De uma hora para outra, a partir da eleição de Donald
Trump, iniciei a observação das forças reagentes que se formavam nos EUA. O
“levante” da imprensa e das comunidades artística e intelectual foi e tem sido
de um vigor impressionante, mas de baixíssima qualidade factual e mesmo
argumentativa. Quase a totalidade dos meios de comunicação, dos formadores de
opinião e dos eleitores e políticos do então Partido Democrata (de Obama e
Hillary) passaram a adotar o “vale tudo” como forma de ataque ao presidente Republicano,
que está fazendo uma das melhores administrações da história americana.
O mesmo acontece no Brasil desde a posse de Bolsonaro. O
comportamento de jornalistas, editores e oposicionistas em muito já ultrapassou
os limites do razoável. Mentiras, notícias falsas, hackers, um Supremo Tribunal
totalmente contaminado e enciumado porque o país avança em termos morais e
éticos à sua total revelia, compõem um conjunto de ruídos sem nexo, que eclodem
em tons cada vez mais agressivos e somem, no outro dia, por absoluta falta de
conteúdo ou de consistência. Nas sociedades onde a democracia volta seus olhos
para um pensamento mais conservador, a ebulição dos inconsoláveis perdedores
não cessa, cresce, mas perde maturidade e razoabilidade.
Cheguei a pensar que se tratasse de um processo de
infantilização da política como um todo. Afinal de contas, tal como crianças
malcriadas, a esquerda não consegue aceitar as regras nem o jogo quando este
não a favorece. Se uma criança perde num jogo qualquer, normalmente ela fica
braba, reclama e até chora. Pode até ficar agressiva, necessitando de contenção
por parte dos pais. Comecei a observar um deputado de esquerda quando perde uma
votação ou um debate. Tentam reescrever a cena inteira, culpam agentes
externos, vitimizam-se e jamais são capazes de aceitar um resultado contrário.
Nem desculpas por seus erros são capazes de pedir.
Eis que descobri que as crianças, diferentemente dos
esquerdistas, são – sim – capazes de aprender, de discernir o certo do errado e
não reincidir em alguma contravenção social. Mesmo as crianças mais birrentas
possuem capacidade intelectual e moral para saber que roubar é errado, que as
ordens de pai e mãe têm de ser respeitadas e que mentir é feio. As pessoas
adultas com pensamento e trejeitos esquerdistas têm demonstrado que não são
“infantilizadas” na política. São fruto, isto sim, da imbecilização de seu
ambiente familiar, da baixíssima qualidade de seus mestres e da fraca
consistência moral e ética das comunidades onde foram educadas. Crianças são
seres infantis. Esquerdistas são criaturas imbecis.
Cheguei à conclusão de que, nas lidas sociais, como na
política e no jornalismo, na arte ou na literatura, não se pode buscar
respostas como se faz na matemática ou na física. Os seres humanos ainda são
intelectualmente capengas, limitados e incapazes de perceber a verdade, ainda
que esfregada em suas córneas. Enquanto ainda houver pessoas capazes de dizer
que Lula é um preso político, que o socialismo é algo sustentável ou que a
Operação Lava-Jato é uma organização criminosa, a certeza de que ainda somos
imbecis pré-históricos vai prevalecer.