Um resumo do perfil do eleitor em 2018


Em outubro teremos eleições gerais no país, quando 147,3 milhões de eleitores irão escolher o novo presidente, além de governadores, senadores e deputados federais e estaduais. O 1º turno será realizado em 07 de outubro e o 2º turno deverá ocorrer no dia 28 do mesmo mês. Dada a relevância do evento, é interessante conhecer alguns detalhes sobre o eleitorado brasileiro e sua evolução desde a última eleição geral. Para tanto, utilizamos alguns dos dados recentemente publicados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Atualmente, 147,3 milhões de pessoas estão aptas a votar, 4,48 milhões a mais do que no pleito de 2014. São 5.570 municípios no Brasil e mais 171 cidades fora do país, em que brasileiros cadastrados também poderão votar. O município de São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, seguido por Rio de Janeiro e Brasília. Fora do país, Boston é a cidade com maior número de brasileiros aptos a votar, 35 mil.
Regionalmente, houve pouca variação desde a última eleição geral. Vale notar que duas regiões concentram 70% dos eleitores: a região Sudeste tem 43% dos eleitores, seguido pela região Nordeste, com 27% dos eleitores.
Em relação à última eleição, o número de eleitores da região Sudeste cresceu em 1,8 milhão. No entanto, o maior crescimento proporcional foi registrado na região Norte, com alta de 6,8% no número de eleitores, isto é, pouco mais de 732 mil. Dessa forma, proporcionalmente, as regiões Nordeste e Sudeste perderam participação, com aumento relativo das regiões Norte e Centro-Oeste. Esses movimentos são modestos.
Em relação aos colégios eleitorais por estado, há grande variação em tamanho. São Paulo, por exemplo, concentra 33 milhões de eleitores e é o maior colégio eleitoral, praticamente do mesmo tamanho que a soma das regiões Sul e Norte. Em seguida vem Minas Gerais, com 15,7 milhões de eleitores (10,6% do total). O estado com menor número de eleitores é Roraima, com 0,23%, ou seja, 331 mil. O mapa a seguir ilustra essas variações.
Por faixa etária, 57% dos eleitores têm até 44 anos, isto é, 83,8 milhões de pessoas. Os eleitores homens são mais jovens em sua maioria, refletindo a composição etária da população. Ainda assim, notamos envelhecimento dos eleitores: em 2014, esse mesmo corte representava 59,3% do eleitores.
Neste ano, são 860 mil eleitores a menos na faixa até os 20 anos. Enquanto na faixa de 35 a 64 anos houve um aumento de 5,1 milhões de eleitores. Entre os eleitores com mais de 65 anos, houve aumento de 2,3 milhões. Esses dados apenas refletem o processo de envelhecimento da população, tendência que deve se aprofundar nos próximos anos.
Em relação à escolaridade dos eleitores, uma ressalva importante é que esses dados são informados no momento de cadastro, portanto podem estar desatualizados. É verdade que o cadastramento biométrico atualiza esses dados, mas em alguns municípios relevantes o cadastro ainda não foi obrigatório, portanto, a atualização ainda pode estar incompleta.
Houve uma queda de 15 milhões de eleitores que possuem apenas fundamental incompleto e um aumento de 7,6 milhões de eleitores com ensino superior (incompleto e completo) desde 2014. Parte certamente se deve à atualização de cadastro, mas parte também deriva do aumento de anos de escolaridade da população ao longo das últimas décadas. O mesmo vale para o número de eleitores que apenas leem e escrevem, que saiu de 17,2 milhões para 13,1 milhões desde a última eleição geral. Ainda assim, o número de eleitores analfabetos caiu pouco comparativamente a outros níveis de escolaridade, saindo de 7,3 milhões para 6,5 milhões.
As mulheres são a maioria do eleitorado, 77,3 milhões de eleitoras e 52,5% do eleitorado total. Em relação às eleições de 2014, houve aumento de 2,8 milhões de eleitoras aptas a votar. Os homens chegaram a 69,9 milhões de eleitores aptos a votar, isto é, 47,5% do eleitorado total1. Desde o último pleito, aumentou o número de homens aptos a votar em 1,6 milhão.
Em resumo, nota-se grande variação regional no número de eleitores, escolaridade e envelhecimento. A região Sudeste concentra o maior eleitorado do país, seguida da região Nordeste. Há uma maioria de eleitores até 44 anos, mas já estejamos observando certo envelhecimento dos eleitores, em linha com a dinâmica populacional do país. Por fim, há predominância feminina entre os eleitores, ainda que não haja grandes diferenças entre os estados brasileiros: a maioria fica muito próxima da média nacional. Já nas cidades fora do país, há uma clara predominância de mulheres aptas a votar.
Com o cadastramento de biometria, muitos eleitores estão atualizando seus cadastros, levando a mudanças importantes nas estatísticas. Em 2014, as estatísticas apontavam que 64% dos eleitores eram solteiros. Provavelmente refletindo a idade com o que o título de eleitor é emitido, em geral na adolescência. Em 2018, esse percentual já caiu para 59,6% e a tendência é que com a atualização do cadastro esse valor recue mais nos próximos anos.
Enquanto na média, 52,5% dos eleitores são mulheres, nas cidades fora do país esse percentual é de 59%2. Em algumas dessas cidades a proporção é significativamente maior, como em Oslo (76% dos eleitores cadastrados são mulheres), ou em Roma, em que elas representam 75% dos cadastrados.

