindível reúne 17 depoimentos, além do próprio biografado. Do Rio Grande do Sul, entre os nomes estão o advogado e político Omar Ferri, o jornalista Nilson Mariano e o historiador Solon Viola. Depoimentos internacionais incluem vários uruguaios: o dirigente partidário Luis Puig, as ativistas Belela Herrera e Lilian Celiberti e o biofísico Juan Cláudio Benech. Do Chile, participa o deputado constituinte Hugo Gutierrez. Todos os entrevistados têm em comum a defesa dos Direitos Humanos, alguns foram presos e perseguidos pela ditadura ou são familiares de pessoas salvas pelo MJDH. O documentário foi apresentado em outubro, em Montevidéu, em evento organizado pela UITA- União Internacional de Trabalhadores da Alimentação.


Governo libera dinheiro para Alcolumbre e ele agenda sabatinas conjuntas para Dino e Gonet

Manobra canalha de David Alcolumbre e seus sequazes, impõe sabatina conjunta para facilitar aprovaçao oblíqua de Flávio Dino. O favor de Alcolumbre a Lula já foi retribuído, segundo o Estadão: “Nos três dias seguintes [ao agendamento das sabatinas], o governo liberou R$ 73,9 milhões de reais para o Amapá. Em um só dia, na quinta-feira, 30, o governo federal empenhou, isto é, reservou para pagamentos, R$ 55,4 milhões. É o quarto dia com mais empenhos federais para o Estado do Norte em todo o ano de 2023 até esta quarta-feira, 6, última data disponível no sistema”.

A Transparência Internacional – Brasil criticou o formato definido pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, Davi Alcolumbre, para a sabatina da Super Quarta com Paulo Gonet e Flávio Dino. Denuncia a entidade:

- A inédita sabatina conjunta de PGR [procurador-geral da República] e ministro do STF [Supremo Tribunal Federal] é um completo ‘faz de conta’ de controle do Legislativo às nomeações do Executivo. Só carimba aquilo que já está negociado a portas fechadas e sabota a chance de a sociedade conhecer verdadeiramente os indicados a postos de grande poder. Perde mais uma vez a democracia”, afirmou a TI no X, ex-Twitter, ao comentar matéria da Folha sobre o tema. 


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