O que acontece com as ovelhas enquanto seus pastores
dormem?
Um crime está ocorrendo no Espaço Cultural Santander, em
Porto Alegre. Trata-se de uma exposição de "obras de arte" promovendo
a pedofilia, o bestialismo e vilipendiando, de forma bizarra e escatológica, a
fé cristã, de um modo geral, mas particularmente a católica.
Fotos da exposição mostram imagens de Jesus Cristo e de
sua mãe, Maria; de santos católicos e de hóstias sendo profanadas por pinturas,
maquiagens e outros símbolos ultrajantes.
A exposição é feita com dinheiro público, através de
recursos do Ministério da Cultura, e tem causado intensa repercussão nas redes
sociais, com o repúdio até de pessoas que não são cristãs ou não possuem
qualquer vinculação ou sentimento religioso.
O mais surprendente, no entanto, é que até agora a
hierarquia religiosa católica da capital gaúcha, e mesmo do Rio Grande do Sul,
tenha tratado o assunto de forma absolutamente silenciosa, e não mediante uma
manifestação de repúdio condizente com a gravidade do fato.
Ou aos bispos gaúchos foi imposto algum "silêncio
obsequioso", de forma a não causar melindres ao "politicamente
correto", ou estão envolvidos em outras questões mais importantes, de
caráter secular, e sem tempo de dedicarem-se à defesa de sua própria fé e de
suas ovelhas.
Apenas para alertar aos interessados, o ato no Santander Cultural guarda a prática
de pelo menos dois a três delitos previstos pelo Código Penal brasileiro,
dentre eles o vilipendio a fé religiosa ou objeto de culto:
"Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por
motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática
de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência".
Também se observa no caso a incidência dos artigos 234
(exposição obscena) e 287 (apologia a crime), todos do Código Penal, na forma
continuada, pela exposição pública.
Em todos os casos,
estamos em situação de flagrancia, ou seja, o delito está sendo cometido neste
momento.
Um ataque desta natureza à fé e ao sentimento religioso
de milhões de gaúchos e brasileiros é algo que diz respeito a todos nós, pois é
uma violência contra o nosso modo de vida e as bases fundadoras da nossa
civilização, do nosso estado e de nosso
país.
É lamentável a tibiesa que se observa na hierarquia católica ao não defender de
forma firme e inequívoca seu próprio legado, como se tivesse receios em ferir a
suscetibilidade de seus agressores em uma manifestação mais forte e
contundente; algo que, quem sabe, maçons, judeus e evangélicos, por exemplo,
estarão dispostos a fazer.
A propósito, o que estará esperando para se manifestar o
Eminentissimo Senhor Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Jaime
Spengler? Espero, sinceramente, que venha a fazê-lo ao menos durante a missa
deste domingo, já que não foi possível antes.
E na manutenção do silêncio de quem deveria se
manifestar, incluindo aí o Ministério Público, na condição de fiscal da lei, a
iniciativa parta de qualquer cidadão com a coragem e decência necessárias para
defender os mais caros valores que ainda mantém de pé a sociedade e o mundo em
que vivemos.