Intervenção estrangeira nas eleições e censura velada das “tolerantes” redes sociais


Nessa terça-feira, as redes Facebook e Twitter, protagonizando um show de censura em nome da chamada “tolerância dos tolerantes” – mais conhecida como a hipocrisia da esquerda contra o “discurso de ódio” -, censuraram de forma velada e em sincronia os perfis do filósofo e professor Olavo de Carvalho. Assim, foram bloqueados o perfil e a página do professor, a sua conta do Twitter e o perfil de sua esposa, tudo porque em uma postagem o filósofo pedia aos chamados irmãos Velasco – pessoas que há tempos se aproveitam do fato de terem localização estranha em Portugal para produzirem crimes de calúnia e difamação contra o professor – parassem de lhe incomodar.

Não é nenhum segredo que o Professor Olavo, politicamente, tem se expressado em favor de Jair Bolsonaro para a Presidência da República, opinião essa que é recebida com histeria e estranheza pelos autoproclamados “tolerantes”, que também vêm promovendo o mesmo tipo de censura em casos congêneres. Tanto é que, durante o debate da Bandeirantes na quinta-feira passada, a hashtag #EstouComBolsonaro, que se encontrava em terceiro nos trendings mundiais do Twitter também subitamente sumiu ao decorrer do debate. Tendo percebido a censura – que já se tornou rotina -, o eleitorado espontaneamente passou a usar a hashtag #BolsonaroNaBand que até o final do debate passou a ser novamente primeiro nos trending topics no Brasil. Detalhe: o debate estava monitorando as mesmas redes sociais, que queriam fingir que Jair era uma figura ínfima e insignificante.

Para que não restem dúvidas ou jargões de “teoria da conspiração”, no final de julho, mais de cem páginas de cunho liberal e conservador também foram excluídas do Facebook, sob o fundamento de que propagariam “fake news”. Isso tudo “de ofício” e das mãos dos próprios funcionários da rede social no Brasil, sem um devido processo legal aos termos exigidos pela Constituição Brasileira (art. 5º, LIV) ao qual restasse devidamente comprovado o crime de propagação de notícia falsa (art. 16, Lei de Imprensa).

Em suma, o que as empresas de redes sociais citadas têm promovido, em período tão delicado de nossa história, é a mais sublime intervenção estrangeira nas nossas eleições, tudo ao arrepio das nossas leis e de nossa ordem constituída. Ao passo que se colocam como meio de interação pessoal e se constituem no Brasil sem obedecer aos ditames leis e constitucionais, cabe aos nossos órgãos jurídicos garantirem o livre discurso, pois se a interação das pessoas mudou, independente de credo político, a liberdade de expressão e a discussão acerca de temas adultos é morta através da inércia com que as instituições garantidoras têm se comportado perante tão grave censura e intervenção estrangeira.

Bruno Dornelles
Advogado especializado em Direito Tributário e mestre em Direito Público

Lucro do Banrisul avança 60% e fecha o primeiro semestre em R$ 505,9 milhões


No primeiro semestre deste ano, o lucro líquido do Banrisul foi 60% superior ao mesmo período do ano passado. Nesses primeiros seis meses de 2018, o valor chegou a R$ 505,9 milhões. Durante a divulgação do balanço, feita na manhã desta terça-feira na sede da instituição, em Porto Alegre, outro fator positivo apresentado pelos representantes do banco foi o da diminuição da inadimplência em 1,38%. Na visão do presidente Luiz Gonzaga Varas Mota, os próximos resultados devem ser ainda melhores em função da retomada de crescimento econômico que vem ocorrendo. “A gente atravessou essa crise com segurança, com expansão dos negócios, crescimento nas receitas e serviços. Também fizemos um trabalho muito forte nas inadimplências e recuperação de créditos para que o banco venha produzir esse caminho”, disse. O patrimônio líquido, por sua vez, chegou a R$ 7 bilhões em junto de 2018 no Banrisul, de acordo com o balanço. A cifra supera em R$ 431,9 milhões (6,5%) a posição obtida no mesmo mês em 2017. O crescimento também pôde ser percebido nos ativos totais. O saldo foi de R$ 75,3 bilhões no primeiro semestre deste ano. Ao todo, os recursos captados e administrados pelo Banrisul em junho foram de R$ 63 bilhões, com expansão de 6,1% em 12 meses. O resultado se deu, principalmente, pela carteira comercial que teve um saldo de R$ 22,9 bilhões. Um dos destaques feitos pelo presidente do Banrisul foi a rede Vero, que, segundo ele, representou 25% do resultado do banco. No primeiro semestre deste ano, foram registradas 145,1 milhões de transações de débito e crédito, o que chega a um valor de R$ 12,4 bilhões – 17,1% de crescimento no comparativo com o mesmo período de 2017. Ao todo, o primeiro semestre foi encerrado com uma base de 990 mil cartões de crédito nas bandeiras Mastercard e Visa. Foram 29,8 milhões de transações que totalizaram volume de R$ 2,5 bilhões. Foco na segurança das agências A segurança, devido aos sucessivos ataques a agências bancárias pelo Estado, tem sido foco de investimentos do Banrisul. Durante a apresentação do balanço financeiro, o presidente Luiz Gonzaga Veras Mota disse que diversas medidas têm sido implementadas e que, até o final de 2019, toda a rede deve ter as chamadas cortinas de névoa instaladas. Ao todo, o banco conta com 496 agências no Rio Grande do Sul. Os dispositivos de fumaça, utilizados para dificultar as tentativas assaltos, tem um custo de instalação de aproximadamente R$ 10 mil cada um, segundo o presidente do Banrisul. Por enquanto, ainda de acordo com ele, o número de agências já equipadas é acima de cem. “Nós estamos investindo com a tintura das cédulas que faz parte do processo de segurança. Além disso, as cortinas de aço e a névoa de gelo que vai ser acionada durante avariação de algum caixa eletrônico”, complementou Mota. A principal necessidade para prevenir os assaltos é física. De acordo com o presidente do Banrisul, o seguro bancário é uma possibilidade que apresenta mais prejuízo do que benefícios.

IBC-Br avançou 3,29% na passagem de maio para junho, indicando estabilidade do PIB no segundo trimestre


O IBC-Br, proxy mensal do PIB, avançou 3,29% na passagem de maio para junho, ajustados os efeitos sazonais, conforme divulgado há pouco pelo Banco Central. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado (3,30%) e superior à nossa (3,00%). Assim, o dado reverteu a queda de 3,28% observada no mês anterior, dissipando parte importante dos efeitos da paralisação do setor de transportes. Na comparação interanual, houve avanço de 1,82%, próximo ao esperado (1,80%). Esse resultado, somado a outros indicadores de atividade divulgados anteriormente, indica estabilidade do PIB na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano.